Magnum escrita por Miss Black_Rose


Capítulo 5
Capítulo 5




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Em Raccoon City Ada Wong havia visto de tudo. Seis meses depois em um complexo científico de alto nível ela veria muito mais.

A agitação repentina a havia abalado. Todos aqueles ruídos ao mesmo tempo a faziam pensar se deveria mesmo ter prosseguido em frente, ao invés de voltar logo para casa.
Estava encurralada dentro da sala de análise. A única saída parecia repleta de criaturas estranhas e agora estava barrada com tudo o que a espiã havia encontrado ali.

Se aquelas criaturas fossem mais poderosas que a de Raccoon ela não teria chance alguma. Não havia escapatória, não estava na cidade, por onde poderia escapar por algum beco, ou escalar algum prédio.

Aquele complexo era fechado, estreito e amontoado.

Ela se afastou da porta.

Uma grande vitrine se erguia atrás de si, do outro lado, Ada podia avistar uma sala cheia de máquinas cirúrgicas com o que um dia pareceu ser uma mulher. Agora era só um corpo descarnado e cinzento, preso a um leito.

Algo esbarrou na porta fazendo-a afundar para dentro de forma tão bruta, que Ada não conseguia imaginar do que era feita aquela criatura. As cadeiras foram lançadas com o impacto do esbarro e voaram em sua direção, a obrigando a se abaixar.

A que acertou o vidro reforçado e acabou se partindo em duas metades.

As mesas, os armários, tudo aos poucos era lançado para longe, a porta resumida a uma maçaroca metálica. Um grande buraco se formou em sua lateral e Ada pôde ver um grande ninho de fios em uma criatura completamente distorcida. Seria dela o cheiro de bílis e fio queimado? Não dava para saber, apenas sabia que a criatura era poderosa. Em questões de minutos a porta estaria completamente arrombada e Ada Wong condenada à morte.

Mas parecia que seu destino havia se antecipado. Por alguns turbulentos segundos a espiã fora obrigada a fechar os olhos. O armário havia sido lançado em sua direção. Era a única coisa que mantinha a porta em pé e de repente fora lançada contra si com a mesma violência que os outros objetos. Contudo, parou antes de acertá-la. Uma descarga elétrica o segurou à dois palmos de seu rosto.

Ada se virou para a vitrine. A mulher que há pouco jazia no leito tocava o vidro com as mãos, fazendo uma barreira ao seu redor. A criatura na porta avançava: era um monstro diferente dos que já vira. Não era tão grande, mas era largo e robusto. A pequena cabeça coberta por um capacete metálico, com grandes rachaduras pela face. Fios e mais fios elétricos saiam de seu tronco, dando longas e confusas voltas pelos braços e costas. No abdômen uma placa de ferro com disjuntores, donde saía alguns fios e logo acima o coração exposto. Era uma criatura horrível, mas mais terrível que ela era o ódio em seus olhos.

A grande massa elétrica ao redor de Ada impediu que ele se aproximasse mais. Era óbvio que sua fraqueza estava li, afinal com tanta fiação, ele devia ser quase totalmente mecânico, porém não era nada tolo e se afastou, deixando a espiã perplexa.

Não importava. De uma maneira ou de outra, ele iria alcançá-la novamente. Era só uma questão de tempo.

* * *

“Parece que há muita coisa do qual não sei.”, John pensou. Desde que Dahlia havia desligado, sua cabeça fervia com tudo aquilo. E a coisa parecia piorar. Havia matado três pessoas durante esse intervalo e por sorte não havia errado a mira.
Estava tenso demais. E atiradores deviam ser as pessoas menos tensas do mundo.

Três a quatro pessoas na mesma região era seu limite por mês. Logo sairia dali para um outro apartamento, tão minuciosamente planejado quanto este:
Queria dizer que haveria mais vítimas. Haveria a possibilidade de um erro.

-E o dia continua tão bonito! – lamentou com um suspiro.

Esquentou um pouco de chá. Adorava a bebida com um pedaço de bolinho inglês. Precisava repor as energias, talvez ligasse para Ada, talvez não.

Até onde poderia se alarmar?

Armou-se com o celular. Olhou por vários minutos e digitou um número. Fechou os olhos. Havia caído na caixa postal. Digitou novamente e apagou o registro de sua ligação.

Voltou ao chá quente.

Ficar aprisionado naquele apartamento estava lhe deixando meio louco. Era luxuoso, escultural, mas não era para ele. Sempre tivera um gosto mais humilde. Prezava o conforto de um espaço pequeno, mais do que o brilho de um espaço grande. Tudo ali era sinônimo de luxo, mesmo que de forma inquestionável.

John olhou para a estátua de Vênus na sua cozinha, e abriu um sorriso melancólico.

Talvez fosse a hora de voltar à ativa. Sua irmã estava lá fora com o governo chinês atrás si, e se tivesse sorte, ainda não estaria morta.

CAPÍTULO 2 – LEGADO DA FAMÍLIA

Leon... Talvez eu nunca mais chegasse a vê-lo.

* * *


Moonlight sonata... Por que insistiam em tocar aquela música? Por que insistiam em fazê-la ouvir aquilo? Abby ergueu-se repentinamente.

Drª. Drew tentava acalmá-la. Ela era só uma criança. Devia se ater aos exercícios. Devia praticar as disciplinas perfeitamente, ou os testes não fariam efeito. Mas ela não queria mais ouvir Moonlight. A música estilhaçava sua alma, dava-lhe uma vontade estranha de morrer.
As mãos pequenas apertavam a própria cabeça. Abby gritou. Ataques repetidos de birra e ódio. Drª. Drew não sabia o que fazer. O que poderia ser feito?

Poderiam desligar a música, mas não fariam isso...

Abby agarrou-a pela cintura num ato desesperado. Apertou sua pequena cabeça contra o abdômen dela num grande abraço. Não tinha noção da força que possuía.
Seu grito era abafado pela roupa. As tentativas de Drew em se soltar vinham em vão.

Dr. Locke lia relatórios sobre a experiência curtindo um café quente. O desenvolvimento da menina era fantástico. Seu corpo possuía propriedades únicas. O trabalho de Drew era incrível, ele não tinha como não admirá-lo. Podia voltar seus olhos para ela agora... E perceber que do outro lado da vitrine ela jazia morta no chão.


* * *
Junto com a massa de eletricidade, a mulher do outro lado também caiu. Ada não sabia se devia libertá-la daquela sala. Ela podia tê-la ajudá-lo, mas não mudava o fato de que não era mais humana.

De qualquer maneira um sentimento de gratidão tomou conta de si. Era um sentimento raro, realmente raro, que acertava uma espiã como ela uma vez à cada vinte anos.

Ada deu a volta e abriu a sala. Um cheiro forte a fez recuar. Aquela criatura devia estar apodrecendo ali há muito tempo, mas isso não explicava a força que possuía.

Embora tivesse uma vontade enorme de correr dali, a espiã, mais do que pela gratidão, foi vencida pela curiosidade e se dispôs a entrar na sala e enrolar a mulher com um jaleco. Ela podia perceber que sua salvadora estava abalada. Uma tremedeira incessante tomava conta dela, enquanto que sua musculatura exposta começava a umedecer e seu corpo a funcionar.

Era incrível!

Ela se achava cara a cara com uma experiência e não podia adivinhar o quão exposta estava e à que tipo de vírus.

Algo mais na mulher começava a chamar sua atenção. Ela estava retomando suas características humanas. Sua pele nascendo de novo e de forma tão rápida que Ada observou a tudo impressionada.

Logo aquele ser apodrecido tinha o aspecto comum de uma jovem privada dos pêlos.

Vestida apenas pelo jaleco, ela se levantou. Não era muito mais alta do que a espiã, mas tinha um brilho curioso nos olhos azulados. E feito isso estendeu a mão para a Ada, como se quisesse cumprimentá-la.
Ada hesitou um pouco antes de aceitar.

Tinha medo do que aquela mão poderia lhe fazer.


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