Lie - The Story Of The 8th Sin escrita por Koneko-chan, Yukari Rockbell


Capítulo 16
A volta de Pride


Notas iniciais do capítulo

OMFG QUE SAUDADES DOS MEUS LEITORES *esmaga todo mundo num abraço em conjunto bem clichê*
Estão gostando da fic? Estou DOIDA pra ler os reviews dos últimos capítulos, morrendo de saudade da Lie, do Envy e da minha historinha!! Vou postar logo pq o Nyah tá de doce, dando overload o tempo todo. Beeeeeeeeijos! ♥
Koneko



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/89887/chapter/16

Chapter 16 (Chapter er, algo entre o final do 54 e o 58 – Brotherhood): a volta de Pride.

O amor é uma coisa engraçada. Não no estilo cômico, mas do tipo que acaba sendo irônica por nos obrigar a fazer coisas que geralmente não faríamos por ninguém.  A piedade também. Não, a piedade não, não é engraçada. É antagônica. Principalmente nessa ocasião: Mustang odeia Envy por ter matado seu melhor amigo, Hughes. E eu estou aqui, implorando para que ele tenha piedade do assassino para que eu possa dar uma bofetada em sua cabeça oca mais tarde.

– Por favor – murmurei. – Sua opinião é a que mais importa senhor Mustang.

Ele franziu o nariz, parecendo enjoado com a ideia, e olhou para outra direção.

– Tem que ser muito corajosa, – disse ele. – para me pedir uma coisa dessas.

Eu balancei a cabeça.

– Não estou sendo corajosa. Estou morrendo de medo.

Ele olhou para mim. Seus olhos profundos e sinceros. Entendi por que Lust se conformou tanto ao morrer para ele. Ele era sincero, verdadeiro e honesto. Eu repentinamente quis que esse homem comandasse o país.

– Principalmente – disse como se eu não tivesse falado nada. – Tem que ser muito corajosa para se colocar entre um assassino e o homem que quer se vingar dele. Mas por quê?

Eu baixei o olhar.

– Eu o amo. – murmurei, sentindo os olhares de todos em mim. – Já disse isso. Não é uma escolha consciente, está mais além disso. – olhei para ele. – Coronel, se quiser matar o Envy vai ter que me matar junto.

Ele me olhou como quem tenta entender.

– Como consegue proteger uma criatura como essa? – murmurou mais para si mesmo. – Como consegue ter a coragem de morrer por algo assim?

Eu não respondi, estava em dúvida se eram perguntas retóricas ou não. Ele apoiou a testa na mão.

– Faça logo antes que eu mude de ideia e mate esse covarde com minhas próprias mãos.

Eu arregalei os olhos, surpresa, e sorri, ainda sentindo as lágrimas escorrerem meu rosto, agora aliviada.

– Obrigada, Coronel Mustang. – minha voz saiu num sussurro.

Eu me virei para Envy e lhe entreguei a pedra. Ele a segurou por um momento, mas antes, olhou para mim.

– E Luke?

Eu lembrei da foto na minha outra mão e olhei para ela por alguns segundos. Sem hesitar, rasguei-a em dois pedaços e coloquei-os próximos ao giz.

– Acho que duzentos e setenta anos é uma troca mais que equivalente. – respondi.

Ele pareceu sorrir e absorveu a pedra. Envy aumentou de tamanho e então apareceu sentado, rindo consigo mesmo.

– Isso! – riu-se. – Isso! Voltei! Hahaha!

Eu não aguentei e me joguei para abraçá-lo, encostando o rosto em seu peito.

– Eu te amo, idiota! – murmurei. Senti seus braços me acolherem e ele usou a mão para levantar meu queixo e fazer-me olhar em seus olhos.

– Desculpe por ter duvidado de você, certo? – murmurou.

Eu tentei me segurar, mas não aguentei. Me afastei e comecei a rir histericamente. Ele revirou os olhos e se emburrou.

– Ok, ok, não é para tanto.

Eu continuei rindo.

– Ah, foi mal, mas ouvir você pedindo desculpas com essa palavra em particular me faz pensar que estou sonhando!

Ele sorriu.

– Felizmente eu não estou.

Eu parei de rir e olhei para ele. Nos encaramos por alguns segundos. Ah que bom, não acredito que agora estava tudo bem...

– Lie – perguntou Edward. – Vocês vão nos ajudar?

Eu o encarei.

– Por que acha que nós... – Envy começou.

– Envy, cale-se, quando você começa a falar não sai nada que preste. – interrompi. Voltei-me para Edward de novo, deixando o homúnculo inconformado. – Edward-san, eu gostaria de ajudar, mas não tenho como nesse estado. Se for atacada uma vez vou morrer.

Ele parou, pensativo.

– E também – prossegui, baixando o rosto para que ninguém olhasse em meus olhos. Era meu momento de ser egoísta. – Eu não vou deixar o Envy se arriscar de novo.

– Ahn, Lie, eu acho que... – começou ele, objetando.

Eu me virei para o homúnculo.

– Não. – rosnei num tom sofrido.

Ele desviou o olhar. Eu me virei para Edward de novo.

– Podemos ajudar de uma forma mais indireta? Avisando alguém de alguma coisa ou algo assim?

Ele pensou por um minuto.

– Será que poderia avisar o Al que por enquanto está tudo bem?

Envy ergueu uma sobrancelha.

– É mesmo, onde está o Armadura-kun?

– Kanama – murmurei. – Espero que Pride ainda esteja preso lá também.

– Pride está preso?

Eu olhei para Envy.

– Pois é, você some e o mundo vira de cabeça para baixo. E Pride também engoliu o Gluttony, isso é o que mais me assombra. – eu me levantei, ainda sentindo dor na perna. Olhei para ela e franzi o cenho. Ainda não regenerara. – Vamos.

Envy se levantou e me segurou quando eu cambaleei.

– Idiota, não vai conseguir sair do lugar nesse estado. – ele virou e me jogou em suas costas. Eu pisquei confusa, quando me vi sendo carregada.

– Que eficiente. – murmurei tirando o cabelo dele da minha frente.

– Não se acostume.

Eu ri um pouco e olhei para Edward.

– Vamos avisar seu irmão, só cuide para que eu não chegue lá e dê o aviso errado.

Ele riu.

– Certo.

Envy começou a dar a volta, mas eu o parei.

– Espere. E Edward – falei.

– O quê?

Eu o encarei.

– Obrigada. Já perdi a conta dos favores que lhe devo.

Ele balançou a cabeça.

– Não se preocupe com isso.

– Podemos ir, Lie? – Envy perguntou, já parecendo de saco cheio.

– Sim. – murmurei, apoiando a cabeça em seu ombro e abraçando-o para não cair.

Logo estávamos longe e eu soltei um grande suspiro de alívio. Apertei mais Envy contra mim.

– O que foi? – perguntou-me.

– Estou aliviada. – respondi. – Quase não acredito que consegui te salvar e explicar toda a história com o Pride. Quase o matei quando descobri o que ele te disse, mas eu não tenho como ganhar daquele homúnculo mesmo no meu melhor estado.

– Ficou mesmo brava?

– Se estou dizendo, sim.

Ficamos em silêncio por alguns segundos. Eu estava esperando que Envy dissesse uma coisa. Eu dissera que o amava antes de transformá-lo de volta, mas queria saber se era recíproco. Eu não me atreveria a perguntar nada, não queria ser direta demais... Queria que ele dissesse por conta própria. Entretanto eu sabia que era difícil para Envy falar dos próprios sentimentos, afinal, ele sempre criticou os humanos por isso.

– É verdade que você tem inveja dos humanos? – perguntei, embora não tenha soado como uma pergunta.

Ele baixou o olhar.

– Tinha. – respondeu.

Eu fiquei quieta por um minuto, esperando uma explicação, mas ele nada disse.

– Por quê? – perguntei finalmente. – Tinha. No passado. Não tem mais?

Ele parou de andar.

– Por que essa pergunta? – retrucou. – Você mesma disse que agora eu não tenho mais motivos para invejar os humanos... Eu tenho você.

Eu não pude evitar sorrir.

– Eu te amo, idiota. – murmurei, mas minha voz saiu sussurrada.

Ele não respondeu imediatamente.

– Eu também amo você. – disse. Ele voltou a andar. – Eu sou um cara sortudo – comentou. E por seu tom de voz percebi que ele estava sorrindo.

– Não se acostume. – brinquei.

– Tarde demais!

Então ele parou de repente. Eu me estiquei para ver o motivo.

– O que fo... – perguntei, mas não terminei a frase, porque ao tirar o cabelo de Envy da frente do meu rosto, eu vi o que o fizera parar.

Pride.

Eu arregalei os olhos.

– Ora, ora, ora... Envy parece que você não quis me ouvir. – seu rosto ficou sombrio. – Eu disse que ela é perigosa.

Trinquei os dentes.

– Bem, azar o meu, não é, Pride? – Envy rebateu. – Agora nos dê licença.

– Não vão ajudar o Pai?

– Vamos. – menti. – Mas primeiro eu preciso de uma Pedra Filosofal.

– Depois de um tempo de convivência acho que sei identificar quando você não diz a verdade, Lie.

Eu fiquei levemente surpresa, mas tentei não demonstrar.

– Do que está falando? Por que eu mentiria?

Ele sorriu levemente.

– É o mesmo que perguntar por que seu nome é Lie. Bem, acho que não vou poder deixar o casal feliz passar. – ele umedeceu os lábios. – Devorar Gluttony e Kimblee não saciou completamente minha fome.

– Kimblee? – perguntou Envy. – Você... Você devorou o Kimblee?!

Ele sorriu.

– Seu monstro. – murmurei.

– Pensei que você me xingasse de coisas piores. – riu-se Pride. – Bem, vamos acabar logo com isso.

Eu comecei a me apavorar. Não, qual é, eu não tinha como derrotar Pride naquele estado e muito menos deixar que ele fosse alvo apenas de Envy. Envy soltou minhas pernas e me deixou em pé, olhou para mim e disse:

– Procure uma Pedra Filosofal, eu seguro esse idiota.

Eu mordi o lábio.

– Não Envy. – murmurei.

– Lie, eu não consigo proteger você e ao mesmo tempo lutar com ele.

– Você não consegue nem lutar com ele! – rosnei.

– Obrigado pela parte que me toca.

– Você entendeu o que eu disse! Não vou te abandonar.

– Não vai me abandonar, mas vai se salvar para poder me ajudar. Droga, vai logo!

Eu hesitei e olhei para Pride, que ria da nossa discussão. Eu olhei novamente para Envy e fiquei na ponta dos pés, tocando-lhe os lábios com os meus. Virei-me então e saí correndo desajeitadamente, como pude, em busca de uma pedra.

– Rápido, rápido, rápido. – sussurrei para mim mesma.

Olhei ao redor, tentando reconhecer o lugar. Eu tinha que tentar voltar ao lugar onde foi criado o exército de bonecos. Cambaleante, corri na direção dos túneis. Era longe, infelizmente, mas era o único lugar onde eu tinha certeza de que poderia encontrar uma Pedra. O tempo corria e eu não conseguia afastar da mente a ideia de que Envy estava lutando contra Pride naquele momento. Envy! Contra Pride! Ah, céus, eu precisava ir ajudá-lo. Não podia perdê-lo, não agora que fizemos as pazes e que eu conseguira resgatá-lo.

Senti um tremor no chão e vi uma reta iluminada passar por mim.

– Droga, já está começando?!

Eu corri com mais avidez, sentindo minha perna latejar. Quando consegui chegar, havia um homem com uma arma e uniforme do exército atirando continuamente num boneco. O boneco caiu no chão e o homem me notou.

– Droga.

Corri para um tubo de vidro iluminado e avermelhado e tirei minha adaga do bolso, usando o cabo para quebrar o material. Eu ouvi um disparo no momento que toquei uma Pedra Filosofal lá dentro.

Por favor, pensei. Por favor, por favor, por favor, por favor, por favor... Foi um alívio quando eu pude abrir os olhos e ver minha perna regenerar-se junto com o buraco da bala em meu braço. Eu suspirei, virando-me para o homem que atirara em mim.

– Atire em mim de novo e eu te mato antes de você conseguir dizer a palavra homúnculo. – rosnei.

Ele pareceu assustado. A arma tremia em suas mãos.

– Agora saia daqui correndo e gritando para a direção que achar mais digna. Eu aconselharia lá para fora, a guerra aqui em baixo está pior.

Ele engoliu em seco e olhou para a saída, correndo em direção a ela.  Eu revirei os olhos e peguei mais uma Pedra Filosofal, absorvendo-a. Não havia mais nenhuma agora. Eu me virei e saí correndo para onde Envy estava. Eu também amo você. As palavras dele ecoavam na minha cabeça. Corri com mais rapidez. Agora, sem minha perna machucada, eu conseguia correr melhor. Virei o corredor onde eles estavam. Pride estava de costas para mim. Tirei vantagem disso para correr até ele e machucá-lo, e então...

... várias sombras vieram em cima de mim, segurando-me.

– Droga!

Pride sorriu e se virou para mim. Envy, do outro lado, também estava preso por um monte de sombras.

– Envy. – ofeguei, tentando me livrar. As sombras apertaram mais e soltei um gemido.

– Chegou bem na hora, Lie. – Pride falou. – Eu já estava começando a ficar entediado.

Queria devorar Envy na sua frente, achei que seria divertido ver a sua cara.

Eu trinquei os dentes.

– Só por cima do meu cadáver. – rosnei.

Ele riu um pouco.

– Isso não é difícil, você sabe.

Pride ficou sério por um momento e farejou o ar.

– Hmm. Aparentemente está tendo uma festinha por aqui em algum lugar. Querem ser penetras?

– Não se você estiver lá. – falei.

Eu liberei meu braço de uma sombra e enfiei a adaga em seu ombro. Ele arregalou os olhos e ganiu assustado. Soltou Envy, mas apertou as sombras em mim.

– Envy, corra! – gritei.

Ele trincou os dentes.

– Não brinque comigo!

– Vai! – implorei. – Droga, eu vou ficar bem!

Ele hesitou. Eu tentei parecer o mais convincente possível, mas ele então franziu o cenho e balançou a cabeça.

– Mentirosa.

Pride tirou a adaga de seu ombro e avaliou o estrago na camisa. Olhou então para Envy.

– Você vem comigo, certo? Ou isso ou vou matar sua namorada.

– Ele vai matar nós dois de qualquer jeito. – rosnei. – Envy, vai embora enquanto você pode! Eu me viro e encontro com você depois! Eu só...

Uma sombra de Pride enrolou-se em minha boca.

– Hmm! – tentei falar. – Nhm! Hmnh! Hnnmnhm!

– É melhor você parar de falar um pouquinho, Lie. – disse Pride. – Já estou cansado de ouvir sua voz.

– Nhm hmhn hmmh! – falei. (Tradução: “Azar o seu, idiota!”)

– Pride, solte a Lie, ou eu acabo com você. – Envy falou.

Pride riu.

– Você vai acabar comigo? Você e que exército?

Ouvi um som forte de pancada. Vindo do corredor da direita. Olhei para Envy, suplicante. Vá embora, tentei dizer com o olhar. Me obedeça ou eu juro que te mato seu homúnculo idiota! Desviei minha atenção para Pride e ele sorriu.

– Bem, vamos logo, Lie. Temos que encontrar com o Wrath.

Ele começou a caminhar, ignorando Envy. Virou no corredor de onde vinha a voz e continuou andando até chegar a uma depressão no chão. Olhei para trás. Envy nos seguia.

– Hnhmm! Hnhmm nhmm hmmh! – tentei falar. (Tradução: “Envy! Saia daqui, idiota!”)

– O que disse, Lie? – perguntou Pride, fazendo a sombra me forçar a me virar para frente. – Sim, reparei que Envy nos está seguindo, obrigado por lembrar. Estou te usando para fazê-lo vir conosco sem amolação.

Eu trinquei os dentes. Cara-de-pau! Pride é a criatura mais detestável que eu já conheci na minha vida! Eu fiquei falando, ou pelo menos tentando, para dar a entender que queria dizer algo a ele. Funcionou. A sombra que prendia minha boca saiu e eu respirei fundo.

– Onde está nos levando e por que precisa de nós?

– Você vai descobrir a resposta da primeira pergunta. – respondeu. – E eu não preciso de vocês, só quero garantir que não atrapalhem enquanto levamos até o Pai o quinto sacrifício. Ele vai ficar bravo se eu devorar vocês dois.

– Quinto? – perguntei, franzindo o cenho.

Ele sorriu maliciosamente e parou na beirada da depressão, começando a usar a sombra para descer.

– O Coronel Roy Mustang.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ah, sim, pessoas, respondi as reviews q deu pra responder tá? Li todas, juro (falando nisso, amo vocês e suas reviews lindas! *-* ), mas n dá pra responder tudo, certo? :x É muita coisa acumulada.
Beijos! ♥