Caminhando nas Sombras escrita por Carol Campos


Capítulo 14
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Saimos do parque e andamos adiante na rua. Passamos pela entrada da escola, algumas casas e vários e vários parques – nunca vi tantos parques quanto aqui – sempre cheios de pessoas. Uma coisa que percebi é que o clima daqui é sempre o mesmo, parece aqueles dias ensolarados, mas que é escondido pelas nuvens que cobrem todo o céu. Acho que deve ser obra daquela esfera negra que cobre a cidade, já que pelo o que eu sei sobre vampiros, a luz muito forte os incomoda.

Comecei a perceber que saímos da parte da cidade onde haviam as casas normais, e agora só via casas de luxo, todas grandes – como mansões – e com lindas decorações de mármore negro nos quintais da frente, onde haviam também carros de luxo e gramado impecável.

Depois de virar algumas quadras, chegamos a uma rua sem saída, onde tinham várias casas quase iguais as que eu vi antes, mas uma em especial. No final da rua, uma casa no mínimo duas vezes maior que as outras era vista de longe, toda pintada de preto e com detalhes pratas nas portas e janelas, tinha um gramado grande com estátuas feitas de arbustos cortados e uma grande varanda, com mesa e cadeiras de madeira como toda casa do interior, mas parecia muito mas chique.

– Er... Alice, aquela ali é a sua casa? – perguntei á ela, apontando pra mansão que irradiava uma aura negra.

– Por que acha que estamos indo ao final da rua? Claro que aquela é a minha casa – ela respondeu, com um toque de sarcasmo

– Mas ela é meio – pensei antes de falar – grande, não?

– Meu pai é o “prefeito” dessa cidade, mas é também um dos grandes reis dos vampiros. Pensei que soubesse.

– Ah... nem imaginava – Deus, onde estou me metendo?

Enquanto nos aproximávamos, tinha uma sensação estranha, aquela sensação quando acha que alguém está te observando, mas normalmente não é ninguém. Bem, normalmente não se encaixa no meu dicionário.

Ignorei aquela sensação – que ficava cada vez mais intensa enquanto chegávamos mais perto – e tentei parecer normal, mas aquilo realmente estava me incomodando.

Depois de dolorosos minutos, finalmente chegamos á porta da casa de Alice. Agora a sensação estava tão forte que parecia que tinha uma pessoa literalmente me encarando por cima do ombro, mas tentei ignorar mesmo assim e entrei. Ao entrar, chegamos á um corredor pequeno, mas largo, que tinha algumas pinturas nas paredes – estas eram pintadas por um dourado bem claro, quase branco – e um belo tapete vermelho, que levava á uma sala onde deveria ser a sala de visitas.

Logo quando Alice fechou a porta, a sensação estranha desapareceu como mágica, a que parece que aquilo não era só imaginação. Será que alguém nos observava mesmo?

Segui pela casa, sendo guiada pela Alice, Mary foi acompanhando atrás de mim. Alice disse que o pai dela poderia estar fora de casa, ele viajava muito para negócios, mas também poderia estar em casa, então deveríamos procurar por ele.

– Sabe, minha casa é bem grande, vai demorar para acharmos ele se estiver aqui – Alice disse, com uma mão no queixo e uma na cintura – vamos nos separar. Mary, você já conhece a casa, então procure ele por aí. A Kat vai comigo, já que nunca veio aqui. Se encontrar ele, ligue no meu celular.

– Tá, tentarei não me perder – Mary respondeu, as duas riram, e Mary desapareceu no final do corredor.

– Vamos? Temos muito para procurar

– Claro

Alice andava bem rápido, abrindo e fechando as portas rapidamente, e logo seguindo para as próximas portas. Eu tentava acompanhá-la, mas estava difícil, ela tinha anos de experiência em coisas “vampíricas” como andar rápido, eu, só alguns dias.

Enquanto Alice quase revirava a casa, eu olhava distraidamente para as janelas de vez em quando, olhando uma floresta que se estendia ao lado da casa. Como a própria casa, emitia uma aura negra, mas muito mais intensa da que eu vi na casa da Alice.

Depois de alguns minutos – sério, ela estava andando MUITO rápido – a Alice me disse que os cômodos onde o pai poderia estar estavam acabando, então provavelmente ele não estava em casa. Concordei com a cabeça, e continuei a seguindo, mas algo me chamou a atenção perto da entrada da casa, uma mancha negra – como um borrão – passou bem rápido pela entrada, se abaixou, e desapareceu na floresta. Segundos depois ouvi o barulho da campainha.

– Quem será? – Alice disse, acabando de fechar uma porta na qual tinha aberto – vamos lá ver. Vou mandar uma mensagem pra Mary para ela nos encontrar lá em baixo.

– Está bem.

Fomos bem rápido para a entrada da casa, Mary já estava esperando em uma poltrona na sala onde o corredor principal dava.

– Você já viu quem era? Pode ser meu pai – Alice disse para Mary, nem esperando para sentar e indo direto para a porta.Eu a seguia ainda.

– Não. Será que é ele? Não o achei em lugar algum – Mary respondeu, aparecendo do nada ao meu lado.

– Provavelmente.

Alice abriu a porta bem rápido, mas não tinha ninguém lá. A sensação que sentia quando chegamos foi substituída por uma muito pior, de como se algo errado fosse acontecer, algo muito errado. No chão, havia uma caixa, Alice a pegou com uma das mãos e com a outra abriu o embrulho. Dentro, havia uma rosa esculpida em ametista bem negra, e ao lado havia um bilhete. Enquanto eu peguei o bilhete, passei a mão bem perto da rosa, então senti um choque, aquela rosa tinha alguma coisa estranha, mas Alice logo a pegou. O bilhete não havia nada escrito fora, somente o bilhete, escrito em uma letra cursiva bem bonita:

“O caminho da Rosa e da Estrela se cruzaram,

Logo a Rosa perderá sua cor e se tranformará

Em uma flor negra e sem vida.

Poderá-te salvá-la da terrível maldição?”

Não entendi o bilhete, mas poderia desvendá-lo depois. Guardei-o no bolso para pensar melhor depois. Olhei para a Alice, ela fitava a rosa de ametista desde que a pegou, deve ter gostado dela.

– Alice, você ta bem? – eu perguntei, meio preocupada

– Ah – ela saiu do transe, colocando a rosa na caixa e fechando-a – Claro que estou bem. Então, é melhor nós irmos logo, já está ficando de noite. Temos que chegar á escola antes das 19h.

– Isso mesmo. Não quero levar uma advertência por estar fora da escola em horário indevido – Mary adverteu

– Está bem. Vamos – Alice disse, fechando a porta da frente – não podemos nos atrasar – e logo seguiu adiante

Alice estava estranha, além da atitude e palavras frias, estava focando o nada como se estivesse brisando o tempo todo. Isso aconteceu logo depois que ela pegou a rosa, aquela Rosa de Ametista.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenha ficado bom. Eu ja planejei quase toda a história, só falta o final. Review-me minna, reviews me fazem feliz q



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