28 de setembro de 2026 - Segunda
Lugar desconhecido - 09:00 da manhã

- Rose, meu amor. Você está bem? – perguntou Scorpius pela terceira vez naquele dia. Ele estava andando de um lado para o outro no quarto. De segundo em segundo, olhava para a porta que Rose sumira por meia hora.

- Estou. – afirmou ela, o som saía abafado pela porta. Outro som de vômito.

- Eu vou entrar! – disse ele dando alguns passos para trás.

- Entre e eu acabo contigo! – ameaçou Rose.

- Rose! – resmungou o loiro. Rose não respondeu. Tudo o que ele pode ouvir foi vidros se quebrando no banheiro e um baque surdo no chão. – ROSE! – gritou ele. Correndo, jogou o ombro contra a porta. Nada. Girou a maçaneta várias vezes. Nada. Tentou alohomorra, nada. – ROSE! – gritou ele batendo na porta desesperado.

- O que houve? – perguntou Marcelo que tinha ouvido os gritos.

- A Rose! – exclamou ele nervoso. – ROSE! – gritou ele novamente batendo com o punho já branco na madeira.

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA... – o grito dela, mesmo abafado pela porta, era ouvido em todo barco. Todos se reuniram na porta do quarto dele para ver a cena. O grito continuava.

- ROSE! – gritou Scorpius. Marcelo começou a jogar fogo na porta que incendiou-se rapidamente. Sem pensar duas vezes, Scorpius apagou o fogo, fazendo assim, a porta ficar mais frágil. – Rose! – exclamou ele indo e se jogando no chão, ao lado da morena que se debatia no chão. O grito era incessante.  Ela se contorcia e se mexia loucamente. As duas mãos em torno da barriga.

- Infinite Incantatem. – disse Marcelo. Ao contrário do que eles pensavam, o feitiço azul fez Rose se mexer mais ainda. – Não... – murmurou Marcelo ainda aturdido com o efeito do feitiço.

- Rose meu amor. – chamava Scorpius nervoso passando a mão no rosto dela. Então, de repente, o grito parou. Scorpius estava em duvida no que era mais assustador: O grito incessante ou o silêncio contínuo. Pegou Rose nos braços e colocou-a na cama. – Rose!

- Scorpius, acalme-se. – pediu Marcelo não querendo transparecer a sua angustia.

- Mas... – começou Scorpius, mas foi interrompido pelos murmúrios da morena.

- Rafa... Rafa... – murmurava ela. Marcelo se postou ao lado da morena deitada para ouvir mais. Mas Rose não disse mais nada. O moreno suspirou e disse. – Só nos resta esperar.

- Rafa... – começou Rose indo até Rafaela que estava sentada chorando. A loira ergueu a cabeça e Rose pode ver o quanto ela sofria. – O que houve? – perguntou Rose abraçando a amiga.

\t\t  Rafaela não respondeu. Apenas deixou-se levar pelas lágrimas que caiam pelo ombro da amiga. Rose passava a mão no cabelo de Rafaela numa tentativa de acalmar a garota, mas algo que ela viu atrás das costas de Rafaela a fez parar de fazer qualquer coisa. Rose se soltou da loira e foi engatinhando até ele.

- Merlin, o que houve? – perguntou Rose pegando o pequeno bebê.

- Ele... – soluçando, Rafaela via Dallas engatinhar até o bebê no colo de Rose. – Ele ta morto! – disse ela.

- Como... – começou Rose.

- Uma facada no coraçãozinho dele. – respondeu ela. – Apenas uma. – disse ela.

\t\t  Rose sentiu as lágrimas preencherem seus olhos e caírem livremente. Colocou o bebê no chão e viu Dallas se aproximar do loirinho. Se encostou na parede e começou a chorar. Ryan era filho único. Como ficaria Scorpius? E a Belle? Merlin, ela surtaria! Apavorada com tudo o que acontecia ali, ela queria mais do que tudo acordar e ver que tudo era um sonho. Isso e nada mais. Rafaela abraçou Rose, tentando transmitir o conforto que a mesma passara a ela.

- Calma... Ficará tudo bem. – assegurou a loira. – Eu estou aqui. Você vai ser forte, como você sempre foi. Boa sorte com eles.

- Mas... – começou Rose, mas a imagem dela com os bebês foi desaparecendo.

- Rosa... – disse uma voz.

\t\t  Rose abriu os olhos fazendo fechar-los novamente. A luz era muito forte, sua cabeça doía, sentia-se tonta e enjoada. O que aconteceu?

- O que houve? – perguntou ela passando a mão na cabeça onde doía. Ela se sentou na cama e viu dois pares de olhos a fitarem.

- Você desmaiou, começou a gritar, apagou... Não sabemos direito. – relatou Marcelo. Rose começou a olhar para ele e trocou de visão assim que sentiu uma mão sobre a sua.

- Amor, você está bem? – perguntou Scorpius. Rose começou a encarar aqueles olhos azuis e se lembrou do seu ‘sonho’. O pequeno era tão parecido com o pai... Começou a chorar. Como contaria para ele? Como será que ele reagiria? Sentiu ser puxada para um abraço e o aprofundou. – Querida, o que houve? – perguntou ele. Ela se afastou dele e respirou fundo. Foi para a grifinória por algum motivo, agora está na hora de mostrar qual é.

- Amor... – começou Rose. Sabia que aquilo ia doer. Não ia prolongar por muito tempo. Teria que ser como um band-aid. Tudo de uma vez. – Ryan morreu.

- NÃO! – gritou Isabelle na porta do quarto. A loira saiu correndo do campo de visão deles. Rose assustada e preocupada, olhou para Scorpius. As informações sendo processadas lentamente. Ryan morto? Isso é loucura! Só pode ser mentira!

- Você só pode estar brincando! – disse ele, pedindo mentalmente para que fosse.

- Não estou. – disse ela séria.

- O meu filho? Morto? Impossível!

- Não é! Eu vi Ryan Malfoy morto! – disse Rose.