Caminhando nas Sombras escrita por Carol Campos


Capítulo 32
Batalha


Notas iniciais do capítulo

Só dizendo que adoraria que me mandassem reviews para eu saber se a história tá boa ou não, mas eu já to cansada de mendigar review então não sei nem por que eu to falando isso. '-' q
Boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/93199/chapter/32

A situação estava pior do que qualquer coisa que poderíamos imaginar.

Não havia se passado nem um dia completo desde que fugimos da Spiral Hall, e já tivemos que correr, fugir e nos esconder inúmeras vezes. A cidade estava irreconhecível, caracterizada por traços da guerra. Buracos em todos os lugares, árvores e carros em chamas e os milhares de corpos e restos dos combatentes – humanos e vampiros – espalhados pelo chão, além de não haver quase nenhum sinal de vida.  Em um lugar ou outro víamos algumas pequenas guerrilhas entre o exército humano e a resistência vampírica. Ao perguntar a um dos vampiros onde estavam os civis do local e do resto da cidade, ele me respondeu que a maioria foi evacuada e que neste momento estava a caminho da cidade mais próxima, o que me deixou um pouco mais aliviada.

Uma vez ou outra também achávamos pequenos grupos do exército humano, e fugimos da maioria deles. Os que estavam em menor número, deram azar e se juntaram aos que já jaziam ao chão. Assim, algumas horas depois já estávamos perto de nosso destino.

Estranhamente o lugar ainda estava intocado, até os buracos por onde entravam a luz de fora não estavam lá, mesmo que já estivesse anoitecendo. O vento soprava gelado e raspava em minha pele como navalhas, algo que não parecia ser muito natural.

Pouco a pouco, pude distinguir a silhueta da mansão da família Fiorossi. O lugar estava com uma aura maligna que eu jamais havia visto, quase a mesma da floresta ao seu redor.

- Não gosto da ideia de começarmos por aqui – disse Mary, abraçando a si mesma para se proteger do frio.

- Acho que ninguém gosta – Nathale completou com razão.

- Por onde exatamente vamos começar? Ainda temos uma grande variedade de opções aqui – Caleb perguntou

- Vamos pela floresta da parte de trás – eu disse, apontando para os portões ao lado da casa – acho que por lá deve ter algum caminho que possamos usar.

Andamos mais um pouco e quando estávamos a apenas alguns passos do portão, comecei a sentir algo estranho. Não sabia exatamente o que era, mas estava me deixando um pouco tonta. Me apoiei por um instante na parede e fechei os olhos para a tontura parar. Quando os abri novamente, dei de cara com Nathale me encarando.

- Ei Kat, tudo bem? Parece meio pálida – ela disse, então depois pensou um pouco e se corrigiu – bem, eu sei que vampiros são pálidos e tal, mas você tá um pouco demais.

- Uh, estou bem – menti, não queria preocupá-los – não liguem, foi só uma tontura passageira. Já estou melhor, vamos.

Todos me olharam duvidosos, mas seguiram adiante. O grande campo estava sinistramente escuro e silencioso, somente iluminado pela luz da lua. O vento agitava a grama – que agora estava razoavelmente alta por não estar sendo tratada – e as folhas das árvores, como se tudo fosse um grande conjunto. Observando as árvores, não sei se por minha própria imaginação ou não, vi cobras se formando por todos os lados. Minha tontura piorou, e antes de perceber já havia caído na grama, desmaiando logo em seguida.

***

No meu sonho estava em um lugar já há muito conhecido, mas fazia-se tempo desde a última vez em que estivera ali. Como de costume, a pessoa que sempre me atormentava estava na sombra de uma árvore, onde somente podiam-se ver seus olhos vermelho escarlate.

- Quanto tempo, querida – disse o vampiro, que eu ainda não havia identificado como ele ou ela – desculpe por este sonho repentino, mas será a última vez que nos falamos até você me encontrar por conta própria.

- Ainda não me dizendo quem é? Já está ficando cansativo – eu disse, impaciente.

- Logo saberá – ele disse, com os olhos em mim – enfim, seu destino se aproxima jovem vampira. Logo terá de fazer escolhas difíceis, porém necessárias. Lembre-se que suas escolhas afetam não somente as pessoas ao seu redor, mas todo o mundo mágico. Você realmente se tornou a garota da profecia.

- Grande responsabilidade a minha – disse com rispidez – mas farei o que for preciso para trazer paz a este caos.

- Fará o que for preciso? Interessante – ele disse, passando a mão em seu queixo como se estivesse pensando – Bem, meu joguinho está quase ao fim e você faz parte dele como a peça principal. Veremos se você o ganhará ou perderá. Te vejo em breve, Katlyn...

- Espere! O que...

Tudo ficou escuro novamente, então minha visão se clareou. Estava novamente no campo, caída na grama com meus amigos ao meu redor, com expressões preocupadas.

- O que...? – eu disse, me levantando e esfregando os olhos – Eu desmaiei? Por quanto tempo?

- Talvez uns dez minutos ou menos, não sabemos – Caleb disse, ficando de pé e me oferecendo sua mão para me levantar, que eu aceitei – elas entraram em desespero por você ter caído do nada.

- Você adora nos matar do coração, é? – Nathale disse, fazendo seu drama de sempre – Maldita melhor amiga problemática que fui arranjar.

- Me desculpem, me desculpem – eu ri, mas logo voltei ao normal – Agora vamos logo procurar algum caminho.

Fomos mais a fundo em direção as roseiras, então ouvi um barulho. Todos paramos e nos viramos um para o outro com cara de interrogação. O barulho ficava cada vez mais alto e parecia vir do chão, algo como se várias escavadeiras estivessem cavando para chegar a superfície. E então, em meio ao barulho surgiram as primeiras cobras gigantescas do chão. E para o meu azar, não eram cobras normais. Ou ao menos pelo que eu saiba, cobras normais não são negras como a noite.

- Ora ora, olha quem eu achei por aqui.

Olhei para o céu e antes de ouvir seu bater de asas já pude vê-lo. Estava com espada em mãos, mas não parecia ter intenção de nos atacar. Não agora.

- Miguel... – disse com ódio na voz. Ele era a pessoa que eu menos queria encontrar neste momento – O que quer conosco?

- O que eu quero com vocês? – ele disse, fazendo um tom de inocência na voz, com um toque de sarcasmo como sempre – Vocês estão indo atrás da minha mestra e ainda pergunta o que eu quero com vocês? Irônico.

Estava pronta para invocar meus sabres quando Mary e Caleb entraram na minha frente. Os dois já estavam com armas em mãos e tinham o olhar fixo no homem pássaro que estava em nossa frente.

- Katlyn – Caleb disse com o tom mais sério que já ouvi ele dizer – siga na frente com Nathale. Depois nos encontramos com vocês.

- O que... Vocês estão loucos?! Ele vai matá-los!

- Bem, se ninguém salvar o mundo estaremos mortos de qualquer jeito – Mary falou, dando um sorriso de leve por cima do ombro – contamos com você para isso.

Fiquei em silêncio por um momento, pensando no que dizer. O que eles queriam fazer era suicídio, mas eu e Nathale poderíamos ir à frente e encontrar o castelo de Christie para acabar logo com isso.

- Confio em vocês – eu disse aos dois, com dor no coração – prometo que salvarei a todos.

Caleb olhou por cima do ombro e nossos olhos se encontraram. Senti algo estranho dentro de mim, como uma felicidade repentina, mas desviei o olhar.

- Vão! – Caleb gritou. Ele já não olhava mais para mim, e estava em posição de ataque assim como Mary. Peguei Nathale pelo braço e a puxei para o lado das roseiras, onde estava um pequeno caminho que eu tinha quase certeza que nunca estivera ali antes. Passamos por ele e me virei para trás. Miguel me encarava enquanto as roseiras se fechavam magicamente, e quando estavam quase que inteiramente fechadas pude ouvir sua gargalhada maligna ecoando por todos os lados da floresta.

Sem pensar duas vezes, segui adiante no caminho escuro com Nathale ao meu lado.

A floresta ficava cada vez mais escura conforme andávamos, e eu podia ouvir todos os tipos de barulhos possíveis, dos quais a maioria eu não sabia distinguir de que animais – ou criaturas – eram. O vento continuava a soprar, porém com menos intensidade por causa das árvores que o impediam. Olhei para mais adiante no céu e podia ver uma silhueta de algo grande, como um castelo antigo. Tudo até que estava bem, até o momento que senti algo atrás de nós.

Virei-me abruptamente, mas só pude ver a escuridão. Nathale virou-se junto comigo, mas parecia não ver nada também.

- Então aqui estão vocês... – alguém falou atrás de nós.

Virei me para o caminho que estávamos seguindo a alguns segundos atrás e que agora virara um campo de batalha antigo. O chão de pedra e as colunas do mesmo estavam caídas e quebradas, quase todas com musgos e plantas saindo pelas frestas. No alto de uma delas uma figura encapuzada estava sentada. Ela invocou sua arma e pulou ao chão com suavidade, tirando o capuz. Poderia reconhecer aquele rosto e aquela foice de qualquer lugar.

- Katlyn – disse Alice, sorrindo com maldade em minha direção – finalmente vamos nos enfrentar cara a cara, minha querida irmã.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

É sério galera, review não tira pedaço ok? Faça uma boa ação para esta pobre escritora c: kkkkk Até o próximo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caminhando nas Sombras" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.