Memórias Póstumas escrita por dona-isa


Capítulo 6
Luxúria




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Watari havia saído por alguns momentos, já era a segunda vez que eu o mandara dormir, ele não tinha necessidade de ficar acordado comigo. - Não se importa mesmo? - ele perguntou ainda incerto, as bolsas que se formavam embaixo de seus olhos entregavam a falta de uma boa noite de sono. - Nao, por favor, vá dormir, eu cuido sozinho daqui por diante. Ele assentiu e logo saiu da sala, me deixando completamente sozinho. Novamente senti alguém se aproximando, provavelmente seria Watari. Mas a minha teoria infelizmente era errada, pelo perfume adocicado e enjoativo, me parecia ser Misa, o que ela ainda estava fazendo acordada? - Vá pra cama senhorita Misa - murmurei com o polegar no lábio, sem olhar pra ela. Ela só arfou, assustada. - Estou sem sono Riuuzaki-san. Ela continuava se aproximando, será que eu teria que pegá-la no colo e levá-la pra o seu quarto? - O que está fazendo? - ela perguntou parecendo "falsamente" interessada. - Estou analisando gráficos, mas o que você está fazendo acordada? Ela suspirou pesado. - Eu não estou com sono, meu quarto é tão frio, e eu estou muito solitária. Revirei os olhos, sem desgrudá-los da tela do computador. - Onde está Raito? Mesmo não a vendo eu pude sentir que ela se encolheu de repente. - Ele prefere dormir no sofá do que acompanhar Misa-Misa. Franzi o cenho. - Mas eu já disse pra ele parar de ser tão timi...

Quando virei para o lado e finalmente notei Misa, ela estava vestida somente com uma baby doll preta de renda, que mostrava escancaradamente a lingerie e cinta liga também preta por baixo. - Que roupas são essas? - perguntei revoltado com a falta de postura dela. Ela se encolheu ainda mais, olhando para as próprias roupas. - Desculpe Riuuzaki-san - ela abaixou a cabeça, eu somente balancei a cabeça e voltei meu olhar para o computador. Ela não moveu um músculo sequer, mesmo sem dar atenção visual a ela, eu estava preocupado com o que poderia estar acontecendo, talvez Raito estivesse planejando algo. Foi então que senti uma mãos deslizando pela minha camiseta, era ela. - Misa! - esbravejei - O que está fazendo? Ela estremeceu, me olhando assustada, parecia estar prestes a chorar. - Gomenasai - ela disse na voz trêmula - Mas eu estou me sentindo muito só. Me arrumei melhor na cadeira, a encarando por alguns segundos. - Se quiser eu posso conversar, pra tirar sua insônia, mas nada mais do que isso. Ela fez um biquinho. - Se eu quiser alguém falando eu ligo um rádio. Arregalei meus olhos, espantado com o que ela me disse, o que ela estava querendo então? - Se não é isso, então eu não posso ajudá-la, sinto muito - disse, e depois me virei novamente para o computador, agora profundamente envolvido, somente esperando que ela saísse. Mas ela não saiu. Ela então girou minha cadeira e aproximou seu rosto a milímetros do meu. - Me beije, Ryuuzaki - ela ordenou com lágrimas escorrendo no rosto pequeno, eu apenas toquei em seus ombros a distanciando de mim. - Eu não irei fazer isso - sussurrei. Ela não me deu ouvidos, ao invés disso, ela pegou meu rosto entre suas mãos e o forçou ao encontro do seu, forçando nossos lábios a se encontrarem furiosamente. Eu não sei o que deu em mim, mas parecia que o toque com a pele dela me fez arder em chamas, eu me senti obrigado a prolongar aquele beijo, mesmo meu lado racional me repreendendo e dizendo pra que eu a largasse e que parasse com aquilo.

[primeira parte] - Misa você tem algum problema? - sussurrei, tentando disfarçar o quão inebriado eu estava. - Você não gostou? - ela perguntou intensa a olhar em meus olhos, os lábios deliciosamente molhados de gloss sabor cereja. - Por favor saia da minha sala - ordenei aos sussurros, ainda meio ofegante, ela sorriu. - Você gostou. Pisquei algumas vezes balançando minha cabeça, eu precisava urgentemente de doce, estiquei meu braço embaixo do balcão, abrindo uma geladeira pequena que Watari me providenciou, e peguei dentro dela um pote de Banana Split com muita calda. - Vai me ignorar e comer isso? - ela sussurrou adoravelmente ultrajada. Eu não respondi, eu apenas comecei a devorar os pedaços de banana e sorvete, deixando a calda por último. Ela então tomou o pote de minhas mãos, com o resto de sorvete e calda. - Me devolva! - ordenei enfurecido. Ela sorriu, e despejou o pouco de calda pelo seu braço e depois pelo colo quase nu. - Agora prove - ela convidou. Eu tenho certeza que isso fazia parte do plano de Raito, tudo isso me parece ser muito forçado - Isso era uma plano de Raito! - Near respondeu ao caderno em voz alta. Sim, isso com certeza era plano de Raito, mas algum instinto primitivo me moveu, era tão mais forte que eu, era tão mais forte que qualquer curso de autocontrole que eu tivesse, a única coisa que me vi fazendo era provar a calda de banana no corpo dela, sentindo o aroma envolvente que vinha dela.

Sem pensar uma vez sequer, eu a empurrei contra o chão, eu acho que o efeito da calda de banana estava me deixando louco, ou algo parecido, pois eu não tinha controle algum sobre mim, era como se eu estivesse brigando entre dois Lawliets, um sóbrio e o outro completamente louco, do qual parecia estar vencendo. Eu a abracei com força enquanto íamos devagar ao encontro do chão, eu coloquei minha mão em suas costas a protegendo do impacto com o chão. Ela estremeceu suavemente com o toque da minha em suas costas nuas, e quando me dei conta eu já estava me encaixando dentro dela, me movendo bruscamente contra ela. Ela deu um suspiro, eu me assustei e parei imediatamente com aquilo, olhando fundo em seus olhos, será que eu a machuquei? Ela somente sorriu, indicando que eu continuasse. E infelizmente foi o que eu fiz. Eu sei, eu fui um monstro, um monstro irracional, eu me movia freneticamente dentro dela, aquilo parecia quase um estupro, mas um do qual ambos quisessem. Encostei meus lábios em seu pescoço, procurando por áreas sensíveis, perto da nuca, próxima ao lóbulo da orelha. - Ahh Ryuuzaki! - ela suspirou, naquele momento eu anseava pra que ela dissesse o meu nome, mas seria idiotice se eu o contasse. Ela passou as mãos por baixo da minha camiseta, desenhando linhas nas minhas costas com as pontas dos dedos, me provocando os mais variados tipos de arrepios. Foi então que fui tomado por uma onda de êxtase, que tomava conta do meu corpo inteiro, eu então tombei de lado ofegante no chão onde estávamos.

[segunda parte] Ela se apoiou nos cotovelos, procurando os meus olhos. - Você está bem? - ela perguntou confusa. - Olhe pra mim, você ainda pergunta se eu estou bem? Ela sorriu, abaixando os olhos, parecendo envergonhada, o que? ela estava envergonhada de mim? ou do que fizemos? - O que foi Misa? Ela olhou pra mim, sorrindo, eu então me levantei, ficando de cócoras a sua frente, tocando em uma mecha de seu cabelo louro e o colocando atrás da orelha, ela então me puxou pra mais um beijo, me erguendo de pé, e me empurrando de costas na cadeira, me obrigando a sentar como uma pessoa normal, o que foi muitíssimo incômodo pra mim. Ela ainda me beijava, eu então passei as mãos sobre seus braços e ela se contraiu, o que? ela ainda estava excitada? ela ainda reagia ao meu toque? aqui era tão, fascinante! Foi então que ela sentou em meu colo, de frente pra mim, novamente nos encaixamos em um só corpo, eu me sentia bem, mas aquele jeito de sentar não era bom, eu definitivamente não servia pra sentar de um jeito normal, eu então me sentei do meu jeito, a pressionando mais perto do meu corpo, mantendo meus joelhos em suas costas, ela soltou um gemido audível. - Eu te machuquei? - sussurrei preocupado. Ela sorriu, apoiando suas mãos em meus ombros. - Não - ela ficou corada de vergonha novamente - Isso foi... bom. Incrível, a cada segundo eu aprendia mais sobre aquilo, era uma sensação tão única, eu podia comparar aquilo com comer mil doces, ou solucionar mil casos, nem mesmo assim eu conseguiria descrever aquele turbilhão de prazeres que eu sentia. Ela então me abraçou, ofegante e desta vez realmente cansada, de repente virando o rosto de lado. Eu acompanhei seu olhar, e captando retalhos de renda estraçalhada no chão. - Ryuuzaki-san é muito mais forte do que parece - ela sorriu. Eu engoli em seco, olhando a calcinha de Misa feita em mil tiras, eu fiz aquilo? - É, eu acho que sim...

- AAAAAAAAHHHHHH - Near exalou surpreso, largando o caderno na mesa - Eu não acredito!, L, teve um caso com a Misa Amane, que cara de sorte! Ele guardou novamente os cadernos, e depois deu um salto na cadeira em frente ao computador do escritório, e pesquisou sobre Misa Amane, desde a prisão e morte de Raito Yagami, não se tinha mais notícias sobre ela, e nem aparições dela na mídia. - Amane internada em clínica psiquiátrica em Nagoya, essa notícia tem três anos, será que ainda é válida? Near anotou o endereço, e pegou o carro, pisando fundo no acelerador, indo a caminho a tão clínica, ele não podia perder tempo. Nagoya não ficava tão longe da capital, e não demorou muito tempo, a clínica ficava aberta pra visitas durante o dia, ele então se direcionou rapidamente para a recepção. - Bom dia, gostaria de saber se há alguma paciente chamada Misa Amane internada aqui. A recepcionista o olhou com desdém, afinal ele não passava de um jovem alto, desengonçado e de cabelos brancos, ele usava a mesma camiseta branca desbotoada nos primeiros botões, moletom largo e tênis surrado. - Deixe-me checar - a mulher disse.


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