Vampires: The Darkness escrita por Millatxf


Capítulo 2
A fuga




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Kate acordou apenas no dia seguinte, ainda estava na cama que um dia havia pertencido a sua mãe, e que agora estava cheia de sangue e suor. Ela continuou deitada com os olhos fechados por alguns minutos, desejando que tudo tivesse sido apenas um pesadelo, mas a realidade era diferente. Levantou-se, caminhando com dificuldade até o banheiro e entrou debaixo do chuveiro, deixando a água quente escorrer sobre seu corpo dolorido. Ela queria tirar aquele cheiro de álcool e suor que a impregnava, deixando-a enjoada. Ela se sentou no chão abraçando os joelhos e aos poucos a água aliviava a dor de seu corpo, mas não a dor que sua alma sentia.

Quase duas horas mais tarde, saiu do chuveiro e foi para o quarto que dividia com as duas irmãs. Katlyn abraçava Emmy, que ainda chorava muito, e quando viram Kate elas correram até a irmã, querendo saber o que havia acontecido.

As três irmãs eram muito unidas, tinham um laço muito maior do que normalmente havia entre irmãos, mas Kate não podia contar para elas sobre as ações repugnantes do pai, por isso disse que ele havia apenas batido nela. As duas não acreditaram, mas estavam felizes pela irmã estar bem, pelo menos era isso que elas pensavam.

Nos dias que se seguiram Kate tentou ao máximo evitar o encontro com o pai. Ela queria fugir, contudo não podia abandonar as irmãs.

- Irmã, o que está havendo com você? Você está tão triste ultimamente – perguntou Katlyn.

- Não se preocupe, não é nada – respondeu Kate tentando enxugar suas lágrimas.

- Não adianta você tentar me enganar, Emmy e eu sabemos que algo está errado com você – disse enquanto ajudava a mais velha a dobrar as roupas que acabaram de ser lavadas – Eu sei que você não quer falar nada para nos proteger. Contudo eu já sou grande, tenho 13 anos! Nossa mamãe sempre dizia que eu já sou uma moçinha...

As duas ficaram em silêncio por um tempo até Katlyn continuar.

- Eu sei que você está assim por causa do papai...

- Eu quero ir embora – disse Kate olhando para o chão.

- Ir embora? Você quer fugir?

- Sim, eu pensei muito sobre isso, porém eu não quero abandonar vocês duas.

- E você não vai nos abandonar! Vem, vamos logo! – disse Katlyn segurando a mão da irmã.

- Ir aonde?

- Chamar a Emmy e arrumar nossas malas – disse Katlyn com um olhar decidido, não parecia apenas uma garotinha de 13 anos.

Kate concordou com um aceno da cabeça e as duas encontraram a irmã mais nova, contaram todo o plano para ela. A menor não pensou duas vezes e concordou com as outras duas, seus olhinhos azuis brilhavam devido às lágrimas que queriam sair, mas as não deixava escapar.

Emmy era diferente das irmãs, possuía pequenos olhos azuis e cabelo loiro com belos cachinhos que Kate fazia quando escovava o cabelo da irmã. Kate e Katlyn eram mais parecidas, com cabelos lisos e negros, da mesma cor dos olhos.

As três colocaram algumas peças de roupas em uma mala pesada, Emmy, com muito esforço, colocou seu ursinho favorito, que foi feito pela mãe, dentro da mala, sentando em cima da mesma para fazê-la fechar.

- Vocês têm certeza de que querem ir comigo? – perguntou Kate quando estavam prestes a sair de casa.

- Lógico que sim Kate! – respondeu Katlyn.

- Irmãzona você disse que ficaríamos juntas para sempre – disse Emmy – Você não pode ir embora sem a gente.

- Eu sei, eu nunca abandonaria vocês irmãs, contudo eu não quero que vocês sofram, e fugindo de casa as coisas não serão tão fáceis. 

- Nós vamos sofrer se ficarmos longe de você! – disse a pequena abraçando a irmã mais velha pela cintura.

- Emmy tem razão – disse Katlyn – Agora acho melhor nós irmos, antes que o papai volte do trabalho.

- E pra onde nós vamos Kate? – perguntou Emmy segurando nas mãos das duas irmãs.

- Vamos até a igreja, o padre Thomas vai nos ajudar.

As três foram rapidamente até a igreja, Kate carregava a mala pesada com dificuldade. A igreja ficava na praça da cidade, chegando lá elas pediram ajuda para o padre, que estava se despedindo dos fiéis que vieram se confessar. Elas não explicaram o motivo de terem fugido de casa, apenas pediram para ele ajudá-las a encontrar um lugar para ficar, e Kate se ofereceu para trabalhar limpando a igreja.

O padre disse que elas podiam ficar na igreja e as levou até um quartinho pequeno e sem janelas, onde havia um guarda-roupas antigo e uma cama de molas. Uma das freiras preparou um banho para elas em uma tina grande de madeira.

Kate deu banho na Emmy e depois na Katlyn, na sua vez de tomar banho Katlyn lavou seu cabelo, como fazia todos os dias.

- Se você fosse embora sem a gente, quem iria lavar seus cabelos, irmã?

- É verdade... Eu amo quando você os lava...ficam muito mais macios – disse Kate com os olhos fechados e um leve sorriso no rosto.

- É bom vê-la sorrir novamente...

Depois do banho as três se apertaram para dormir juntas na cama, que rangia toda vez que elas se mexiam.

- Esse colchão é fino demais – disse Katlyn.

- Tá me machucando – choramingou Emmy tentando encontrar uma forma mais confortável para dormir, fazendo a cama ranger muito.

- Vem aqui Emmy, deita em cima de mim – disse Kate.

- Humm, assim está melhor – disse Emmy se ajeitando em cima da irmã – Eu gosto de dormir ouvindo seu coração, irmãzona.

Emmy estava com a cabeça sobre os seios de Kate e logo adormeceu ouvindo o “tum-tum” do coração da irmã que amava tanto.

No dia seguinte elas foram acordadas pelo barulho da porta do quarto sendo aberta com violência. Seu pai entrou furioso, agarrou Kate pelos cabelos, jogando-a contra a parede. O padre tentou evitar, mas ficou com medo do olhar furioso daquele homem.

Ele dizia que se Kate quisesse ir embora, ele não se importava, mas que as duas mais novas não iriam junto. O pai das garotas puxou Emmy e Katlyn pelos braços, as arrastando para fora do quarto, elas choravam e lutavam para escapar das garras do pai, porém todo esforço era em vão. Kate ia atrás chorando e implorando para o pai soltas as duas, mas ele as empurrou para dentro do carro, onde o motorista estava esperando, e eles foram embora deixando Kate sentada nas escadaria da igreja, vendo suas irmãs chorando pela janela traseira do carro.


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