Anjo da Noite escrita por MsWritter


Capítulo 5
Capítulo 5.Apreensão


Notas iniciais do capítulo

E assim terminamos (pq essa frase está no plural?) uma primeira etapa da fic. Espero que gostem! Agradeço imensamente a todos os reviews!

Ah sim, escrevi ouvindo "act of demon or the work of god" do yasushi Ishii, então entendam se estiver meio exagerado...



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Celas ouviu o ranger da espada na parede, pegou sua Halconnen e desceu as escadas tão rápido que escorregou no último degrau e quase se espatifou no chão.

Depois do susto e de se recompor, logicamente, ela continuou andando, rumo à sala de jantar. Ouviu um ruído vindo da escuridão, e se virou para ver o que era, com a arma pronta para atirar assim que o perigo eminente ficasse sob sua mira (ou quase, já que a arma era consideravelmente grande para se ter uma mira).

Até perdeu a compostura quando reparou que o tal “perigo eminente” era na verdade Scott, escondido atrás de um vaso grande que abrigava uma folhagem quase do tamanho de Celas. Ela se questionou se o mordomo não havia arranjado aquele maldito vaso, que não combinava com absolutamente nada na mansão, apenas para ter onde se esconder... Parecia absurdo pensar naquilo, mas por alguma estranha razão ela achava que podia estar certa. E o pior é que estava mesmo.

Ao ouvir outro ruído muito suspeito na sala de jantar, esqueceu-se completamente do mordomo e correu para o cômodo.

Com certeza a cena que viu não era a que esperava encontrar. Bom, não que esperasse ver os dois fazendo um piquenique com os invasores mas...

Vlad estava com uma espada completamente ensangüentada na mão direita, e com a esquerda conduzia Integra a cada movimento que fazia, mantendo-a sempre atrás de si. Era extremamente preciso a cada ataque, sendo que ela já o tinha visto eliminar dois vampiros no meio minuto em que estava ali. Pela quantidade de roupas espalhadas pelo chão, ele já tinha combatido pelo menos mais cinco. E vampiros mesmo, não Ghouls.

Celas encarou a cena, e reparou que o rapaz fazia certo esforço para acertar as criaturas sempre no coração, perdendo várias oportunidades de cortar as cabeças. E nessa alguns vampiros mais ágeis cravavam suas unhas onde alcançavam nele. Já estava com o rosto e braços completamente arranhados. Será que ele não sabia que também funcionava ou tinha algum tipo de fetiche com aquilo? Mas espera... ele estava ficando um pouco mais lento, será que estava ficando meio tonto?

Mais um caiu.

O som de um disparo tirou Celas de seus pensamentos, que aliás, não podia estar tendo naquele momento. Os movimentos a seguir aconteceram tão rápido que apenas Celas foi capaz de acompanhar com os olhos, sem ouvir mais nenhum som. Celas se virou para ver de onde vinha o disparo, e viu ao mesmo tempo o vampiro que o fez desaparecer de onde estava e a bala vindo em sua direção. Virou a cabeça para o lado, ainda acompanhando o projétil com os olhos. Foi quando percebeu a burrice que havia feito. Ela muito provavelmente se recuperaria bem mesmo se acertada, mas a bala continuava sua trajetória rumo aos dois humanos na sala. Esticou o braço tentando colocar a mão no caminho do projétil, mas este escapou por entre seus dedos. Pensou em correr, mas não dava mais tempo. Gritou para que eles desviassem, embora não sendo capaz de ouvir o próprio grito.

Vlad percebeu o perigo da situação, e mesmo sem entender muito bem do que se tratava, empurrou Integra com força. Ela caiu sobre uma cadeira, que se quebrou em um estrondo forte. O próximo som que Celas foi capaz de distinguir foi o da bala atravessando o ombro direito de Vlad. Ainda sendo empurrado pelo impacto de ter sido atingido, viu o vampiro que fez o disparo se aproximar dele e cravar os dentes em seu pescoço. O tintilar da espada ao tocar o chão a fez acordar e tomar alguma atitude.

Correu até lá, e puxou o vampiro pelos cabelos com violência, atirando-o no chão. Deu um soco na cabeça dele, que com certeza o deixou com a mandíbula fraturada, esparramando sangue pelo cômodo. Avançou para onde o viu caindo, decidida a dar outro soco, quando percebeu que ele não estava mais lá. O viu se aproximando perigosamente de Vlad, que se esforçava para se manter em pé, com a mão esquerda sobre o ferimento no pescoço e a direita inanimada pendendo ao lado de seu corpo. Seu ódio pela criatura só cresceu, pois percebeu que na pressa em beber o sangue do rapaz, tinha-lhe dilacerado a carne. Alinhou bem os dedos, deu um impulso e atravessou o coração da criatura, como via seu mestre fazer dois anos atrás. O vampiro sorriu, e antes de se desfazer, disse:

– Vai ter que matar mais um essa noite. Aquele jovem com certeza dará um ótimo ghoul.

Celas ficou claramente irritada com a insinuação, e pisou na cabeça do vampiro antes que ela se desfizesse sozinha.

Olhou para Vlad, e o viu caindo ao chão. Foi então que percebeu Integra se aproximar dele, e o virar de frente para si.

– Aquela coisa... – Ele disse, tentando pronunciar as palavras sem engasgar com o sangue que insistentemente saia de sua boca. – O sangue daquela coisa...

– Se entrou na sua corrente sanguínea vai lhe transformar em um deles. – Integra disse, afastando alguns fios sujos de sangue do rosto dele.

Vlad começou a tossir, claramente tentando respirar após ter se engasgado.

–Vlad-san... – Celas começou, mas não sabia o que dizer. A voz de Vlad inundou o local em seguida:

– Alguém por favor pode cortar meu braço direito? Tenho certeza que ainda não passou do cotovelo.

Integra e Celas arregalaram os olhos em sinal de surpresa. Era uma decisão muito dura e repentina para se tomar naquele momento.

– Vlad-san, você pode não sobreviver... – Celas tentou convencê-lo do contrário, mas Vlad abriu os olhos e gritou:

– SE MEU CORAÇÃO PARAR DE BATER EU QUERO QUE PARE DE VERDADE!

Integra respirou fundo, e ordenou:

– Se cortarmos seu braço fora, vai claramente morrer pela perda de sangue. Celas. Faça um corte acima do cotovelo direito dele, e sugue o sangue contaminado. Cuidado para não se empolgar.

Enquanto Celas processava a informação, percebeu que Integra tinha puxado dois dos guardanapos de pano que estavam sobre a mesa, prendido um no ombro do rapaz com a mão esquerda dele, segurando o peso do corpo com a sua por cima, e pressionava o outro tecido no pescoço de Vlad, tentando controlar a perda de sangue. Celas raspou os dentes no local indicado, abrindo uma ferida nova, e começou a sugar o líquido. Aparentemente o vampiro tinha sujado uma das muitas feridas na mão dele, e ela sabia que o rapaz era capaz de sentir as veias queimarem por onde o sangue contaminado passava.

– Vlad. – Disse Integra, segurando o ferimento com força. – Você tem que se manter acordado.

– Sim, Sir Hellsing. – A resposta saiu em um sussurro, ele já estava fraco demais.

– Vlad. Tente se concentrar em minha voz.

– Sim, Sir Hellsing.

– Conte-me alguma coisa de sua infância. A primeira coisa que vier a sua cabeça.

– Lembro-me de meu pai montando em seu cavalo. Saindo em combate.

– Combate? – Integra estranhou.

– A guerra santa.

Integra se assustou, e no susto acabou esquecendo-se da pressão que exercia no pescoço dele. Um filete de sangue escapou, arrancando um gemido fraco do rapaz, e fazendo Integra se concentrar novamente no ato. Ele já devia estar delirando pela perda se sangue.

– Guerra santa Vlad?

– Sim, contra os turcos.

Integra se esforçava para manter a mesma força no local, sendo que ela mesma já não tinha mais. Será que Celas ainda ia demorar muito?

– Vlad. Em que ano você nasceu?

– 1431.

Integra ficou estática. O quê?

– Vlad... – Ela tentou dizer, com a voz fraca e soluçando, olhando para o lado ao perceber que Celas se levantava, e andava trêmula em direção às masmorras. – Quantos anos têm?

– Vinte e cinco.

– Vlad, já estamos no século XXI.

– Eu sei Sir Hellsing.

Integra tremia. O que estaria acontecendo afinal? Todo aquele sangue escorrendo, a respiração dele ali, claramente falha. Aquele jovem estava morrendo diante dos olhos dela... Não podia ser...

– Sir Hellsing?

Integra sentiu a mão direita de Vlad pousar sobre a sua.

– O que Vlad?

– Na verdade é conde... Conde Dráculea.

Vlad fechou os olhos, e sua mão caiu sem forças no chão. Integra tirou as mãos dele, e se sentou ao lado do corpo. Lágrimas pesadas escaparam em meio aos gritos e soluços, e ela não se moveu enquanto médicos e policiais chamados por Scott adentravam o cômodo. Para alguma coisa aquele inútil tinha que ter servido aquela noite.


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Notas finais do capítulo

Reviews! Vc faz sua boa ação do dia e garante sua estadia no céu!

(e talvez incentivem que o próximo capítulo saia mais rápido!)



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