Caminhando nas Sombras escrita por Carol Campos


Capítulo 15
Teste




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/93199/chapter/15

– Ok, agora vamos começar com o teste. – disse a professora de ciências, na qual eu ainda não decorei o nome. Quem manda ter um nome estrangeiro cheio de ‘i’ e ‘a’? Nada contra, o meu algumas pessoas não sabem dizer, mas né, por favor.

Geralmente eu tinha grande facilidade em Ciências quando tinha uma vida quase ‘normal’, mas essas matérias que incluíam na Ciência Vampírica, como eu apelidei – todas as matérias eu coloco um ‘vampírica’ na frente – eram meio difíceis de decorar, e um tanto quanto estranhas: Primeira experiência com sangue, tatuagens diversas, transformação de humanos, e várias outras que achei melhor prestar muita atenção, mas o resto eu já tinha estudado tudo.

Quando entrei na classe hoje, todos estavam lendo com bastante atenção seus cadernos e apostilas, claramente preocupados com o teste ‘não mais surpresa’ de Ciências. Quando fui sentar no meu lugar, vi que Alice não estava lá – ela agia estranha desde uns dias atrás, quando fui na casa dela – mas, sim, Caleb. Ele olhava fixamente para o caderno, mas não prestava atenção, estava desenhando nas bordas o máximo que o espaço poderia deixar. Parecia estar meio na dele hoje, pois geralmente fica brincando com os amigos na classe a manhã toda ou chega atrasado – a segunda opção é bem mais freqüente – mas hoje estava bem mais diferente. Pensei que poderia ser por causa do pequeno incidente há algumas semanas atrás, já que faltou quase todos os dias, mas o ignorei e segui, indo me preparar para o teste.

Terminei o teste em tempo récord de 36 minutos, mais ou menos. Enquanto passava a caneta, Caleb terminou a prova – praticamente arremessou a prova na mesa da professora – e saiu. Era ótimo poder sair depois de ter acabado o teste, porque teria quase o dia inteiro para pernambular por aí – e talvez procurar Alice, que sumiu.

Ao sair e ir para o pátio, vi Mary sentada em um dos bancos em baixo das árvores, lendo um livro um tanto quanto grosso – por mais irônico que seja, acho que era Drácula 2000.

– Oi Mary – sentei ao seu lado ao banco. Quando me viu, fechou o livro e pegou a mochila no chão – Conseguiu ir bem no teste? Acho que fui bem

– Talvez, ao menos um 7 tenho que tirar – guardou o livro na mochila, e jogou-a no chão novamente – e aí, você viu Alice esses dias? Ela ta doente ou algo do tipo? Já deve fazer uns 4 dias que não vem ás aulas, e ela nunca foi de faltar tanto.

– Não, ela nem está ficando no dormitório. Na manhã seguinte do dia em que fomos á casa dela, ela falou que ia sair, e nem voltou. Deve estar ficando em casa por algum motivo.

– Estranho. Ela nunca fez isso. – Mary coçou o queixo – eu já tentei ligar, mandar mensagem, mas nada. Temos que procurar ela depois.

– Sim, acho que seria uma boa. – alguém me cutucou por trás. No início tomei um susto, mas depois de ver quem era, já sabia o que viria a seguir – Ah, oi Caleb.

– Posso falar com você um instante? Depois vocês podem voltar a fofocar – ele disse, em tom irônico.

– Não estamos fofocando, Caleb – Mary se defendeu – pode ir lá Kat, depois nos falamos – e saiu.

Fomos mais um pouco dentro da floresta, não muito, só para outras pessoas não ouvirem. Não queria que pensassem que estava fazendo outras ‘coisas’. Mas tinha certeza do que ele iria falar.

– Temos que conversar sobre aquele ‘incidente’ – ele disse, abrindo aspas ao dizer incidente.

Bingo! Ponto para mim.

– Ah, ‘aquilo’ – eu disse, fazendo pose de ‘pouco me interessa’, mas com qualquer resposta para o que ele perguntasse na ponta da língua – eu juro que não irei contar para ninguém, juro mesmo.

– Estranho – ele disse, franzindo o cenho – acho que uma resposta normal seria ‘Humano, vou te morder’

Um a zero pro Caleb, acabei de perder meu ponto.

– Er... sério? Acho que não – disfarcei, meio sem sucesso – Mas, você é mesmo um... humano?

– Não direi detalhes. Ainda não confio plenamente em você para contar tais coisas – nem tentei insistir – mas, saiba que se você contar pra alguém... – e ele saiu.

Quando sai do meio daquele matagal, Mary praticamente voou em cima de mim, morrendo por fofocas.

– O que ele queria? O que ele disse? Foi algo importante? Me diz! – ela me segurava pelos ombros, balançando de leve, mas me encarando continuamente.

– Mary, primeiro: respira. Segundo: me. Larga. – ela me soltou, nós duas demos umas breves risadas, então eu continuei – não foi nada demais, ele queria explicar por que sumiu do nada no dia do treino de armas invocacionais.

– Hm, ok então – ela pareceu deprimida por um momento, mas logo se recuperou – Vou para o meu dormitório, estou com um sono daqueles. Podemos ir procurar a Alice amanhã, já que é sábado. Tchau.

– Sim, ok, tchau.

Eu estava começando a perceber que meu laço de amizade com a Mary ficava maior a cada dia, o que era bom, porque eu não quero encarar muitos inimigos no meu dia-a-dia, muito menos onde eu não posso escapar, não ao menos sem a professora me der uma suspensão por sair da classe.

Fui para meu dormitório, passei por vários grupos de meninas cochichando e fofocando, como se fosse algum segredo de estado – ou talvez fosse mesmo. Só ignorei e segui.

Enquanto subia a escada, comecei a sentir um cheiro familiar. Um perfume forte, bem doce e marcante, me surpreendi de não ter reconhecido-o logo, estranho. Continuei, literalmente, fungando o cheiro que dava até o corredor do meu dormitório, então, fiquei chocada ao ver quem estava lá. Como não percebi de quem era esse cheiro logo? Fiquei olhando abismada aquela pessoa, cabelos castanhos com mechas loiras, encaracolados, baixa, mexendo constantemente no celular. Quando se virou para mim, foi como se fosse a coisa mais normal do mundo, mas uma coisa estava diferente: aqueles olhos vermelhos e pele pálida não combinavam.

– Oi Kat!

– Mas que diabos... NATHALE?



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. E lembrem-se: Se não ganhar reviews, 3 meses de demora irão ser acrescentados até o cap 16 chegar :kk QQQ



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Caminhando nas Sombras" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.