House Of Night: Sweet Darkness escrita por BrunaNagorski


Capítulo 8
Capítulo 8




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O que você faria se tivesse de lidar com uma adolescente e sua conturbada vida Recém-Marcada? Suponho que nada. Ah, fala sério, já é a segunda ou terceira vez que desmaio, e, pow, eu pirei total na (talvez) última noite, cof. Eu sai correndo sem rumo dum quarto de hospital para uma imensa escola vampirica – eu repito, escola VAMPIRICA – para dar de cara com um vampiro – repito de novo, VAMPIRO -, e, assim, sai correndo do cara também. Ai eu desmaiei, de novo. Meu, que noob.

Então, eu tiro a conclusão que, primeiro, eu sou uma idiota? Confere. Uma burra? Confere. Sem noção? Confere. Retardada? Confere duas vezes.

Eu sinceramente não sei de onde veio toda a porcaria de idéia. Sério, a pior parte é ter que concertar tudo isso. Ou sei lá. Tanto faz, tanto fez, o que tá feito está feito. Err, bom, é isso.

É claro que eu ainda estava inconsciente, disto eu estava convicta. Mas só meu corpo, minha mente tava trabalhando loucamente.

Ao contrário de vários outros sonhos – e pesadelos – meus, neste eu tinha a total consciência de tudo. Eu podia fazer o que eu quisesse, eu podia pensar o que eu quisesse. Enfim, era como se eu estivesse acordada – era tudo muuuito real.

Eu estava sentada num grosso tronco de árvore coberto de musgo verde macio, que estava localizado numa clareira de tamanho médio, a poucos metros de um riacho raso e limpo. Esta clareira era coberta de árvores do mesmo tipo, com folhas verdes e meio amareladas que também caiam no chão. A grama era verde e curta, e a terra úmida não suportava esconder as raízes das árvores. O lindo dia ensolarado deixava tudo perfeito.

Balancei minhas pernas distraidamente, aproveitando este momento relax. Mas parei.

Não me assustei. Hmm, legal.

Marie estava parada no meu lado oposto, com a mesma roupa que eu tinha visto ela por último, e me olhando com uma careta seriamente estranha. Ela abriu a boca para dizer alguma coisa e fechou. Então pegou um fôlego, disse um rápido “Me liga”, e sumiu por entre as árvores. É, estranho. Ignorei isso, e me ajeitei na árvore de forma que ficasse deitada de barriga pra cima, e contemplei os raios de sol que saiam pelos minúsculos espaços por entre as folhas frescas. Emanei o ar que cheirava a frutas cítricas e fechei meus olhos.

Imediatamente o ar foi trocado, o barulho da água e o canto dos pássaros foi trocado, e o tronco foi substituído por algo macio. Por mais que meus olhos estivessem fechados, pude perceber que a luz era clara, diferente do lugar onde eu estava. Eu juro que se eu estiver naquela enfermaria de novo...

Só que fiquei feliz em ver um estranho teto branco ao abrir os olhos. Acho que era um quarto. Oh, legal, acho que vou ter um só para mi...

“AH!” Gritei e pulei de modo que estivesse sentada na cama. Estava olhando com os olhos esbugalhados a garota de roupão branco e dourado que tinha o cabelo de cor vermelho-bordô, que estava ondulado e seco, e que caia até um pouco abaixo de seu ombro. Tinha uma aparência muito bonita, sério – olhos castanhos que era realçado com as sobrancelhas arqueadas, e tinha um belo lábio grosso. Só que essa cara estava numa máscara chamada impaciência.

“Finalmente, hein.” Ela disse, uma voz que não era de um tom alto nem baixo.

“Hmm, oh, onde eu estou?” Perguntei.

“No seu futuro quarto,” Disse num tom óbvio. “Que você vai dividir comigo. Ai onde você tá, é onde você vai dormir.” Tomou uma respiração. “Agora ouça com atenção, não vou e nem estou a fim de repetir: Não tente mexer nas minhas coisas. Eu dou as ordens neste quarto, eu dou as ordens neste dormitório, eu dou as ordens nessa escola. Eu sou quase uma superior, escutou?... Então, é isso.”

Enruguei a cara. Limpei a garganta, e disse, “Ah, então eu desmaiei ontem.”

“Sim, você desmaiou. E foi o delícia do professor Jared que te trouxe aqui.” Suspirou e rolou os olhos. “Ah, nem pense em ficar se jogando nos braços dele. Todo mundo sabe que ele é ca-i-di-nho por mim, e se ele não fosse meu professor, já teria pego ele a muuito tempo. Mas é claro que ele ainda vai ser meu.” Ela disse tão ‘simplesmente’. Ok. Essa guria tem sérios problemas, principalmente na parte em pegar o professor. Já ta na cara, ele é o professor dela, sem discussão. Não reagi sobre o que ela disse, que foi ele que trouxe eu até aqui. Seria dele que eu estava correndo? Ai, enfim. A odiosa abriu a boca de novo.

“Hey, você escutou? Garotinha, sempre ouça o que eu digo, não gosto de ser ignorada, e não aceito isso.” Grande colega de quarto. Ao invés de me rebaixar ao nível dela e soltar um belo de um xingamento, percebi que meu tornozelo não estava doendo. Devagar, dei uma mexidinha, e para surpresa minha, a dor havia sumido.

“Wow, legal, sem dores idiotas...” Pensei alto para mim mesma.

“Ah, yeah. Vampiros têm métodos persuasivos muito fortes.” A garota ruiva disse.

“Hmm?” Boiei.

“Eles deram sangue para você beber, sua tonta.” Ela me xingou? “Eu vou me arrumar, e sair. Não quero que me vejam com a ‘mais nova queridinha colega de quarto’” Ela tinha me xingado! Queimei pra caramba, e estava prestes a pular no pescoço dela, quando ela salvou sua própria vida indo para trás. “Suas roupas estão do outro lado do meu closet, infelizmente,” Ela bufou. “Se adiante. Seu horário está na gaveta de seu criado mudo.” E se virou. Observei ela cruzar o grande e rosa quarto e passar por um pano vermelho aveludado que estava no lugar da porta, que concluí que era o closet. Bufei. Onde foi que eu fui parar? Aff. Lembrei do meu sonho onde Marie tinha pedido para ligar pra ela. Não parecia importante, mas, huh, teria de falar com ela de qualquer jeito. Me movi na cama e alcancei meu celular que estava dormindo no criado mudo do lado da minha cama, e liguei-o. Quando ele terminou sua apresentação inicial, apareceu na tela;

2 CHAMADAS PERDIDAS DE ABGAIL.

2 CHAMADAS PERDIDAS DE LUCAS.

Apertei sair.

2 NOVAS MENSAGENS NA CAIXA DE ENTRADA. VISUALIZAR.

1º. - Lucas – Oi, Wanda. Pô, surtamos com a notícia. Hey, liga pra mim, é urgente. Bjs, Lucas.

2º. - Alec – Hey, Wanda. O Lucas é um idiota. Ele parece tão preocupado quanto maricas. Não liga, vc sabe como ele é, não quis me escutar. Bem, é isso. Xau.

Ok. Alec tinha razão, eu sei muito bem como Lucas é. Desde quanto ele se importa em ouvir alguma coisa que a gente diz?

Bem, tudo isso quer dizer que eles realmente não me abandonaram. Mas, querendo ou não, eu teria de abandonar eles, afinal, nunca ouvi histórias de convivência entre vampiros e humanos.

Apesar do pensamento, tudo isso me fez rir pra tela do celular. Grandes e verdadeiros amigos. Totalmente, totalmente o contrário desta inútil nova colega de quarto. Aff. Não liguei pra nenhum dos 3 preocupados. Foi para a única que parecia entender que eu apertei o botão verde de ligar.

CHAMANDO... MARIE.

Com meu celular no ouvido, esperei. Chamou uma vez. Outra vez. Antes da terceira, a outra linha atendeu.

“Alô?!”

“Hmm, oi, Marie, é a Wanda.”

“Oh, Wanda, é você? Eu mal prestei atenção no identificador. Como você está?”

“Perfeitamente bem.”

“Ah, que bom. Eu já falei... com a Abgail, com o Alec e com o Lucas...”

“Yeah, se percebe. A Abgail e o Lucas ligaram, e ele também enviou um SMS. O Alec só meio que se desculpou pelo desespero do Lu.”

“Haha, o Alec é uma figura, mas escuta, já são 07h15min, você não deveria sair um pouco mais cedo pra verificar o horário e talz? As aulas começam às 8.”

“Comoassim? Ah, tipo, eu nem me arrumei ainda, mas, legal que as aulas daqui começam uma hora a mais do que normalmente. É bom saber que vou poder assistir aqueles filmes quentes que passam à tarde sem muita preocupação.”

“Err, Wanda, as aulas daí começam às 8... da noite. Vampiros trocam a noite pelo dia. Nunca ouviu histórias de vampiros não? E você deveria parar de andar com caras do tipo Lucas, que anda meio safadeen-”

“O QUÊ?” Dei um salto que vai ficar pra história e puxei uma cortina branca e pink de tecido pesado e a branca de tecido leve que estava embaixo, e me deparei com uma porta de vidro que dava para a sacada. É claro que não prestei atenção em nada a não ser no céu que dum lado estava de cores que iam do alaranjado ao azul, e do outro estava totalmente azul marinho.

“Você está querendo dizer que o quê, as aulas terminam pelas 2 da madrugada?”

“Na verdade eu acho que são lá pelas 3.”

“Ahhhh...” Choraminguei sem lágrimas.

“Não se preocupe. É normal.”

“Acho que é meio tarde demais pra me dizer isto.”

“Ok, agora vá se aprontar. Não é, nunca é legal se atrasar na aula de um vampiro.”

“Yeah, você tem razão. Depois te ligo. Tchau.”

“Tchau, bebê vampy.” Ela zuou.

“Não brinca.” Falei meio dark.

“Haha, Tchau.”

Apertei o botão vermelho e joguei meu celular na cama de casal confortável e aconchegante que estava ao meu lado direito. Bem, ela era grande e bonita. Talvez uma King Size. Mas não mais que a outra. Quando virei, vi uma cama branca, na verdade igual a minha, mas com detalhes dourados. A colcha era dourada brilhante. Hum, tudo bem. Eu não estou com ciúmes. Eu não estou com ciúmes. WANDA, VOCÊ NÃAAO ESTÁ COM CIÚMES, pensei com raiva.

Do lado esquerdo da cama dela havia uma pequena escrivaninha com uma iluminaria, um notebook e alguns livros. Do lado direito havia um criado mudo com um abajur e algumas coisas jogadas.

Dei mais uma olhada no quarto, e fiquei de boca aberta com uma imagem, tipo, maravilhosa que estava entalhada na parede ao lado da porta e do closet onde a galinha tinha entrado. Difícil explicar. Era como se a parede fosse substituída por azulejos em forma de polígonos variados. Eles tinham uma cor cintilante, e ia mudando de cor conforme a imagem se formava. E nela, estava desenhada uma mulher, com cabelos pretos esvoaçantes e suas mãos estavam estendidas, jogando pontos de luzes brilhantes. Ela me lembrou de alguém. O reconhecimento me atingiu e sumiu antes que meu cérebro captasse a informação.

Sem pensar e gastar mais tempo, corri para porta branca. Sim, este era o banheiro. Na minha frente, tinha um balcão. Abri a última gaveta e tomei uma toalha macia. Fechei a gaveta abrindo a de cima. Oh, roupões. Tomei um também e fechei a gaveta. Pendurei os dois num suporte de parede, dei uma rápida olhada pelo enorme banheiro. Lado esquerdo... Box. Lado direito... Oh, uh. Uma... Jacuzzi. Legal. Muuuuiito legal. O barato é que tinha uma parte de vidro em cima ao invés do teto, e dava pra ver o céu enquanto relaxa. Ahhhh... Ok. Foco, Wanda, por favor.

-

Tomei um banho rápido sem molhar meu cabelo, já que não teria tempo de secá-lo, e sair de cabelo molhado, jamais. Pus meu roupão e joguei minha roupa no cesto. Quando sai do banheiro, não vi sinal da guria. Aliás, ela também não estava no closet. Ele estava divido em duas partes por uma parede, e cada lado tinha algumas coisas penduradas meio que para tapar a passagem.

Abri um lado e, ops, closet errado.

Logo entrei no outro lado que era a minha parte, que ainda estava com 3 malas grandes ainda não desfeitas.

Abri a mais próxima. Camisetas, blusas e afins. Peguei uma baby look azul-marinho básica, e joguei num canto. Abri a outra mala. Calças, shorts e afins. Enfiei minha mão e catei um jeans skinny escuro. Vasculhei o lugar e achei uma sacola enorme. Bem, tênis e chinelos, e sapatos não muitos valiosos. Os mais sociais e adorados sapatos meus estavam entulhados em caixas. Na sacola, peguei um All Star que não precisava de cadarço. Fui até as roupas jogadas no chão aveludado. Err, espere. Abri a mala que faltava ser aberta. Tirei um sutiã e uma calçinha, junto com uma meia. Agora ok. Despi do roupão e vesti as roupas, procurei umas pulseiras escuras, e corri pra fora do closet depois de dar uma olhada no espelho, e concordar que meu cabelo liso ondulado estava uma merda.

Na primeira gaveta do meu criado mudo encontrei um papel impresso com meu horário. Fechei a gaveta e encontrei minha antiga bolsa transversal da escola. Nem me incomodei em ver se ela estava organizada. Tomei meu celular jogado na cama que marcava 20 pras 7 PM, joguei ele de novo e corri pra fora do quarto em direção a minha primeira aula.


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