28 de setembro de 2026
Lugar desconhecido - 02:00 da tarde

\t\t  A ficha caiu em mim. O meu filho? Morto? Isso é impossível! Por que matariam o meu filho?! Me lembrei de Isabelle. Deus, deve estar sendo muito pior para ela. Ela que aturou Ryan por nove meses, ela que perdera nosso filho antes, ela que deu a luz ao nosso filho, ela que sofreu de madrugada para cuidar dele.

\t\t  Me levantei e sai dali. Precisava ver como ela estava. Subi as escadas e fui parar do lado de fora do barco. Ela estava ali. Na ponta do barco. Seus braços segurando a grade e o seu corpo completamente fora do barco. Rapidamente me lembrei do filme Titanic. Belle estava igual aquela mulher.

- Belle? – chamei ela calmamente. Não queria que ela levasse um susto e caísse dali para ser massacrada pelo barco que ia rápido demais na minha opinião. Ela virou o rosto para mim. O rosto perfeito, coberto de lágrimas e avermelhado. Ela soluçava. – Belle, venha. – chamei ela calmamente. Andava calmamente com a mão esticada. Não queria que ela caísse. Todos sabiam que quem caísse na parte da frente do barco, seria massacrado na hora. Ela fungou e voltou a olhar para o mar. Engoli em seco. Ela cogitava a idéia de cair ali. Me aproximei mais ainda. O coração a mil, a corrente sanguínea corria desesperado e a adrenalina pulsava dentro de mim. – Não vai querer fazer isso. – assegurei. Me aproximava dela.

- Scorp... – murmurou ela. – Me deixa. Eu quero o meu filho! – exclamou ela.

- E você acha que se jogando no mar, vai trazer-lo de volta? – perguntei. Não queria ser rude e agressivo, mas a atitude dela não me deixou escolhas. Ela engoliu em seco.

- O que eu faço Scorp? – perguntou ela. Sorri internamente. No fundo, ela não queria aquilo.

- Saia daí em primeiro lugar. – disse para ela. Ela se virou e ficou de costas para o mar. Começou a chorar silenciosamente. Me aproximei dela e segurei seus braços.

\t\t  Respirei fundo e num movimento rápido, puxei-a para cima. Isabelle era leve, isso facilitava muita coisa. Com a velocidade que eu a puxei, acabamos indo para o piso de madeira. Ela sentou, dobrando os joelhos. Encostou o queixo no joelho e ficou a pensar. Coloquei meu braço em volta dos seus ombros e a puxei. Ela me abraçou e começou a chorar.

\t\t  Queria ser forte. Passar confiança e esperança para ela. Mas isso parecia praticamente impossível. A única coisa que eu sentia era dor. Milhares de facas entrando e saindo. Sem parar, sem dó nem piedade. Mas eu sentia que Isabelle era a que sofria mais com tudo isso.

- Como foi? – perguntou Belle descendo os três degraus e parando na cozinha. Rose ergueu a cabeça e engoliu em seco. O silêncio havia reinado ali. Eros se levantou e se aproximava de Belle. – Pare Eros! – exclamou ela vermelha. Estava assim por causa do nervosismo e choro. Eros parou onde estava. Não tinha como ajudar-la. Rose ainda olhava para ela. – RESPONDA CARAMBA! – gritou ela nervosa. Todos levaram um susto. Vi Rose dar um pulinho na cadeira.

- Belle... – começou Rose.

- RESPONDA DE UMA VEZ! – gritou ela. O nervosismo era evidente. Não apenas na sua voz, mas nos olhos também. Rose respirou fundo e a puxou para um lugar afastado.

\t\t  Vi elas passarem por mim e todos ficaram olhando-as. Não se dava para ouvir absolutamente nada. Rose começou a falar e os olhos de Isabelle encheram-se de lágrimas. Queria tanto saber como... Prendemos a respiração. Rose contara. Isabelle deu meia volta e saiu dali.  Rose com a cabeça baixa se aproximou de nós. Ela chorava. Abri os braços e vi ela me abraçar. Apertei ela no abraço. Merlin, o que acontecia conosco?

- Sr. Stone. – chamou um elfo.

- Fale. – disse Jake.

- Chegamos. – disse ele.

\t\t  Todos, menos Eros que estava com Belle. Subimos até o convés. Não sei como, mas estávamos na Grécia. E não era numa Grécia de 2026, ou aquela antes de Cristo, onde se praticava as Olimpíadas... Estávamos na Grécia, numa época onde realmente se existia os deuses, os seres mitológicos, as crenças eram verdadeiras.

- É lindo. – murmurou Lílian. Rapidamente, o clima tenso foi levemente quebrado. Estávamos diante do monte Olimpo. Engoli em seco. De uma coisa eu tinha certeza. A coisa ia engrossar.