O Passado Oculto escrita por Dani Ferraz, Luisa Hale


Capítulo 42
O Milagre Da Vida *PDV Lizzie* (FINAL)


Notas iniciais do capítulo

Gentee, *sim, estou chorando* ÚLTIMO CAPÍTULO de O Passado Oculto, por favor leiam as notas finais, ok?
Sim, sim, eu demorei pra postar.. mas olha o tamanho do cap.! rsrs
Espero que gostem, eu fiz com muitooo carinho, então, aproveitem a chance de mandar reviews ou fazer recomendações..
Nova capaa!! Tá mtu linda, deem uma olhada.
Aproveitem!



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Acordei com o estômago roncando. Olhei para meu relógio de cabeceira e vi que já passava de uma e meia da tarde. Eu sabia que a outra metade da cama estaria vazia, intocada; Damon estava na Itália, arrumando os detalhes da compra de nossa nova casa e dos móveis. 

Depois de um longo banho, coloquei uma roupa (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=27380693&.locale=pt-br) e desci as escadas com cuidado. Nossa, estou enorme!,pensei. Tomara que Damon voltasse logo, os bebês poderiam nascer qualquer dia desses. 

Não havia ninguém em casa, o que era estranho. Normalmente meu trio de paranóicos elegiam alguém para ficar de babá a cada dia. Como se eu precisasse de uma.

Vasculhei a cozinha em busca de algo pra comer, mas nada me parecia apetitoso. Ultimamente minha dieta era basicamente sangue, sangue e.. bom, sangue.

Desci até o porão e abri o refrigerador, onde ficava nosso estoque de sangue do hospital. Estava vazio!! Mas Damon tinha abastecido há menos de duas semanas!

Droga, pensei, vou ter que caçar com essa barriga gigantesca. Peguei as chaves de casa e o celular, e fui em direção ao bosque que ficava nos fundos da casa. Eu não estava lá em condições de correr atrás de um coelho ou algo assim, então não parei até que cheguei à outra parte da cidade, o subúrbio. Eu não andava muito por aqui, eram apenas montes de bares velhos e prédios praticamente caindo aos pedaços. Sem contar os becos sujos e escuros. Na verdade acho que poucas pessoas conheciam esse lugar, a maioria dos moradores de Fell's Church não faziam ideia que havia um subúrbio abandonado na cidade.

Ah, e o que estava fazendo aqui? Bom, eu não podia ser vista na cidade; sabe, as pessoas tinham me visto pela última vez há cerca de três meses, não dava para me verem de novo agora com a barriga de uma mulher prestes a dar à luz. Então eu tinha que recorrer a parte extremamente isolada e nojenta da cidade para não correr o risco de que alguém como Caroline Forbes me visse mordendo um de seus peguetes. E além disso, não era muito fácil atrair alguém quando as pessoas olham pra sua barriga e não para seu olhar sedutor. Por isso eu tinha que recorrer aos bêbados e etc..

Entrei no bar que me parecia menos, você sabe.. urght.  Estava quase completamente vazio, mas devia ser por causa do horário.

Sentei-me perto do balcão e olhei em volta. De um lado havia um cara de meia-idade com sua proeminente 'barriga-de-chope' que me fez sentir melhor comigo mesma ao pensar "pelo menos a minha vai sumir daqui a alguns dias, e eu vou ter dois bebês lindos; já esse aí vai carregar a banha até morrer". Sim, era maldade da minha parte; mas fazer o quê?

Do outro lado estava um cara que não devia ter mais que trinta anos, e tinha uma cara de emburrado que se desfez assim que ele me encarou. Ao invés disso, agora ele tinha uma cara de tarado, do tipo: 'não me importo se você está grávida e prestes a dar à luz, pelo menos é uma mulher'. Eca.

Ele podia ser feio, e claramente tinha más intenções comigo, mas fala sério, eu estava com sede! E esses hormônios não me deixavam lá no melhor humor do mundo! *-*

Ou seja, engoli a repulsa e pisquei pro cara. Ele sorriu.

- Posso pagar uma bebida pra você, gostosa? - Disse ele, bêbado.

- Ur.. Não, obrigada. - Disse meio que vacilando. Eu estava considerando a ideia de desistir dele e sair correndo dali. Estava me dando enjôo. Mas a sede era mais forte. - Ao invés disso, porque não pulamos essa parte e vamos lá pra fora, onde teremos mais privacidade..? - Eu disse forçando uma voz sedutora.

Ele pareceu gostar da ideia, mas depois de alguns segundos hesitou.

- Já sei.. Quanto você cobra? Sabe, eu estou sem grana no momento, então acho que fica pra próxima..

O quê?? Ele tava achando que eu era prostituta?? Aff.

Respirei fundo e manti o tom de voz.

- Acho que houve um engano. - Dei uma risadinha falsa. - Querido, não quero fazer isso por dinheiro.. - é só por sangue, completei mentalmente.

- Não? Então tudo bem.  - Disse se levantando e vindo na minha direção. - Vamos lá pra fora, gracinha.

Elizabeth Salvatore, olha à quê você se rebaixou.. tsc, tsc..

Ok. - Eu disse me levantando também. Fui na frente enquanto ele me seguia. O levei até um beco que eu tinha visto, um que ficava entre dois prédios velhos; eles formavam sombras e vaziam com que o beco ficasse escuro até mesmo à essa hora do dia.

Quando chegamos ao fundo e eu tive certeza de que ninguém poderia nos ver, parei.

Ele foi se aproximando de mim, até que eu estava contra a parede. 

- E então.. Vamos ao que interessa. - Disse ele me olhando de cima à baixo.

Eu sorri pra ele, segurando-o pelos braços. Em menos de um segundo eu tinha invertido nossas posições, apertando-o contra a parede fria. Senti minhas presas crescerem em minha boca, minha visão ficando mais aguçada, focando em sua jugular.

- Sim, vamos ao que interessa. - Então o mordi.

(...)

Eu não costumava matar pessoas, pra mim era errado. Devia fazer com Damon tinha me ensinado, beber um pouco e depois apagar a memória da pessoa. 

Mas dessa vez, minha sede era maior do que eu esperava. Tinha perdido o controle enquanto sentia aquele gosto doce e irresistível em minha boca. 

Pois é, esse era o motivo de ter tido a trabalheira de carregar o corpo drenado do homem até a caçamba que ficava no início do beco e jogá-lo lá, por baixo dos sacos de lixo. Claro, só depois de disfarçar a marca de minha mordida em seu pescoço.

Eu não estava orgulhosa do que tinha feito, mas admito que não estava lá muito triste nem nada assim. Provavelmente nem iam dar pela falta dele. 

Passei minha boca na manga do casaco, para ter certeza que tinha limpado os resquícios do sangue. 

Fui andando na direção em que tinha vindo, até chegar novamente ao bosque. Agora me sentia bem melhor, depois de me alimentar.

Diminuí o passo enquanto passava pelas árvores, admirando a paisagem. Com o início do inverno, a maioria das folhas tinha caído, e havia uma fina camada de gelo cobrindo tudo. Eu não tinha reparado antes, mas tudo estava muito bonito.

Quando estava mais ou menos na metade do caminho pra casa senti uma pontada de dor. Tentei ignorar e continuar andando, mas a dor voltou. 

Isso é normal no fim da gravidez, pensei tentando não entrar em pânico. Não é nada demais.

Aii. Isso doía muito.

Me apoiei em uma árvore, ignorando o fato de que estava gelada.

- Por favor crianças, se vocês podem me ouvir, segurem mais um pouco. Não vão querer nascer no meio de um bosque, vão? - Sussurrei inutilmente em meio a dor. 

Peguei o celular e torci para que tivesse sinal. Considerei por um segundo minhas opções. Talvez só tivesse condição de fazer uma ligação.

Damon não seria muito útil, estando em outro continente e tudo mais. Meus três melhores amigos estavam fazendo sei lá o que em sei lá onde. Eu não podia arriscar, era uma ligação só.

911Emergência. 

Assim que acabou o primeiro toque, eu ouvi a voz de mulher dizendo:

- 911, qual a sua emergência?

- Oi, eu preciso de uma ambulância urgente. Estou no bosque perto do quilômetro 12 da estrada principal, estou sozinha e acabei de entrar em trabalho de parto. - Arfei com a dor. - Por favor, venham rápido. Estou prestes a ter gêmeos, e não posso fazer isso sozinha.. - Minha voz foi sumindo. Meu deus! Como isso pode doertanto??

- Tudo bem, acalme-se. A ambulância já está a caminho. Eu vou te passar instruções e quero que você as siga,ok? - Disse a mulher com a voz tensa.

- Aham. - Eu arfei.

- Qual o seu nome? 

- E-elizabeth Sal-salvatore.. - Eu mordia os lábios para não gritar. - Pode me chamar d-de Lizzie.

- Lizzie, mantenha o celular ligado,ok?

- Ok.

- Em que posição você está?

- Em pé, apoiando numa árvore..

- Ok, quero que você se abaixe devagar e sente no chão, acha que consegue?

- V-vou tentar..

Apertei as duas mãos na árvore e fui me abaixando devagar, como ela tinha dito. Quanto atingi o chão, a pontada na barriga piorou, o que me parecia impossível.

- Pronto. - Eu sentia o suor escorrendo por minha testa. Com certeza não era assim que eu achava que meu parto seria. No meio do mato, sem Damon ao meu lado.

- Agora estique um pouco as pernas, apoiando os pés no chão. Conseguiu?

- Aham.

Ah! Minhas mãos voaram pra barriga, eu tentava apertá-la com as mãos já sem força, como se de algum modo eu conseguisse fazer a dor diminuir. Mas não funcionava.

Acalme-se, por favor! Respire fundo, pela boca. A ambulância já deve estar chegando aí. Elizabeth, concentre-se na respiração, fique calma.

Foi só então que eu percebi que estava gritando. Muito. Por isso a mulher estava tão preocupada. Tratei de fechar a boca para impedir os gritos de dor, e logo eles foram substituídos por soluços; minhas lágrimas misturando-se ao suor de meu rosto.

- Lizzie, você está aí? 

Funguei.

- Es-tou.. Isso dói muito..

- Shii, eu sei que dói, mas você tem que ser forte,ok? - Disse ela com a voz carinhosa. - Pense que você está fazendo isso por seus filhos.

- Eu sei.. obrigada.

Pude ouvir ao longe o som da ambulância chegando. Faltavam uns quatro quilômetros, talvez três..

- Como vão fazer para me achar aqui? - Perguntei a ela.

- Você ainda tem forças para chamá-los? - Perguntou ela - Pois provavelmente seria mais rápido do que se eles forem te procurar através das árvores.. - Disse ela considerando.

- Não sei.. acho que sim. - Eu já me sentia exausta, antes mesmo do parto.

- E você já pode ouvir a ambulância?

- Posso, eles acabaram de estacionar. Talvez eu devesse começar a gritar, não?

- Tudo bem. Só vou desligar quando eles te alcançarem, tudo bem? Você não vai ficar sozinha em momento nenhum, não se preocupe.

- Obrigada.

Ao longe eu podia ouvir os paramédicos, esmagando as folhas sob seus pés, gritando coisas do gênero 'Hey, onde está você?' e 'Pode nos ouvir?'

Engoli em seco e juntei minhas ultimas forças antes de abrir o berreiro.

Hey!! Estou aqui!! Socorro!!!! Alguém me ajude! Estou aqui! Hey!!..

Parei por alguns momentos para ouvir a reação deles, saber se estavam me ouvindo.

'Pra lá, naquela direção.', 'ela ainda está consciente, isso é bom', 'vamos, rápido!'

Expirei aliviada.

- Aqui!! Socorro, me ajudem!!! Aqui!! - Gritei mais para orientá-los.

Sim, eu estava exausta. Os passos estavam à apenas alguns metros de mim.

A mulher continuava na outra linha, comigo.

- Hey, eles estão chegando - Eu disse sem fôlego. - Quase esqueci, qual seu nome?

- Michelle Winffrey.

- Michelle, você não faz ideia do quanto sou grata a você. Obrigada, do fundo do coração. Eu te devo uma. - Eu disse sentindo meus olhos pesarem.

- Que nada, eu que fico grata de ter podido ajudar. Boa sorte Lizzie, sei que vai dar tudo certo. Você vai ser uma ótima mãe.

- Obrigada por tudo. - Eu disse vendo os paramédicos aparecendo entre as árvores e correndo até mim.

Ela desligou. Eu não aguentava mais. Estava sem forças. Fui colocada numa espécie de maca e dois paramédicos me carregaram para longe dali. 

- Você pode me ouvir? - Perguntou um deles.

Fiz que sim com a cabeça, sem forças pra falar.

- Você vai ficar bem, garota. Não se preocupe. 

Dei um sorriso fraco pra ele, esperando que ele entendesse como um agradecimento. Não consegui resistir mais, e afundei na escuridão.

***

Um barulho chato me acordou. No começo não consegui entender o que era, mas me irritou. Aquilo estava me balançando também. Será que não iam me deixar descansar??

Abri os olhos para ver o que era. Deu um pouco de trabalho, mas por fim eu consegui.

Tudo a minha volta era branco, e eu estava um pouco tonta. Depois de alguns segundos percebi que estava em movimento. E deitada.

Era tudo confuso demais, minha cabeça pesava.

O ruído que me acordara continuava lá, ficando cada vez mais nítido. Vozes. Tentei me concentrar nelas.

- Ela acordou! - Disse um deles.

- Estamos quase lá. - Disse outro.

- Veja se o soro está bem firme, não pode soltar agora, ela está muito fraca.

Que diabos de conversa é essa?, pensei. Eu não estava entendendo nada, minha mente estava nublada.

Me esforcei para encontrar minha voz, que saiu rouca. Minha boca estava muito seca.

- Onde estou?

- Ah! Você está no hospital, querida, não se preocupe, estamos cuidando de você.

- E meus bebês? - Perguntei preocupada.

- Acalme-se. Acabaram de retirar você da ambulância, estamos indo para a sala de parto, que já está prontinha pra você. Parece que uns amigos seus vieram aqui esta manhã para reservar um quarto para você. Que sorte, não?

- Eles vieram aqui? - Perguntei. Então era por isso que a casa estava vazia. 

- E estão vindo de novo agora mesmo. Tinham deixado número de contato e uma foto sua, junto com o pedido de reserva do quarto; o que foi uma sorte, porque uma das recepcionistas reconheceu você, e pedi que ligasse para eles. Eles estão vindo.

Uma lágrima desceu por meu rosto quando percebi que Damon iria perder o nascimento de nossos filhos. Ok, várias lágrimas e alguns soluços..

- O que foi querida? - Perguntou o médico bonzinho, parecendo preocupado. - Está sentindo muita dor? Os paramédicos de deram uma anestesia, mas..

Balancei a cabeça negando.

- É que.. - Funga - Fico feliz por meus amigos estarem aqui para me dar forças, mas acontece que - Funga - Damon vai perder o nascimento dos bebês.. - Eu disse chorando ainda mais.

- Damon? - Perguntou o médico.

- Meu marido! - Eu disse entre soluços. - O pai dos bebês! 

- Por que ele não vem também..? - Perguntou o médico ainda confuso.

- Porque ele está na Itália, comprando nossa nova casa.. Ele não vai estar comigo quando nossos bebês nascerem! - Eu disse me afogando em lágrimas. Uma das enfermeiras chegou mais perto e enxugou meu rosto com um paninho branco.

- Acalme-se, não é tão ruim assim. Logo logo vocês estarão juntos. - Disse o médico tentando me acalmar.

Passamos por uma porta dupla, e eu fui carregada para uma cama toda forrada de verde.

Uma enfermeira retirou meu vestido (agora todo sujo e manchado) e colocou uma camisola de hospital (dãã) em mim.

Finalmente eu pude ver a cara do médico. Era um homem de cerca de sessenta anos, e um olhar doce. Me lembrou muito o dr.William, do ultra-som. 

Ele apoiou minhas pernas em hastes de plástico que ficavam nas laterais da cama, e começou a dar ordens aos enfermeiros que estavam no quarto.

Luzes fortes acima de nós me deram a sensação momentânea de que eu tinha ficado cega.

- Vamos lá, Elizabeth, sei que está cansada, mas vai ter que fazer força agora.  - Disse ele olhando-me nos olhos.

Eu mordi os lábios e fiz que sim com a cabeça.

Comecei a fazer força como ele pediu, mas depois de poucos segundos não aguentava mais. Minha respiração estava acelerada, e eu estava suando muito.

- Continue, Elizabeth, eu sei que você consegue.

Eu tentei de novo. E falhei de novo.

- Ok, vamos fazer o seguinte: Respire fundo algumas vezes, depois você vai fazer fazer força, e só vai parar depois que eu contar até dez.

- Tá.

Respira, respira...

- Um, dois, três...

Antes do sete eu já me sentia morta.

- Não dá mais, eu não tenho força pra isso. - Eu disse choramingando.

- Não dá pra parar agora, vamos, respire..

E lá vamos nós..

- Um, dois, três...

- Aiiiii. Não dá, desculpa. Eu não vou conseguir. - Eu disse arfando como nunca.

Isso porque eu era vampira. Fiquei imaginando como as simples humanas conseguiam fazer isso..

- Descanse. Vamos de novo..

(...)

Depois de quatro horas e meia, eu ainda estava viva, infelizmente. E para piorar, nada de bebês. Ah, e o que eu ouvia?

- Respire fundo. Vamos tentar de novo..

Pois é. Até agora. O médico malvado ainda estava me obrigando a fazer força com suas malditas contagens até dez. Eu estava quase chutando a cara dele.

-..Oito.. Ah não, eu já disse que tem que fazer força até o dez!

- Me.. deixa.. em paz! - Eu disse nos limites da exaustão.

- Tudo bem, você está cansada.. Cinco minutos. - Disse ele. Aff, cinco minutos?? Eu ia precisar de mais 160 anos para me recuperar disso!

Um enfermeiro entrou apressado.

- O acompanhante dela acabou de chegar, ele está se trocando para entrar, doutor.

- Você não disse para seus amigos esperarem lá fora? - Perguntou o médico confuso.

Dei de ombros. Eu tinha sim dito a eles para esperarem lá, onde tinha lugar pra sentar, comida e banheiro. Não era muito legal passar horas ouvindo o médico contar até dez, e eu aqui arfando e xingando-o.

Mas se um deles insistiu em vir me fazer companhia, bom.. ok então.

Ouvi os passos chegando perto de minha cama, e me virei para ver quem era.

- DAMON!!! - Exclamei sem acreditar no que via.

Ele abriu um sorriso enorme pra mim, e acabou com a distância entre nós com apenas alguns passos.

- Lizzie, meu amor, você está bem?? - Disse ele preocupado.

- Eu.. estou sim.. é só cansaço, você sabe.. - Eu não prestava muita atenção ao que falava; na minha cabeça tudo o que importava nesse momento era que Damon estava aqui, ele nunca me deixaria sozinha.

- Co-como você está aqui? Quero dizer, você estava na Itália, não tinha como saber e agora está aqui comigo e..

- Shhii. - Disse ele colocando um dedo sobre meus lábios. - Está tudo bem. Assim que o hospital ligou pra casa, Stefan me ligou avisando e eu peguei o primeiro avião que vinha pra Virgínia. Então, aqui estamos, prestes a virarmos pais. 

- Eu sei.. Pensei que teria que fazer isso sem você, e isso foi o que mais me assustou. - Admiti. 

- Não se preocupe, eu sempre vou estar aqui por você. - Disse me dando um beijo na testa.

- Eu te amo.

- Eu também te amo.

O observei melhor por alguns instantes e resolvi quebrar o gelo.

- Sabe, você fica ótimo com esse avental verde. - Eu disse tirando sarro. - Ainda mais com a touquinha combinando. 

Ele riu.

- Sua roupa não está muito melhor que a minha.

Olhei pra mim mesma. A camisola que tinham colocado em mim era do mesmo tom de verde horrendo que o avental dele, além de ser larga e estar toda suada e amarrotada, claro. 

- Ah, qual é, eu estava praticamente inconsciente quando vestiram isso em mim, eu nem pude protestar! - Eu disse rindo. Damon riu comigo.

- Ok, ok. sinto muito interromper o momento 'reencontro feliz' e as críticas à roupa esterilizada do hospital, mas temos dois partos pra fazer, seus bebês não podem esperar mais tanto tempo. - Disse o médico.

- Tá.. Vamos voltar à contagem impossível de ser alcançada. - Eu disse já de mau humor.

Damon segurou minha mão, e olhando pra mim disse:

- Você consegue, Lizzie. Sei que consegue.

Eu respirei fundo e me preparei.

- Vai.

- Um, dois, três..

Ahhh!! Isso doía muitoooo!!

(...)

Cerca de duas horas depois...

 - Vamos lá, você consegue, respire!

- Eu não consigo.. Arranque eles daí, eu não aguento mais!

- Está quase lá, continue fazendo força! Vamos lá, só mais uma vez; se você se esforçar até dez, essa pode ser a última vez, ok? - Disse o médico.

- Eu.. vou tentar. Só me dê alguns minutos.

- Vamos Lizzie, você consegue! - Repetia Damon sem parar. Acho que ele estava ficando desesperado. Também, imagine ouvir sua mulher esperneando em agonia por duas horas seguidas, enquanto seus bebês a torturavam de dentro da barriga! Suspiro.

- Eu não sei o que fazer pra te ajuda, querida.

- Só fique aqui.

- Pronta? - Perguntou o médico.

- Acho que sim.

- Vamos lá. Até o fim agora. Não desista na metade, ok? Vai ser agora.

Respirei fundo de novo.

Apertei a mão de Damon até não poder mais.

- Um..

Vai Lizzie, força.

- Dois..

Calma, eu consigo..

- Três..

Aii, tá doendo.

- Quatro..

Respira, não esquece de respirar.

- Cinco..

Que droga! Ainda tá na metade??

- Seis..

Acaba logo com isso, por favor..

- Sete..

Aii!! Eu não aguento mais!!!

- Oito..

Eu vou morrer! Eu juro que acho que vou morrer!!

- Nove..

Ah não! Acho que eu já morri e tô sendo torturada no inferno, só pode!! Isso dóiiiiiiiiiiii!!!!!! Por favor, façam a dor parar, por favor!!

- Dez.

Abri meus olhos. Não sei onde arranjei forças pra fazer isso, mas abri.

O quarto se encheu com o som de um chorinho, que ao invés de me incomodar em meio a dor, fez meus olhos se encherem de lágrimas, mas eram de felicidade. Meu bebê.

- É um menino. - Disse o médico.

Ele o levantou e eu pude ver seu rostinho, que ainda estava sujo de sangue. Era a coisa mais linda que eu já tinha visto na vida.

Eu não poderia estar mais feliz. Até que um enfermeiro o levou para longe de mim.

- O quê? Pra onde estão levando ele?

- Vão dar banho e por a roupinha, calma. Enquanto isso vamos nos concentrar na menina, certo? Pronta?

Droga, aí está o problema em ter gêmeos. Quando você finalmente consegue ter um bebê, e acha que vai poder dormir em paz, ainda falta outro parto.. Pois é.

Mas depois de ver a carinha de meu bebê, tudo o que eu mais queria era vê-la, para ver se eles eram idênticos, quem se parecia mais com quem, e etc..

- Pronta.

E a contagem começou de novo. Mas dessa vez foi mais fácil. Antes da contagem chegar ao sete, eu pude ouvir outro choro. Ela nasceu.

- Aqui está. - Disse o médico mostrando-a como tinha feito com o primeiro. Meus filhos.

Enquanto os enfermeiros me limpavam, davam banho nos bebês, e etc, eu e Damon ficamos nos olhando, maravilhados com o momento.

- Você conseguiu.  - Disse ele.

- Não. Nós conseguimos. Somos pais, apesar de tudo. - Eu disse baixinho. Quem poderia imaginar, que dois vampiros poderiam ter gêmeos? Pois é. 

- Aqui estão eles. - Disse um enfermeiro, que empurrava um bercinho duplo, daqueles com rodinhas, onde os bebês estavam, já limpos e vestidos.

Ele carregou um de cada vez e colocou-os em meus braços.

Eu nunca me senti tão feliz como agora.

- Sejam bem-vindos, meus amores. É tão bom ver vocês. Finalmente eu pude ver o rostinho de vocês. Sonhei com eles durante todo esse tempo, mas vocês são mais lindos do que eu poderia imaginar. São perfeitos.

Aos poucos eles abriram os olhos, e eu pude ver suas características perfeitamente.

A menina tinha os olhos azuis de Damon, más o cabelo negro era igual ao meu. Já o menino, tinha meus olhos verdes e o cabelo castanho escuro de Damon.

- Eles são uma misturinha de nós dois, não? - Eu disse à Damon.

Assim como eu, ele estava sorrindo como nunca, sem tirar os olhos dos bebês. 

- Sim, eles são. E lindos como você.

- Vocês já escolheram os nomes? - Perguntou o enfermeiro, segurando as pulseiras que tinha que por em mim e nos bebês enquanto estivéssemos no hospital.

- Já. Ele vai se chamar Thomas, e ela vai se chamar Rachel.

- Lindos nomes. - Disse o enfermeiro enquanto escrevia. - Rachel e Thomas Salvatore. Parabéns, vocês vão ser muito felizes.

- Obrigado, vamos sim. - Disse Damon.

Para sempre; completei.


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Notas finais do capítulo

Então..O q acharam do final? Calma, calma; ainda vou postar o epílogo (contando como foram as coisas após o nascimento e a mudança para a Itália; como nossos amados papais Lizzie e Damon estão lidando com as crianças e o que eles descobriram sobre seu crescimento, etc..) e os agradecimentos.Bom, é isso. Até lá!bjokaas!