Speechless escrita por Vick_Vampire, Jubs Novaes


Capítulo 11
10. As ações e suas reações


Notas iniciais do capítulo

Oieee...
Capítulo escrito por Jubs Novaeszinha.
Ponto de Vista do Jazzinho...
Boa leitura!



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Jasper

  -Acho que vou pegar esse caminho. –falei vagamente. Apontei para uma esquina, e segui aquele caminho, que era o mais longo até a escola. –Te vejo na volta.

Estragando minha reputação andando com ela?

Depois de tudo, ela ainda se importava com a reputação das pessoas?

Eu estava pouco me importando para a minha reputação.

Alice se importava com a minha e provavelmente ainda se importava com a dela também.

Inacreditável!

Eu estava tentando ser bom com ela, não apenas porque Tanya pediu para eu ser, mas eu realmente me importava com ela.

Uma questão surgiu em minha cabeça.

Ela faria a mesma coisa por mim se as situações fossem inversas?

Provavelmente não.

Provavelmente, ela se importaria com a porcaria da reputação dela andando comigo.

Entrei na escola com a cara emburrada.

- Eu hein, Jazz! Que cara é essa? – Mike perguntou.

- Cara de quem quase matou alguém ontem.

- Quase matou quem? – ele se surpreendeu.

- Alice Brandon.

- Você fez o que para essa garota?

- Nada, eu estava tentando ajudar, ia dar uma carona pra ela, mas ela estava com a cara emburrada, então eu saí do carro, acontece que o freio de mão estava puxado, ela teve que pular do carro. – resumi a história.

- Ah, sim! Todos nós vimos o Volvo de Edward Cullen, ele bateu no carro da diretora, um Hyundai. Não sabíamos o que tinha acontecido. A diretora está furiosa. Caraca, Jasper! Alice está numa fria!

- Não foi culpa dela, foi minha. – eu disse simplesmente e fui andando até minha aula de inglês.

Sentei na carteira ao lado de Mike e ficamos quietos, até que Mike interrompeu o silêncio.

- Você viu Alice Brandon hoje?

- Por que você quer saber? – eu perguntei.

- Por nada, é só que aquela garota está extremamente estranha ultimamente.

- Ela continua a mesma, só está menos popular. – eu disse mal-humorado, encerrando aquela conversa.

A típica aula sobre Shakespeare começou. Eu já havia lido todos os livros de Shakespeare, então não havia nada muito interessante naquela aula para mim. Mike, ao contrário, estava quase tomando bomba em inglês e anotava tudo rapidamente, talvez ele nem estivesse prestando real atenção na aula.

O sinal tocou antes que eu esperava.

Andei até a próxima aula com a mesma carranca da entrada.

Encontrei Ângela na porta da sala com um sorriso alegre no rosto.

- Eu hein, Jazz! Conde Drácula visitou você e te deu uns toques na maquiagem? – Ângela disse ao ver meu rosto.

- Ele quase matou Alice. – Mike explicou. – Bem, eu tenho que ir para a aula de Educação Física – se despediu.

Eu e Ângela entramos na sala de aula. Sentei-me na habitual terceira carteira da terceira fileira. Ângela se sentou ao meu lado.

Contei toda a história do incidente do dia anterior. Ela se surpreendeu.

- Você sabe que o carro que o Volvo destruiu era o Hyundai da diretora, não é?

- Mike me disse.

- Alice terá problemas. – Ângela disse.

Concordei com a cabeça, querendo encerrar totalmente aquele assunto por hoje. Eu me sentia culpado. Não era justo Alice levar a culpa sobre algo que ela não tinha feito.

Foi tudo culpa minha.

Pensei em ir até a sala da diretora e confessar minha culpa, mas então pensei no que Alice tinha me dito hoje de manhã.

Ela provavelmente não faria isso por mim, então, eu também não faria por ela.

Olhei ao meu redor, procurando a cadeira onde ela estaria sentada. Não a encontrei. Talvez ela estivesse matando aula.

Minha irmã estava sentada no fundo da sala, com a cabeça encostada no ombro de Emmett. Ela estivera chorando desde ontem, quando eu falara com a minha mãe sobre a traição de meu pai.

Minha mãe reagiu da melhor forma possível, na verdade, ela já desconfiava do caso que meu pai estava tendo, mas Rosalie achou absurda toda aquela situação. Ela não aceitava que meu pai não amava mais minha mãe e que estava tendo um caso com Jéssica.

Ela se revoltou.

Logo que meu pai chegou em casa, ele e minha mãe tiveram uma briga. Eu fui dormir, mas pude ouvir um pedaço da discussão. Meu pai iria embora.

“Parabéns, Jasper! Você acabou de terminar a destruição dessa família!” Ela gritou para mim ontem à noite.

Eu preferia que minha mãe sofresse sabendo do que estava acontecendo do que vivesse uma falsa felicidade e meu pai não poderia continuar com aquilo. Minha mãe deu a ele duas opções: ou ele acabava o caso e voltava para casa ou ele ia embora.

Nem preciso dizer que ele escolheu a segunda. De qualquer maneira, os dois ainda teriam que resolver os detalhes caso fossem se divorciar.

Divórcio era algo comum na atualidade, mas eu nunca pensei que aconteceria na minha família. É claro que eu percebia que meu pai não era o melhor marido do mundo, mas achei que as coisas estavam bem do jeito que estavam. Me enganei terrivelmente.

Eu me sentia um pouco culpado por toda a história do divórcio. Eu tinha causado tudo aquilo, mas de qualquer maneira, seria melhor assim.

Interrompi meus pensamentos.

A professora de História entrou na sala com a mesma carranca habitual. Como eu odiava aquela mulher! Ela pôs seu grande livro de História em cima da mesa e anunciou:

- Abram na página 245!

Peguei meu exemplar do livro e abri. A professora observou enquanto eu abria a página, me olhou com uma expressão de nojo e em seguida disse:

- O senhor não, senhor Hale! A diretora requer a sua presença na sala dela imediatamente.

- A senhora sabe do que se trata? – perguntei educadamente.

- Eu tenho cara de amiguinha da diretora, senhor Hale? – ela continuou me olhando com um olhar de nojo.

- Me desculpe, professora. – eu disse me levantando da cadeira. – foi imprudência da minha parte me intrometer em seus assuntos e sua vida pessoal.

Ela me fulminou com o olhar, mas eu já estava quase saindo da sala e ignorei. Fechei a porta atrás de mim quando saí.

O corredor estava quase vazio. Além de mim, havia apenas um casal de mata-aulas que estava se agarrando na parede.

Andei até o fim do corredor e me deparei com a porta onde se lia: Diretoria. Bati três vezes na porta e ouvi uma voz grossa:

- Entre! – era a diretora.

Entrei vagarosamente na sala da diretora, a sra. Cletwitch estava sentada atrás de sua escrivaninha, onde havia um pacote de rosquinhas. Ela era loira e ligeiramente acima do peso. Tinha um olhar zangado e uma voz extremamente grossa.

Olhei para uma das cadeiras à frente de sua escrivaninha, Alice estava sentada ali, sua cabeça estava abaixada e a expressão era chorosa. Quando entrei na sala, ela imediatamente olhou para mim e sorriu fracamente.

- Alice me contou que você estava envolvido no acidente que destruiu meu Hyundai novinho. Isso é verdade? – ela me fuzilou com o olhar.

- É sim, senhora. – respondi humildemente.

- Receio que eu tenha que informar os pais de vocês. – ela sorriu maldosamente, sabia que isso seria o que faltava para tornar a nossa vida um inferno. Ainda mais agora que minha casa estava dividida -  E é óbvio que os dois cumprirão detenções severas.

- Sim, senhora. – eu disse.

Alice também concordou com a cabeça e a diretora começou a pensar.

- Deixe me ver... Limpar o refeitório? Não, vocês farão de qualquer jeito e ficará tudo sujo... Arrumar o armário de vassouras? Hum... Rápido demais... Já sei! Vocês vão limpar a piscina e o vestiário da equipe de natação todos os dias nos próximos três meses. Depois da aula. Começando amanhã!

- Diretora, eu tenho que trabalhar, não posso ficar na escola até mais tarde. Meu turno é logo depois da aula. – eu disse.

- Pensasse nisso antes de brincar com o carro! – ela deu um sorriso maldoso.

Droga! Droga! Agora eu tinha um problema ainda maior. Teria que trocar meu turno para a noite e minha nova supervisora era ainda mais cruel que a diretora.

- Os dois estão dispensados. – ela disse nos espantando com a mão.

Eu e Alice saímos da diretoria em um silêncio quase mórbido. Protestos pairavam em minha mente. Eu queria discutir.

Pensei em toda essa situação. Provavelmente Alice havia contado que eu estava envolvido no acidente para não levar a culpa sozinha. Era bem típico mesmo.

Ela me olhou e deu um sorriso fraco. Me decepcionei.

Ela não havia mudado nada.

Alice pôs a mão em seu bolso da calça e tirou de lá um pequeno bloco de notas onde escreveu:

“Me desculpe por hoje de manhã”

- Desculpas pelo que? – perguntei.

Eu sabia muito bem ao que ela se referia, mas preferi me fazer de desentendido.

Não era algo que ela tinha feito ou falado, era o simples fato de que ela ainda era a mesma de antes e que se importava muito mais com as aparências do que com as qualidades internas das pessoas. Como se fosse importante para mim o fato de que nesse momento, não havia ninguém disposto a ajudá-la e se ela se importava com a minha reputação andando com ela, certamente se preocuparia com a dela se eu estivesse em sua situação. Não era uma coisa na qual ela pudesse se desculpar.

“Não sei, qualquer coisa que eu disse que te fez ir embora” ela escreveu.

- Acredite, não é algo que você tenha feito. – eu disse.

“Então o que é?” escreveu.

- Nada importante agora.

“Por favor, você é a única pessoa que não se afastou de mim até agora, se tem alguma coisa que eu faço que te incomoda, por favor, diga.” Dessa vez, ela demorou mais para escrever.

- É só que.... Bem, quando você disse sobre minha reputação.... Sabe... Eu não estou nem aí para a minha reputação e se você se importa com a MINHA, deve se importar com a sua. – falei hesitante.

Ela pensou por alguns segundos e depois escreveu no bloco.

“Eu não tenho mais reputação”, me mostrou.

- Mas se você tivesse, você não faria por mim agora o que eu estou fazendo por você. Você se importaria com a sua reputação.

Eu sabia que estava certo. Alice ficou sem ação, ela percebeu que tudo aquilo fazia sentido.

Não havia mais nada a dizer. Alice virou as costas e se dirigiu até o banheiro feminino.

Voltei para a sala de aula com a mesma cara de morte. A professora de história estava fazendo um novo teste oral, eu entrei em silêncio e me sentei na carteira.

- E aí? – Ângela cochichou. – o que aconteceu?

- A diretora soube que eu estava envolvido ontem e agora eu estou em detenção nos próximos três meses e o pior de tudo é que é bem no horário do meu turno no mercado. Vou ter que falar com aquela mocréia da supervisora para mudar e eu duvido muito que ela vá deixar.

- Que imbecil! – Ângela comentou.

Ângela provavelmente iria xingar mais a diretora, mas fomos interrompidos pela professora de história que dava continuidade ao teste oral.

- Senhor Hale! Pode me dizer qual é o nome do partido brasileiro que não aceitou a constituição de 1988?

Brasil? Eu tinha prestado atenção nessa aula? Minha mente não conseguia processar essa informação.

- Que pena senhor Hale! – ela riu maldosamente. – Serão menos dois pontos em sua média e o nome é Partido dos Trabalhadores.

- Professora, nós não começamos a estudar a política brasileira ainda. – Ângela protestou.

- Claro que começamos! Eu mandei vocês lerem os capítulos no livro!

- Sim, mas a senhora não explicou nada ainda. – Ângela insistiu.

- E qual é a dificuldade de compreensão de vocês? Precisam que eu desenhe para vocês terem a capacidade de aprender alguma coisa?

Ângela ia rebater a resposta da professora com argumentos bem mal educados, mas eu fiz um gesto com a mão, impedindo-a.

- Não vale a pena. – falei.

Ângela suspirou e voltou sua atenção para o caderno de história, rabiscando alguma coisa.

A aula finalmente acabou e fomos para o refeitório. Mike, Eric e Tyler já estavam sentados na mesa. Fui até o balcão de alimentos e peguei uma maçã e depois sentei-me à mesa.

- Onde está Alice? – Ângela me perguntou ao sentarmos. – Ela estava com você na diretoria, não estava?

- Sim. – eu realmente não estava com vontade de falar sobre nossa briguinha.

- Então onde ela está? – Ângela insistiu.

- Ela foi ao banheiro. – não era mentira, só que não era toda a verdade. – Logo depois de sairmos da sala da diretora.

- Certo. – ela desviou o olhar, indo conversar com Eric sobre qualquer outra coisa que eu não pude prestar atenção.

Olhei para a mesa número cinco. Bella Swan estava sentada na ponta, checando as unhas pintadas de preto. Ela usava uma calça jeans preta e uma blusa também preta e uma faixa emaranhada no cabelo. Na mesma mesa, o “idiota em dose dupla” abraçava minha irmã. Os dois tinham uma expressão felicíssima no rosto. Nem pareciam notar a falta de três pessoas naquela mesa.

Edward Cullen, aquele mesmo idiota que eu odiei minha vida inteira. Estava desaparecido com 99% de chance de estar morto, agora, depois de tudo, acho que eu não o odiava tanto assim.

Renesmee Cullen, aquela menina mimada que andava sempre com roupas caras e de marca que namorava o idiota do Jacob Black da reserva de La Push e que esnobava a tudo e a todos, assim como sua irmã fazia.

Mary Alice Brandon, só de pensar em seu nome, suspirei. Eu havia acreditado que poderia existir outra pessoa depois daquele acidente, mas os fatos me contradisseram, ela era exatamente a mesma. A única coisa que havia mudado era que agora, ela precisava se apoiar em alguém para poder ter sua vida social de volta, já que ela se importava tanto com reputações. Eu tinha me disposto a ser essa pessoa, até hoje.

E não era só pelo que ela tinha dito de manhã, que por si só não era tão ofensivo, mas havia uma interpretação oculta por trás daquilo tudo, ela só se importava com aparências e era exatamente por isso que me esnobara a vida inteira. Agora, ela só chegava perto de mim por uma única razão: Eu era a única pessoa que ainda não tinha mandando ela pastar.

Devido às circunstâncias atuais, eu estava prestes a fazê-lo e se me perguntassem o motivo, eu não diria que fora pelo episódio da manhã e sim pelo mais recente: Ela tinha tentado omitir sua inteira culpa me apontando como suspeito do acidente de carro e eu fui parar na diretoria por isso e estava prestes a perder meu emprego, porque minha supervisora nunca deixaria eu mudar de horário, além disso, a diretora diria à minha família, o que tornaria a situação ainda pior, pois minha família estava em pedaços desde a noite anterior, quando eu contei a verdade à minha mãe.

- Jasper! – Mike chamou minha atenção.

- O que? – voltei à realidade.

- Aleluia! Esta foi a décima vez que eu chamei você! O que está acontecendo?

- Nada, eu só estava pensando numas coisas.

- Jazz, cara, você está bem estranho hoje...

- Não é nada sério

Todos perceberam que eu realmente não queria falar no assunto e não disseram mais nada. Para falar a verdade, nem eu sabia por que meu comportamento estava tão diferente. Talvez fosse por causa da situação na minha família.

Ignorei todos na minha mesa durante todo o almoço. Olhava de cinco em cinco minutos para a porta do refeitório, minha mente tentava ignorar a razão, mas na verdade eu sabia muito bem o por que. Eu procurava Alice.

O horário de almoço acabou antes do que eu imaginava e imediatamente, segui para a aula de biologia.

O sr. Barner já estava na sala quando entrei. Sentei-me na terceira carteira da terceira fileira e novamente, Ângela se sentou ao meu lado, tão quieta quanto eu.

Rosalie entrou na sala com Emmett grudado nela. Os dois lançaram olhares superiores ao resto da turma. Não havia dúvidas que de todas aquelas pessoas, metade tinham inveja deles e a outra metade os odiava terminantemente.

Procurei Alice ao redor e não encontrei.

“O que essa garota tinha contra as aulas?”.

Já fazia um tempo que ela não ia para a escola e freqüentava a TODAS as aulas. Desde muito antes do acidente, mas parece que agora que ninguém mais gosta dela isso está piorando.

A aula foi uma porcaria, é claro. O sr. Barner tentava nos explicar as propriedades do DNA. Nem preciso dizer que ninguém entendeu nada.

A porta se abriu escancaradamente e Alice entrou.

Todos se espantaram. Ela não estava mais com aquela cara chorosa que havia adquirido recentemente. Ela tinha uma expressão confiante.

Sr. Barner deixou-a entrar de má vontade.

Todos esperavam que ela fosse se sentar em qualquer carteira vazia da sala, mas não.

Ela se aproximou de mim e Ângela, entregando um pedaço de papel amassado a ela.

Eu e a sala toda observamos enquanto Ângela, com uma cara espantada lia o conteúdo do papel e sorria para Alice em concordância. Logo depois, Ângela levantou-se da cadeira e foi se sentar no fundo da sala.

Alice tomou seu lugar na carteira atrás da minha. Eu virei para frente e o professor continuou a aula.

O que diabos aquela menina estava fazendo? Eu nem falava mais com ela e não tinha nenhuma intenção de falar.

O sinal tocou vinte minutos depois e eu resolvi ir embora para casa.

- Jasper! Onde você vai? – Ângela me perguntou ao me ver saindo da escola.

- Para casa. – respondi.

- Por quê? – ela ficou espantada. -  Foi por causa da aula de biologia? Você ficou bravo?

- Esqueça isso.

- Alice me pediu para sentar lá, ela queria ficar perto de você. – Ângela disse com um sorriso no rosto. – pelo menos era o que dizia o bilhete.

Corei profundamente.

Alice quer ficar perto de mim? Essa é nova.

Continuei andando até a saída da escola sem me importar realmente com o resto do mundo.

Caminhei pelas ruas até chegar à minha casa.

Abri a porta lentamente. Minha mãe estava esparramada no sofá, chorando. Senti dó dela e me aproximei.

- Mãe! O que está acontecendo? – afaguei seus cabelos loiros iguais aos meus e a abracei.

- Seu pai. – ela voltou a chorar. – ele fugiu com a outra mulher.

Abracei-a mais forte ainda.

- Desculpe-me, a culpa foi minha. – admiti com vergonha. 

Ela olhou para mim, pela primeira vez desde que eu chegara em casa.

- Não foi. O que você fez foi justo, você é um garoto honesto e eu tenho muito orgulho de você. – ela me abraçou.

Minha mãe não costumava dizer isso para mim. Ela e meu pai tinham uma clara preferência por Rosalie desde que éramos pequenos.

- Obrigado mãe. – agradeci.

- Não precisa agradecer. Só estou dizendo a verdade. – ela passou os dedos em meus cabelos. – O que seu pai fez foi muito errado e eu dou graças a deus todos os dias por você não ter nascido igual à ele. Eu tenho certeza que você nunca faria uma coisa dessas. A mulher que se casar com você terá muita sorte, filho. Agora chega de chorar, tenho que fazer o almoço de vocês dois.

Minha mãe me soltou rapidamente e passou a mão nos olhos, limpando as lágrimas. Em seguida, me deixou na sala e foi para a cozinha.

Esperamos Rosalie chegar para almoçar. Ela se fez relutante no começo, mas acabou aceitando. 

Contamos a notícia sobre o novo estado da família e ela começou a chorar. Eu não tinha tempo para consolá-la, então encarreguei minha mãe dessa tarefa.

Fui para o supermercado. Eu teria que convencer a supervisora a trocar meu horário, o que não seria fácil.

Passei pela porta do supermercado com a cara fechada. Tanya esperava por mim do lado de um dos caixas e acenou quando entrei.

- Jazz! Eu a adorei! – ela disse empolgada.

- Quem?

- Não seja bobo! Estou falando de Alice, é claro!

- Ah, sim... Alice. – eu disse emburrado.

- Aliás, tenho uma surpresa para você! – ela estava empolgada.

Apontou para a seção de cereais no supermercado e eu a vi.

Era ela. Alice. Estava com uma expressão feliz no rosto. Havia uma caixa de barras de cereais embaixo de seu braço.

- Ah não... – resmunguei. – por que a trouxe aqui?

- Eu não trouxe, ela veio sozinha, queria falar com você, quer dizer... Queria escrever para você.

- Eu não quero falar com ela. – reclamei.

- Não seja tolo, lembre-se do que você me falou.

Me rendi, era impossível discutir com Tanya, ela ganhava todas as discussões possível e imagináveis.

Me aproximei de Alice e a cumprimentei.

- Oi.

Ela se virou para mim espantada. E pegou rapidamente seu bloquinho de notas.

“Finalmente você apareceu!”, escreveu. “Pensei que teria que esperá-lo o dia inteiro”.

Ela sorriu. Estava tão diferente...

- O que você quer? – fui rude.

“Dizer uma coisas”, me mostrou o bloquinho.

- Então vá com fé, eu não tenho o dia inteiro, tenho que falar com a supervisora para mudar meu horário graças a você. – ironizei.

Ela se sentou no chão e começou a escrever. Fiquei plantado esperando a resposta por alguns minutos.

Algum tempo depois, ela me mostrou o bloquinho.

“Eu não quis dizer aquilo! Eu não me importo mais com a minha reputação, eu estou ferrada, ninguém mais gosta de mim e eu queria que você gostasse. Tentei fazer uma piadinha hoje de manhã e só agora percebi que ela era de extremo mau-gosto, eu não ligo para nada mais. Por favor, me perdoe”.

Li e reli aquela nota várias vezes. Alice fazia uma cara de esperança à minha frente. 

Eu era orgulhoso demais para isso. Eu era orgulhoso demais para dar o braço a torcer.

- Você sabe que não foi só a isso que eu me referi. – rasguei o papel que ela me dera.

Ela fez uma expressão de sofrimento e escreveu:

“A que você se refere?”

- A isso. – apontei para nós dois. – Não está certo. Você não pode estar fazendo isso, me ignorou a vida inteira, por que agora começaria a me dar atenção? Está se aproveitando de mim pois eu sou uma das únicas pessoas naquela escola que não quer terminar de fazer com você o que aquele avião não conseguiu! Já tive provas suficientes para constatar que você não é uma boa pessoa e não é por causa de um acidente ridículo que isso vai mudar! As pessoas não mudam! Hoje, por exemplo, você me denunciou para a diretora, e isso vai dar um trabalho e tanto para consertar e o que você ganhou com tudo aquilo? Nada. Vai ter que ficar na detenção comigo de qualquer maneira! Você é orgulhosa o suficiente para ter que se apoiar em alguém e fingir ser amiga dessa pessoa só para não ficar sozinha! Esse não é o tipo de pessoa que eu quero perto de mim, muito obrigado, mas você é a última pessoa na face da terra com quem eu gostaria de estar!

Virei de costas e saí andando.

Nem reparei que todos naquele supermercado agora me olhavam. Ouvi um baque. Virei para trás.

Alice estava estirada no chão. Em estado de choque, sem lágrimas no rosto, apenas uma expressão pálida. Era um estado mais ou menos catatônico.

- Alice? – Tanya se aproximou do corpo caído, sem reação.

Nenhuma resposta.

- Alice? – Tanya tocou a pele do rosto de Alice. – ela não está bem! RECISA IR PARA O HOSPITAL IMEDIATAMENTE!

Pânico se apossou de mim naquele momento.

Eu era o responsável, fui eu que fiz ela ficar assim.

Se ela morresse, eu nunca me perdoaria.

As pessoas ficaram em silêncio, até que um homem ligeiramente acima do peso se ofereceu para levá-la.

Peguei o corpo imóvel de Alice nos braços e levei até o carro do homem. Rezei internamente para que tudo ficasse bem.

Durante todo o percurso, Alice ficou quieta enroscada em meus braços.

Eu tinha medo que alguma coisa acontecesse.

Naquele momento, eu esqueci de toda a briga e de tudo que ela já tinha feito para mim. Alice estava em choque e era culpa minha.

O homem estacionou no hospital de Forks e eu saí correndo com Alice nos braços até a recepção.

- Ela precisa ser atendida imediatamente! – quase-gritei para a recepcionista.

- Lamento, mas há uma grande fila de espera.

- Não tem importância, chame o dr. Hale, ele é meu pai e irá atendê-la.

A mulher deve ter notado meu desespero e me deu o número da sala sem mesmo chamar meu pai.

Abri a porta da sala e vi. Meu pai aos beijos com uma enfermeira de cabelos castanhos. Aquela devia ser a tal da Jéssica.

Limpei a garganta para chamar a atenção. Eu não tinha tempo nem cabeça para discutir aquela cena com meu pai. Havia uma pessoa muito mais necessitada do que eu agora.

Alice ainda imóvel em meu colo.

Meu pai olhou para mim e ficou vermelho. Jéssica ajeitou suas roupas e rapidamente saiu da sala.

- O que você quer? – ele foi rude.

- Eu, nada. Mas acredito que Alice queira.

Ele olhou a menina catatônica colada ao meu corpo e imediatamente ordenou que eu a colocasse na cama.

- O que diabos você fez com ela? – ele estava com raiva.

Eu não sabia. Eu tinha dito a verdade a ela. Não achei que isso fosse causar tantos danos. Só queria que Alice voltasse a si. Não porque eu gostava dela, mas sim para o meu próprio alívio pessoal.

- Eu não tenho idéia.

- Não seja tolo! Você tem que me dizer! – ele media a temperatura do corpo imóvel na cama.

- Eu lhe disse algumas verdades. – admiti.

Ele me encarou, com ódio no olhar.

. – Não sabe que o estado emocional dessa menina é precário? Você vai matá-la! Meu próprio filho vai matar minha paciente. SAIA DAQUI! VAMOS! SAIA LOGO!

Ele me espantou com a mão e eu não tive outra alternativa a não ser sair daquela sala. Sentei-me no banco do corredor.

Não havia nada que eu pudesse fazer a não ser rezar para que nada acontecesse. Afinal, era tudo minha culpa.

E foi isso que eu fiz.

Rezei para que alguma força divina ajudasse Alice e consequentemente me ajudasse.

Eu precisava que ela voltasse a si são e salva.

E que Deus ou qualquer outra coisa me ajudasse.


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Notas finais do capítulo

HI PEOPLE! (me deu a louca e eu resolvi falar inglês).
Jubs Novaes falando!
Esse foi o PDV do Jazz. (eu amo ele).
Então, resolvi esclarecer já umas coisinhas.
Esse último trauma da Alice desse capítulo pode parecer bem absurdo para algumas pessoas, mas por favor, levem em consideração que a Alice está fisicamente debilitada e extremamente frágil. Além disso, está sofrendo uma dor emocional gigantesca, então considerem isso antes de julgar absurdo. Choques psicológicos como esse relatado no capítulo são comuns para pessoas que sofrem grandes traumas.

Enfim... Não é absurdo.

Entãunzes, demorei um século, eu sei. Estou escrevendo capítulos de 4 fics no momento e estou BEM atolada com isso.
1) ESSA. muhhahha
2) Up! Altas Aventuras, minha outra fic que já está acabando. ;D
3) The Red Tulips que na verdade nem é minha fic, mas eu dou um HELP para a autora.
4) Uma outra ONE-SHOT oculta que eu não direi o nome, não revelarei spoiler e muito menos a sinopse até ela ficar prontinha e ser postada aqui. HEHHEE Sou malévola.

Bem, e nessa época coincidiu de eu ter que escrever páginas das 4 fics ao mesmo tempo. Agora são três, porque eu passei a bola para a Vick assim que terminei de digitar essas notas que você está lendo nesse momento.
Resumindo: Fiquei desesperada nesses últimos dias tentando escrever desesperadamente as quatro fics.
Detalhe: só consegui escrever duas e uma delas foi essa.
;D

Agora, saindo do meu assunto desespero (eu to ficando desesperada só de ouvir falar nisso). Mais uma pessoa bonita mandou uma recomendação na fic!
EEEE!!!

ninaxaubet - Oi! Como vai você? (CALA A BOCA, JULIANA NOVAES!)... Ok, parei com o meu 3898437587489484º momento PC Siqueira. Então, Nina, realmente, muitas pessoas pensam que eu não tenho nada pra fazer da vida, então fico escrevendo fanfics, na verdade, eu estou totalmente atolada hoje em dia e é TUDO por causa dessas FANFICS... Quem escreve 4 fics ao mesmo tempo me entende... ;D,... Continuando: Eu e a Vick ficamos MUITO felizes em saber que você gosta da fic, a gente trabalha MUITO pra ela ficar boa. Um pouco mais contextualmente do que gramaticamente (às vezes tem erros). Muito obrigada mesmo pela sua recomendação. Pessoas bonitas que mandam reviews e recomendações são as pessoas que fazem a fic andar para frente e eu garanto pra vocês, NÃO É FÁCIL! ;D
Obrigada mesmo Nina!



AGORA, QUERIDOS(AS) AMIGOS(AS) É MINHA HORA PREFERIDA DO DIA! QUEM ADIVINHAR QUE HORA É ESSE GANHA UM BIS BRANCO! (Isketch feelings)


HORA DE PEDIR REVIEWS!!!
EEEE!!!
Se você é feio e não vai mandar review nem precisa ler isso, já vai subindo a sua página feia e eu tô torcendo para que ela trave!
MAS SE VOCÊ É BONITO, CONTINUA LENDO...

EU E A VICK REPARAMOS QUE O NÚMERO DE REVIEWS CAIU MUITO! Isso já era um pouco esperado por causa do método (nada sutil) que eu usei para chamar leitores, mas está caindo radicalmente e isso me deprime!

O QUE ESTÁ ACONTECENDO?
APOSTO QUE MUITOS ESPELHOS ESTÃO QUEBRANDO NA CASA DE VOCÊS! PORQUE O QUE TEM DE GENTE FEIA SUBINDO A PÁGINA DAVA PRA ENCHER A CIDADE DE SÃO PAULO INTEIRA (ok, agora eu exagerei).

O QUE ESTÁ ACONTECENDO? A fic ta ficando pior? Se for isso, pelo AMOR DE DEUS FALEM PARA NÓS! (eu imploro).

EU ACHO UMA PUTA FALTA DE SACANAGEM ISSO!
NÓS AUTORAS PRECISAMOS DE REVIEWS PARA VIVER!

QUEREMOS REVIEWS, PESSOAS! E SE VOCÊS COMEÇAREM A DAR UMA DE FEIOS E NÃO MANDAREM, TEREMOS QUE TOMAR MEDIDAS DRÁSTICAS COMO, POR EXEMPLO DETERMINAR UM NÚMERO DE REVIEWS PARA POSTAR. Nós realmente não queremos fazer isso, mas se as coisas continuarem como estão seremos obrigadas a fazer.

ESPERO QUE VOCÊS COLABOREM COM A NOSSA CAUSA... A não ser que você queira ser um fedido, feio, piolhento de cabelo ruim e verruga na ponta do nariz.

TEM UMA BARRINHA DE ESCREVER LÁ EMBAIXO. CLIQUEM NELA E ESCREVAM QUALQUER COISA:
PODE XINGAR, PODE ESCULACHAR, PODE ESCREVER OI, PODE ESCREVER TCHAU, PODE ELOGIAR, PODE CRITICAR E PODE NÃO ESCREVER NADA E SÓ COLOCAR UM MONTE DE BARRA DE ESPAÇO E ENVIAR ( eu não vou gostar muito de você por isso, mas é melhor do que nada).

Enfim, existem 101 utilidades para essa barrinha aí embaixo, use UMA dessas mil e uma utilidades e você não vai mais estar na minha lista negra.

Acho que é isso.
Beijitos.