-Quanta bravura – elogia Usui depois de ouvir o relato da causa de Misaki entrar no exercito.

Ambos agora estão encostados numa arvore, vestidos e abraçados.

Tanto como uma questão de carinho como por conta do frio noturno.

-E você, Usui? – indaga ela enquanto brinca com a mão dele.

-O que?

-Por que quisestes entrar no exercito?

Ele suspira e logo se segue um silencio.

-Tudo bem, se não quiser contar – diz ela momentaneamente.

Ele sorri enquanto passa sua mão pelo braço dela.

-Está bem – consenti ele – É um tanto complicado o assunto.

-Entendo – Misaki olha pro céu ainda escuro – Temos ainda um bom tempo.

-Tens razão – concorda Usui dando um rápido suspiro.

-Conte-me – pedi ela carinhosa – Estás fazendo rodeios.

-Tudo bem. Entrei no exercito por dois motivos... O primeiro fora porque quis fazer algo diferente do que minha família quis entrelaçado com o segundo que se trata do casamento arranjado que me esperava.

Misaki afasta-se dele, o encarando perplexa.

-Você vai se casar? – indaga ela sentindo o peso de cada palavra.

Usui sorri deliciosamente fazendo Misaki formar uma carranca.

-Eu iria me casar – ele a corrige.

Ela então arqueia uma sobrancelha.

-Sabes  muito bem que os casamentos são tratados quando chega aos seus 14 anos – explica ele – E por pensar nisso e você?

-Não mude de assunto – pedi ela um pouco seria – Lhe contarei depois.

Ele assenti com a cabeça.

-Meu casamento fora arranjado – continua ele – Só que ainda era um garoto naquela época para querer tal responsabilidade que me fazia entrar nos negócios de meu pai.

-Assim resolveu que entrar no exercito era a única solução de não ter que se casar – refleti Misaki ao mesmo tempo em que assimila a resposta.

-Necessariamente minha vontade foi essa – explica ele sob o olhar sugestivo dela – Mais logo vi que aqui era meu lugar, que o exercito é meu lar.

Misaki suspira levando depois sua mão ao cabelo.

-Realmente é explicável – conclui ela – Mais por que não se casara agora que tens maturidade?

-E deixar alguém desfalecer de angustia toda vez que parto? – replica ele a encarando

-Então fora este o motivo do seu descaso com as damas da corte – murmura ela

-Não fora somente este motivo – diz ele se aproximando dela – Nunca encontrei ninguém que me atraísse, até agora.

Misaki fica corada, mas logo retoma a seriedade.

-E a moça com quem deverias se casar? – indaga ela – O que achará disso?

-Não sei – respondi ele voltando seu olhar para o céu – Nunca a vi então não tive como saber sua reação.

Misaki murmura assentindo.

Ainda detinha um pouco de ciúmes por conta disso.

-Só que – diz Usui se inclinando para mais perto de Misaki – Por que você não está casada?

Ela morde o lábio inferior.

Poderia realmente contar?

Sim, Usui era seu confidente agora.

-Eu me casei, general – respondi ela não mais alto que um sussurro.

-E como pode ter se infiltrado no exercito? – pergunta ele um pouco solene

-Meu marido morrera por conta de uma pneumonia – respondi ela com um olhar opaco

Usui a olha esperando que continuasse.

-Sabes que o casamento é realizado depois de dois meses após sua formalização á não ser que o homem entre para o exercito – continua ela – Aika não entrou para o exercito, assim nos casamos mesmo que não nos amassemos como homem e mulher. A vida era calma.

-Fora ele que te ensinara á usar armas? – indaga Usui numa voz ríspida

-Sim, pedi me ensinasse longe dos olhos de todos – diz ela notando o desconforto dele – O que houve, general?

-Nada – respondi ele rapidamente

Ela olha-o por mais um instante, depois sorri.

-O que achas engraçado? – pergunta Usui carrancudo.

-Nada – respondi ela tomando seu rosto por entre suas mãos – Apenas você me entorpeci.

Usui a encara.

Como ela podia ter uma feição tão graciosa?

Nisso a beija de forma amorosa tal como urgente.

Temia pela vida dela.

Sentia como se fosse perdê-la a qualquer instante.

Não queria pensar na possibilidade, mas ela existia.

Afinal estavam numa guerra no fim das contas.