Abertura de Crônicas

Bleach OST - Torn Apart

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Estava chovendo forte naquele dia, era uma chuva triste que lavava a terra, próximo ao centro da cidade a visão que se tinha era de destruição, um campo de batalha cheio de marcas e rastros de resistência e dali era possível vê-los, caídos, imóveis e sem vida.

– Mamãe! Mamãe! Não! Por favor, não!

A criança chorava sobre o corpo de uma mulher de cabelos curtos e negros, ao seu lado uma espada branca e com uma fita rasgada no cabo.

Ela com muita dificuldade consegue abrir os olhos e fitar nos olhos daquela criança tão pequena que com os olhos lacrimejantes não conseguia parar de chamá-la, ela olha para os lados e vê os corpos de seus companheiros que há tanto tempo conhecia, e não muito longe o corpo dele, o homem com quem dividiu o seu próprio destino, o companheiro que tanto amava do qual ela jurou que nunca permitiria morrer sem deixar o seu coração, mas ele não se mexia mais, ele havia perecido naquele lugar, debaixo daquela chuva, tentando proteger a todos que tanto amava, e ela sabia que logo estaria ao seu lado em outro lugar, pois ao redor de seu corpo tudo que se via era a chuva que se misturava com aquele sangue que saia de seu peito.

A mulher à beira da morte olha outra vez para a criança e carinhosamente toca-lhe a face, com lágrimas nos olhos diz com muita dificuldade para a pequena:

– Minha fi... lha, sobreviva, você não pode morrer aqui, n..não pode morrer sozi... nha, você é tudo o que sobrou, o melhor de mim... Os nossos amigos deixaram seus corações com seu pai e seu pai deixou o seu coração comigo... Mas...

Ela cospe sangue.

– Mamãe! Não morra, por favor! - As lágrimas da criança se misturavam à chuva em seu rosto.

Ela sorri com carinho para a filha e continua.

– Eu não posso mais guardar o coração de seu pai, por isso... - Ela toca o coração de sua filha. – Por isso eu deixo os nossos corações com você minha... filha, nunca... morra... sozi... nha...

A mulher começa a perder suas forças e a fechar os olhos, cada vez mais sua voz se torna baixa, sua mão começa a deslizar do peito da criança enquanto ela continua tentando falar, mas tudo o que se consegue ouvir é:

– So... bre... viva... Hi... sa... n...

A mulher fecha os olhos sem vida no chão.

– Mamãe? Mamãe? Por favor, reaja! Fale alguma coisa, mamãe, eu não vou conseguir viver sem a senhora! Por favor, fale comigo, por favor! MAMÃE!

A criança grita em meio a lágrimas e chora no meio da cidade deserta banhada pela chuva e sozinha em meio aos corpos daqueles de quem tanto amava.

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Flash

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– Querido, corre e pega a câmera vem ver isso depressa! - Exclama a mulher de vestido, cabelos negros até a altura dos ombros e uma franja graciosa que escorria pelo rosto.

Seu marido um ruivo de cabelos curtos corre com uma câmera até a sala.

– O que está acontecendo querida?

– Olha meu amor! Nosso anjo está dando os primeiros passinhos! - Ela continuava eufórica fazendo sinal com as mãos para ele se aproximar.

O homem faz cara de bobo diante daquela cena ficando estático e com sorriso embasbacado de orelha a orelha.

– Filma querido! Filma! - A sua esposa o acorda chamando-lhe a atenção novamente.

Ele pega a câmera tão emocionado, que quase a deixar cair e em meio às gargalhadas dele e da esposa filma cada segundo com grande amor e orgulho.

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Flash

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– Nasceu! É menina! É menina! - Vem o homem que acabara de se tornar pai correndo até a sala de espera onde várias pessoas entre amigos e parentes esperavam ansiosamente pelo nascimento da terceira geração daquela grande família.

– Minha netinha nasceu! Minha netinha nasceu! - Chora o pai do rapaz que depois começa a balbuciar palavras inelegíveis em meio a lágrimas.

– Não acredito... Parabéns maninho! E quem diria, nós somos titias maninha! - Sorria a jovem de cabelos castanho claros olhando para a irmã logo ao lado.

– É, nem estou acreditando. - Sua jovem irmã de cabelos curtos negros responde enquanto toca no ombro do irmão. – Estou orgulhosa de você maninho.

– Parabéns, idiota! Quem diria que você ia chegar até aqui heim! - O amigo de cabelos cor de fogo e com tatuagens pelo corpo exclama em meio a tapas que dá nas costas do homem que acabara de virar pai.

Um pouco afastado dos demais um homem de cabelos longos e negros muito bonito apenas observava enquanto todos cumprimentavam o mais novo pai, então olha para ele e apenas sorri timidamente em aprovação àquele momento que também lhe trazia tanta alegria.

Afinal, agora ele tinha um título que lhe traria mais orgulho que ser um capitão: Tio.

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Flash

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– Como vamos chamá-la quando ela nascer? - Pergunta a mulher deitada sobre o peito do marido, enquanto ambos estavam no sofá assistindo televisão, ele envolvia seus braços na esposa e aproveitada para fazer carinho em seu ventre.

– Como você sabe que vai ser menina? - Ele pergunta curioso.

– Instinto materno. - Ela responde com um sorriso e passando a mão em sua barriga.

O marido não se convence e levanta uma sobrancelha parecendo nervoso.

– Da última vez teus instintos maternos me mandaram pra Soul Society atrás de um doce que nem teu irmão sabia que existia e olha que ele mandou todos os empregados da mansão atrás daquele teu doce esquisito por longos três dias até acharem! - Fala o homem fazendo cara de alguém que não gostou muito da aventura passada.

– Nii-sama não reclamou do meu pedido só você. - Ela ri graciosamente ao lembrar perfeitamente da ocasião.

– Também...! Desde o dia em que fomos visitá-lo e você falou aqueles negócios de desejos de grávidas que quando não são atendidos a criança nasce deficiente, ele deve ter ficado traumatizado, até eu fiquei!

Ela ri novamente, dessa vez ela não se contem.

– Falando no Nii-sama... Meu amor?

– Sim?

Ela se desvencilha por um instante dos braços de seu esposo e senta de frente para ele apoiando os braços em seu peito e olhando-o nos olhos.

– Acho que já sei qual nome dar ao nosso bebezinho.

– E qual seria esse nome? - Ele pergunta querendo saber.

– Eu queria chamá-la pelo nome da minha irmã que nunca conheci, acho que seria uma bela homenagem a ela e seria uma homenagem ao meu Nii-sama que tanto a amava você não acha?

– Hisana? É um nome bonito e o significado me agrada. - Ele responde enquanto tenta lembrar dos seus significados.

– Sim, seu nome significa que nossa criança será verdadeira com sua família, amigos e ideais, é um nome forte, combina com alguém que fará parte dessa família. - Ela sorri.

– É verdade, além disso, seu nome tem um tom rubro mostrando que ela vai ter um coração caloroso e uma determinação como chamas, tenho certeza que nosso bebê será alguém rodeado de amigos e que ela fará de tudo para protegê-los. - O homem tocava no rosto de sua mulher enquanto explicava o que sentia sobre o futuro de sua filha.

A jovem mãe sente uma pontada em seu ventre e olha para baixo.

– Olha querido, acho que ela gostou do nome que lhe demos. - Ela sorria com ternura para seu ventre.

Ele parecia admirado com o pequeno fenômeno milagroso e passa a mão na barriga da esposa.

– Então está decidido. - Ele aproxima seu rosto do ventre da mulher e sussurra: – Kurosaki Hisana.

O casal sorri um para o outro e aproximando-se cada vez mais trocam um beijo apaixonado cheio de alegria.

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Flash

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– Se você tem medo do hollow dentro de você, basta ficar mais forte até conseguir dominá-lo, se teme não conseguir proteger seus amigos, treine até que tenha fé em si mesmo para protegê-los e mesmo que ninguém acredite, bata forte no seu peito! Essa é a imagem do homem que eu tenho em meu coração!

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Flash

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– Idiota, por quê você veio até aqui? Eu disse que não queria ajuda! Vai embora, dessa vez você vai realmente morrer Ichigo!

Ichigo olha para Rukia com olhar sereno, o rapaz de certa forma já esperava esse tipo de reação.

Ele quebra a pilastra onde sua companheira seria executada e com olhar brilhando de determinação responde:

– Você é chata mesmo, eu já te falei antes, que eu não presto atenção no que você diz, eu lembro bem de ter dito que iria salvá-la e desta vez EU definitivamente irei salvá-la, Rukia.

– Seu idiota! - Sussurra Rukia segurando as lágrimas. - Não pense que eu vou te agradecer.

Seu companheiro apenas sorri demonstrando satisfação em estar ali.

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Flash

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– Não se mova! Não se mova de onde você está e nem tente me seguir, se você tentar me seguir eu... Eu nunca vou perdoá-lo. - Se vira Rukia com olhos lacrimejantes olhando para Ichigo caído a beira da morte no meio da rua e em meio àquela chuva cheia de tristeza em suas gotas.

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Flash

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– Quer salvar a sua família? - Pergunta a shinigami muito ferida sentada no chão e escorada em um poste.

– É lógico, existe alguma maneira?! - Exclama o jovem ruivo perdido e sem saída enquanto vê sua família em risco.

– Só há uma maneira... - Diz a pequena shinigami erguendo sua zanpakutou para ele. - É você se tornar um shinigami.

Ele olha assustado.

– Eu não sei se vai conseguir... - A shinigami olha em seus olhos. - Se falhar, nós dois iremos morrer. - Ela impõe a alternativa e a consequência.

O rapaz olha para o chão, mas logo cerra os punhos e fita a pequena shinigami ferida no chão com olhos cheios de determinação.

– Me passe a katana shinigami.

Ela olha surpresa por um instante, mas logo sorri serenamente.

– Meu nome não é shinigami, é Kuchiki Rukia.

Ele sorri de volta se aproximando dela.

– E eu sou Kurosaki Ichigo! vamos torcer para que este não seja nosso último encontro!

E assim a História de Destinos tem seu início...

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Bleach OST - Compassion

Rukia acorda no meio da noite ofegante, assustada e suando muito, com o barulho que fez ao acordar olha para os lados para ver se não havia acordado as irmãs de Ichigo, mas elas continuavam a dormir tranquilamente.

– Que raio de sonho foi esse que eu tive? O que aconteceu?

Ao se lembrar dos detalhes do sonho Rukia começa a ficar vermelha.

– Eu e Ichigo... mas, eu... Que sonho maluco! Por que será que eu sonhei com isso? Tudo parecia tão real, aquela criança, parecia tão real que eu podia sentir o seu calor ao tocá-la em meu sonho...

Rukia se lembra então da criança chorando em cima de seu corpo, da chuva, de seus amigos mortos, de Ichigo morto ao seu lado, dela mesma perdendo as forças e fechando os olhos enquanto ouve a criança chorando.

– Definitivamente um pesadelo, acho melhor eu pegar um pouco de ar fresco.

Rukia coloca um agasalho e sai silenciosamente do quarto para não acordar as meninas, ela só conhecia um lugar para pegar ar fresco, o telhado da casa.

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Ichigo acorda repentinamente, seu corpo suando, suas mãos tremendo.

– Que porcaria de sonho foi esse!? - Ao pensar nos detalhes do sonho, sendo que alguns possuíam detalhes tão fortes que era melhor evitar pensar neles, Ichigo não consegue evitar o rubor em sua face.

– Eu e a Ru... Rukia...? Impossível, ela é só uma importante companheira, eu nunca faria uma coisa dessas com ela!

Ichigo se lembra que em seus sonhos existia uma criança correndo em sua direção para abraçá-lo chamando-o de pai com tanta alegria que o próprio Ichigo fica sem graça quando fala.

– Caramba! Aquela menina tinha a cara da Rukia, foi tudo tão surreal que deu até pra sentir quando eu tocava nela...

Ele bate devagar no rosto para tentar acordá-lo daqueles pensamentos.

– Acho melhor eu pegar algum ar fresco, eu estou sufocando aqui.

E ele sabia exatamente qual era o melhor lugar da casa para fazer isso.

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Continua...

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