Este Amor Veio para Ficar... escrita por robsten_source


Capítulo 2
Capítulo 1




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2002 – Beaufort, Carolina do Norte.

 

Era uma pequena cidade, igual a todas outras do sul, o Verão era intenso.

 

As pessoas acenavam, sempre que viam alguém, mesmo conhecendo ou não, o ar era maravilhoso, cheirava pinheiros, sal e mar, um aroma único.

 

Para muitas daquelas pessoas, pescar ou apanhar caranguejos era seu modo de vida. A televisão não era uma das coisas preferidas do povo da cidadezinha.

 

As Nossas Vidas estavam centradas a volta das Igrejas, que só dentro dos limites da cidade contavam-se dezoito.

 

Na minha Juventude a Igreja Baptista era de longe a mais popular, e havia uma a cada esquina da cidade, com suas variedades.

 

Naquele ano, o grande acontecimento era promovido pela Igreja Baptista do centro da cidade,juntamente com a escola secundaria local.

 

Todos os anos encenavam uma peça de Natal na Beaufort Playhouse, que era uma peça escrita por Edward Cullen, que era pastor daquela Igreja, desde que Moises abriu o mar Vermelho.

 

Ta ele não era velho, mas pertencia a ela há anos, desde que sua esposa faleceu, ficou mais ranzinzo, não falava muito com as pessoas, era reservado, mas muito bonito para sua idade.

 

Como era um homem solitário, vivíamos pregando peças, e ele sempre caia pensando que nos renderíamos, como se achasse que éramos tão estúpidos.Mas de alguma maneira sempre éramos descobertos.

 

Sempre que fugíamos, nos apontava  e dizia ‘’sei quem você e Jacob Black’’ , e ‘’e Deus também sabe’’.Mas sempre seguia seu caminho.

 

Neste fim-de-semana, durante um sermão, olhava-nos e dizia’’ Deus e misericordioso com as crianças, mas as crianças também têm de ser merecedoras da misericórdia’’. E nos encolhíamos nos bancos, não por vergonha, mas sim ataque de risos.

 

O Cullen simplesmente não nos compreendia, o que era estranho, sendo que ele ate tinha uma criança.Mas era uma menina, mas falaremos disso mais tarde.

Houve um ano em que Cullen escreveu O anjo de Natal e decidiu encenar esta peça. A peça em si não era má, o que nos surpreendeu no primeiro ano em que foi apresentada.

 

Era basicamente a historia de um homem, que tinha perdido a mulher a alguns anos. Esse homem era muito religioso, mas teve uma crise de fé após a mulher ter morrido ao dar a luz.

 

E ele tem que cuidar da filha sozinho, mas ele não é , um dos melhores pais. E surge um natal em que a filha quer ganhar uma caixinha de musica, com um anjo gravado na tampa. E ele não consegue encontrar, então que surge a Véspera de natal e ele continua a procura, e enquanto esta na rua se depara com uma mulher estranha que promete ajuda-lo a encontrar o presente.

 

Mas primeiro ajudam um desabrigado, depois passam por um orfanato para visitar as crianças, em seguida visitam uma mulher velha e sozinha que só queria companhia.

 

Neste ponto da historia a mulher misteriosa o pergunta, o que lhe deseja para o natal e ele responde que quer sua mulher de volta. Então ela o leva ao chafariz da cidade e diz que ali ele encontrara o que deseja.

 

 Assim que olha para água , vê sua filha , e o desata a chorar, assim que retorna a casa olha para sua filha e encontra o que resta de sua mulher.E percebe que não tem sido um bom pai , mas no dia seguinte como por magia a caixinha aparece debaixo da arvore de natal , com o anjo estampado , que carrega a mulher a noite anterior.

Cullen sempre queria que fossem  jovens a representa-la , os alunos do ultimo ano, era como uma experiência antes de irem para a faculdade, antes de encontrar os fornicadores , tentando sempre deixar nosso caminho longe da tentação, queria que soubéssemos que Deus sempre estava nos vigiando.

 

Foi uma lição que aprendi, embora não foi o pastor que me ensinou.

Meu pai é uma espécie de lenda. Chamava-se Billy Black, e foi membro do Congresso durante quase trinta anos. Tinha palavra de ordem, quase todos os anos e tínhamos que segui-lo ,assim como minha mãe , para parecer que era um grande chefe de família.

 

Portanto o meu pai , o Sr.Congressista , era o manda-chuva legal e todos sabiam , inclusive o Cullen.Pois os dois não se davam muito bem, mesmo apesar do meu pai visitar a sua igreja , o que não acontecia com muita freqüência.

 

Meu pai sempre tentava amenizar a situação , mesmo que a criança fosse a mais feia , dizia que era amorosa ,ou que bebe cheio de sardas , fosse o mais querido,dentre todos.

 

Mas não esteve muito presente na minha infância, e as pessoas usam isso como desculpa para os seus comportamentos.Meu pai não me amava ,por isso cresci numa casa de strippers , mas não uso como desculpa , mas sim como um fato.

 

Ele estava sempre ausente , durante nove meses no ano , a quinhentos quilômetros de distancia ,era onde ele vivia sem eu e minha mãe. E ela não ia com ele pois queria que vivesse do mesmo jeito que ele cresceram.

 

O meu avo era um grande filho-da-mae.Mas ele que fez a fortuna da família, mas não pense que passou anos trabalhando para ganhar o dinheiro. Começou como contrabandista de bebidas alcoólicas,depois comprando terras e contratando empregas , ficando com toda parte para eles , e só emprestava dinheiro quando eles precisavam,e cobrando juros absurdos, e depois abriu um Banco.

 

Edward tinha 25 anos quando sua filha nasceu, sua mulher mais nova já havia sofrido vários abortos, quando teve finalmente sua filha Renesmee , a mulher pequenina e magra , e no fim morreu ao dar a luz a sua filha , deixando o Cullen viúvo e com uma filha para criar sozinho.

 

Daí é claro a historia da peça.

 

Todos conheciam sua historia, eu acho que por isso as pessoas se emocionavam toda vez com a peça , associavam como uma verdadeira historia comovente.

Renesmee Cullen estava no ultimo ano secundário, assim como eu, e já tinha sido escolhida para interpretar o Anjo. Não que outra pessoa tivesse essa tido essa chance. E esse fato era um grande acontecimento aquele ano, talvez o maior de todos os tempos.

 

Alice Brandon era a professora de teatro, e estava super ansiosa, e já se mostrava entusiasmadíssima com as possibilidades da peça, na primeira vez que a vi nas aulas.

 

Eu realmete não planejava fazer aulas de teatro este ano, mas era isso, ou aulas de Quimica.E eu pensava que seria facil a partir do momento que não precisaria estudar, ou decorar formulas, mas estava enganado.

 

Por isso me escrevi no teatro, pensando que poderia dormir em todas as aulas, o que era uma desculpa perfeita para quem passava suas noites livres, a altas horas.

No primeiro dia de aula, fui o ultimo a chegar, para não ser notado escolhi o ultimo lugar na fileira. A senhorita Brandon estava de costas para a classe, escrevendo em letras grandes seu nome, para que vissem ela, com sua estatura minima, e como se não soubessemos seu nome.

 

Era impossivel não reparar uma mulher ana andando pelo corredores do colegio, pele palida com os cabelos repicados, esvoaçantes , sempre na moda , não importando a ocasiao , e sempre nos comprimentava com ‘Olaaaa’  sempre cantando.

 

A senhora Brandon tinha como metas aquele ano a autoconfiança, e a realização pessoal, mas isso era uma mania antecipada dela, sempre cheia de expressões , sempre tentando ajudar aos outros e a si mesma.

 

Mas só depois que reparei que a porcentagem de mulheres ali era maior que dos homens, sendo que havia apenas mais um homem naquela sala. Mas eu só pensava em uma coisa Meninas, Meninas e mais Meninas,pronto estava cercado. Embora não tive testes com nenhuma delas.

 

Então foi só dizer que a senhorita Cullen faria o anjo aquele ano , que começou a bater palminhas , é claro que pertencia a Igreja , chegavam ate dizer que ela tinha uma queda Pelo pastor.

 

Então foi só Renesmee Cullen se levantar para senhora Brandon bater ainda mais palmas ,como se ela fosse realmente uma estrela de cinema.

 

 

Renesmee cullen , todas a chamavam de Nessie , não que ela fosse feia nem nada , mas o apelido surgiu e nunca soubemos o porque.

 

Mas nunca conversamos muito no segundo ano ate trocamos umas palavras, mas isso não fazia que eu pensasse nela o tempo todo, ela era uma menina muito boa e educada para mim. Por isso a agenda dela nunca se dava com a minha.

 

Ela era muito bonita,tinha puxado a mãe , mas não podemos chamar ela de atraente. Apesar de magra e com longos cabelos bronze, com seus meigos olhos castanhos chocolates, mas a maior parte do tempo andava sem graça , isso quando você poderia dizer que reparou nela.

 

Nessie não se preocupava com as aparências externas, e só pensava nas pessoas como se houvessem apenas a beleza interior, e talvez fosse a  razão de sua aparência.

 

Sempre andou com o cabelo preso, sem maquiagem alguma , e podemos juntar com seus casacos de lã e suas saias xadrez, parecia uma bibliotecária solteirona.

 

Pensávamos que ela mudaria com o tempo, mas a única coisa que mudou foi o tamanho das roupas , para mais compridas ainda.

 

Mas o que a fazia diferente, era que nunca conversava com ninguém, não ia a festas , não fazia nada a não ser ler e ir a igreja.

 

É claro que seu pai teria um ataque do coração se isso acontecesse, mas mesmo que permitisse não faria, ela apenas levava consigo a bíblia para todos os lados e se seu pai não afugentava os rapazes , a bíblia concerteza faria. 

 

Ela sempre ajudava nos orfanatos , mas isso não era suficiente a ela sempre adquiria alguma espécie de recolher fundos para caridade, uma vez passou parte do verão pintando a casa se um senhor idoso.

 

********************

 

Sempre poupava de sua mesada para dar aos órfãos o que precisassem , sempre nos fazia sentir má influencia , sempre me olhava com dó , mesmo que não tivesse feito nada de errado.

 

Ela também ajudava os animais , podia ser gato, cachorro , periquito , rato , não importava e quando via o Dr. Carlisle sempre acenava , e lá trazia mais um animalzinho , explicando o que havia  acontecido com ele

 

-   Foi atropelado , por um carro Dr. Carlisle. Penso que estava no caminho de Deus telo encontrado , o senhor me ajudara não é?

 

Tudo para ela era desígnios de Deus, se houvesse um cancelamento do jogo , era um desígnio de Deus para não acontecer alguma coisa mais grave e se houvesse um teste surpresa era um desígnio de Deus para que  tenhamos desafios, acho que você já compreendeu.

 

Mas ser filha do pastor não ajudava nada e ela só dizia que era abençoada por ter nascido assim. Era também comum dizer:

 

-  Fui abençoada por ter um pai servo de Deus.

 

Isso só nos fazia pensar, realmente se ela era normal e se havia nascido neste planeta.

 

Mas o que mais me irritava era que vivia alegre, não importava o que estava preste a acontecer, mesmo os que não diziam coisas muito boas dela, que éramos nos, não falava mal.

 

Passeava pelas ruas sempre cantarolando e sempre que a viam saiam de suas casas só para lhe dar alguma gratificação, todos a adoravam.

 

-    É uma menina tão adorável

-    O mundo seria melhor se tivessem mais pessoas como ela.

 

***************************************

 

Mas eu e meus amigos não a víamos da mesma maneira, uma dela já era suficiente demais.

 

Pensei tudo isso quando ela se colocou diante de nós, na primeira aula de teatro e admito que não estava nem um pouco interessado em vê-la.

 

Mas estranhamente, quando Nessie nos olhou senti um choque ,como se tivesse sentado em arames pontudos ou cacos de vidro.

 

Ela estava vestida como de costume uma saia xadrez e uma blusa branca por de baixo do casaco de lã , que já tinha visto inúmeras vezes , mas havias duas novas saliências no peito que a blusa não conseguia esconder e eu jurava não ter visto a alguns dias atrás.

 

Nessie não usava maquiagem, mas estranhamente estava com a pele bronzeada, talvez pelo campo de férias , mas pelo primeira vez , estava quase bonita.

 

Mas logo deixei o pensamento de lado , mas assim que me olhou surgiu um enorme sorriso , só que mais tarde entendi a razão daquele sorriso.

 

 


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