A Filha de Cronos escrita por NatyAiya


Capítulo 43
Capítulo 40 - Profecia


Notas iniciais do capítulo

Oi meus amores!!!
Ok, eu sei que demorei um século para postar. Mas eu já tinha explicado, certo?
Bom, eu ainda não fiz a prova... Ela será no dia 17 de março, e eu continuo me matando de estudar, mas arranjei um tempinho no começo do mês para escrever um capítulo para cada fic minha.
Eu não sei se o capítulo vai agradá-los, mas foi o melhor que eu pude fazer...
Vou parar de enrolá-los e deixar vocês lerem o capítulo...
Ah... E leiam as notas finais, por favor.



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Capítulo 40 - Profecia

POV Samantha

- Bem, essa é a parte mais difícil, os detalhes. - eu falei.

Um trovão irrompeu pelo vale. As nuvens de tempestade chegavam ao limite da praia dando a impressão que o céu e o mar estavam em uma batalha, o que realmente acontecia.

- Poseidon e Zeus. - Percy falou. - Eles estão lutando por algo valioso... algo que foi roubado, não estão?

Quíron e Grover trocaram olhares nervosos antes de olhar para mim.

- Como você sabe disso? - Quíron perguntou quando eu não falei nada.

- Desde o Natal o tempo está esquisito, como se o mar e o céu estivessem brigando. Então falei com Annabeth e Alexia, e elas tinham ouvido alguma coisa sobre um roubo. E... também andei sonhando com umas coisas. - Percy respondeu;

- Eu sabia! - exclamou Grover.

- Quieto, sátiro. - eu e Quíron falamos juntos.

- Mas essa é a missão dele! - os olhos de Grover brilhavam de excitação. - Tem de ser!

- Só o Oráculo pode determinar. - Quíron alisou a barba eriçada. - No entanto, Percy, você está correto. Seu pai e Zeus estão tendo sua pior disputa em séculos. Estão lutando por uma coisa valiosa que foi roubada. Para ser mais preciso: um relâmpago.

- Um o quê? - Percy perguntou incrédulo.

- Eu não acharia graça, Perseu. - alertei. - Não estamos falando de um ziguezague recoberto de papel alumínio como vocês mortais vêem nas peças teatrais de escolas. Estamos falando de um cilindro de bronze celestial de alto grau, com sessenta centímetros de comprimento, arrematado em ambos os lados com explosivos e nível deífico.

- Ah. - Percy falou simplesmente, provavelmente não compreendendo nem a metade.

- O raio-mestre de Zeus. - eu esclareci.

- O símbolo de seu poder, conforme o qual todos os outros raios são moldados. A primeira arma feita pelos Ciclopes para a guerra contra os Titãs, que decepou o cume do Monte Etna e arremessou Cronos para fora de seu trono; o raio-mestre, que acumula potência suficiente para fazer as bombas de hidrogênio dos mortais parecerem fogos de artifício. - Quíron continuou emocionado.

- E isso desapareceu?

- Roubaram. - Grover falou.

- Quem roubaram? - Percy perguntou sem se importar com a conjugação verbal.

- Quem roubou. - eu e Quíron corrigimos. - Você.

A boca de Percy se abriu.

- Pelo menos - Quíron ergueu uma das mãos. -, é o que Zeus pensa.

- Durante o solstício de inverno, no último Conselho dos Deuses, Zeus e Poseidon tiveram uma discussão. As tolices de sempre: "A Mãe Réia sempre gostou mais de você.", "Os desastres aéreos são mais espetaculares do que os marítimos." e essas coisas idiotas. Mais tarde, meu querido irmão se deu conta de que o seu raio-mestre havia desaparecido, levada da Sala do Trono de seu palácio bem debaixo do seu nariz. - eu expliquei.

- É claro que no mesmo instante ele culpou Poseidon. - Quíron completou.

- Agora, um deus não pode usurpar diretamente o símbolo de poder de  outro deus, isso é proibido por uma das mais antigas leis dos deuses. Mas Zeus acredita que Poseidon convenceu um herói humano a pegá-lo.

- Mas eu não... - Percy estava pronto para se defender.

- Paciência, e escute, semideus. - eu o repreendi. - Zeus pode não pensar racionalmente na maior parte do tempo - um trovão forte o suficiente para balançar os vidros das janelas retumbou no vale. Apenas revirei os olhos enquanto Quíron e Grover se encolhiam. -, mas ele tem boas razões para suspeitar. As forjas dos Ciclopes ficam embaixo do oceano, o que dá a Poseidon uma certa influencia sobre os fabricantes dos raios de seu irmão. Zeus acredita que Poseidon pegou o raio-mestre e agora está mandando os Ciclopes construírem secretamente um arsenal de cópias ilegais, que poderiam ser usadas em uma guerra afim de derrubar Zeus do seu trono. Mas a única coisa que ele ainda não sabia, era qual herói Poseidon usara para roubar o raio, e agora que ele declarou abertamente você como filho dele... Bem, Zeus acredita que encontrou o ladrão. - eu expliquei.

A expressão de Percy era algo entre a raiva, a incredulidade e a confusão. Seria até engraçado se a situação não fosse tão complicada e perigosa.

- E você estava em New York nas férias de inverno. Poderia facilmente ter se infiltrado no Olimpo sem que ninguém percebesse. - Quíron acrescentou.

- Mas eu nunca estive no Olimpo! Zeus está maluco! - Percy exclamou.

Quíron e Grover olharam nervosamente para o céu. As nuvens se fechavam, negras, sobre o vale. Pelo visto o Acampamento teria um pouco de chuva hoje.

- Ahn, Percy... - começou Grover. - Nós não usamos essa palavra com 'm' para descrever o Senhor do Céu.

- Paranóico, quem sabe. - sugeriu Quíron.

- Eu diria burro e, talvez, desequilibrado. - eu falei. Outro trovão. - Também te amo, irmão querido. - falei para o céu.

- Não deveria irritá-lo, senhora. - Quíron me alertou. Ignorei as palavras dele.

- Mas, vamos ver por outro lado, Percy. - eu falei cruzando as mãos sobre a mesa. - Poseidon já tentou derrubar Zeus antes. O que me diz sobre isso?

- Alguma coisa a ver com uma rede de ouro? - ele chutou. - Poseidon e Hera, e alguns outros deuses... eles, tipo, prenderam Zeus em uma armadilha e não o deixaram sair até que ele prometesse ser um soberano melhor, certo?

- Correto. - Quíron falou com um certo orgulho. - Zeus nunca mais confiou em Poseidon desde então.

- Mas o que Poseidon, meu pai, diz sobre isso? Tudo isso! - Percy perguntou.

- Ele nega ter roubado, ou mandado alguém roubar, o raio-mestre, é claro. - eu respondi. - Mas meus irmãos são orgulhosos demais, eu também sou. Mas Poseidon se ofendeu com a acusação, e desde então os dois vêm discutindo o tempo todo, com ameaças de guerra e desaforos jogados aleatoriamente. Mas então você apareceu, foi reconhecido. Como os mortais dizem: a gota-d'água.

- Eu sou apenas uma criança! - Percy se exaltou.

- Isso não importa muito, na verdade, Perseu. - dei de ombros.

- Percy. - interveio Grover. - Se você fosse Zeus, e já achasse que seu irmão planejava derrubá-lo, e então seu irmão subitamente admitisse que quebrou o juramento sagrado que fizera depois da Segunda Guerra Mundial e logo depois reconhecesse um herói mortal como filho, e esse mortal pudesse ser usado como uma arma contra você... Isso não o deixaria desconfiado?

- Mas eu não fiz nada. Poseidon, meu pai, ele realmente não mandou roubarem esse raio-mestre, mandou? - Percy olhava de mim para Quíron buscando a resposta em nossos rostos.

- Qualquer um dos observadores inteligentes concordaria que o roubo não faz o estilo de Poseidon. Mas como Lady Samantha já disse, o Deus do Mar é orgulhoso demais para tentar convencer Zeus disso. - Quíron falou.

- Ou idiota demais. - eu acrescentei. Outro trovão.

- Milady, por favor. - Quíron pediu, dei de ombros. - Zeus exigiu que Poseidon devolva o raio até o solstício de verão, isso será no dia 21 de julho, dez dias a contar daqui. Poseidon também exigiu um pedido de desculpas por ser chamado de ladrão até essa mesma data. Eu tinha a esperança que a diplomacia prevalecesse e que algum deus fizesse com que os dois vissem a razão. - ele olhou rapidamente para mim. - Mas a sua aparição inflou o gênio de Zeus e mudou tudo.

- Você não seria capaz de controlá-lo? - Percy perguntou para mim.

- Acha que eu não tentei fazer isso, garoto? Como eu já disse antes, eu sou mais velha do que os deuses olimpianos, mas isso não me dá poderes a mais sobre eles. - não era exatamente verdade, mas o semideus não precisava saber daquilo. - A não ser que alguém intervenha, a não ser que o raio-mestre seja encontrado e devolvido para Zeus antes do solstício, haverá guerra. E você sabe como poderia ser uma guerra total, Perseu?

- Ruim? - ele chutou novamente.

- Imagine o mundo em um completo caos. A natureza em guerra consigo mesma. Os Olimpianos forçados a escolher lados entre Zeus e Poseidon. Destruição. Carnificina. Milhões de mortos. A civilização ocidental transformada em um campo de batalha tão grande que faria a Guerra de Tróia parecer uma luta de balões d'água.

- Ruim. - ele repetiu.

- Não, Percy. Seria o inferno reinando no mundo mortal. - eu corrigi. - E você, Perseu Jackson, filho de Poseidon, será o primeiro a sentir a fúria de Zeus, o soberano dos deuses.

Com um outro trovão, começou a chover. A tempestade não tinha contornado o vale, exatamente como eu previra.

- Então eu tenho de encontrar aquele raio estúpido e devolvê-lo a Zeus. - disse Percy.

- Que melhor oferenda de paz, do que fazer o filho de Poseidon devolver o que é de Zeus?

Percy estava irritado, mas a sua irritação era um grão de areia se comparado com a irritação de Zeus e Poseidon.

- Se não está com Poseidon, onde está essa coisa?

- Eu creio que sei onde. - Quíron falou chamando minha atenção para ele. - Parte da profecia que recebi anos atrás começa a fazer sentido agora. Mas antes que eu possa dizer mais, você precisa aceitar oficialmente a missão. Você precisa procurar o conselho de Oráculo.

- Por que você não pode dizer de antemão onde está o raio?

- Porque, se eu o fizer, você ficaria tão assustado que recusaria o desafio. - Quíron respondeu sombriamente.

Porém o que estava na mente dele não se aproximava nem um pouco da realidade da atual situação.

- Boa razão. - Percy falou.

- Então você aceita?

Percy olhou para Grover que assentiu encorajando-o.

- Está bem. - ele disse por fim. - Acho que é melhor do que ser transformado em um golfinho.

- Então acho que é uma boa hora para consultar o Oráculo. - eu disse. Um trovão me alertou da hora. - E eu devo voltar para o Olimpo e encarar meus queridos irmãos. Boa sorte, filho de Poseidon. Eu estarei com você. - dei um beijo em sua testa antes de voltar para o Olimpo.


POV Percy

- Então acho que é uma boa hora para consultar o Oráculo. - disse Samantha. Um outro trovão ecoou pelo vale. - E eu devo voltar para o Olimpo e encarar meus queridos irmãos. Boa sorte, filho de Poseidon. Eu estarei com você. - ela deu um beijo em minha testa antes de desaparecer em uma névoa prateada.

- Bem, vá para cima, Percy Jackson, para o sótão. E quando você descer de novo, presumindo que ainda esteja lúcido, conversaremos mais. - Quíron falou.

Eram apenas quatro lances de escadas, mas parecia que aquilo era muito mais longo.A escada terminou em frente à um alçapão verde. Puxei o cordão e a porta se abriu, uma escada de madeira caiu ruidosamente no lugar.

O sótão era uma confusão de coisas de heróis gregos. Eu poderia passar uma vida ali dentro e provavelmente não conseguiria olhar toda aquela sucata.

Mas o que me levara até ali não era isso. Meu motivo estava sentado junto à janela. Ali se encontrava o suvenir mais pavoroso de todos: uma múmia. Não aquelas do tipo enfaixada em panos, mas um corpo feminino, ressecado até ficar só a casca. Usava um vestido de verão estampado com flores, usava uma porção de colares de contas e uma bandana por cima de longos cabelos pretos.

Aquilo era medonho e eu tinha a sensação de que iria enlouquecer a qualquer momento. Mas isso só piorou quando ela se endireitou e abriu a boca. Uma fumaça esverdeada começou a serpear pelo chão, pelos meus pés e se enrolou na múmia. Tropecei em meus próprios pés quando pensei em fugir, mas quando cheguei até o alçapão ele se fechou com um baque surdo.

Eu ia morrer.


POV Samantha

Andei com passos calmos e controlados até a Sala dos Tronos. Abri as portas sem me importar com os olhos acusadores de Zeus e Poseidon sobre mim.

- Então eu sou burro, desequilibrado e não penso racionalmente na maior parte do tempo? - Zeus gritou irritado assim que me sentei em meu trono.

- Devo acrescentar idiota e cego. - falei calmamente.

- Com quem pensa que está falando, Samantha? - ele estava furioso agora.

- Não vai querer uma guerra contra mim. - eu o alertei.

- Peça desculpas. - ele ordenou.

- Me obrigue. - desafiei.

Ele se levantou e com passos largos estava na minha frente. Seus olhos faiscavam, literalmente.

- Samantha. - a voz calma e preocupada de Apolo falou em algum lugar a minha frente.

- Peça desculpas. - Zeus voltou a ordenar.

- Abra seus olhos, Zeus. O roubo do raio-mestre é apenas o começo para algo muito pior.

- Do que está falando, Samantha? - Deméter perguntou.

- Não tenho nada a acrescentar. - eu me levantei e passei por Zeus indo para a porta. - E eu não vou retirar o que disse até que você seja capaz de enxergar o que está debaixo de seu nariz. - falei antes de passar pela porta.

Fui para meu palácio e fiquei observando o mundo mortal por um bom tempo até que Apolo apareceu.

- O que você estava pensando? - ele perguntou nervoso.

- Que talvez eles vissem o verdadeiro problema. - eu respondi indiferente.

- Samantha, eu sei que você não pode simplesmente falar o que está acontecendo de verdade, mas por favor, não volte a irritar Zeus como fez hoje. - ele pediu se sentando ao meu lado. - Por um momento eu achei que você passaria uma temporada no Tártaro.

- Zeus não tem o poder para me mandar para lá.

- Não vamos brincar com o destino, certo? - apenas assenti. - Você conseguiu descobrir quem é o verdadeiro ladrão?

- Ficarei sabendo ainda hoje.

- Como? - ele perguntou curioso.

- Percy sairá em missão. - respondi.

- E o que isso tem a ver?

- O verdadeiro ladrão vai mexer alguns pauzinhos com isso. - expliquei. - Terei a certeza ainda hoje.

- Me contará?

- Talvez. Mas por causa dos últimos acontecimentos, acho melhor guardar tal informação apenas para mim. Vou dormir. Discussões desnecessárias me deixaram cansada. - eu falei antes de levantar. - Até mais tarde, querido.


POV Autora

Samantha observava com atenção a visita de Percy ao Oráculo de Delfos, e a profecia que ele recebeu só fez com que ela tivesse mais certeza do que já sabia. A única coisa que não estava clara para ela, era quem era o deus desleal que o Oráculo dissera em sua profecia.

Ir se deitar naquela hora do dia era apenas uma desculpa para que pudesse ficar sozinha com os próprios pensamentos, e talvez se permitir fazer uma visita ao pai no Tártaro.


Você irá para o oeste, e irá enfrentar o deus que se tornou desleal

Você irá encontrar o que foi roubado, e o verá devolvido em segurança

Você será traído por aquele que o chama de amigo

E, no fim, irá fracassar em salvar aquilo que mais importa.


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Notas finais do capítulo

E então? O que vocês acharam?
Espero, sinceramente, que vocês tenham gostado.
Acho que perceberam que eu usei grande parte do livro, não? Mas... Espero que tenham gostado.
Agora acho que só vamos nos encontrar no final do mês que vem ou no começo de abril. Quando, provavelmente, eu estarei "instalada" em uma nova escola.
Nos vemos nos reviews...
Beijos, NatyAiya.