Caminhando nas Sombras escrita por Carol Campos


Capítulo 27
Guerra


Notas iniciais do capítulo

Sabe leitores, estou muito chateada com vocês. A última review que recebi foi NO ANO PASSADO. Isso aí, a última que recebi foi no final de Dezembro. Estamos no meio de AGOSTO e vocês não me mandam UM ÚNICO REVIEW. Véi, comentar sobre o que gostou e não gostou no capítulo não mata, e me ajuda a melhorar a história para vocês. Por favor. ):
Anyway, boa leitura. c;



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A noite chegou rápido enquanto corria. Depois de alguns minutos, estava totalmente perdida no meio de casas chiques e mansões, bem distantes da casa de Alice. E eu não planejava voltar ali tão cedo, pode acreditar.

As suas palavras ainda ecoavam em minha mente. ”ou eu deveria dizer, irmãzinha...”, aquela frase ainda me atormentava. Poderia ser verdade? Eu realmente era meio irmã de Alice e pertencia a uma linhagem tão pura de vampiros? Não tinha ninguém com quem eu poderia comprovar a verdade, a não ser a própria Alice que foi quem havia me dito isso. Não sei se devo acreditar, é difícil, mas Dan havia me dito que eu tinha mesmo uma linhagem pura correndo em minhas veias. E se eu não tivesse saído correndo de lá não teria mais essas veias para contar história.

Depois de ter me cansado correndo sem destino, comecei a caminhar e tentar achar o caminho de volta. As ruas estavam desertas, provavelmente todas as famílias que moravam ali estavam dentro de suas casas, jantando como qualquer outra. Eu realmente agradeceria se houvesse mais alguém na rua, me deixaria menos assustada.

Não havia percebido, mas minhas pernas estavam quase caindo de tanto correr. Logo avistei um ponto de ônibus a alguns metros, com cobertura de vidro, mas não queria sentar no meio de uma rua deserta logo após de sofrer um semi-trauma daqueles. Mas como não tinha escolha, fui em direção a ele.

Sentei-me e observei ao redor. As casas eram muito parecidas, quase como aqueles bairros de seriados americanos. Atrás de mim, a floresta densa não tinha fim, mas ao menos não tinha nenhuma aura aterrorizante, o que parecia ser um bom sinal. Um carro passou rápido pela rua, mas foi o único que vi o dia todo. Gostaria muito de saber para onde ir.

Estava tão ocupada observando ao redor que nem percebi que algo – ou alguém – havia tampado a luz que vinha das luminárias espalhadas pela rua, pousando bem em cima dos vidros do ponto.

– Está perdida, garotinha? – Ouvi dizer, em uma voz já conhecida. Levantei em um pulo e invoquei minhas espadas, me deparando com o homem pássaro que estava sentado bem acima de mim.

– Miguel! – exclamei surpresa, porém a raiva era maior – o que você quer?!

– Ora, desde quando sabe meu nome? Pensei que me chamaria de qualquer outra coisa, menos por meu nome – disse, sarcástico como sempre, colocando uma mão em seu rosto e dando um sorriso – não vim lutar com você, pare de apontar essas coisas pontiagudas para cima de mim.

– Como posso saber se não vai me atacar logo que eu guardar meus sabres?

Ele suspirou, então segurou algo em seu cinto. Preparei-me para atacar, mas sua reação não foi o que eu esperava. Tirou a bainha de sua espada do cinto e jogou-a para mim, com indiferença estampada no rosto. Olhei para a espada, e coloquei-a no chão ao meu lado.

– Que desconfiança – exclamou com um tom chateado em sua voz, mas logo voltando ao seu normal – não viria atacar alguém como você que acabou de descobrir coisas que não queria.

– Você... – disse incrédula, segurando ainda mais firme meus sabres. As dobras de meus dedos estavam brancas de tanta força – Foi você que fez aquilo com Alice?! Desgraçado! – fiquei em posição ofensiva, pronta para atacar, mesmo sabendo que não teria chance nenhuma contra ele com ou sem sua espada.

– Eu não fiz nada com aquela garota – respondeu irrelevante – ela só se submeteu a magia de nossa mestra. Foi para o lado das sombras.

– O que isso quer dizer? – baixei o tom de voz, e os sabres sumiram de minhas mãos em um brilho roxo.

– Bem, de um jeito simplificado de se dizer, sua alma foi consumida pelas trevas e foi aprisionada em algum lugar que desconheço. Agora, ela é somente um boneco sendo controlado pelas sombras e por nossa mestra. A única coisa que ainda é dela é suas memórias, ou seja, tudo que ela disse para você hoje era verdade – ele dizia tudo calmamente, como se estivéssemos falando de uma novela ou do que comemos no jantar de ontem. Mas estávamos falando de uma pessoa, Alice, minha irmã. Não conseguia absorver tudo o que ele dizia com clareza. – Oh – disse ele, me tirando de meus pensamentos. Estava olhando para algum lugar distante, então se virou para mim – Tenho que ir agora, acho melhor você voltar para onde seus amigos estão também – uma de suas cobras surgiu atrás dele e veio até mim, pegou sua espada do chão e levou até ele, que colocou no cinto novamente – nos vemos em breve, garota.

Miguel se levantou e bateu suas grandes asas, sacudindo meus cabelos e roupas, como em uma tempestade, e sumiu no céu escuro. Logo em seguida, ouvi uma grande explosão vinda de algum lugar ao norte, e voltei a correr naquela direção.



Demorei um pouco para chegar ao centro da cidade, um pouco mais de meia hora, mas percebi que algo ruim estava acontecendo por ali. Muito ruim.

Vampiros corriam de um lado para o outro, gritando e fugindo de algo que estava mais a frente. Estava com dificuldade de ir até onde estava todo o tumulto, mas continuei me enfiando no meio da multidão, esperando o pior. E realmente, o pior estava acontecendo.

Um grande buraco tinha sido feito no globo negro que protegia a cidade da luz do sol, que com certeza foi a explosão que ouvi mais cedo. Vampiros que estavam em baixo da luz tinham graves queimaduras e gritavam de dor, tentando sair de lá – também havia muita poeira e cinzas no chão, que provavelmente era... Ah, meu Deus -, enquanto homens encapuzados desciam pelo grande buraco por cordas e de vários helicópteros, todos com armas de fogo. O caos estava instalado.

– Vamos homens! Exterminem estes vampiros imundos! – gritava um homem no meio da multidão de soldados, estes atirando em todos que estavam em sua frente. Corri para um beco apertado entre dois prédios e me escondi atrás de algumas caçambas de lixo. Apesar de não estar em baixo da luz direta, somente a claridade fazia minha pele arder. Esperei até a maioria dos soldados passarem e corri o mais rápido que pude para a rua que dava para o outro lado da cidade, indo para a casa de Dan.

Para aqueles lados, os soldados ainda não haviam chegado, mas as pessoas estavam e choque e alguns feridos procuravam abrigo. Cheguei a casa de Dan e bati na porta, sendo surpreendida por Dan me puxando para dentro e trancando a porta com várias chaves. Logo em seguida, me deu um rápido abraço e segurou em meus ombros, aliviado.

– Graças aos deuses, Katlyn, você está bem – Dan parecia estar angustiado, e então lembrei que havia saído ha várias horas atrás. Além de que soldados estavam atacando a cidade. Todos deveriam estar preocupados comigo – os outros estão te esperando na Spiral Hall, vamos para lá logo, é mais seguro do que aqui em cima – ele correu para a passagem que já estava aberta, e eu o segui. Logo que esta se fechou fomos apressados para lá.

Mesmo dentro do túnel, podia-se ouvir claramente os barulhos da guerra que acontecia acima. Tiros, pessoas gritando, e todo o tipo de barulho que você pode imaginar. Aquilo tudo dava muito medo.

A partir da metade do túnel, já não havia mais barulho, o que era bom. Dan disse-me que não tinha como eles acharem a Spiral Hall e nossos campos de treinamento, porque tudo ali estava protegido com uma magia poderosa. Assim espero.

Chegamos rapidamente ao alojamento, e antes que pudesse olhar ao redor Mary pulou em cima de mim, me abraçando. Caleb estava sentado no sofá, olhando para mim, mas claramente estivera muito preocupado.

– Katlyn! Que bom que você está bem! – ela olhou para mim, com os olhos cheios de lágrimas de preocupação – você demorou, e está acontecendo uma guerra, nós pensamos...

– Calma, calma – eu disse, a abraçando de volta – eu estou bem, não precisa se preocupar mais.

– Então, já que vimos que você está bem – Caleb levantou-se e veio em minha direção, sério – O que você descobriu?

Olhei para o chão. Não sabia como dizer tudo o que havia descoberto somente naquela minha ida a casa de Alice. Eu mesma não tinha compreendido tudo, e não poderia simplesmente chegar para eles e falar “Ah, eu descobri que Alice é minha meia-irmã, o homem pássaro chamado Miguel veio falar comigo e disse que Alice está sem alma”. Não era fácil, mas eu tinha que arranjar forças para dizer tudo aquilo, de um jeito ou de outro, se não...

– Ai ai, onde estou?

Todos nós nos viramos bruscamente e nos deparamos com Nathale na porta da enfermaria, passando a mão no rosto como se estivesse acordado ainda com muito sono. Ainda era estranho para mim, mas sua pele estava muito mais clara do que antes, e quando ela bocejou pude ver claramente suas presas. Assim que abriu os olhos, me encarou. Seus olhos agora estavam vermelhos como sangue, e ficou confusa assim que viu todos nós. Olhou sua pele, passou o dedo nos dentes, e ficou ainda mais confusa.

– O que diabos aconteceu? – ela disse, olhando diretamente para mim. Ainda não podia encará-la, foi por minha culpa que agora ela estava assim. E ainda tinha que falar sobre Alice. Minha vida se complica mais a cada dia.



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Notas finais do capítulo

Espero que dessa vez não me ignorem e mandem ao menos um review, por favor. :c
Até o próximo



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