The Forbidden Daughter escrita por Aphroditte Glabes


Capítulo 5
Two is Better Than One


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap pra vocês. Escrevi esse com muito carinho... Finalmente, o pai da Elle

PS: Obrigada pelas recomendações pessoal!



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Depois daquela noite, pode-se dizer que passamos a ser muito comentados. Parecia que alguma filha de Afrodite tinha nos visto e fofocado para todo o acampamento. Típico, daí vem Quíron com aquele papinho mole de: “Namorar só depois das tarefas, nunca ficar sozinho no chalé...”. Como se eu quisesse passar dos amassos com Travis, só duas semana depois de chegar ao Acampamento.

 

Minha rotina estava normal, de manhã cedo eu e Travis saímos para caminhar pela praia e voltamos na hora do arco e flecha, no qual eu estava melhorando bastante. Depois eu tinha aulas de grego antigo com Annabeth, que insistiu em me ajudar porque ainda achava que eu era a irmã dela. Passado o almoço eu disputava a corrida com as ninfas, devo dizer, sem me exibir, que consegui ultrapassar duas ontem. Mais tarde Percy me ajudava com a esgrima e eu ficava treinando até a hora do jantar, quando eu ficava amaldiçoando meu pai mentalmente.

 

-Tudo bem com você? – perguntou Travis enquanto caminhávamos na praia, em um domingo de manhã, sem treinamento.

 

-Na verdade – suspirei – Você sabe que eu quero saber quem é meu pai... Isso está me enlouquecendo.

 

Ele parou de caminhar e puxou meus braços para que eu pudesse encarar aqueles olhos castanhos maravilhosos. 

 

-Ei – ele disse me abraçando – Não vou deixar, você sabe.

 

-Obrigada – murmurei, o cheiro do perfume de Travis era inebriante.

 

Alguém pigarreou atrás de nós, então nos separamos.

 

-Er, oi pai – cumprimentou Travis e eu corei.

 

-Olá filho – ele cumprimentou – Tenho um pacote para Elle. E um recado somente para ela – ele disse, e Travis assentiu e saiu. Quando ele fez isso, perguntei:

 

-Você sabe quem é ele, senhor Hermes?

 

-Claro que sei criança, mas ele acha que ainda não é seguro para você...

 

Abri a boca para protestar, mas ele me calou com um gesto da mão.

 

-Ele pediu para dizer que você deve ter fé e te manda um presente – ele bateu com o caduceu no chão, e um negócio caiu na mão dele – Aqui.

 

Ele me deu dois anéis de bronze com formato de águia. Eu pus no meu dedo de uma mão e o outro na outra mão. Eles encaixaram perfeitamente.

 

-Aperte a cabeça da águia – disse Hermes. Apertei.

 

-Wow – eu disse, quando duas espadas de bronze celestial compridas surgiram na minha mão.

 

-Agora é só apertar a insígnia da águia na espada que volta a ser um anel. Apenas você pode usa-lo, Hefesto forjou especialmente para você nas forjas do Monte Santa Helena, correndo o risco de acordar Tífão, e depois as mergulhou no rio Estige.

 

-Err, agradeça a ele por mim – murmurei e Hermes concordou com a cabeça..

 

– Bem, agora tenho que descer até o Mundo Inferior para entregar esse pacote para Hades...Bem, até logo – ele disse e com um aceno desapareceu.

 

Franzi a testa, mas caminhei até onde pensei que estava Travis. Dei de cara com ele sentado em um tronco, desenhando na areia com um pauzinho.

 

-Ei – eu disse, sentando do lado dele e abraçando seus ombros – O que aconteceu?

 

-Eu...

 

-Eu...?! – incentivei e Travis trincou os dentes.

 

-Enquanto você estava falando com meu pai, uma garota filha de Afrodite veio aqui.

 

-Sim...

 

-Ela... – ele fechou os punhos – Ela me beijou.

 

Quando ele disse isso, senti o choque percorrer meu corpo. Nós ainda não estávamos namorando, não tínhamos nenhum compromisso sério, mas eu me sentia extremamente traída.

 

-Elle? – ele perguntou e eu suspirei.

 

-Não se preocupe.

 

-Espere, El, você está bem?

 

-Estou, por quê? – franzi a testa.

 

-É que bem... – ele disse tímido – Você normalmente se irrita por qualquer coisa...

 

-Isso não foi qualquer coisa – eu disse delicadamente – Travis, olha. Eu gosto muito de você, mas... Eu compreendo as filhas de Afrodite. É um desafio para elas. Se você diz que não queria, eu acredito em você.

 

Travis suspirou aliviado.

 

-Já disse que te adoro?!

 

-Acabou de dizer – sussurrei no ouvido dele, enquanto sentia os lábios dele roçarem no meu pescoço. Fazia cócegas. Ele segurou meu rosto com as mãos e me deu um demorado beijo nos meus lábios. Eu gostei, então o beijei de volta. Ficamos abraçados por vários minutos, até que ele beijou meus cabelos e disse que tínhamos que ir para o café da manhã. Fomos caminhando de mãos dadas e em silêncio, até sentarmos na mesa, lado a lado.

 

-Água – murmurei e o copo se encheu de água até a borda. Bebi um gole enquanto esperava nossa vez de lançarmos “sacrifícios” aos deuses. Quando foi nossa vez, peguei minha bandeja e depois que Travis murmurou: “Hermes”, eu joguei no fogo toda a carne de frango e dois morangos e pensei:

 

“Por favor, pai, quem quer que seja. Eu quero saber quem é você, talvez isso seja perigoso para mim, mas será mais ainda se eu não souber quem é. Por favor, por mim”

 

Sentei novamente na mesa e comi rapidamente o resto da comida, em seguida bebendo a água, que descia pela minha garganta seca e chegava no meu estomago. Cara, estou com uma sensação esquisita no estomago... Muito mesmo.

 

O horário do café da manhã passou, e como era final de semana tínhamos o dia livre, mas eu não queria me poupar de treinar. Caminhei com passos lentos para a arena e quando cheguei lá apertei meus anéis com o polegar e as espadas surgiram em minhas mãos.

 

Rápidas e práticas. Fui até Percy.

 

-Quer treinar? – perguntei e ele arregalou os olhos quando viu minhas espadas.

 

-Claro – sorriu - Desculpe a pergunta, mas quem lhe deu as espadas?

 

-Meu pai – informei – E não, não sei quem é. Hermes não me disse.

 

Percy arqueou as sobrancelhas. Parecia confuso, mas no final ignorou as outras dezenas de campistas que estavam treinando e disse:

 

-Prepare-se.

 

Percy pulou pra frente, tentando me atacar diretamente. Segurei a espada dele entre as minhas e girei para ele ficar desconcentrado. Com a espada da mão direita tentei acertar as costelas dele e com a esquerda, o pé. Percy bloqueou ambos dos golpes e ainda acertou meu pulso, que fraquejou.

 

Com cara de má chutei areia no rosto dele, que a cuspiu enquanto eu passava as espadas como uma tesoura pelas pernas dele. Tirei meu cabelo do rosto enquanto ele se levantava. Como um raio, literalmente, Percy pulou na minha direção e arrancou a espada do meu braço esquerdo. Ótimo, agora só tenho mais um porque a outra está caída longe de mim. Usei a base da espada para bater no ombro dele, enquanto me esquivava para conseguir alcançar minha outra espada. Quando tinha novamente as duas nas mãos, Percy usou a mesma técnica que tentei nele, usar a espada como um tesoura, mas pulei e rolei para o lado enquanto repetia o golpe nele. Percy estava caído no chão se recuperando, então apontei uma espada para sua garganta e a outra pus ao lado do pescoço dele.

 

Só naquele momento percebi que todos estavam parados nos observando. Primeiro eu via neles a surpresa e depois o prazer de uma novata ter vencido o garoto “pródigo”. Me senti feliz. Eu finalmente servia para alguma coisa. Transformei as espadas novamente em anéis e ajudei Percy a se levantar.

 

-Foi muito bom – ele disse impressionado – Você é a primeira novata que consegue me vencer, e bem... Uma garota.

 

-Isso é preconceito, Perseu Jackson? – zombei deixando-o vermelho.

 

-Na verdade, é admiração. Parabéns.

 

-Obrigada... – fui dizer, mas as palavras ficaram engasgadas na minha garganta quando eu vi os olhos de Percy se arregalarem e ele murmurar: “Impossível” . E não era apenas ele que me encarava. Eram todos na arena. E todos olhavam para um símbolo acima de mim. Um símbolo de um raio.


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Notas finais do capítulo

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