Anjo da Noite escrita por MsWritter


Capítulo 8
Capítulo 8.Egoísmo (Irritação)


Notas iniciais do capítulo

É contra os meus princípios postar um capítulo antes de ter o próximo pelo menos "estruturado", porque se acontecer qualquer coisa eu prefiro postar 2 em um espaço razoável de tempo a ficar semanas sem dar as caras. Mas hoje é uma exceção daquelas!

Esse capítulo (cujo título original seria "irritação", mas esse já havia sido usado pela Senju e pela Carol em "Carpe noctem"- e eu não ouso sequer cogitar a hipótese de concorrer com esta história)é dedicado especialmente à Carol_xp, porque ela realizou um sonho meu: receber uma recomendação! Então boa leitura e até o próximo!



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Integra estava ridícula e indubitavelmente morrendo de ciúmes de Rose.

Já estava tendo que olhar para cara jovem e clara da moça há duas

semanas, e estava irritada com a presença constante, e óbvia, dela ao lado de Vlad durante o dia todo.

            Bom, óbvia porque, afinal de contas, a moça havia sido contratada para cuidar do rapaz, e era isso que estava fazendo. Mas Integra achava que era demais. Na verdade ela achava que Rose estava se exibindo para Vlad, e delirava em êxtase quando via o rapaz se entreter amplamente com uma interessantíssima folha seca no lugar de observar os seios fartos da mulher sob o decote do uniforme branco.

            A problemática toda começou há cinco dias, quando Vlad definitivamente estava cansado de ficar na cama e resolveu sair para “espairecer”. Fora o fato de ele não poder sair da cama, estar desnutrido, fraco, anêmico, mais pálido que o normal, trêmulo e claramente não ser capaz de se sustentar nas próprias pernas, nada demais. A questão é que ele simplesmente sumiu. Saiu sem avisar nem Scott, nem Celas e muito menos Integra.

            Pronto, estava feito o inferno. Porque Integra sentiu-se profundamente traída por não ter sido comunicada por seu “convidado”.

            Bom, ela estava sendo complacente com ele o tempo todo, e demonstrava uma ternura em seus gestos que lhe era tão estranha que ela mesma se pegava a olhar-se no espelho depois de fazê-los, tentando ver se descobria outra pessoa lá dentro. E o pior é que às vezes achava que sim, e não sabia quem era o estranho de cabelo platinado, olho azul e tapa olho à sua frente. Mas nada mudava o fato de, no fundo, ela ainda querer mandar nele como toda boa mulher apaixo... digo, toda mestra ordena seu servo, afinal, tinha feito o que quisesse com Alucard durante dez anos, e velhos hábitos não são perdidos assim tão fácil. Mas ela até estava se controlando, afinal, Vlad nem sequer sabia o que poderia ser um “Alucard”, e Integra tão pouco fez questão de explicar.

            Não que ela não tenha tentado. O fato é que demorou um tempo absurdamente ridículo para que ela fosse capaz de fazer com que Vlad entendesse que aquelas coisas que tinham virado purpurina quando ele as perfurou eram, na verdade, terríveis criaturas da noite, e que a organização toda tinha sido criada para proteger a Inglaterra daquelas coisas. Que aquelas criaturas eram absurdamente fortes e cruéis, e como se reproduziam. Que apenas um virgem poderia ser transformado nelas de forma “natural”, e que ultimamente uma certa organização estava criando “freaks”, ou seja, vampiros artificiais. Que Celas era uma verdadeira nosferatu que tinha o sangue misturado por um outro vampiro que trabalhava na Hellsing mas tinha desaparecido depois da guerra. E explicar a guerra, a Milenium, a Scariotes, os problemas, um monte de coisas completamente impossíveis até chegar na invasão que tinha acontecido naquela noite, e o fato dos invasores serem alguns desertores da Milenium que agora procuravam vingança. Ufa!

            E o pior é que Vlad tinha entendido tudo em dez minutos. Mas Integra não se deu por satisfeita enquanto não explicou tudo de novo, com cada vez mais detalhes, umas dez vezes, até se dar por vencida e aceitar que a falta de reação de Vlad não era porque ele não havia entendido, e sim porque estava achando aquilo tudo normal. Ficou horas em desolação até que Vlad lhe perguntou se aquelas coisas só atacavam à noite. Ela sorriu triunfante e disse que sim, que a maioria dos vampiros, principalmente os artificiais, eram sensíveis ao sol. Estava começando a se animar quando Vlad soltou um maçante “entendo” e começou a observar como a costura da ponta de seu cobertor era feita.

            Que coisa mais irritante!

            Bom, nada disso vem ao caso. A questão era que Vlad tinha sumido cinco dias atrás. Eles procuraram por horas, feito um bando de retardados, até que o rapaz reapareceu, acompanhado de Rose. Foi só ai que perceberam que Rose tinha sumido também.

            O fato de uma enfermeira ter levado seu paciente para tomar ar fresco em uma cadeira de rodas seria absolutamente normal se o ponto de vista que realmente importasse para a loira não fosse o dela mesmo.

            E lá estava ela, em seu escritório, fumando compulsivamente enquanto observava Vlad e Rose pela janela. A enfermeira de cabelos impecavelmente bem cuidados, longos e lisos estava com a mão sobre o ombro saudável do rapaz, claramente observando a nuca de Vlad. Bom, nem tão claramente assim, mas Integra deduziu que fosse isso porque o rapaz estava sentado na cadeira de rodas, então não tinha muito o que se olhar lá atrás. E ele, bom, estava amplamente entretido com um passarinho que pulava no chão, muito perto da roda da cadeira.

            Pronto, Integra estava ao mesmo tempo irritadíssima com a proximidade dos dois e a intimidade de Rose a tocá-lo, e em um absurdo deleite ao reparar que ele não estava muito atento à presença da enfermeira.

            Apagou o cigarro em um cinzeiro de vidro próximo à janela, passou as mãos pelos cabelos e começou a se sentir ridícula por não estar trabalhando para ficar ali, tendo aqueles pensamentos tão confusos e infantis.

Sentou-se à mesa e começou a rabiscar aleatoriamente em uma folha de papel. Parece que não era dia.

Quando a folha em que escrevia já estava cheia o suficiente, resolveu (tentar) se concentrar no trabalho que tinha pela frente. Mexeu em alguns papéis e encontrou um envelope fino, delicado, com o brasão da família real gravado em cera como selo. Abriu com cuidado, o que será que podia ser que teria sido enviado por carta invés de ser comunicado diretamente? Bom, diretamente vírgula, uma vez que geralmente a rainha mandava chamar, mas e a carta?

Retirou o papel do envelope, e com os dedos um pouco trêmulos o desdobrou para ler seu conteúdo. A caligrafia tão bem feita da Rainha sempre impressionou Integra, que apesar de não ter uma letra feia, nunca teve muita paciência para ficar desenhando as letras. Sempre admirou isso nas outras pessoas, e a Rainha claramente tinha muita paciência. Pensando nisso, conhecia apenas outra caligrafia tão bem desenhada quanto à dela. Na verdade muito melhor: a de Alucard.

Porque o conde não caprichava, não refazia nada e nem parecia prestar muita atenção no que fazia. Simplesmente escrevia uma palavra ou outra, aleatoriamente, e ainda sim sua letra era impecável. Integra nunca soube bem se o fato a irritava ou a encantava.

Respirou profundamente, lembrando-se de que isso não importava mais. Leu a carta. Era um convite. Na verdade era um comunicado, uma convocação. Haveria um baile real. E Integra era a “convidada de honra”. Mas que merda! De novo a Rainha tentando se meter na vida dela? Desde o fim da guerra já era o quarto baile que a Rainha providenciava e Integra já estava começando a suspeitar que o motivo disso era o desaparecimento do vampiro.

Pelo menos a Rainha só estava a forçando a se socializar e conhecer as pessoas e não a oficialmente arrumar um pretendente, mas... não muda o fato de que isso acabaria sendo inevitável. Droga droga droga! Merda merda merda! Era só o que faltava!

Após ter um ataque na mesa, se debatendo na cadeira e batendo os pulsos na superfície de madeira, em uma perfeita imagem de uma garotinha muito mimada esperneando, respirou fundo umas dez vezes, tentando retomar o equilíbrio emocional, e se contentou a ficar de EXTREMO mau humor o resto do dia. Aquele inferno só seria dali uns 40 dias, então não havia motivo para aquilo àquela hora. MAS QUE MALDITA MULHER INFERNAL ERA A RAINHA!


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Notas finais do capítulo

Peço perdão se a situação de "baile" parecer meio clichê, mas vou me esforçar para que o evento seja interessante!
Se alguém se ofendeu com a Integra fazendo birra, bom, ela acordou muito egopista naquele dia, e foi só uma recaída muito rápida e sutil, ELA AINDA É A INTEGRA!
Fora isso, claro, não poderia deixar de agradecer à todos os reviews maravilhosos que tenho recebido, e que ao mesmo tempo me motivam a continuar e a tentar me aprimorar cada vez mais também fazem meu coração apertar de apreensão com a obrigação de manter o padrão apontado para a história!
Ah sim, como de praxe, aproveitem a oportunidade de fazer a boa ação do dia! Acumulem méritos! Deixem reviews! rsrsrsr!



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