Capitulo 11 – Desconcertos.      

                Foi um beijo demorado por parte do moreno, cada tentativa de resistência da Uzumaki fora inútil perante a força dele. Não queria admitir, mas já estava começando a gostar do beijo, ele possuia um hálito de menta e quando ele mordiscou seu lábio inferior, teve que se segurar para não revirar os olhos em prazer; não iria dar esse gostinho para ele.                

                - Naruko. – começou a falar mas logo parou recuperando o ar.

                - Neji, você sabe que vou ter que te arrebentar, né? – Perguntou ela igualmente ofegante com um olhar irritado.

                - Talvez. – Sorriu com seu jeito confiante, movendo a garota até o canto do provador, deixando ela presa entre a parede e o espelho. – Antes disso você vai me ouvir. – Soltou a garota. Pela posição em que se encontrava apenas o corpo dele já era o suficiente para prendê-la.

                - Deixa eu sair! – Ordenava ela irritada se debatendo, estava praticamente encolhida com uma tora bloqueando a passagem.

                - Não mesmo. – Seu sorriso ficava cada vez maior, tinha que olhar para baixo, já que a garota estava na altura de seu peito se debatendo para sair. – Você não faz idéia do quanto esta linda.

                - Isso não importa. – Virou a cabeça pra cima encarando os olhos pelorados do moreno, de tão penetrante fez um arrepio correr em sua espinha.

                - Naruko, você é a culpada disso tudo. – Suas palavras provocaram confusão na garota.

                - Como assim? – Perguntou ela, vasculhando sua mente atrás de alguma coisa plausível.

                - Você. – Aproximou seus lábios o suficiente para ela sentir sua respiração em sua face. – Você é culpada por roubar meu coração. – Disse ele por fim com uma voz sedutora.

                - Você não pode tá falando sério. – A respiração dele perto de sua bochecha a estava deixando com certo incômodo, mas não era ruim.

                - Claro que estou. – Ele moveu novamente seus lábios agora até o ouvido esquerdo dela. – Eu te amo, você robou meu coração. – Continuou a usar sua voz sedutora e finalizou mordiscando a orelha da garota.

                Ela precisou morder os lábios para conter um gemido, sua face praticamente queimava. Sim, ela estava constrangida, algo raro de acontecer; suas pernas ficaram trêmulas, seu corpo enfrentava sensações diferentes, e o pior, ela estava começando a gostar.

                - Isso não é possivel. – Era difícil acreditar em suas palavras, e se recusava a olhar em seus olhos para confirmar.                

                - Lembra de nosso primeiro encontro? – Perguntou dando beijos curtos por toda sua face esquerda.

                A garota ficou quieta fechando os olhos buscando no fundo de sua memória:

                Era uma tarde fria e chuvosa, perfeito clima para um velório. O amigo de seu pai havia morrido e por isso o acompanhava, tudo que podia fazer era ficar quieta. Após a cerimônia, todos foram para a casa do irmão do falecido, lá seu pai ficou ao lado dele para passar seu apoio. Sem muito o que fazer, resolveu explorar a casa; então em um jardim encontrou um garoto. Um pouco mais alto que ela, e apesar de não aparentar ser muito mais velho, usava um terno, mas ela pensou por um segundo, devia ter saído do velório, até mesmo ela usava um vestido luxuoso preto para demonstrar seu luto.

                Como estava sozinha, resolveu se aproximar, apesar da aura de poucos amigos que o garoto emanava, não se incomodou, e com um largo sorriso se apresentou.

                - Olá, sou Uzumaki Naruko. – Apesar de seu largo sorriso não ser apropriado, era sincero.

                O garoto não respondeu, apenas se retirou do aposento, o que irritou bastante a loira, não ia admitir ser ignorada e sendo assim o seguiu. E mais uma vez se apresentou.

                - Olá, sou Uzumaki Naruko – Estendou a mão.

                Novamente havia ganhado um gelo em resposta, e o garoto voltou a caminhar deixando a loira para trás. Ela precisou contar mentalmente até dez para não gritar, afinal não queria fazer seu pai passar vergonha mas também não desistiria e foi atrás dele novamente.

                - Olá, eu sou Uzumaki Naruko. – Estendeu a mão e falou com os dentes rangendo, controlando sua raiva.

                Quando percebeu que levaria mais um gelo, segurou a cabeça do garoto, olhando fundo em seus olhos pelorados.

                - Você não vai me ignorar dessa vez! – Ainda rangia os dentes em meio a furia escrita em seu olhar.

                - Por que não vai cuidar de sua vida? – Havia conseguido fazer os lábios dele se moverem, formulando palavras, ainda que sejam palavras frias.

                - AH! finalmente. – Respirou aliviada. – Já estava me perguntando se você é mudo.

                - Isso não é da sua conta. – Respondeu ele ainda sem interesse.

                - Eu quero ser sua amiga. - Estendeu a mão sorrindo.

                - Eu não preciso de sua pena. – Bateu na mão dela recusado com desdém, e logo se virou de costas pondo-se a caminhar.

                Se Naruko tivesse um termômetro medidor de ira, nesse momento ele teria explodido. Sem pensar em mais nada, correu atrás do garoto, quando passou à sua frente, virou encarando seu alvo e correndo novamente a toda velocidade, ergueu o braço esquerdo aplicando uma perfeita guilhotina no pescoço do moreno. Ele caiu de imediato, e antes que pudesse enteder o que estava acontecendo, a loira aplicou um belo chute em seu peito e sentou-se em cima dele segurando seu colar.

                - ESCUTA AQUI,  “SENHOR SOU O CENTRO DO UNIVERSO”! – Ainda gritando, remendou uma voz estranha. -  O MUNDO NÃO GIRA AO SEU REDOR, EU NÃO FIQUEI CORRENDO ESSA CASA TODA POR QUE ESTAVA COM PENA DE VOCÊ. SE ERA PRA TER PENA DE ALGUÉM... – Ela respirou fundo olhando no fundo dos olhos pelorados dele. – Eu teria do seu pai que está morto e tem que observar um filho patético desse que não para de se remoer.

                Ela sabia que o amigo do seu pai tinha um filho, e como não encontrou mais nenhum outro garoto na casa, deduziu que era ele. Assim que se acalmou, levantou, mas seu olhar ainda era feroz.

                - Se levante. – Ordenou ela.

                - Sim. – O garoto obedeceu rapidamente, ficando de pé.

                - Meu nome é Uzumaki Naruko. – Novamente ela estendia sua mão.

                - Hyuga Neji. – Apesar de ainda atordoado, dessa vez ele aceitou.

                - Não foi difícil. – Como recompensa, deu um sorriso gentil.- Tenha mais confiança, afinal, você é um homem não é? – Seu olhar já estava bem mais sereno.

                Ao notar que alguns adultos se aproximavam, provavelmente pelo escândalo que ela havia causado, tratou de correr. Porém, não percebeu que sua imagem ainda estava gravada nas pupilas albinas do moreno.

                - Se lembrou? – Perguntou ele, após abrir o feche do casaco dela, aproveitando o momento de distração. – Vou te mostrar que agora eu sou um “Homem”.

                - Lembrei. Mas... ei.- Parou de falar ao notar seu casaco aberto, rapidamente tentou fechar.

                - Não tão rapido. –  Ele pressionou seu corpo contra ela, fazendo assim um contato de sua masculindade no abdômen da garota.

                - Isso... - Ela tentava formular alguma coisa, mas seu olhos arregalados ao olhar para baixo, misturado ao constragimento não deixavam se concentrar direito.

                - Ainda não te fizeram mulher? – Perguntou próximo ao seu ouvido. As reações dela não passavam despercebidas ao rapaz.

                - Isso não é da sua conta. – Apesar da face totalmente vermelha juntou coragem para encarar seus olhos. – Eu amo Sasuke. – Finalmente dissera de forma decidida.

                - Isso não é problema. – Novamente as palavras dele a desconcertara numa linda confusão. Ele aproveitou para se afastar, usando as mãos para acariciar seu corpo.

                - Eu não entendo mais nada do que você está dizendo. – Tentou segurar as mãos dele, mas cada vez que ele tocava sua pele sentia as forças se esvaziar.

                - É simples, Naruko. – Com a mão ergueu seu queixo forçando a troca de olhares; ele podia notar a confunsão e o medo em suas safiras azuis que chamava de olhos.- Eu vou te ensinar a me amar.

                Mordeu de leve o labio inferior dela. Suas mãos voltaram às caricias, a esquerda percorria sua coxa e a direita a parte superior do corpo, penetrando pelo sutil laranja que ela trajava.  Quando ela fechou os olhos parando de resistir, ele ficou mais ousado, levando sua mão esquerda até a intimidade dela, tocando por cima da calcinha. Isso arrancou um gemido da loira, num reflexo tentou fechar as pernas, mas isso só serviu para aumentar o contato. Não resistia por falta de vontade, seu corpo não possuía mais força para disputar com o Hyuga.

                - Eu vou te ensinar com calma e paciência. – Ele continuou a falar com sua voz sedutora enquanto depositava beijos no pescoço e ombro esquerdo da garota. - E cada vez que você tiver dúvidas, vou voltar e começar tudo novamente. – Após a última frase, voltou a beijar os lábios rosados dela.

                - E quando você vai parar? – Perguntou ela com uma voz trêmula, resultado das caricias dele, especialmente em seu íntimo. Conseguia sentir perfeitamente o toque dele pelo fino tecido que os separava.    

                - Quando você não tiver mais nenhuma dúvida. – Fez uma pausa para beijar a testa da  loira. -   E me amar completamente como homem.

                Dessa vez não havia nenhuma resistência quando sua língua pediu passagem na boca dela. Ela não queria admitir mas ele sabia o que estava fazendo. Uma quentura incomum percorria seu corpo, sentia seu íntimo arder, sentia que já teria ido ao chão muito tempo atrás se não estivesse em tal posição, e por mais que fosse forte não conseguia lutar contra ele, havia algo que drenava sua força, entorpecia seus sentidos, e a fazia querer mais? Ela não podia estar querendo isso. Não era possivel, assim ela pensava, mas seu corpo não mentia.           

                - Eu. – Quando tentou falar, sentiu as lágrimas virem aos olhos, sabia que o que estava fazendo era errado, porém o mais errado era o que estava começando a sentir.

                - Senhor, tem algum problema? Está precisando de ajuda?- Uma funcionária da loja chama atenção dos jovens do lado de fora do provador.

                - Não, está tudo bem. – Após ser interrompido, Neji solta a loira, que desaba no chão, parecia um filhote, e ele apenas sorria.

                Após vestir a roupa, ele saiu primeiro. Já ela precisou de algum tempo para se recompor, ainda tinha o cheiro dele em seu corpo e suas pernas estavam bambas. Quando olhou sua aparência no espelho, quase teve um ataque. De presente, o Hyuga havia deixado chupões em seu pescoço, ombro e até mesmo um próximo aos seios. Seu rosto corou de imediato e se perguntava quando que ele fizera isso. Suspirou cansada fechando o casaco e soltando o cabelo, penteou de uma forma onde alguns cachos ficavam para frente e assim conseguiu tampar o pescoço. Ela definitivamente daria uma surra no Hyuga. Decidida, saiu do provador.

                - Foi uma pena o interrompimento. – Comentou Neji, que esperava a loira do lado de fora, encostado no provador. – Vamos ter que continuar nossa aula uma outra hora. – Ele nem se dava o trabalho de olhar a garota, algo em sua mão esquerda era muito mais interessante, pois não parava de mexer os dedos.

                - Olha aqui, Neji. – Ela começou brava, mas quando parou para prestar atenção na mão do garoto, percebeu um líquido, um pouco gosmento talvez, logo sua mente associou os fatos e seu rosto corou. – Não é possivel. – Recuou três passos olhando para os lados e, ao constatar que não havia mais ninguém por perto, levou sua mão para debaixo da saia, tocando seu íntimo.

                - Quem sabe na proxima eu possa apagar o fogo que deixei. – Sorriu de forma vitoriosa o moreno, deixando uma loira tomate para trás, indo até o caixa.