Um Verão Inesquecível escrita por GiullieneChan


Capítulo 6
Capítulo 5




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-ISSO É PERFEITO!

A voz de Lucy exaltada, seguida pelas cortinas sendo abertas em seu quarto fez Kamus acordar abruptamente, sentando-se na cama, como se um exército inimigo invadisse seus aposentos.

-O QUE?-Ele exclamou, assustado, gemendo em seguida pela dor de cabeça provocada pela ressaca.-Oohhh...Lucy! Onde estão seus modos?

-Do que fala meu irmão?-abrindo as últimas cortinas, exaltada por alguma coisa.-Tenho notícias tão divertidas!

-Me refiro a entrar desta maneira nos aposentos de um homem!-neste momento ele notou que ainda usava as roupas da noite passada, totalmente amarrotadas.

-É meu irmão. Isso não deveria ter relevância. Anda!-batia palmas, dando-lhe ordens.-Levante-se desta cama! Vamos tomar o desjejum e nos prepararmos. Há tanto a ser planejado!

-Em nome da Rainha...Lucy Anne Jean Baptiste du Chevalier e Widclife!-exaltou a voz, fazendo a moça o encarar espantada.-Pare de saltitar e me diga logo os motivos de tanto barulho!-suspira, deitando na cama.-Para que saia e me deixe com minha dor de cabeça em paz...

-Ora meu irmão.-Lucy coloca as mãos na cintura.-Que mal humor! Bem, lembra que a vovó disse que não queria comemorar seu aniversário este ano? E como isso me deixou entristecida?

-Lembro...-Lucy sempre se entristecia se não pudesse ir a alguma festa.

-Ela mudou de idéia!-batendo palmas entusiasmada, fazendo Kamus esconder o rosto com o lençol, mas que foi puxado logo em seguida pela irmã.-Mas ela disse que não quer um baile exuberante, e sim algo mais familiar.

-Ótimo! Sem bailes com moças casamenteiras!-animou-se e saiu da cama para lavar o rosto.

-Ela quer uma reunião, somente nós e uma família amiga.-sorrindo.-Deixou até que chamássemos amigos para nos fazer companhia!

-Companhia? –estranhou, jogando água em seu rosto logo em seguida.

-Vamos para Southampton!-toda feliz.-Não é maravilhoso?

Kamus a fitou, segurando na mão, os momentos pareciam eternos.

-Eu não vou.-declarou por fim, enxugando o rosto e jogando a toalha sobre a mesinha.

-Louis Kamus Jean Baptiste du Chevalier e Widclife!-Lucy diz o nome denotando estar brava.-Não fará esta desfeita com a vovó!

-Ah, meu nome completo.-suspirou, caminhando para o vestíbulo se trocar.-E por que não?

-Ela está idosa demais, Kamus. Talvez seja o último aniversário dela conosco! Pensou nisso?-apreensiva.

-Não exagere, Lucy. A nossa avó tem uma saúde invejável! Ela vai nos enterrar primeiro.

-Não percebeu os sinais, Kamus?-voz tão amargurada que Kamus se viu obrigado a sair do vestíbulo e encarar a irmã.

-Sinais?

-Um amigo de longa data que ela não via... um religioso, hospedado em nossa casa. Ela reatando laços de amizade com a família Dawes, que ela não via desde a morte do pai daquelas meninas.-Kamus sem entender o drama.-A vovó sente que está morrendo!

-Lucy...

-E acaso é tão horrível assim voltar a Southampton por algumas semanas?-ainda dramatizando, não deixando Kamus responder.-E se ela morrer desgostosa, porque não passou seu último aniversário em nossa fazenda, na cidadezinha que sempre gostamos de visitar nos verões? Vai carregar a culpa disso, Kamus?

-Eu vou! Eu vou!-se deu por vencido, vestindo a camisa e pegando o casaco.-Mas, eu levarei quem eu quiser nesta viagem!

-Maravilha!

-E não quero que mencionem aquela pessoa!

-Que pessoa?-avoada.

-Esquece...-balançou a cabeça, saindo do quarto.-Esqueci que era muito menina na época.

-Ah, fala da sua quase noiva? Annely?

-Falei para não citá-la!-voltou, enfurecido.

-Ela ainda mora em Southampton.-sorrindo.-Sempre nos correspondemos em cartas. Até me mandou uns manuscritos maravilhosos!

-Escreve?-como ele nunca soubera disso?

-Sim. Eu recebia as cartas no colégio.-sorrindo, saindo do quarto, passando pelo irmão.-Ela não se casou.

-E o que isso me importaria, Lucy Anne?

Perguntou empertigado, segurando a casaca com tanta força entre os dedos, que as juntas ficaram claras, depois saiu de lá, indo para o clube de cavalheiros, ficar longe dos aborrecimentos daquela manhã. O que lhe importara que ela não havia se casado? Na certa, o infeliz deve ter descoberto que a noiva dele era uma sem moral alguma e a largou enquanto era tempo, pensou consigo mesmo. Mas por que a idéia de que Annely ainda estivesse solteira...lhe agradava?

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Em um dos bairros de baixa reputação em Londres. Os ocupantes de um dos quartos ainda estavam entregues ao sono reparador, depois de uma noite em uma festa. Mas ambos demoraram a conciliar o sono, apesar de os motivos serem os mesmos, a circunstâncias não eram. Mulheres...

Um porque não conseguia mais se imaginar longe da jovem cheia de vida, mal esperava o momento de ter a oportunidade de experimentar o doce néctar dos lábios juvenis de Amanda Dawes.

O segundo...precisava imaginar um meio de manter uma ruiva pouco amistosa longe do irmão e de seus planos de futuro financeiro, e tentar afastar da mente a idéia de tentar envolver o pescoço alvo da Baronesa de Blackmoore em suas mãos e apertá-lo…ou levá-la a sua cama. Ambas as idéias eram tentadoras e com elas em mente adormeceu.

Até sentir algo gelado encostando-se em seu pescoço, fazendo Saga despertar e fitar Ikki sobre ele na cama, com sua espada perigosamente apontada para a sua garganta. Ele ergueu a sobrancelha e depois falou:

-Seu povo não dorme, não?

-Levante-se Tassouli!-a voz de Aiolos chamou-lhe a atenção.

-Eu levantaria se…-afasta a espada usando o dedo indicar cautelosamente.-Se o seu guarda costas sair de cima de mim. Confesso que tal situação é desagradável. Se ainda fosse uma das damas orientais dos bordéis chineses do porto…ou uma bela ruiva de seios fartos, tal posição me agradaria e muito.

Ikki sai de cima de Saga e guarda a sua espada, o grego fica em pé rapidamente, passando a mão em seu pescoço.

-Poderia ter cortado minha cabeça, seu maníaco!

-Ikki não faria isso. Ele é um samurai.-respondeu Aiolos, se servindo do vinho que sobrara da noite anterior. Saga percebeu que Aiolia estava na porta, o olhar encoberto pela boina que usava, mas que era possível perceber que o encarava perigosamente.

-Samurai?

-São como os antigos nobres cavaleiros dos reis ingleses.-respondia Aiolos.-Guerreiros de honra inabalável e exímios espadachins. Geralmente pertenciam a famílias nobres do Japão ou conquistavam respeito pela espada.

-Ele?-apontando incrédulo para Ikki.-E o que um guerreiro honrado do Japão veio a fazer aqui neste país, além de tentar me matar para você?

-Calem..zzzzz…a boca…zzzz-Kanon ainda dormindo.-Dança mais uma vez comigo..zzzzzz…minha dama?

-Inútil…-resmunga Saga, chutando a cama e fazendo Kanon acordar sobressaltado.

-EU NÃO SABIA QUE ELA ERA CASADA!-gritou, acordando do seu sonho.

-Kanon, se recomponha. Temos visitas.-o irmão apontou discretamente para os "convidados".

-Preferia retornar ao meu sonho.-resmungou Kanon, levantando da cama.-O que querem? Pensei que estávamos entendidos.

-Vamos ficar sempre perto de vocês para garantir nosso investimento.-disse Aiolia.

-Que investimento? Estão nos chantageando.-respondeu Kanon.

-Bem senhores, adoraria ficar aqui e discutir inutilmente, mas...-Saga pegava um casaco, tirando alguns fiapos dele.-Pretendo tomar meu desjejum no clube de cavaleiros, estreitar meus laços de amizade e quem sabe...o primo da jovem por quem meu irmão está investindo seu futuro nos vê como amigos?

-Isso seria bom.-Kanon rapidamente se trocando.-Será que conseguimos um convite para um jantar em sua residência?

-Acho arriscado, uma vez que te alertei da viúva enxerida que é a guardiã da senhorita Amanda.-lembrou-lhe Saga.

-Exatamente por isso iremos com você.-avisou Aiolos, surpreendendo os gêmeos.-Não quero ninguém atrapalhando. Se necessário for, cuidaremos desta "viúva enxerida" nós mesmo.

-ISSO NÃO SERÁ NECESSÁRIO!-Saga surpreendeu-se com a maneira que falara, interrompendo Aiolos e espantando a todos.-Quero dizer...ora, pense bem. Ela é uma dama! Se fizer algo com ela, pode colocar nossos pescoços em uma corda...literalmente falando!

-Tem razão.-ponderou Aiolos.-Vamos ao clube.

-Mas...-Kanon tentando argumentar.

-Seu irmão nos apresentou ontem como amigos. Não acharia estranho a nossa ausência?-disse Aiolia, sorrindo.

-Eu e minha grande boca.-suspirou Saga.-Está bem. Vamos antes que fique muito tarde.

Saga vestiu o casaco, colocou na cabeça a cartola e pegou uma bengala próxima a sua cama, passando por Aiolia que lhe deu passagem, sempre mantendo o sorriso vencedor nos lábios. Neste momento, Saga escondeu o sorriso. Logo os irmãos Petronades sairiam do seu caminho e de seu irmão.

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Residência dos Dawes. Ala dos criados.

-Eu não sei porque você deseja ser um simples jardineiro com tantas referências. Dohko?-Igor perguntava ao chinês, ao lhe mostrar onde seria seu quarto.-Pela antiga amizade do falecido Barão com vosso pai, e seus estudos, deveria estar em um dos escritórios que gerenciam os negócios desta família.

-Aí não poderei cumprir o desejo de meu pai, senhor Igor.-respondeu Dohko, observando o quarto pequeno e simples, mas bem cuidado e arejado.

-Ah, aquela promessa.-suspirou Igor, revirando os olhos.-Se me permite dizer, e eu dizia isso ao Barão...seu pai e seus amigos eram insanos naquela época!

-Meu pai dizia que foi a sua melhor época.-sorri, colocando a sacola sobre a cama e depois fita o mordomo com ar sério.-Senhor Igor, meu pai me fez jurar que iria pagar sua dívida de honra com o Barão. Infelizmente a morte levou a ambos, mas a promessa ficou. O espírito de meu pai jamais terá paz, se eu não proteger esta família.

-Creio que está equivocado. Não vejo motivos para que esta família seja protegida...talvez de algum caça-dotes...mas...

-Não foi o que eu vi esta manhã...-murmurou.

-O que disse?

-Lorde Sutcliffe voltou a Londres.-respondeu e o semblante de Igor endureceu-se.

-Talvez sua presença seja necessária. Acho que irei falar sobre isso ao lorde Furneval. Como guardião das meninas tem que saber com quem lidará.

-Sim.

-E...não diga a senhora Baronesa sobre o bastardo, sim?

-Certamente.

Igor deixou o novo jardineiro sozinho, caminhando até a biblioteca onde Lorde Furneval estava, estudando alguns livros de contabilidade, quando ouve batidas na porta. Suspira e vai à direção desta, abrindo-a e recebendo de um mensageiro uma missiva com o selo da família Chanttél.

-Mensagem para a Baronesa de Blackmoore da Viscondessa de Chanttél.-avisou o mensageiro, com a mão estendida, como se esperasse algo.

-Obrigado meu rapaz.-o mordomo responde, colocando uma maçã na mão do mensageiro e fechando a porta no rosto do incrédulo rapaz, sem tirar os olhos da carta um segundo sequer.-Interessante...

E então guarda a missiva, esperando o momento certo de entregá-la. Logo ouviu sons do andar superior, indicando que as meninas e seu convidado estavam acordando. Hora de preparar o desjejum e depois entregaria a carta à baronesa.

Meia hora depois, a mesa já estava cheia de vozes e risinhos femininos, contando sobre o baile com entusiasmo.

-Acho que em breve teremos casamento.-comentou Thatiane toda entusiasmada.-Amanda ficou praticamente a noite toda acompanhada de um cavalheiro muito lindo!

-Pobre rapaz...-resmungou Igor, servindo o chá para Tathiane, e recebendo da menina um olhar assassino.

-Sim...-Amanda suspirou.-Um deus grego.

-Aiai..-Louise também estava suspirando, e quando percebeu o olhar de seu primo, corou.

-Sobre este cavalheiro...Amanda, precisamos conversar.-disse a baronesa com cautela.

-O que tem o cavalheiro que dançou com Amanda?-Vanessa perguntou curiosa.

-Verdade. Obrigado por me lembrar, senhora Baronesa.-Lorde Furneval olhou para Amanda.-Gostaria de conversar com tal cavalheiro, se acaso ele demonstrou interesse legítimo por você.

-Eu creio que ele não seja...-a baronesa tentava falar.

-Acorda Inis! Que rude! Está cochilando a mesa!-Carla sacudiu a irmã.

-Algo errado? Não dormiu bem esta noite, senhorita?-Mu perguntou preocupado.

-Eu? Claro que dormi bem. Como um anjo!-exclamou, apesar das olheiras, e bocejou em seguida.

-Está doente minha cara prima?-indagou o lorde.

-Não...é que...-procurando uma desculpa.

-Milady não está acostumada a eventos sociais, milorde.-diz Ludmila, servindo leite fresco a Inis.

-Decerto.-concordou o loiro.-A falta de costume aos bailes deve ser a causa de seu cansaço, minha prima. Isso é até natural.

-Em nossa idade talvez, Shaka.-comentou Mu rindo e em seguida ele percebeu a gafe que acabara de cometer ao ver o rosto lívido de seu amigo.

-SHAKA?-exclamaram as damas ao mesmo tempo, fitando-o.

-É...uma palavra em tibetano para amigo.-desconversou Mu.

-É mesmo?-a baronesa não parecia convencida, fitando o lorde com um dedo no queixo.-Se é uma palavra com este significado porque meu primo ficou tão constrangido? Eu acho que li algo em um livro do falecido barão sobre culturas do oriente...algo como Shakyamuni...a pronúncia é tão parecida...

-Pelo visto, milady aprecia muito leitura!-desconversando.

-Aprendi a amar a cultura oriental e indiana graças ao meu marido.-ela sorriu.-Meu sonho era viajar e conhecer lugares como Fatehpur Sikri, Taj Mahal...Aliás, adorei o sari que trouxe...mas não seria adequado usar uma kurtas?

O lorde, digo Shaka, começou a tossir compulsivamente. Ficando até rubro.

-Posso?-perguntou Igor, se preparando para dar um tapa nas costas do lorde, mas se afastou quando a baronesa fez um sinal negativo.

-Seu primo, meu falecido marido, já havia me mostrado as cartas de sua mãe. Escandalizada por você ter aderido a uma nova visão de vida.-dizia a baronesa.-Mais escandalizada ainda quando você decidiu mudar de nome para...Shaka.

-A senhora sabia?-exclamou surpreso.

-Quando o vi, achei que sua mãe havia exagerado.-ela sorveu um gole do chá.-Mas quando as criadas me mostraram o sari, vi que ela havia dito a verdade...exceto sobre a sua falta de lucidez. Milorde não me parece estar louco.

-Há controvérsias...-diz Igor, pegando uma bandeja e saindo da sala diante dos olhares de todos.

-Ele não segura a língua?-indagou Shaka.

-Você se acostuma com o jeito adorável dele.-explica Carla.-O senhor usa vestido? Pensei que mulheres usassem saris.

Louise estava atônita ainda. Não dizia nada.

-Eu...

-Meu amigo se tornou um monge budista.-explica Mu.-E mudou seu nome para Shaka.

-Sim.-confirmou Shaka.-Mas gostaria que me tratassem como Lorde Furneval aqui...ao menos enquanto cuido de endireitar os negócios da família. As senhoritas sabem o quanto as pessoas podem interpretar-me mal.

-É um monge?-Louise fica em pé, atordoada com a informação.-Um padre?

-Louise...

Ela não o ouve, saindo da sala de jantar rapidamente.

-Oh, Buda...-suspirou.

-Vou conversar com ela.-Carla sai da mesa, passando por Igor que voltava com uma bandeja de prata com a carta que recebera mais cedo.

-Ela entendeu mal.-Shaka ia se levantando.

-Como entendeu mal? O senhor é um padre e estava praticamente cortejando minha irmã!-Melissa com olhar furioso, saindo da mesa e seguida pelas irmãs.

-Monges budistas não são padres...-Mu tentava explicar em vão.

-Devo presumir que não querem comer bolo agora?-perguntou Igor impassível, mostrando a carta para a baronesa.-Madame...para a senhora.

-Lorde...digo Shaka...-A baronesa tentava apaziguar a situação.-Não sou profunda conhecedora desta religião...

-Doutrina.-a corrigiu.

-Isso. Poderia me explicar? Pois se houver impedimentos para que corteje Louise, saiba que eu não permitirei que a magoe...mesmo sendo da família.

-Devo pegar as malas do lorde e chamar um coche para que o leve a um hotel?-Igor esconde o sorriso. A baronesa o repreende com o olhar.-Talvez devo chamar após o almoço?

-Vamos conversar na Biblioteca.-pediu o loiro e a baronesa assentiu, seguindo-o.

Mu ficou a mesa, sozinho. Igor o fitou, erguendo uma sobrancelha. O jovem tibetano o encarou.

-Bolo?-ofereceu Igor.

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Louise abre a porta do quarto de maneira brusca e se joga na cama, em prantos, sendo seguida por todas suas irmãs, preocupadas.

-Um padre! Ele é um padre!-se lamentava com a cara afundada no travesseiro.

-Na verdade, um monge.-corrigiu Thatiane que recebeu um olhar reprovador de Carla.

-Calma, por favor.-pediu Inis, sentando-se na cama e acariciando os cabelos de Louise.-Deve ter alguma explicação plausível para o comportamento de Lorde Furneval.

-Ele não se chama agora Shaqua?-indagou Melissa, com expressão emburrada.

-Shaka.-corrigiu Louise, voltando a enfiar o rosto no travesseiro.-Oh, eu sou uma idiota! Me encantei por um padre.

-Monge.-voltou a corrigir a irmã.-Ah, vai ficar aí chorando?

-Vou...

-Não vai mesmo!-Carla a fez se levantar da cama.-Hoje você iria montar no Clube e é o que fará!

-Mas...mas...

-Mas nada! Carla está certa!-concordou Vanessa, abrindo o guarda roupa e separando a roupa de montaria da irmã.-Vai mostrar ao Lorde que você é superior ao o que aconteceu!

-Continuar com seus compromissos!-continuou Inis.-Ele não pediu para cortejá-la, então oficialmente não tiveram nada! Vai continuar sua vida e sendo cortejada por lindos cavalheiros!

-Você vem?-Louise perguntou a irmã.

-Não.-Inis deitou na cama, abraçando o travesseiro, bocejando.-Vou dormir a manhã toda...

-Nossa! Realmente o baile esgotou as forças dela...-sussurrou Thatiane a Melissa.

-Sei.-Melissa respondeu, como se soubesse bem mais do que aparentava demonstrar.

As meninas ficaram no quarto algum tempo, conversando sobre outros assuntos, tentando animar Louise, quando Ludmila bateu a porta, chamando-as:

-A baronesa pede que desçam. Quer saber se desejam almoçar no clube hoje.

-E lorde Furneval?-perguntou Carla.

-Conversou com a baronesa na biblioteca e depois saiu para ir ao escritório da sua família, acompanhada pelo seu amigo.-explicou.

-Ótimo! Não terá que vê-lo tão cedo!-exclamou Vanessa para Louise.-Diga a baronesa que estamos descendo daqui a pouco.

Ludmila assentiu com a cabeça e saiu logo em seguida.

-Vamos ao clube, lá irá distrair-se.-pediu Amanda a Louise.

-Está bem, eu irei.-concordou finalmente, para a alegria das irmãs que trataram de se arrumarem.

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Helena abriu os olhos, espreguiçando-se lentamente na cama. Havia tido um sonho maravilhoso. Sonhara que monstros queriam torturá-la, lançá-la a um lugar escuro e frio. O desespero havia tomado conta dela quando um belo cavalheiro a tomou em seus braços, prometendo protegê-la e levando-a a seu castelo...onde...

Foi então que sentou na cama com brusquidão. Não havia sido um sonho! Estava em um quarto que desconhecia, em uma cama que não lhe pertencia, usando uma camisola de seda caríssima...no "castelo" de seu salvador.

-Oh, Deus!-colocou a mão na boca. Havia passado à noite na casa de um total estranho.

Não importava se não tivessem compartilhado o mesmo leito. Tal constatação era o bastante para acabar com sua reputação para todo o sempre. Jamais poderia se casar de maneira decente agora!

A porta do quarto abriu e uma criada entrou trazendo um lindo vestido amarelo passado.

-A senhorita acordou! Que bom! Lorde Afrodite foi bem claro quanto a ninguém incomodá-la e deixar que durma o quanto quisesse.-a criada ia falando, colocando o vestido sobre uma poltrona e abrindo a janela para que a luz entrasse.-Pedirei que preparem o banho da senhorita e a ajudarei a se vestir. Acho que esta cor combina com a senhorita. Vai realçar a cor de seus cabelos.

-Espere...-Helena pediu erguendo uma mão.-O vestido...e as minhas roupas de ontem a noite?

-Ah! Aqueles trapos? O senhor Afrodite pediu que fossem queimados. E não convêm uma dama usar aquilo, não é?-disse a criada.-Não gostou do vestido? É um presente do lorde para a senhorita! O próprio lorde o escolheu. E acredito que ele tenha acertado as suas medidas!

Helena saiu da cama e tocou o vestido. Era de um tecido tão delicado, possui um corte moderno, deve ter sido caro! Nem quando ainda vivia bem com sua família, tivera roupas com tecidos tão finos!

-Eu me chamo Simone, senhorita. O senhor Afrodite pediu que eu cuidasse do que você precisasse, enquanto estiver fora.

-Ele não está?-não conseguia esconder o desapontamento.

-Ele tinha negócios a tratar, mas disse que estaria aqui para almoçar com a senhorita. Pediu que não fosse embora até seu retorno.-havia preocupação na voz da criada, era notório que ela pretendia fazer Helena ficar até seu patrão retornar.

-Não pretendo fazer a grosseria de ir embora sem agradecer pessoalmente o lorde por toda a sua gentileza comigo, Simone.

-Que bom! Vou trazer a água quente para o seu banho, senhorita.-disse a criada, deixando Helena sozinha.

Algum tempo depois vários criados subiram para o quarto, trazendo baldes com água quente para o banho de Helena, logo a banheira estava cheia e a criada já a esperava para ajudá-la a se banhar.

Minutos depois, Helena desfrutava do conforto de um banho quente e perfumado por essência de flores. A criada a ajudou a escovar seus longos cabelos e a se vestir. Em seguida, serviu em seu quarto seu desjejum. Helena pediu que ela lhe fizesse companhia até o retorno do lorde. Precisava agradecer sua gentileza e ir embora logo em seguida.

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Em frente à casa de madame Shannon. Um homem se preparava para entrar, quando alguém o chamava de maneira jocosa.

-Não esperava vê-lo tão cedo aqui, meu amigo.-Giovanni tirou Afrodite de seus pensamentos.

-Você!-exclamou.

-Acalme-se.-pediu erguendo as mãos em um pedido de paz.-Parece-me que tivemos a mesma idéia.

-Que idéia?-desconversou.

-Livrar Helena deste fardo.-apontou para dentro e para um rapaz de cabelos castanhos, que parecia furioso, discutindo com madame Shannon.-Vamos antes que ele seja morto.

-Aquele é...?

-Gilen, irmão de Helena.-suspirou, entrando no estabelecimento.

-Onde está minha irmã? Vocês não tinham o direito de envolve-la nesta sujeira!-o rapaz estava a beira do desespero, nem parecia ter reparado nos capangas que haviam entrado.

-Deveria ter pensado nisso antes de roubar Prestonly.-dizia a cafetina, nada abalada.

-Eu não roubei aquele filho da mãe! Ganhei honestamente nas cartas! Onde está o maldito?-foi quando dois dos capangas o agarraram, cada um por um dos baços.-Largue-me seus malditos!

-Madame Shannon!-Giovanni elevou um pouco a voz para se fazer anunciar, acompanhado por Afrodite.

-Milordes!-ela abriu um largo sorriso.-Desculpe...este rapaz está descontrolado atrás de uma das minhas meninas. Ele já vai sair e poderemos conversar sobre o soldo do leilão da noite passada. Meninos, levem ele até o senhor Prestonly e...

-Levar meu desmiolado primo para Prestonly?-indagou Giovanni, fazendo a mulher ficar lívida pela revelação.

-Seu...primo?-ela não parecia acreditar, e não foi a única, tanto Afrodite quanto Gilen pareciam surpresos. Mas a cafetina faz um gesto para que o soltassem.

Giovanni não respondeu, dando passagem para Afrodite que jogou sobre a mesa o valor do leilão.

-Aqui está. Tirei a parte referente a porcentagem que deveria dar a Bela pelo leilão. Aí tem mais do que o suficiente para pagar a "dívida" com Prestonly e a sua parte, madame.

Os olhos da cafetina brilharam com o valor colocado sobre a mesa.

-Sim..sim. espero que sua noite tenha sido do seu agrado, milorde. Pedirei que uma carruagem a busque e...

-Acho que não me entendeu, Madame.-Afrodite falou em um tom mais rude.-É para deixá-la em paz.

-Mas...o senhor Prestonly não...a dívida é alta demais e...

-Deixe-me ser mais claro.-Afrodite se aproximou dela.-Se não quiser que as autoridades fechem esta espelunca...irá esquecer que um dia conheceu Bela. Entendeu?

-S-sim...entendi.-a cafetina engoliu em seco, se afastou um pouco se abanando com seu leque, e olhando para Gilen.-E ele?

-Vamos.-Giovanni pegou Gilen pela gola da camisa e o arrastou para fora.

-Ele é assunto de sua família agora.-Afrodite avisou.-Avise Prestonly que não se aproxime deles novamente, ou irá se arrepender.

Saiu do estabelecimento. Nunca antes se sentia tão sufocado naquele lugar como agora. Do lado de fora, os dois homens o esperavam, um com a expressão sisuda, outro com um sorriso.

-Onde está minha irmã?-Gilen foi logo perguntando.-Foi você quem comprou...oh, Deus! Maldito seja eu por ter permitido isso!

-Se amaldiçoe depois.-avisou Afrodite.-Não toquei em sua irmã, se é isso que o aflige. Dou minha palavra de cavalheiro que ela permanece tão pura quanto no dia em que nasceu.

Gilen fitou Afrodite e vendo a sinceridade do lorde, permitiu-se suspirar aliviado.

-Então...só me resta agradecer-lhe senhor...embora qualquer coisa que eu faça não será suficiente para compensar o que milorde fez por nós.-depois olhou para Giovanni.-Agradeço ao senhor também, mas não precisava mentir dizendo que era meu parente.

-Isso é verdade?-Afrodite também queria respostas.

-Vamos comer alguma coisa...e conversaremos em seguida.-chamou o italiano, andando na frente.-Venham! Eu pagarei!

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No clube...

Kamus chegou na área reservada aos cavalheiros. Eles estavam ocupados, em pequenos grupos, com conversas sobre negócios. Alguns deles entretidos em um jogo de cartas, charutos e brandy. Outros falavam de coisas referentes ao império, política, damas.

Mas um dos presentes, sentado de maneira displicente em um canto, observando desanimado para a xícara de café, foi o que lhe chamou a atenção.

-Ressaca mon ami?-Kamus perguntou, assim que se sentou à frente de Milo.

-Que nada, meu amigo. Já estive pior. Lembra da noite do ano novo?-sorrindo.

-A que você teve que sair pela janela do terceiro andar do palacete de madame Stepford?-Kamus riu e Milo o acompanhou na risada.

-Quem iria imaginar que o marido dela voltaria naquela noite? Ele estava na África!-suspirou, e fitou o amigo.-O que houve?

-O que? Não houve nada.-Milo sorriu demonstrando que não acreditou no que ouvira.-Bem, minha avó quer ir para Southampton comemorar seu aniversário e pediu que eu a acompanhasse.

- Southampton? Onde diabos fica isso?

-Interior meu amigo...bem longe de Londres!

-Lamento por você. Vai perder a temporada de bailes.-sorvendo o café e fazendo uma careta.-Sem açúcar.

-Eu disse que iria, se levasse quem eu quisesse.

-Ah, não. Não conte comigo!

-É meu melhor amigo!

-Amizades têm limitações.

-Ora vamos. Conhece minha avó. Ela tentará me empurrar alguma pretendente! Ela acha que eu não sei o que pretende? Aposto que convidou alguma amiga que tem uma filha solteirona e desesperada!-apontou para Milo.-Com você do meu lado, irá me ajudar a não ficar sozinho com a pobre coitada.

-Não sei...

-Salve-me, meu amigo!-Kamus dramatizou e Milo gargalhou.

-Está bem. Vamos chamar mais alguém?

-Claro. Quanto mais melhor!

-Que tal nosso amigo Shura.-aponto com um olhar o espanhol que jogava cartas com um senhor de idade, e tinha uma expressão sisuda no olhar.-Ele parece querer viajar para escapar de algum problema.

-De fato. Conversarei com ele e...ah, olhe. Os nossos amigos gregos chegaram!

-Foram convidados?

-Sim, aparentemente sim. Estão vindo para cá.

Saga, acompanhado por Kanon, Aiolia e Aiolos aproximou-se com um sorriso afável, cumprimentando a todos.

-Que prazer revê-los meus amigos.-dizia Kamus indicando com um gesto para que todos se sentassem.-Apreciando a estadia em Londres?

-Sim, uma bela cidade!-concordou Saga.

-O campo é mais belo!-disse Milo.-Mas ainda sim prefiro a minha bela Athenas.

-Saudades de casa?-perguntou Kamus.

-Ah, sem dúvida. A bela Athenas é a jóia do Mediterrâneo!-suspirou Aiolos.

-Mas não tão bela quanto a visão que estou tendo agora!-Milo aponta com o olhar para o corredor, onde várias vozes femininas se faziam presentes.-Pena que não podem entrar nesta área do clube!

-Quem?-Kanon perguntou curioso, não havia visto as donas das vozes.

-As belas Dawes.-respondeu Milo e Kanon levantou-se imediatamente.-Calma, meu amigo! Por que o arroubo?

-Ele se encantou com uma das Dawes noite passada.-explicou Aiolia.

-Ah, compreendo. Então vá lá falar com ela.-incentivou Kamus.

-Não com a madrasta por perto.-murmurou Saga.

-Talvez eu deva distrair a atenção da baronesa para que converse com sua dama.-Milo falou reflexivo.

-Eu...pretendia falar com ela para permitir que meu irmão cortejasse a menina.-exclamou Saga quase imediatamente.-Falarei com ela!

-Claro!-Kamus sorriu e viu os gêmeos pedirem licença e saírem do salão.

-Apostam quanto que a baronesa dirá não?-perguntou Milo.

-Que pensamento horrível!-Kamus sorriu.-Aposto uma garrafa do melhor vinho francês da casa que ela permitirá.

-Eu a conheço, meu amigo. Ela é arisca com relação a amizades masculinas.-explicava Milo.-Bem sabe que muitos se aproximaram delas por causa da herança. A baronesa não permitiria que qualquer um se aproxime assim.

-Aposto que ela sucumbirá ao charme grego.-diz Aiolos, entrando na conversa.-Bem sabe que nós gregos quando queremos algo, não desistimos fácil!

-Ela negará. –diz Aiolia com os braços cruzados.-E você sabe porque irmão.

Os quatro se entreolharam e discretamente saíram atrás dos gêmeos.

-Uma temporada na fazenda da Viscondessa de Chanttél?-Thatiane estava entusiasmada com a notícia que acabara de receber de Juliane.-Que maravilha!

-Sim, se você aprecia ficar em um fim de mundo durante o verão.-resmungou Amanda, temia que esta temporada a afastasse de Kanon.

-Será por alguns dias apenas.-a baronesa achava a idéia muito tentadora.-E será muito bom para todas se a Viscondessa as tiver em simpatia.

-Compreendo.-diz Carla.-E quando iremos?

-Na próxima semana.-respondeu a ruiva.- Já pedi a Igor que providenciasse tudo. Claro que avisei que pretendo levá-lo para nos acompanhar. Querem uma dama de companhia também?

-Poderia levar Ludmila?-perguntou Inis.

-Claro. Acho que ela irá gostar.

-Vamos Louise!-Carla a pegou pelo braço.-Vamos aos estábulos ver nossos cavalos!

-Vamos.-a irmã concordou. Logo eram seguidas por Vanessa e Thatiane.

-Se me permite.-Inis pega Melissa pelo braço.-Vou ver se encontro alguma amiga. Acho que vi Leonore aqui. Vamos Amanda?

-Não estou com muita vontade para as conversas enfadonhas de Leonore sobre os seus cabelos e vestidos.-suspirou.

-Podemos continuar caminhando.-perguntou a baronesa e a menina concordou.

Continuaram caminhando no sentido oposto de Inis e Melissa, sendo seguidas por Kanon e Saga que murmuravam entre si.

-Ela vai contar tudo a Amanda! E se já não contou.

-Não seja negativo, irmão. Vamos...chame a atenção de sua dama, leve-a a um passeio pelos jardins do clube, conquiste-a...da viúva cuido eu.

-Mas...-Saga o interrompe, empurrando-o para um corredor e apressa o passo para alcançar as damas.

-Ora, ora...esta manhã realmente promete ser agradável, já que estou diante das mais belas damas de Londres!-Saga comentou, chamando a atenção de Julie e Amanda.-Que surpresa agradável revê-la, baronesa!

Ele pega na mão da baronesa e a beija. Ela não escondeu seu desagrado por revê-lo e nem tampouco o quanto o gesto mexeu com ela.

-Sabe que aqui é um clube privativo?-perguntou para disfarçar.

-Madame!-Amanda exclamou.

-Deve ser a senhorita Amanda Dawes.-ele pega na mão da menina e a beija.-Meu irmão Kanon falou da senhorita.

-Ah, sim.-sorri ao ouvir o nome dele.-E onde ele está, milorde?

-Ele...bem...eu não sei. Conhecendo este belo lugar!-disfarçando, olhando para Amanda.-É tão grande que estou andando há algum tempo só para conhecer suas dependências, que até sede provocou-me.

-Vou pedir que nos tragam algo para beber.-disse a menina, se afastando um pouco, sem sair do olhar de sua madrasta.

-O que pretende? Bater carteiras dos lordes presentes ou procura algo valioso para ser roubado?-ela perguntou, mantendo o sorriso.

-Baronesa!-ele se fingindo de ofendido.-Suas palavras me magoam. Não sou um ladrão. Golpista decerto, mas não ladrão.

-Sinceramente, não vejo diferença!-dando-lhe as costas e se afastando, mas Saga a seguia.

Enquanto isso, Amanda entrava por um corredor com a intenção de chamar um criado, quando teve seu braço pego por uma mão forte. Virou-se assustada e sorriu aliviada ao ver Kanon.

-O senhor!

-Shhh!-ele fez um gesto colocando o dedo em seus lábios.-Acompanha-me em um passeio pelos jardins?

-Mas...minha madrasta...-preocupada.

-Meu irmão a está acompanhando. Não se preocupe. Vamos?-ele lhe oferece o braço, que Amanda aceita imediatamente, acompanhando-o aos jardins. Que mal há em um passeio afinal?

Enquanto isso...

-O senhor é o homem mais ...

-Atraente que já viu?-Saga completou a frase.

-Hipócrita, era a palavra que eu procurava.-ela sorriu ao dizer isso.-Para não dizer impertinente e que pouco valor dá a vida e a sua liberdade.

-Por que diz isso?

-Ora, depois de tudo o que lhe disse?-a baronesa o fitou incrédula.-Sabe que com uma palavra minha posso colocá-lo atrás das grades.

-Mas não o fez ainda...o que significa que a senhora tem...

-Cuidado com o que dirá!-ela o alertou.

-Fascinação por minha pessoa.-disse, aproximando-se dela.

A baronesa abriu a boca para responder, mas acabou rindo discretamente.

-Eu? Fascinada por um facínora, golpista e ladrão?

-E esqueceu de dizer muito bonito e sagaz! Sim. Por que então não disse a senhorita Amanda quem sou eu e meu irmão?

-Porque não quero ferir o coração dela. Seu irmão a...deixou deslumbrada. Aproveitou-se de uma pobre menina inocente!

Ele riu, deixando-a furiosa.

-Acha isso divertido?-indignada.-Onde está Amanda?

-Ela não tardará a voltar, baronesa.-respondeu.-Agora, vamos falar de nós.

-Nós?-ela riu.-Não existe "nós". Aliás, não existirá "você" se continuar a se aproximar de mim desta maneira e...

Neste momento, a baronesa havia visto Amanda saindo de braços dados com Kanon, olhou para Saga como se quisesse esganá-lo. E o faria se não fosse uma dama. E Saga notara os motivos daquele olhar, e se perguntou porque Kanon não era discreto.

-Como ousa? É muito mais baixo do que eu imaginei. Me distraindo para que seu irmão seduza minha enteada!

-Um momento! Seduzir é uma palavra muito forte! Eles vão apenas caminhar e há dezenas de pessoas próximas!

Realmente o clube estava cheio naquele manhã, mas a baronesa nem se importara com isso naquele momento.

-Vou acabar com isso agora mesmo! Aman...

Saga não pensou duas vezes, precisava calar a baronesa de qualquer maneira. Por isso, a pegou pelo braço, puxando-a de encontro ao seu corpo, beijando-a para calar a boca. Diante dos olhares surpresos e escandalizados dos presentes.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Notas:

Taj Mahal: é um mausoléu situado em Agra, uma cidade da Índia e o mais conhecido. A obra foi feita entre 1630 e 1652 com a força de cerca de 22 mil homens, trazidos de várias cidades do Oriente, para trabalhar no suntuoso monumento de mármore branco que o imperador Shah Jahan mandou construir em memória de sua esposa favorita, Aryumand Banu Begam, a quem chamava de Mumtaz Mahal ("A jóia do palácio"). Ela morreu após dar à luz o 14º filho, tendo o Taj Mahal sido construído sobre seu túmulo, junto ao rio Yamuna

Fatehpur Sikri: é uma cidade indiana abandonada com aproximadamente 500 anos, e que permanece em óptimo estado de conservação. Fatehpur Sikri foi construída no século XVI em estilo indo-islâmico.

Sari: o sari é essencialmente uma roupa retangular numa profusão de cores, texturas e designs, que pode ser usado de diferentes formas, variando especialmente de região para região. É uma vestimenta ainda bastante usada em casamentos, com riqueza de detalhes e de tecidos utilizados na sua confecção.

Kurtas: uma túnica no comprimento dos joelhos acompanhada de uma calça alargada. Roupa indiana típica masculina.



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