Lie - The Story Of The 8th Sin escrita por Koneko-chan, Yukari Rockbell


Capítulo 18
Um tudo, tudo um.


Notas iniciais do capítulo

Bem, tive problemas pra postar esse cap porque era pra ter feito isso ontem.
Vejamos, o que eu ia dizer mesmo...? Sim! Estou muito triste por esse ser o penltimo captulo, se eu pudesse eu faria essa fic durar mais T_T Mas no se preocupem, j vou avisar precocemente que estou pensando numa continuo! E j tive uma ideia boa, a Yukari-senpai ficou surpresa HAHAHA.

E, bem, eu reescrevi esse cap a pedido do meu subconsciente que achava que a Lie estava intil nele. No caso, o Envy ficou intil, mas foi de propsito, t?

Kissus!!



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Chapter 18 (Ep. 61 – Brotherhood): um é tudo, tudo é um.

A iluminação fraca do pôr do sol começava a se mostrar insuficiente para que eu conseguisse enxergar as letras miúdas do livro.


– Alquimia não faz sentido nenhum. – murmurei.


Luke sorriu, parando de ler e olhando para mim. Eu, entretanto, continuei observando as figuras do sol e da lua.


– Pode não fazer sentido para você

 – ele respondeu. – Mas foi ela quem me ajudou a te criar.


Eu revirei os olhos.


– Se está dizendo que eu devo ser grata à alquimia, está pedindo demais.


Ele riu um pouco. Eu estava mentindo, claro. Eu era grata à alquimia. Sem ela, eu não poderia estar ao lado de Luke. Ainda sim, não conseguia entender aquelas imagens e explicações confusas.


– Luke – chamei. – Me explique essa parte do sol e da lua.


Ele assentiu.


– É bem simples, True. – começou, lendo um trecho do livro. – O sol representa o macho. A lua representa a fêmea. Quando o sol e a lua se juntam, se tornam uma criatura que é tanto macho como fêmea.

Resumindo, a existência perfeita.


Eu balancei a cabeça.


– Ainda não faz sentido. O que viria a ser isso?

Ele pensou um pouco.


– Eu concluí que deve ser uma criatura com poderes fantásticos... Uma espécie de Deus em forma humana.


– Ahh – fiz eu como se compreendesse. – Ainda não entendi.
Ele riu um pouco.


– Deixe para lá.


Ele fechou o livro e o posou sobre a mesa. Eu o abracei por trás, já que ele estava sentado na cadeira, e beijei sua bochecha.


– Luke – murmurei.


– O que foi, True?

– Você gostaria que eu aprendesse alquimia?


Ele pensou por um segundo.


– Sim, eu gostaria muito.


– Por quê?


Ele sorriu.

– Bem, seria mais um assunto sobre o qual poderíamos conversar. Além do mais, imagine o quão poderosa você seria! Um homúnculo que sabe fazer alquimia... Imortal, que consegue fazer cópias de si mesma e ainda por cima que saberia fazer transmutações! Não seria incrível?


Eu ri um pouco. Ele falava disso com tanta empolgação que quase me convencia.


– Desculpe – falei. – Mas não. Eu não conseguiria entender tudo isso nunca...


Ele deu de ombros.


– Um dia, quem sabe.


Luke se levantou e me beijou. Afastou-se e começou a ir para fora do cômodo.


– Vou arranjar algo para comer. – falou, afastando-se.


– Certo. – respondi. – Espero aqui.


Ele me lançou um olhar feliz e saiu do quarto, fechando a porta atrás de si. Esperei até que não pudesse mais ouvir seus passos e me sentei na cadeira, puxando o livro e procurando a página que estávamos vendo. Quando a encontrei, passei os dedos sobre as imagens do sol e da lua.


– A existência perfeita. – sussurrei. – Qual seria o preço a se pagar para isso?


Não demorei a encontrar a resposta. Arregalei os olhos ao me deparar com a resposta nas últimas linhas do livro e fechei-o, assustada.

Silêncio. Tanto silêncio que se eu não tivesse aberto os olhos assim que recuperei a consciência, acharia que estava trancada num quarto todo escuro.

Eu sentia como se o mundo estivesse morto, mas as coisas ao meu redor provavam o contrário. Eu tossi um pouco para aliviar os pulmões e não demorou até que ouvi mais uma tosse. Izumi Curtis levantava-se do chão. Fiquei feliz em saber que não era a única viva.


– Tudo bem? – perguntei, tossindo mais.


Ela assentiu e então levou a mão ao abdômen repentinamente. Os outros ao redor começaram a se levantar. Olhei para trás.


– Envy? – perguntei, tentando cutucá-lo com o ombro.


– Droga. – ouvi-o responder. – Lie, você está bem?


– Sim. – respondi. – Ok, quase.


– O que diabos foi isso?


Eu pensei, lembrando-me do tempo que passara estudando alquimia depois da morte de Luke.


– Hmm... Eu não estou certa. Pareceu algo que eu julgava impossível. – sussurrei.


– Todos estão bem? – Mustang perguntou. – O que aconteceu?


Eu ergui os olhos para observar ao redor e minha atenção se fixou num ponto quase totalmente coberto por fumaça. Arregalei os olhos quando vi o Pai.


– Bom trabalho, meus sacrifícios. – disse ele. Era como se falasse com seus filhos quando terminam o dever de matemática.


Hoheheim olhou para o Pai também. Sua expressão ficou parecida com a minha.


– Ele conseguiu. – rosnou.


– Sim. – respondeu. – Eu obtive. Deus.


Examinei o homem à frente. Era loiro com os cabelos longos, um físico musculoso e olhos claros. Ele estava sentado como se quase morresse de tédio.


– Deus?! – Edward gritou, duvidando. – Como se isso...


– É possível. – Hoheheim corrigiu. – Se tiver uma energia enorme, é claro.


– Energia? – ele pensou um pouco. – Ah! A Pedra Filosofal!


– Não me diga... – começou Alphonse. – Então todos foram transformados em Pedra Filosofal?


– Quantos ele sacrificou? – especulou May Chang.

Mustang respondeu, assustando a garota.


– A população desse país é de mais de 50 milhões.


Edward cerrou os punhos.


– Maldito! – urrou, unindo as mãos e tentando fazer uma transmutação.
Ele foi impedido.

O Pai ergueu um dedo e tocou-o contra a própria cadeira. Uma onda de força passou por nós, como se um gigante tivesse pisado naquele ponto.

 Edward bateu as mãos contra o chão, tentando inutilmente executar a transmutação.


– Droga!


– Suas técnicas estão seladas. – o Pai falou. – Adeus, amigos.


Ele esticou a mão e uma pequena bola de fogo começou a brilhar naquele ponto.


– Você... Isso é... – Hoheheim começou.


– Agora que consegui Deus, é possível até mesmo criar um sol na palma da minha mão.


Eu balancei a cabeça, incrédula.


– Impossível. – murmurei. Tentei olhar para Envy para ver sua reação. Ele estava com os olhos arregalados de descrença.


– Que tal desaparecerem – o Pai continuou. – Aqui e agora?


Um flash passou por meus olhos. Foi tão depressa que comecei a imaginar se eu fora a única que vira, mas o Pai olhou para o solzinho em sua mão, como se perguntando o que fora aquilo. Pride também franziu o cenho, ainda com a mão no rosto.


– Quando você conseguiu o poder de Deus – Hoheheim disse. – Meu contra-ataque começou.


Outro flash, quase mais rápido.


– Por um longo tempo eu venho planejando isso. E por causa desse dia, eu usei a Pedra Filosofal dentro de mim. Meus amigos, eu os escondi no solo desse país.


Mais um flash e eu pisquei algumas vezes, atordoada. O Pai também pareceu atordoado.


– Apenas escondeu a Pedra Filosofal? – perguntou irritado. – E o que tem isso? Não poderá ativar nada se não tiver o círculo apropriado! Esses são os princípios da alquimia!


– Se for um círculo – rebateu. – Eu tenho um, sim. Mesmo que algo aconteça comigo, ele se ativará sozinho. Um bem grande e poderoso! A sombra da lua que aparecerá sobre a Terra durante o eclipse!


O Pai colocou a mão sobre o peito, parecendo confuso e transtornado.


– Não importa o que aconteça. – o Pai começou. – Você pretende se opor a mim... Hoheheim?!


– Foi para isso que vim aqui... Pequenino do Frasco, Homúnculo!


A Terra começou a tremer. Eu vi o pequeno sol se esconder enquanto o Pai fechava a mão. Ele se apoiou nas pernas, como se tivesse feito um esforço muito grande e então, segundos depois, explodiu em um grito, curvando-se para trás. As almas de todos os que habitavam aquela cidade morta começaram a sair de dentro dele, explodindo em uma grande mancha avermelhada – quase como sangue – para voltarem a seus corpos.


Logo, o Pai estava caído de cabeça baixa em sua cadeira e eu me senti aliviada por algum motivo. Quase feliz porque o país inteiro não morreu. Ou talvez... Realmente contente por saber que os presentes naquela sala não eram os únicos vivos em muitos quilômetros quadrados.


– Nós conseguimos? – Ed perguntou-se.


– As almas das pessoas de Amestris – Hoheheim falou. – Retornaram a seus próprios corpos. E agora ele está como era antes, somente com a alma dos habitantes de Xerxes. Ele não conseguirá reter o seu tão proclamado Deus.


O Pai apertou o apoio da cadeira, que explodiu em pedaços. Todos ficaram repentinamente mais atentos.


– Eu só preciso construir outra Pedra Filosofal. – rosnou o Pai. – Há milhões e bilhões! O mundo está cheio de energia humana!


Uma esfera negra e arroxeada de energia emergiu da testa do Pai, indo em direção a Hoheheim. Ele tentou segurá-la, contendo-a e jogando-a para cima a fim de tirá-la do caminho. Mas o Pai não ficou satisfeito. Mais uma onda terrível de energia nasceu de seu corpo e avançou contra eles. May, prevendo a ação, lançou suas kunais e fez um círculo de proteção em volta deles.


– May! – Alphonse gritou.


– Usuários de rentanjutsu são especialistas em controlar o fluxo de energia da Terra! E quanto mais tiver mais eu poderei usar a meu favor. – ela olhou para Hoheheim – Senhor, por favor! Cuidado!


Hoheheim estendeu os braços e a energia colidiu contra o círculo. Ele a segurou, procurando um jeito de proteger os outros. As kunais de May começaram a bambear.


– Se esforce, senhor, por favor! – pediu ela. – O chão está desmoronando!


– Não dá!


Alphonse e Edward começaram a tentar ajudar Hoheheim.


– Pai, se esforce! – Alphonse pediu.

– Não desista, seu velho maldito! – Edward insistiu.


Hoheheim se endireitou.


– Olhem para isso... – comentou. – Posso ter sido um péssimo pai, mas ainda posso mostrar algo legal para vocês!


Ele começou a empurrar com mais força. Edward virou o rosto.


– Ainda não, Scar?! – gritou.


Hoheheim forçou um pouco mais, afastando a energia dos filhos.


– Aqui está! – gritou.


Edward juntou as mãos e se abaixou, tocando-as no chão. Várias estacas começaram a brotar e investiam contra o Pai e Pride. Uma quase me acertou, mas eu me impulsionei no chão contra Envy, desviando bem a tempo.

Uma nuvem de poeira cobriu o local e senti a sombra de Pride se afrouxar até sumir e eu estava livre. Quando consegui enxergar de novo por trás da poeira, o vi agachado no chão cobrindo o rosto em meio ao entulho. Me levantei rapidamente e puxei Envy pelo braço, arrastando-o para longe de qualquer um dos lados.


– Ainda quer matar o Pride? – ele perguntou.


– Sim. – respondi. Vi um pouco de sangue no chão e me ajoelhei, fazendo um círculo de transmutação sobre um monte de entulho. Juntei as mãos e toquei-os, puxando dali duas adagas semelhantes as minhas. – Mas desarmada não dá muito certo, não é?


Ele sorriu.


– Você precisa me ensinar isso.


Eu sorri um pouco e me levantei, postando-me ao lado dele.


-- Vamos chutar a bunda desse homúnculo pequeno. -- murmurei.


Alguns segundos depois, notei que Edward transmutou o chão e fez vários canhões, atirando várias estacas contra o Pai e Pride. Os ataques eram bloqueados com uma barreira invisível, o que era frustrante. Aproveitei a deixa para começar a correr entre as estacas e eu e Pride começamos a lutar. Tirei proveito do fato de ele estar tremendamente fraco no momento.


-- Vai jogar tudo isso fora, Lie? -- ele perguntou, numa tentativa de me persuadir. -- Vai jogar todo seu orgulho de homúnculo fora?!


Eu continuei investindo e ele defendendo.


-- Eu não sou esse pecado, seu idiota. Não sou a vaidade. -- falei. E então, desferindo um golpe a cada palavra completei: -- Eu. Sou. A. Mentira!


Uma avalanche de lava vinda do tanque no qual Greed morrera pela primeira vez me impediu de desferir um ataque, pois tive que pular para um ponto mais alto. Entretanto, a pedra em que pousei estava solta e eu escorreguei. Só não caí porque uma mão me segurou e me puxou para um lugar mais estável. Olhei para cima.


Era Envy. Sorri para ele.


-- Vamos lá, sei que quer fazer isso, então por que não tenta se esforçar? -- ele disse com um olhar sacana.


Eu lhe olhei com desprezo.


-- Quer inverter os papéis?


-- Sabe que eu já teria ganho dele.


-- Ahn, claro. -- respondi com sarcasmo.


-- Lie, estou te provocando. -- ele revirou os olhos. -- Vai lá e acaba com ele.


Mostrei a língua.


-- Farei isso antes que perceba. Idiota.


-- Ah, sinto interromper. -- disse uma voz enraivecida não muito distante.

-- Mas eu realmente não tenho o dia inteiro!


Uma das sombras de Pride prendeu-se à perna de Envy de surpresa. Sem que ele pudesse dizer mais alguma coisa, Pride o puxou e ele caiu, mergulhando na lava fervente com um grito.


-- ENVY! -- gritei arregalando os olhos. Não tive tempo de lamentar muito mais e nem de ir salvá-lo, pois as sombras de Pride já vinham em minha direção tentando atirar-me à lava também.


Dei um salto para outra pedra mais distante, escapando, e cheguei bem próxima ao homúnculo. Através de investidas que não o acertavam e defesas que em algum momento o cansariam, Pride se distraiu com a figura do Pai erguendo-se num monte de pedra para alcançar a superfície. Aproveitei essa deixa e lhe desferi um forte soco no abdômen e ele caiu para trás.


Olhei para trás e saí correndo para ver como Envy estava, mas uma das sombras de Pride agarrou meu tornozelo e tropecei, caindo de cara nas pedras.


-- Acha que vou te deixar sair dessa tão facilmente?! -- ele rosnou ainda deitado no chão.


-- Bem, então estamos em pé de igualdade! -- gritei, tentando soltar meu tornozelo, mas era inútil.


E então, quase tão rápido que eu não pude ver, Edward apareceu e deu um soco em Pride, fazendo com que ele se distraísse o suficiente para eu conseguir libertar minha perna.


-- Obrigada!


-- Não há de quê. -- ele respondeu, voltando ao meu lado.


Me levantei com dificuldade e olhei ao redor.


-- Ué, cadê todo mundo?


-- Subiram para tentar impedir o Pai, eu fiquei para acabar com o Pride.

Eu fuzilei Edward com o olhar.


-- Essa é minha tarefa.


-- Não fui eu quem acabou de te salvar? -- ele revirou os olhos.


-- Eu já agradeci! -- voltei a olhar ao redor, procurando por Envy. Mas quando virei de costas, ele estava bem atrás de mim, um tanto ferido, mas relativamente no mesmo estado que eu. -- Ah, graças a Deus.


-- Deus no momento não está muito do nosso lado, só para constar. -- ele disse e ergueu os olhos para encarar Pride.


O baixinho -- Pride, nesse caso -- se levantara e agora nos encarava com ar de total desprezo.


– Malditos sejam – Pride rosnou. – Greed, Lie e Envy. Jogando fora seu orgulho de homúnculo. É patético.


– Por que vocês obedecem aquele Pai? – perguntou Edward.


– Você pergunta algo bem óbvio. – o homúnculo respondeu. – Não é normal que as crianças obedeçam seus pais?


– Mas os estúpidos são vocês – Edward rebateu. – Não é óbvio? Vocês são apenas pobres coitados que não pensam por si só. – ele apontou para mim e Envy. – Veja um exemplo de alguém que aprendeu a usar a própria cabeça!


Pride rosnou levemente e usou a sombra que segurava o braço de Edward para erguê-lo do chão, batendo-o novamente lá.


– Eu não entendo. – disse o garoto quando foi postado no chão de volta.

 – Por que você o segue? Você está tão acabado e ele nem tentou te parar!


Pride arregalou os olhos, surpreso com a observação.


– E daí?! Não pense que nós, homúnculos – ele tirou a mão de frente do rosto, revelando um buraco enorme onde devia estar a metade direita de sua face. Uma sombra saiu dali. – Seguimos esse senso comum ridículo de vocês, humanos!


– Por favor, – rosnei. – Não fale dos homúnculos de um jeito tão unilateral! Nem todos são como você!


– Você era até pouco tempo, não é mesmo, Lie?


– Sim, mas aprendi a enxergar com meus próprios olhos, graças a você!
Ele soltou um grunhido de ódio e uma de suas sombras veio em minha direção. Usei minhas adagas para desviar a investida, mas as sombras recolheram-se por muito pouco tempo.


-- Não tenho tempo a perder com vocês. -- ouvi Pride murmurar.


Suas sombras começaram a torturar Edward, tentando rasgar lhe a pele. Ele não estava investindo com toda a força, isso eu percebia. O homúnculo estava muito debilitado naquele ponto.


– Esse recipiente não aguentará mais. – murmurou, quase como lendo meus pensamentos. – No entanto, por você possuir o sangue de Hoheheim, como meu pai, o que faz de nós irmãos!


Envy fez uma careta.


– Eu realmente não gosto de pensar no Baixinho-san assim – murmurou.

 – Apesar de que também não gosto de pensar no Pride assim.


Eu o cutuquei para que parasse de falar besteira na hora errada.


– Edward Elric me dê seu corpo e se torne meu novo recipiente!


A sombra que saía do rombo no rosto de Pride escondeu-se repentinamente. Ele estranhou.


– Hã? – exclamou. Sua expressão começou a alterar-se para medo, assombro.


Ele levou as duas mãos ao buraco e eu notei que seu rosto começou a se degenerar ainda mais.


– Por que está atrapalhando, Kimblee?! – perguntou.


Eu arregalei meus olhos e sorri, sabia que ele não devia ter devorado o Kimblee. Aproveitei a deixa para retribuir o favor de Edward e dar uma facada em Pride para que o liberasse. Funcionou e eu ainda lhe arranquei um grito sufocado.


-- Você vai aprender a nunca mais mexer com uma mentirosa. -- rosnei.


-- Lie! -- Ed disse. Eu olhei para ele e com um olhar entendi o que ele pretendia.


Bati as palmas das mãos e posicionei-as no rosto de Pride. Ele começou a gritar mais, mas não teve tanto efeito quanto eu gostaria. Eu sabia que não era alquimicamente poderosa o suficiente para causar o mesmo efeito.


-- Ed! -- chamei pedindo ajuda.


Ele uniu as mãos também e tocou a cabeça do homúnculo. Um impacto alquímico surgiu com o choque enquanto os gritos de Pride ecoavam pelo subsolo.


-- Eu vou morrer! -- ouvi-o murmurar, assustado de tal modo que quase se permitia ter piedade. Quase.

Uma iluminação tomou conta do ambiente e meu cabelo voou para trás com a ventania repentina.


-- PARE -- Pride implorou. Pela primeira vez desde que o conhecera eu ouvira uma nota de medo verdadeiro em seu tom de voz. -- PARE! PARE COM ISSO!


Logo toda a iluminação cessou e, quando olhei, a cabeça de Pride já não estava mais em seu corpo, que agora começava a dissolver-se em pó. Suas vestes então caíram no chão como se nunca tivessem sido vestidas.


Escorreguei de joelhos no chão com os olhos arregalados. Olhei de esgueira para Edward. Somente naquele momento eu percebera o quanto aquele rapaz tinha potencial, como sua alquimia era poderosa. Ele olhou para sua mão mecânica, pensativo. Mas havia algo nela. Eu me ergui do chão e Envy também se aproximou para ver. Um bebê. Um pequenino bebê cabeçudo que não deveria ser maior que meu polegar, descansava deitado na mão de Edward.


-- Essa... é a verdadeira forma do Pride? -- perguntou Envy. Ele começou a rir.


-- Envy, menos. -- pedi.


Ainda rindo, ele se desculpou:


– Ahh! Eu tinha tanta vergonha da minha forma verdadeira, e a de Pride é tão mais insignificante?!


Eu suspirei. Minha vingança estava saciada. Envy estava feliz e parecia agora o de sempre. Mas Edward não estava contente. Ele foi até o casaco vermelho que havia deixado de lado para a luta e amontoou-o num canto, deixando o bebê Pride sobre ele.


– Quando tudo acabar – murmurou. – Vou ter que me desculpar com a Madame Bradley. Então espere aqui, Selim, seu idiota!


Eu sorri para ele.


– Se quiser posso tomar conta dele.


Ele balançou a cabeça olhando para mim e eu vi um pequeno sorriso em seu rosto.


– Mentirosa.


Dei de ombros, uma expressão marota em meu rosto. Então fiquei séria.


– Obrigada, Edward Elric. – agradeci. Virei-me para Envy e soquei-lhe o braço com força.


– Ei! – disse. Então se emburrou e olhou para outro lado. – É, é, obrigado, Baixinho-san.


Ele assentiu.


– O que vão fazer agora?


Eu olhei para ele.


– Não pretendo ficar para ver o resto da luta. – respondi. – Mas desejo-lhe boa sorte.


– Entendo. – respondeu. Então ergueu a cabeça. – Tenho que ir ajudá-los.


Assenti e o observei correr para chegar à superfície.


– Adeus, Loirinho-san. – brinquei.


Ele pareceu ouvir, mas não preocupou-se em responder. Olhei para Envy e ele sorriu para mim.


– Para onde quer ir agora? – perguntou.


Eu dei de ombros e o abracei.


– Tanto faz. – respondi. – Contanto que você não suma de novo.


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