Às cinco horas da manha Lisbeth acordou  para caminhar

Chegando ao parque, ela encontrou Lucas que lhe veio com uma pergunta objetiva:

- Você trabalha com o que?- disse curto e grosso

- Oi pra você também- disse Lisbeth ao corrigi-lo

- Me desculpe! Oi, tudo bem?

- Tudo sim e com você?

- Também, mas me responda você trabalha com o que?

- Trabalho como Assistente pessoal.

- Ah!

- Por quê?- indagou Lisbeth

- Pra quem você trabalha?

- Priscila Medeiros

- Hm, Ela não é famosa né?

- Não, mas é muito rica.

- Hm, que bom

- Mas você não me disse o porquê me perguntou isso

- Por que eu fiquei curioso, você nunca comenta sobre o seu trabalho

- Ah, tudo bem. Vamos caminhar? Me faz companhia hoje?

- Claro

Lucas e Lisbeth caminharam durante duas horas, andaram o parque quase todo, Lucas ficava querendo desafiar Lisbeth, mas ela nunca aceitava.

Lisbeth olhava para Lucas e admirava como ela podia ser daquele jeito: inteligente, e ao mesmo tempo bobo. Ela estava começando a confiar de novo nele, embora relutasse contra isso, Lucas estava conseguindo conquistar sua confiança. Lisbeth imaginava que fosse pelo fato de ele nunca mais ter pedido ajuda e não estar forçando as coisas, e também porque ela queria que ele conseguisse, estava ficando louca de amor. Mas, na verdade, o que estava acontecendo é que Lisbeth estava se apaixonando de novo por ele, por Lucas, Lucas era e sempre seria o homem perfeito pra ela, sempre lhe entenderia, ele sempre tentaria suprir suas necessidades, principalmente de amor... Em meio aqueles pensamentos Lisbeth teve vontade de parar se virar, e dar o maior beijo em Lucas, dizer que o amava e que se dane a confiança. Mas ela sabia que não poderia fazer isso. Lucas partira seu coração um dia, e ela não podia deixar isso assim, achava que seria uma injustiça com ele, pois não é justo fazer uma pessoa sofrer e quando perceber que se era apaixonado por essa pessoa, simplesmente voltar pra ela, esperando que a aceitasse como se nada tivesse acontecido. Pelo menos ela pensava assim, não aceitava isso,não queria isso. Lisbeth estava com um serio confronto dentro de si. Não sabia se se deixava levar pelos sentimentos, ou se ia de acordo com o que achava. Pela primeira vez em sua vida, ficou em duvida. Não sabia se escolhia a razão ou o coração. Lisbeth sempre teve medo desse dia, sempre temeu ele, sempre teve mais medo dele do que da morte. Decidir entre a razão e o coração é algo muito complicado. A razão é algo em que você acredita e defende. O coração é algo que você não controla você sente. E Lisbeth sabia o que sentia, e sabia no que acreditava. Só não sabia qual dos sentidos era mais forte. Não consegui medi-los, não conseguia imaginar o que era o mais correto. Lisbeth percebeu que sempre foi uma menina fria, nunca tinha feito nada sem consultar seus princípios....

- Você ainda ta nesse planeta?- perguntou do nada Lucas interrompendo-a de seus pensamentos.

- Eu estou sim, por que?

- Porque já terminamos a caminhada e você não se mexeu mais.

- Ah! Não foi nada não.

- Tudo bem. Vamos tomar Café?

- Claro- Respondeu ela friamente.

No caminho para o café Lucas, pensou na forma como ela respondeu. Teve medo. Lisbeth nunca havia respondido assim pra ele.

Eles chegaram ao House Cafée. Esse lugar trazia lembranças a Lucas, mas não falou nada. House Cafée era um lugar simples, mas que tinha uma beleza incrível. Era um restaurante que fica no terraço de um prédio, as mesas e cadeiras eram de madeira e a mesa tinha um pequeno arranjo de margaridas em cima. Lucas concluiu que aquele era o lugar mais romântico em que ele já esteve. Os dois se sentaram e foram escolher o que iam comer.

- Me deixa tentar adivinhar o que você vai pedir?- disse Lucas ao examinar o cardápio

- Me surpreenda.

- Hmm... Acho que você vai pedir o Especial Café Gelado, por ser uma mistura de café solúvel, chocolate em pó, creme de leite e leite condensado, por que você adora café com leite, mas como é uma menina muito doce e meiga, ama tomar café com leite condensado. E para acompanhar um sanduíche natural quente, por que como toda mulher quer manter a forma. E de “sobremesa” um Brownie de chocolate, com recheio de chocolate branco. Acertei?

- Nossa! Tenho que cuidar com o que eu penso perto de você- disse soltando um sorriso quando terminou de falar.

- E então... Que adivinhar o que eu vou pedir?

- Não. Definitivamente não. Não tenho o poder de ler a mente das pessoas.

- Esta certo. Então vou querer um café preto com um queijo quente.

O garçom anotou os pedidos e se retirou.

Lucas agradeceu e fitou Lisbeth, que olhava para a cidade quando uma pequena lagrima escorria pelos seus olhos.

- Cidade de Pedra- disse Lucas, embora sabia que Lisbeth ao estava olhando para a cidade

- O que?

- Muitos prédios. Uma cidade feita de cimento, tijolos... Uma cidade de pedra.

- Ah, sim

Passaram um tempo em silencio. Lucas não estava entendendo por que Lisbeth estava tão pensativa.

- Eu te amo- soltou Lucas derrepente- Você nem imagina o quanto.

- Eu sei. Eu também te amo, muito.

- Convencida. Eu sei que você me ama.

Lisbeth soltou um sorriso e disse:

- O sujo falando do mal lavado.

Os dois sorriram

O Café chegou. Enquanto comiam, Lisbeth soltava pequenas risadas espontâneas. Lucas não entendia, mas sabia que era o jeito dela fazer as coisas sem ninguém entender e sem dever satisfações a ninguém, e Lucas ficava feliz com isso adorava aquele jeito dela, um jeito todo espontâneo. Lisbeth não precisava de motivos pra abraçar alguém, ou dizer que ama a pessoa, ou pra sorrir. Ela era assim, sempre seria, sempre queria ser.

Depois que terminaram de comer pagaram e saíram.