Anjo da Noite escrita por MsWritter


Capítulo 54
Capítulo 54. Traição


Notas iniciais do capítulo

The Beatles's "for no one".

Capítulo de hoje dedicado a Mandy, muito, muito obrigada pela 9ª recomendação, e desculpe-me a demora.


Obs: Até aqui, as falas dos personagens em outra lingua não eram realmente importantes. Agoras elas são. Quando Vlad e Ella conversarem em romeno, vou colocar as palavras em itálico.



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Your day breaks, your mind aches,

You find that all her words of kindness linger on,

When she no longer needs you.

She wakes up, she makes up,

She takes her time and doesn't feel she has to hurry,

She no longer needs you.

 

And in her eyes you see nothing,

 

No sign of love behind the tears cried for no one,

A love that should have lasted years.

 

Quando acordou naquela manhã fria de janeiro, já desperta apesar das poucas horas de sono, seu primeiro pensamento não foi se vestir. Antes de se perceber nua e cobrir-se com seu vestido, delicadamente retirado na noite passada, levantou-se da cama e fechou as cortinas, impedindo que os mesmos raios de sol que a acordaram incomodassem o homem que dormia na cama que acabara de deixar.

 

Apesar da pele fria e do corpo sem pulso, ela sabia que ele tinha necessidades. Necessidades que não estavam sendo atendidas. Necessidades que ela, aos poucos, estava tentando suprir. Porque podia ser sangue o que garantia os movimentos de seu corpo morto, mas no fundo ele precisava de motivos para seguir em frente.

Motivos que ele não reconhecia mais.

Vlad há algum tempo já não mais caçava. Durante meses ela o observou ao longe, sentado em sua poltrona, com a pele esbranquiçada ficando cada dia mais seca, cada dia mais enrugada. Os cabelos longos já estavam assumindo um tom amarelado que muito a incomodava.

Vlad já quase não tinha forças para se mover quando Mihaella traçou um limite e decidiu que algumas coisas não podiam continuar daquela forma. Apesar de já ter matado antes, Mihaella não sabia caçar e nem tinha sangue frio o suficiente para isso. Mas amava, e o amor é um motivador poderoso, que embaralha os princípios de quem ama.

E então, uma noite, Mihaella saiu de seus aposentos com um longo vestido vermelho, com o decote um pouco frouxo e o espartilho mais apertado que o normal. Com seu marido morto há mais de cinquenta anos, ela estava desconfortável e receosa, mas tinha motivos por trás de suas ações. Em poucos minutos, sem nenhum esforço, um jovem nobre tentou chamar sua atenção. Estava um pouco bêbado, e sua maneira e roupas indicavam que ela não era, nem de perto, a primeira mulher de sua vida, provavelmente nem a primeira mulher daquela noite. Mas teria que servir. Ela não tinha mais esperanças.

Poucas palavras, algumas partes do corpo (dela) expostas e muitas carícias depois, estavam princesa e boêmio adentrando os aposentos dela. Mihaella sabia que o cheiro de suor, álcool e excitação que emanavam do rapaz incomodaria àquele que amava, mas pelo menos também chamaria sua atenção.

E, de fato, o cheiro de medo e nojo que emanava de seus próprios poros o fez se levantar da poltrona pela primeira vez naquela semana.

O jovem não sobreviveu àquele encontro, mas o vampiro nada comeu e continuou a definhar.

Foi quando os fios do cabelo dele começaram a se tornar brancos que ela decidiu que não havia outra saída. Com seu punhal de prata, única lembrança material que ainda possuía da época em que sua família reinava a Valáquia, fez um pequeno corte em sua própria garganta. O sangue jorrado manchou suas roupas e ela tinha certeza que o cheiro o atrairia. Mas seu corpo morto já não tinha forças.

Mihaella despiu-se então da parte de cima de seu vestido e ajoelhou-se em frente ao vampiro. Pegou a cabeça dele por entre as suas mãos da forma mais delicada que pode, fazendo com que os lábios ressequidos do vampiro pousassem sobre o filete de sangue que escorria de sua pele impura, mas viva.

O movimento foi sutil, mas aos poucos seus lábios começaram a se mover, sugando o sangue que lhe era oferecido. As mãos frias subiram até seu pescoço, mantendo-a ali, como que temendo que ela fugisse. O toque permaneceu suave até que ela lhe implorou para que mordesse e se alimentasse devidamente.

Seu toque se tornou mais agressivo e assim ele o fez. Naquela noite, eles se tocaram intimamente pela primeira vez, e exausto o vampiro adormeceu. Também a primeira manhã de sono em muitas semanas.

E foi na tentativa de permitir que Vlad deixasse o sangue consumido restaurar suas forças que Mihaella fechou as pesadas cortinas. Há anos os raios de sol não mais o feriam, mas ela sabia que eles ainda eram um incômodo para seus olhos preparados para enxergar a noite e a pele sempre pálida.

Quando ele acordou, ela estava a seu lado, com o punhal de prata sendo depositado em suas mãos mortas.

Afinal, ela permitiria que ele decidisse o corte. Se assim desejasse, é claro.

 

Quando Ella abriu seus olhos verdes, após adormecer acariciando os cabelos de Vlad, percebeu que o homem em seu colo havia parado de tremer e que a respiração, embora ainda turbulenta, estava um pouco mais ritmada.

 

Fechou os olhos por alguns segundos, lembrando-se da vampira-policial que ficou parada quase meia hora na porta do quarto antes de decidir sair para algum lugar.

Entre se decidir por chamar uma enfermeira (Vlad estava resporando. O sedativo parecia não fazer mais efeito. Melhor retirar o tubo? Um banho também certamente o deixaria mais confortável), procurar a policial e ficar na cama sentindo o coração de Vlad bater por baixo da palma de sua mão, o estômago dela começou a fazer grunhidos altos e assim ela decidiu que o melhor a fazer era se levantar e resolver todos os problemas anteriormente ponderados.

E assim ela o fez. Chamou uma enfermeira, que concordou com a questão do tubo e do banho e saiu do quarto para procurar seu desjejum, apenas para encontrar Celas no corredor.

— Sangue misturado pelo próprio Vlad. São poucos os que recebem este privilégio. - Ella murmurou, estendendo a mão para a policial. - Ella Basarab.

— Celas Victória. - A vampira respondeu, sem aceitar a mão que lhe era oferecida.

Ella sorriu, recolhendo a mão para perto de seu corpo. Celas ergueu uma sobrancelha, desafiando a moça a insistir em ser educada.

— Vlad jamais criou um imortal sem um propósito. Confio nele e por isso, confio em você. - Ella disse, ainda sorrindo.

E embora Celas confiasse na estranha pelo mesmo motivo, porque Vlad confiava nela, havia algo dentro de seu coração feminino que exigia espaço, exigia respostas:

— Imagino que muito dos monstros que hoje caço, tenham nascido pela mistura de sangue que mencionou, não?

Ao perceber a expressão levemente surpresa da moça, a vampira continuou:

— O que me leva a perguntar, como posso ter certeza que posso confiar em você?

Ella sorriu.

— Vlad é provavelmente o mais antigo, mas não foi o único. Outros vieram. E muitos foram criados sem propósito. Então me pergunto, qual o motivo que permeia o seu caso?

E com aquilo, Ella seguiu seu caminho pelo corredor, procurar algo para comer e uma xícara de café. Ela realmente queria estar por perto quando Vlad abrisse os olhos. Depois de tantos séculos imaginando olhos de lobo por trás dos olhos vermelhos do vampiro, o pouco do que ela viu lhe indicava que Vlad teria os mais belos olhos verdes que ela já havia visto.

 

Em seu quarto, em sua mansão, Integra estava rodeada por cigarros inacabados, com sua garrafa já no fim de whisky e seu copo quase vazio, que levou aos lábios para sugar o líquido âmbar.

 

Ela não entendia o peso que se formara em seu peito, então tentava, em vão, dissolvê-lo em álcool.

Desde que se Integra se conhece por gente, há duas constantes em sua vida: exclusividade e traição.

Quando era ainda muito pequena, Integra tinha seu pai só para si. Não, isso não era uma coisa boa. Integra tinha seu pai só para si porque sua mãe já havia falecido e seus outros parentes não eram próximos. E enquanto seu pai dedicava sua atenção para sua pequena e frágil filha orfã, o descaso para com a organização fazia com que a loucura e ambição no peito de seu tio crescessem. E assim se fez a primeira traição de sua vida.

E então, Walter. Walter que vivia apenas para servi-la, Walter que a traiu no momento em que ela mais precisou.

Alucard era um caso curioso. Alucard era exclusivamente seu por um selo maldito, mas a mente insana do vampiro era essencialmente livre. E Integra passou toda a vida esperando a traição do vampiro. Traição que ele não podia cometer enquanto estivesse com o selo. Traição que veio no momento em que o selo se quebrou. Traição à ordem de sua antiga mestra. Integra ordenou que ele não se fosse, mas Alucard se deixou findar durante a guerra.

Com a morte de Alucard, Celas acabou sendo também sua serva. E enquanto lhe devia obediência exclusiva, Integra via a traição nos olhos da vampira, toda vez que ela se postava entre sua mestra e Vlad.

Vlad. Vlad que só conhecia a Integra nesta era, Vlad cujo único apoio era ela. Vlad que dedicava sua atenção exclusivamente a ela. Vlad que a traiu sendo insensível quando ela tentou se abrir. Vlad que traiu todas as promessas que fez a ela quando teve a chance. Vlad que lhe prometeu esperar dela apenas o que ela pudesse oferecer, mas lhe cobrou reciprocidade. Lhe cobrou em igual medida um amor que ela nunca pediu, um amor pelo qual ela não podia assumir a responsabilidade.

Baron foi uma distração, um erro a que ela incorreria por puro masoquismo e culpa de sua alma. Aquele sentimento burro que todos tem de que se é para se arruinar, que farão isso por vontade e se esbaldarão no processo. Porque Baron não lhe era exclusivo, Baron não lhe trairia. Não é?

E assim, Vlad e sua traição acabaram esquecidos. Era tão mais fácil esquecer afinal. Vlad que só conhecia a ela, que após perceber que o amor que tão desesperadamente lhe cobrava (lhe cobrava com o olhar, com os gestos, com a pele) não podia ser verdadeiro, aceitaria as coisas como elas são, e Integra mais uma vez viveria o que conhece: exclusividade e traição.

Mas Vlad não lhe era exclusivo tampouco. E pela primeira vez em toda sua vida, Integra percebeu que a atenção de uma pessoa não lhe era garantida.

E embora essa fosse uma verdade que há muito estava latente em sua consciência, apenas ao ver os olhos verdes e os toques gentis, Integra realmente percebeu que o que levava à traição não era a exclusividade, mas que nela faltava alguma coisa, e que isso fazia com que aqueles ao seu redor, inevitavelmente, a odiassem. Desejassem machucá-la.

E agora, Integra não mais tinha sua organização (não com todas suas tropas de origem militar, não sem sua mais letal arma), não sua vida, não mais amigos (já teve algum?), não tinha mais nada.

Então, quando recebeu um telefonema da vampira, lhe dizendo que a febre de Vlad havia baixado, Integra nada fez além de continuar a fumar. E continuou escondida em sua mansão pelos dias seguintes, enquanto Celas lhe reportava pequenos acontecimentos no hospital e prognósticos médicos.

E quando Vlad finalmente conseguiu ficar mais do que quinze minutos acordado, dias depois, Integra foi até o hospital.

 

Quando Vlad abriu os olhos naquela manhã, seus pensamentos estavam menos confusos que das demais vezes. Ele não sabia onde estava, mas sabia quem era e em que época estava, e isso lhe pareceu o suficiente.

 

E então alguém segurou sua mão e lhe disse que estava tudo bem, que o pior já havia passado. Um copo de água lhe foi oferecido e sem suspeitas ele bebeu. E depois, muito depois de saber que estava doente, depois de ter seu travesseiro afofado e de arrumarem os cobertores em torno de seu ombro, só depois de ser assegurado que sua respiração estava normal mas que seu peito ainda doeria por alguns dias, Vlad se permitiu olhar para os ocupantes de seu quarto. Olhar para as duas enfermeiras que deixavam o aposento, ver a vampira sentada em uma cadeira ao longe, dormindo sob os fracos raios da manhã e perceber uma figura frágil ainda segurando sua mão. A imagem de um coelho albino lhe veio à mente e assim por acaso ele murmurou o que em sua lingua significava "coelhinha", esquecendo-se que aquilo seria mal interpretado nesta época.

Mas sob o nome de iepuroaică, a moça sorriu e lhe disse, com um sotaque já há muito esquecido, em sua lingua natal:

Há muitos anos não ouço este apelido, meu senhor.

E se Vlad respondeu no mesmo idioma, ele estava cansado demais para ser responsabilizado.

Eu conheço você?— Foi a pergunta que ele fez, em um sussurro. Tudo que seu peito dolorido permitia.

Talvez.

E você me conhece?

Não mais. Mas estou disposta a conhecê-lo mais uma vez. Se assim me permitir.

Por que?

Porque eu o amei do momento em que abri os olhos, e não é porque os seus mudaram de cor que deixarei de fazê-lo.

Se foi pelos olhos vermelhos que se apaixonou, devo alertá-la não foram só a cor, mas o homem que mudou. Alucard não existe mais.

O que é um Alucard? - Foi a pergunta da moça.

E Vlad riu. Riu sem força, em meio a tosse, mas riu. Até que outro copo d'água lhe foi oferecido. E quando terminou de beber o líquido, foi para ouvir a moça murmurar em seus ouvidos que enquanto ela passou séculos imaginando a cor de seus olhos antes que eles se tornassem vermelhos, ela estava feliz em descobrir que seus olhos não carregavam uma única cor.

O que...

Heterocromia parcial. Uma íris âmbar, salpicada de dourado, marrom e cinza, com seção verde, salpicada pelas mesmas cores. Dão uma forte impressão de serem amarelos, mas quando se olha com atenção, com carinho, é possível ver os outros tons. Sabia que seu olho esquerdo é um pouco mais claro que o direito?

E Vlad, surpreso em ter alguém olhando tão profundamente para si pela primeira vez em sua vida, nada conseguiu dizer. Não, ele não sabia de nada disso sobre seus olhos, porque ninguém nunca tinha percebido. Sua irmã era fraca e doentia desde que ele nasceu, estava ocupada demais com suas próprias dores para perceber. Seu pai e irmão não perderiam tempo com isso e sua mãe se importava tão pouco com ele que Vlad estava feliz em ela saber seu nome. Doamnei o amava, mas era tão tímida perto dele que não sustentava o olhar por tempo o suficiente, não de tão perto, pelo menos.

Os olhos noturnos de Celas quase não distinguiam cores e o olho miope de Integra seria um grande empecilho, se a loira tivesse alguma vez se importado o suficiente para tentar.

O próprio Vlad evitava se olhar no espelho tempo o suficiente para perceber.

E se seus olhos marejaram e aquilo fez a moça a sua frente sorrir, tudo bem, porque a moça simplesmente lhe disse que seus olhos estavam esverdeados.

Eu não sei quem é você, mas senti sua falta.

— Eu também senti a sua, Vlad.

— Mihaella...

E assim a moça o abraçou, tomando cuidado para não deslocar o IV em seu braço.

Este é outro nome que não ouço há muitos anos.

E Vlad não sabia porque sabia o nome daquela moça, nem porque ela o fazia se sentir em casa, mas aquilo não importava naquele momento.

E nem nos dez minutos restantes, até que Mihaella se levantou, depositou um beijo em sua testa e lhe pediu para que descansasse. Que ela tinha coisas a endireitar e que voltaria em algumas horas.

E assim a moça se foi pela porta, deixando Vlad no quarto, com uma Celas adormecida que não lhe era escudo suficiente para quando Integra, uma hora depois, entrou pela porta e se sentou na cadeira agora desocupada, sem nada dizer.

— Como está o coronel?

— Inteiro. - Foi a resposta seca que ela deu.

Vlad ponderou se por inteiro ela quis dizer mais que fisicamente, mas não teve coragem de perguntar. Esperou por um "e você?" vindo dela, mas a pergunta não veio, então ele também nada revelou sobre seu estado físico ou emocional.

Após dez minutos de silêncio, Vlad voltou a falar:

— Então, Milady e o coronel...

— Você quer mesmo saber Vlad?

E então o silêncio se fez mais uma vez. Vlad porque não, ele não queria ouvir de Integra que ela estava feliz com o coronel Baron, que era inteiro, e Integra porque não queria dizer para Vlad como o coronel a tinha rejeitado, não agora que ele tinha uma ex atirada a seus pés, não agora que ele não precisava mais dela. Dois bobos, enganados pelas circunstâncias e por seus próprios pensamentos. Traídos, pela própria crença na traição. Traídos, como sempre foram. Traídos, por si mesmos.

— Se estiver se sentindo bem o suficiente, poderá retornar à mansão amanhã pela manhã. - Foram as últimas palavras que Vlad ouviu de Integra.

— Não pretendo retornar à mansão. - Foram as últimas palavras que Vlad disse para Integra.

E assim a Hellsing se levantou e deixou o quarto, sem olhar para trás, sem derramar uma única lágrima, sem se surpreender com aquelas palavras. Porque já havia aceitado que no momento em que Vlad tivesse uma válvula de escape ele a usaria. Afinal, quem escolheria ficar ao seu lado se houvesse outra opção?

O bater pesado da porta acordou Celas, cuja única reação foi se levantar e se atirar aos pés da cama de Vlad, que segurava a cabeça por entre as mãos.

— Vlad? Você está bem? O que?

— Acabou Celas-san. Acabou.

E Celas não encontrou em si mesma, ou em Pip que continuava a habitar sua alma, forças para dizer para Vlad que aquilo já havia acabado há muito, muito tempo.

 

You want her, you need her,

 

And yet you don't believe her,

When she says her love is dead,

You think she needs you.

 

And in her eyes you see nothing,

 

No sign of love behind the tears cried for no one,

A love that should have lasted years.

You stay home, she goes out,

 

She says that long ago she knew someone but now,

He's gone, she doesn't need him.

Your day breaks, your mind aches,

There will be times when all the things she said will fill your head,

You won't forget her.

 

And in her eyes you see nothing,

 

No sign of love behind the tears cried for no one,

A love that should have lasted years.


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Notas finais do capítulo

...



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