Memórias Póstumas escrita por dona-isa


Capítulo 9
Renascer




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"Sempre o Matsuda" Near pensou consigo mesmo guardando o caderno. [21 mensagens na secretária eletrônica], dizia a mensagem que piscava em cima do aparelho. - Que dia é hoje? - Near perguntou confuso, procurando o calendário em alguma lugar, notando que já se passava mais de quatro dias que seus agentes saíram de férias. "Near atenda o telefone!" dizia a voz de Halle na primeira gravação. "Logo estaremos de volta chefinho" Gevanni. "Novo plano de 200 minutos, não perca tempo e assine já o seu..." operadora. "Pare de ver pornografias na internet e atenda essa droga de telefone!" Anthony. "Estou preocupada, você não atende e nem nos retorna as ligações"Halle. "Muito legal! Você teve uma multa por exceder a velocidade permitida no Japão e manda a carta de cobrança pra mim?" Gevanni, ps: o carro que Near usara pra ir até o centro psiquiátrico estava no nome de Gevanni. - Ahh Gevanni, eu sinto muito... Ele continuou apertando o botão para as próximas mensagens, em um movimento repetitivo. "Se você não retornar logo essas ligações nós iremos voltar"Halle. "Hey Near, não sei se é o que estou pensando, mas está acontecendo algumas coisas estranhas por aqui, quando chegar ai conversaremos melhor..."Anthony. - Coisas estranhas? - Near pensou alto. Pulou para as próximas mensagens. "O jornal informou essa manhã "criminosos mortos em massa" você acha que ele pode estar de volta?"Halle.

Near estremeceu e parou de repente. "O inferno não iria acabar? Capturaríamos um atrás do outro? um ciclo gasto sem um fim? Ele então apertou novamente o botão que indicava a próxima mensagem. "Oi Near, Halle me ligou, eu não sei se ela já te disse, mas estão acontecendo algumas coisas, que nos pareceu muito familiar, espero não estar incomodando" Gevanni. Era o suficiente, Near terminou de ouvir as mensagens e se sentou na poltrona, apoiando um pé em cima dela e outro encostava no chão, impulsionando pra que ela girasse. "Se Kira estiver de volta, é possível que ele não esteja mais no Japão, ou melhor dizendo, seu alvo não é especificamente o Japão" Near puxou um jornal, da pilha enorme que se formara de jornais perto da porta, Near estava preso aos cadernos e se esquecera completamente da organização de um lugar. "Foi como imaginei, o diário de Tóquio não mencionava nenhuma morte, se Kira desse sinal de vida por aqui, o povo estaria eufórico novamente" Ele se levantou, se esticando. "Mas agora eu tenho outro plano..." Ele então pegou novamente o carro de Gevanni, prometendo a si próprio que não excederia a velocidade. "Huumm, Matsuda agora mora em Fukushima..."

"Fukushima" - se localizou Near, manobrando o carro em frente ao tal endereço que ele pesquisara, uma casa pequena e aconchegante próxima a cidade. Near tocou a campainha, e depois de alguns segundos uma mulher magra e pequena atende. - Olá, senhor Matsuda se encontra? - Near pergunta indo direto ao assunto, a mulher pelo contrário o olha assustada e paralisada. "Quem está aí querida?" - a voz de Matsuda ecoa do interior de um dos cômodos. Ela não responde, apenas continua paralisada na porta, encarando Near. Uma menina pequena, de bochechas coradas e os cabelos do mesmo tom dos de Matsuda atravessou a frente da mulher, lhe esticando os bracinhos e pedindo colo, ela então pega a criança no colo, ainda encarando Near - É visita pra você, amor - ela diz quase num sussurro, virando de costas, sem sequer convidar Near. Matsuda aparece de repente, os cabelos desgrenhados, uma barba por fazer, e um leve tom grisalho precoce na lateral dos cabelos. - Near! - ela exalou surpreso indo em direção a porta - Não gostaria de entrar? Near olhou de relance para a mulher pequena e delicada que o fuzilava sutilmente com o olhar. - Eu acho que não, eu precisava conversar com você particularmente. Matsuda olha para o lado e depois concorda. - Espere um momento, eu vou pegar uma jaqueta. E então sai da sala, indo em direção ao quarto. Near nota alguns certificados colados nas paredes, certificado de competição de esgrima, soletração, tênis, natação... Todos em nome de Soichiro Matsuda. "Soichiro Matsuda?" - O que você quer? - a mulher de repente estava parada na frente de Near, os olhos estreitos. - O que? - O que você quer com a minha família? já não basta ter acabado com a vida do meu irmão? Near arregalou os olhos surpreso. - Eu acho que a senhora está equivocada, eu não fiz absolutamente nada contra seu irmão. - Por favor, fique longe da minha família, está me entendendo? Near suspirou e fez que sim com a cabeça, era inutil revidar. - Claro que sim senhora Matsuda.

Matsuda aparece novamente, vestindo uma jaqueta. - Eu não vou demorar - ele sussurrou dando um beijo na esposa, ela o olhava quase suplicante. - Como você virou um homem em tão pouco tempo? - Matsuda perguntou brincando. - Eu me faço a mesma pergunta frequentemente. - É, eu estou ficando velho... - Linda filha você tem - Near murmurou, logo depois que Matsuda fecha a porta. - Muito obrigado Near, eu tenho dois, um casal, o meu outro filho está viajando com a avó. - Posso me arriscar a dizer que o nome dele é Soichiro? Matsuda sorriu. - Sim, é uma pequena homenagem que eu pude fazer para o meu sogro, ele foi um grande modelo pra mim. - E me parece que seu filho é muito inteligente não é? - Sim, por enquanto ele é o primeiro da turma. - Por enquanto? - Ele só tem 7 anos, Near, ainda é muito jovem. - Nunca subestime a inteligência de alguém, com a mesma idade eu já arriscava opinar em pequenos casos. Matsuda sorriu, meio incerto. - Vamos a uma cafeteria aqui perto, lá poderemos conversar melhor. Near se sentou numa cadeira isolada, Matsuda se ajeitou em sua frente na mesma mesa. - Você se senta estranho assim como ele sentava. - Eu me sinto mais confortável assim, é quase como me deitar e tirar uma soneca, é revigorante. - Mas o que te traz até aqui Near? - Vou direto ao assunto, de uns dias pra cá ando pesquisando sobre a vida de L. - Sim, continue. - E acabei por saber coisas que ninguém sabia. - Eu sei que você não vai me contar não é? - Matsuda se antecipou sorrindo. - Pelo contrário caro Matsuda, eu vou lhe dizer sim, eu soube sobre a gravidez de Misa Amane, e sua participação no aborto. Matsuda se enrijeceu, ficando pálido feito cera de repente. - Raito não queria a criança, a Misa-Misa estava arrasada, então ela pediu pra que eu a ajudasse, é claro que eu não queria fazer aquilo, mas era necessário, já que ela não tinha opção, mas o que isso tem a ver com L? "Eu não devo envolver L nisso, se Matsuda souber sobre a relação que ele teve com Misa, estará tudo perdido"

- Na verdade não tem absolutamente nada a ver com ele, eu só acabei descobrindo isso por acaso, eu só achei que você pudesse saber de algum plano que Raito Yagami pudesse estar estipulando ao querer essa criança fora da jogada. Matsuda pegou uma xícara de café, bebendo um gole curto. - Que eu saiba ele não queria que uma criança atrapalhasse nas investigações, já que ocuparia muito tempo dele, mas ele disse que prometeu dar um outro filho a Misa futuramente. "Então ouve uma promessa de Raito Yagami? Misa não mencionou nada sobre isso" Near mexia autistamente os blocos de açúcar em sua xícara, pensando. - Você ainda trabalha como detetive? - Matsuda perguntou, tirando Near do devaneio. - Sim, eu devo continuar com o nome de L, como estava predito. - Sim, claro. - E você continua trabalhando na policia? - Sim, mas é por pouco tempo, eu estou prestes a sair do Distrito e tentar um novo emprego, Sayu já me pediu várias vezes, e eu tenho que admitir que ela tem razão, a vida de um policial casado é totalmente diferente da de um solteiro, agora eu vejo isso, são outras responsabilidades. - Sim, Sayu, eu confesso que fiquei impressionado quando Sayu Yagami atendeu a porta. - Sayu Matsuda - Matsuda sorriu corrigindo Near. - Sim, claro, Matsuda, mas eu sempre achei ela muito jovem. - É - Matsuda concordou com a cabeça baixa - No começo foi bem difícil devido a diferença de idade em que nós temos. - Eu gostaria de saber também mais uma coisa... - Diga - Matsuda disse dando mais um gole de café. - Alguns dias antes de L, comentar sobre seu plano em fazer um condenado escrever o nome de outro no caderno, pra comprovar a regra dos 13 dias, você esteve na penitenciária onde futuramente ele iria levar o caderno, o que você estava fazendo lá? Matsuda encostou as costas no assento, parecendo tenso. - Eu achei que ninguém soubesse disso... Near pressionou com os olhos, pra que Matsuda continuasse. - ...Bem, na minha profissão é complicado...

- Complicado? - Sim, complicado se manter seguro, ou neutro, ou você faz a lei ou não, é assim, e no meu caso era mais complicado faze a lei, mesmo eu querendo muito. - Pode ser mais claro senhor Matsuda? - Near sussurrou estreitando os olhos e enrolando uma mecha de cabelo na ponta dos dedos. - Eu fui na penitenciária aquele dia, para, uma visita... - Continue... - Minha mãe morava em outro estado, e por isso eu só tinha um tio de parente mais próximo, quando minha mãe morreu ele acabou por se tornar a minha unica família, mas ele foi preso depois de um assalto seguido de assassinato, eu não sabia que ele fazia isso, foi muito doloroso pra mim, por isso resolvi esconder a existência dele de todos do distrito, principalmente Aizawa, que foi o policial que o prendeu, mas eu não o julgo por isso, afinal eu sempre o admirei, assim como Soichiro Yagami. - Então você estava visitando um tio? Matsuda moveu a cabeça, franzindo os lábios e dando um último gole de café. - Era a última semana dele com vida, ele estava a caminho da punição, por isso me senti no direito de lhe conceder uma última visita. - Entendo - Near murmurou - Foi um prazer revê-lo senhor Matsuda. Matsuda sorriu. - Venho nos visitar mais vezes. - Se sua esposa permitir, eu acho que farei o possível. Matsuda coçou a nuca. - Ahh Sayu... Ela sempre se comove quando toca no nome do irmão, ou em algo do seu passado, mas eu acho que ela aprenderá a lidar com isso. - Espero que sim - Near murmurou se levantando, e seguindo Matsuda até a entrada da cafeteria. - Até mais - Matsuda gritou, enquanto Near atravessava a rua em direção ao carro. - Até mais. "Por falar em visitas"


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