Magnum escrita por Miss Black_Rose


Capítulo 3
Capítulo 3




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Uma misteriosa corrente de vento percorria os corredores vazios do grande complexo 6-G. Folhas de papéis se esparramavam pelo piso alvo enquanto uma gota fresca de sangue escorria pela parede. Da grande vitrine no fundo do último corredor, uma menina assoviava Moonlight Sonata.

* * *
Ada passeava pelos corredores vazios. Não tinha com o que se alarmar. Todos estavam mortos, o sistema complexo do laboratório desligado. Ela podia seguir com sua missão tranquilamente.

Dentre a papelada caída no chão procurava uma em especial, mas parecia que teria um longo caminho até ela. Perguntava-se quem fora o louco que desengavetara todos os documentos.

Talvez quisessem atrasá-la ali. Talvez soubessem que viria.
Mas não importava. Todos estavam mortos, ninguém a impediria de levar seu objetivo e receber sua recompensa.

Teve um acesso de calafrios de repente. Aquela corrente de vento era fria e não trazia um cheiro muito agradável. A lembrava de Raccoon, dos zumbis. E com ironia pensava em como as indústrias farmacêuticas estavam crescendo e seus interesses por vírus misteriosos também. Só na semana arranjara quatro missões diferentes envolvendo amostras e fórmulas científicas. A coisa estava ficando preta.

Levantou-se com um papel na mão. Parecia uma carta a um dos cientistas com uma marca de sangue na lateral. Começava:

“Meu caro Dr. Locke,
Ontem com a coleta do sangue da cobaia 0739, conseguimos chegar ao resultado de que a mistura do vírus mutante AG-61 com o DNA da cobaia 0834 adquire uma propriedade peculiar, sequer antes vista em qualquer cobaia de nosso laboratório. Sob as instruções do Dr. Radanovic, mantivemos a cobaia 0739 sob os testes de resistência aos outros vírus. Como o doutor sabe, estamos em busca de uma maneira de neutralizar os efeitos colaterais do T - vírus, responsabilizado pela indústria farmacêutica Umbrella.

Conseguimos manter um sucesso excepcional quanto ao desenvolvimento da cobaia em questão, mas não poderemos prever até quando.

Esperamos ansiosamente que até o final de Março possamos retirar da 0739 a fórmula da cura contra o T - vírus, ou um resultado mais proveitoso.

Espero agracia-lo com uma surpresa comovente assim que retornar de sua viagem, Dr. Locke.

Devotadamente,
Drª. Drew.”


“Então estavam mexendo com o T - vírus”, pensou. “Isso explica o cheiro de morte.”

Ada dobrou o papel e guardou consigo. Precisava descobrir se haviam chegado a algum resultado com essa experiência. Alguma coisa lhe dizia que com isso ganharia muito dinheiro.
* * *

John estava com o coração na boca quando desmontou o rifle.
Há poucos minutos, como havia prometido seu contato, lhe trouxeram novo. Mas o fato de Ada ser um alvo do governo estava acabando consigo. Pior que isso era o fato de pensar que ela levasse uma vida comum como toda boa irmã, se dedicando a arranjar um bom marido e a criar filhos.

“Ada criando filhos”, John sorriu, irônico. Ela nunca fora do tipo Amélia. Era uma péssima dona de casa, não conseguia lidar com crianças e só tinha olhos para o trabalho.

O trabalho.

Que tipo de trabalho ela exercia agora?

Devia ter desconfiado antes, eles nunca tiveram tanto dinheiro e suas roupas sempre foram caras demais.

* * *
Na sala de pesquisas, Ada tentou invadir o sistema em busca da cobaia 0739. Ela não era um hacker, mas podia conseguir acesso a algumas informações importantes. No entanto, parecia que as informações haviam sido apagadas. Todas à respeito da experiência.

Então procurou sobre a 0834 e chocou-se ao perceber que era uma menininha. Não podia acreditar que haviam submetido uma criança a testes como aqueles.

Imprimindo um pedaço do relatório sobre ela seguiu em direção ao setor 7. Era lá que estavam todas as salas com as experiências. Talvez fosse o setor de maior risco biológico e Ada não podia prever o que encontraria, mas precisava estar bem precavida quanto a isso. Lembrar-se dos zumbis lhe trazia ânsia, mas fazer o que? Era o seu trabalho.


Conforme se aproximava do setor tinha a impressão que os corredores iam se tornando cada vez mais longos e estreitos, como se feitos para impedir que alguma coisa grande saísse dali. Várias câmeras estavam posicionadas no canto das paredes. Algumas ainda ligadas acompanhadas por metralhadoras.
Lembrou-se de um cenário de guerra, onde dependendo do que fosse, acabaria perfurado.
O que mais estranhava, no entanto, era o fato de não ter visto um corpo até agora. Via manchas de sangue por todos os lados, via tudo virado pelo avesso, mas não encontrava os cientistas, nem os outros funcionários do complexo. Aquilo era muito estranho.

Seus passos ecoavam menos. Porque a espiã começava a ficar mais prevenida. Todo aquele silêncio estava tornando as coisas mais suspeitas.

O grande sete em azul na parede indicava que estava começando a se aproximar do setor. Porém uma resistente porta de aço a separava dele. Nada que alguns truques num painel cheio de números ao seu lado não pudesse abri-la facilmente.

Ada Wong mal sabia que havia cometido um grande erro.

* * *

John acessou o que podia através de seu notebook sobre Ada, mas sempre apagando seu rastro. Não podia alavancar suspeitas sobre seu parentesco com ela.

Utilizando aos poucos tudo o que aprendera quando era um agente ativo, ele estava começando a descobrir quem realmente era sua irmã.

Estava pasmo!

Ada era um arraso no mundo da espionagem e ele nem sequer chegara a topar com ela. Fora precavida. Também não o envolvera em seus problemas e não permitiu que soubessem algo sobre ele. Mas tinha rastros, o que não era bom.

Os federais tinham tudo o que podiam sobre ela, nada que fosse tão importante, mas que comprovava sobre seus atos de espionagem. Um espião devia ser invisível e ela pecara nessa área.
Havia também aquele maldito vestido vermelho! Ela precisava mesmo usar essa cor durante as missões?
John bateu na testa. Mas o que estava fazendo? Aquele era o trabalho dela e não o seu. Ele não podia julgá-la. Também deixara de ser transparente várias vezes, só não podia se esquecer que era por isso que seus pais estavam mortos.
* * *


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