Mein Kleines Katzchen escrita por MayMay_Miau


Capítulo 2
Heute, Gestern, Morgen


Notas iniciais do capítulo

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DEIXEM REVIEWS, MESMO QUEM NÃO GOSTOU!!!!!!



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- Volte aqui sua ladra!! – o vendedor gritou para mim, enquanto eu me esforçava para correr o máximo que minhas pernas permitiam. A boina que tinha em minha cabeça estava balançando, quase saindo. Isso não era bom. Adentrei rapidamente em um beco qualquer. Larguei as sacolas no chão, tomando cuidado para que o conteúdo não caísse.

 

Abri a tampa do bueiro e desci as escadas sujas e viscosas levando as sacolas junto. Fechei o buraco e comecei a caminhar lentamente, espirando e inspirando o familiar cheio podre de esgoto. Podia sentir os cheiros mais nojentos possíveis, vindos da correnteza verde e cinza que me acompanhava. Um cheiro diferente dominou o ar. Era uma mistura de peixe, perfume barato de maça verde e acetona. Isso só podia significar uma coisa: Alexi estava de volta.

 

Ao sentir o cheiro se intensificar, acelerei meus passos, não encontrando dificuldade alguma para achar minha “família”. Todos eles olhavam para o rio-esgoto, de onde Alexi saia. Ela estava encharcada, afinal, o que se esperar de uma mulher-peixe? Os cabelos cinza dela estavam presos, uma coisa rara de acontecer.

 

- Alle!! Como você cresceu!! – exclamou Alexi nadando até mim, animada – Quantos anos felinos você já tem? – ela perguntou, analisando-me de cima a baixo.

 

- Quase 25. – respondi simplesmente. Ela arregalou os olhos, surpresa.

 

- ‘Cê já ta mais velha que eu!! Eu passo poucos meses fora e acontece isso?

 

- Alexi... Você passou mais de um ano fora – novamente ela arregalou os olhos totalmente negros.

 

- Jura?!? Aff... Meu senso de tempo ta totalmente errado – Alexi bufou, mas seus olhos se iluminaram ao ver as sacolas que eu carregava – Comida?!?

 

Foi à palavra mágica. Em questão de meio segundo, Alexi, Johnny, Gabbe, Vicky e Cassie estavam encima de mim.

 

- Calma aí gente! – pedi, abrindo uma delas – Trouxe dois ossos e ração para Cassie e Johnny – entreguei a eles, que uivaram de satisfação, com os rabos balançando e as orelhas levantadas. – Maças para Vicky – atirei uma maça no ar, e Vicky a pegou em pleno vôo.  – Um bife para Gabbe – joguei a carne longe, e ela alcançou rapidamente, correndo feito o leopardo que era.

 

- E pra mim? – perguntou impaciente Alexi.

 

- Bem… Eu tinha trazido ração de peixe para Luke, mas como ele não está aqui, pode ficar – eu entreguei a ela uma caixinha, e instantaneamente, Alexi a virou boca adentro.

 

Eu ri com aquela situação de almoço, e caminhei até uma passagem. Lá dentro, camas velhas eram dispostas e em uma mesa, se encontravam os mais velhos da família: Daniel, Edward, Keira, Stefanny, Theodore e Harry.

 

- Ah pequena! Vejo que já voltou… - falou Harry, com os olhos vermelhos na sacola restante. Era engraçado ver um homem de feições sérias com orelhas de coelho e um rabinho felpudo.

 

- Sim Harry. Trouxe comida. – respondi a ele, jogando a sacola no centro da mesa. Eles a vasculharam por um momento, puxando suas respectivas comidas. Queijo para Daniel, peixe pra Edward e Theodore, carniça para Keira, bananas para Stefanny e verduras para Harry, especialmente cenouras. Como eu esperava, sobrou uma pequena lata de sardinha, que era minha. Era meio estranho o jeito que todos aqui respeitavam a comida de cada um.

 

Peguei meu almoço e andei calmamente até minha cama, uma das mais velhas. Sentei no meio e com minhas garras, abri facilmente a lata. O cheiro de peixe era uma delicia, e me fez ronronar. Comi rapidamente, não deixando nada do conteúdo.

 

- Alle – chamou Keira, sentando-se ao meu lado. – Porque esconde suas orelhas e sua cauda? – ela me perguntou, tirando a boina de minha cabeça. Meu rabo escapuliu de dentro da minha calça. – Viu? Você é uma gatinha muito linda, nunca se envergonhe disso!! – ela foi embora depois disso.

 

Deitei na cama com sono, me lembrando de como tinha me tornado aquela criatura. Eu tinha uns 11 ou 12 anos, quando o laboratório da Ani-91-Mali explodiu. Morava em um pequeno apartamento com minha mãe, perto de uma das ruas mais movimentadas da grande Munique. Quando o vírus me atingiu, fiquei doente durante dias, antes de num estalo, estar totalmente nova em folha, com características felinas. Minha mãe também foi afetada, mas o vírus deve um efeito diferente nela. Mesmo depois de aderir às características de uma águia, ela continuou doente. No momento em que os cientistas sobreviventes invadiram nossa casa, mamãe me escondeu dentro do armário. Levaram-na e botaram fogo no apartamento. Consegui sair do armário, mas tive muita dificuldade de me esquivar do fogo até a porta da frente. Apaguei-o com um extintor que mamãe guardava. Mas desde então, tomei pavor de fogo.

 

Também gostaria de saber o que aconteceria comigo no futuro. Continuaria presa nos esgotos, tendo de me esconder das pessoas normais? Nunca chegaria a namorar um menino comum, que não tivesse rabo, garras, orelhas estranhas e olhos multicolores? Francamente, gostaria que essas respostas fossem não. Eu um dia poderia me mostrar do jeito que sou e não ser julgada, e teria um namorado normal que me amasse.

 

Meio irritada com meus pensamentos, comecei a me analisar, coisa que eu não fazia há muito tempo. Jeans e camiseta sujos, velhos e é claro, roubados. 90% das coisas que tínhamos, eram roubadas, enquanto outros 5% eram achados no ferro velho ou no deposito de lixo e os últimos 5%, eram doados para instituições de caridade, que nos davam coisas, pensando que éramos mendigos. De certa forma... Éramos.

 

Ninguém saía muito de “casa”, principalmente os alados, que só de mês em mês, iam para os Alpes Bávaros voar. Ficavam lá uns 3 dias e depois voltavam. Luke e Alexi eram aquáticos, e odiavam ter que nadar no esgoto, por isso, sempre estavam fora, curtindo lagos e mares. O que sobrava, só saia quando tinha que me ajudar a roubar alguma coisa. Eu era a que mais saía, já que conseguia tudo o que tínhamos.

 

Eu precisava de um banho. Meus cabelos, por mais que eu os cortasse, nunca ficaram menores do que na metade da minha cintura. Eram brancos, com uma ou outra mecha preta. Uma de minhas orelhas era preta, e a outra, branca. Meu rabo, totalmente branco e meus olhos, uma mistura de verde-água e amarelo. Eu não media mais do que 1,65.

 

Suspirei cansada pela minha tããããoo detalhada explicação sobre mim mesma para mim e fechei os olhos, não para dormir, mas para ficar atenta a tudo que os outros faziam, como as piadas sem graça que Alexi contava.

 

Precisavamos de uma mudança aqui. Só não imaginava que aconteceria tão rápido


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Notas finais do capítulo

Pra quem não entendeu... Animais que afetaram o povão...

Alle: Gato
Gabbe: Leopardo
Stefanny: Macaco
Edward: Águia
Keira: Urubu
Harry: Coelho
Theodore: Tucano
Daniel: Rato
Alexi: Tubarão-branco
Luke: Peixe-palhaço
Johnny: Cachorro
Vicky: Morcego
Cassie: Cachorro

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