Memórias Póstumas escrita por dona-isa


Capítulo 5
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Quarta-feira, 27 de Agosto de 2006.
É difícil, mas as noites andam sendo muito mais complicadas pra mim, eu ando meio desolado, sem rumo, eu sei que sempre desejei ter algo parecido com o que tenho agora, um caso realmente excitante, envolvente, mas eu nunca pensei que eu teria esse tipo de sentimento, esse vazio, algo não se encaixava, minhas suspeitas sobre Yagami apenas aumentaram quando ele resolvera se entregar e ser confinado, por amor era óbvio que não seria, ele nem de longe parecia gostar de Amane, e ele não seria capaz de se entregar pra ser pra junto a ela, e aquela teoria? "talvez eu seja Kira!" ele é Kira, eu só preciso de mais uma forma de como provar, Raito Yagami=Kira, Misa Amane= Segundo Kira, é fato, mas algo parece estar fora de órbita, Misa é uma perfeita modelo, mas eu sempre achei ela uma atriz regular, depois de tanta pressão é fato que ela iria se entregar, nenhum ser-humano é tão hipócrita, já Raito Yagami me parece ser muito capaz de mentir, mesmo não tendo nenhum curso pra teatro...
Talvez aqui eu possa ter minha certeza, li e reli várias vezes meu próprio diário, eu gosto muito de fazer isso pra avaliar as teorias em que eu chego, e também muitas vezes pra corrigir alguns erros de concordância, de tem uma coisa que eu detesto mais que meias, é que se assassine a escrita correta.
Suspirei e me encostei na cadeira, apoiando minhas mãos em meus joelhos.
- Você está tenso Riuuzaki - Watari me disse, observando minhas feições.
- Estou começando a entrar em depressão, eu não diria tensão.
- Entendo - ele murmurou se virando para o computador.


Sem perceber Near havia pegado no sono pela primeira vez em tanto tempo, ele estava encolhido na poltrona, os olhos fechados e o caderno aberto e encostado em seu peito, a cabeça tombando pra trás no encosto da cadeira, a perna permanecia contraída, era como se ela tivesse vida própria e estabelecesse sozinha a posição.
"Fique atento, Near!", soou uma voz lúgubre e sem vida pelas paredes do escritório.

- Quem está aí? - Near gritou assustado e aturdido olhando para o nada no escritório vazio e escuro.
"Tome cuidado Near, esse caderno é muito importante"
Near olhou atentamente para os lados mas nada parecia se mover ou oferecer risco, ele poderia estar ficando louco?
A janela então se abriu, fazendo a cortina balançar trazendo um vento frio e cortante.
- Eu não vou repetir, quem está ai? ande, se mostre!
Apesar do equilibrio e da paciência que Near tinha, ele não podia negar que de repente um arrepio mortal desceu a sua espinha, o vento estava mais forte do que parecia, ele então caminhou até a janela pra fechá-la, foi quando teve a imensurável surpresa.
Ele arregalou os olhos, vendo a imagem que se formava onde a luz da lua iluminava, era a silhueta perfeita de um homem alto, magro, pálido, levemente arqueado e de cabelos escuros desgrenhados.
- L-L-L? - Near sussurrou aturdido, pressionando as costas na parede.
"Eu acho que ainda não mudei de forma não é?" a imagem disse sem mover os lábios.
- Impossível! Você morreu!
O vulto deu um suspiro longo, provocando mais vento em cima do pobre Near que quase não acreditava no que via.
"Eu preciso ser breve, já que eu não tenho muito tempo" a voz do vulto disse entre ecos.
- Diga - Near sussurrou.
"Acredite de uma vez por todas, esses cadernos eram realmente meus, por isso tome mais cuidado quando for lê-los, nem sempre quando você acha que está sozinho quer dizer que você esteja mesmo"
- Você está insinuando que eu posso estar sendo observado?
A imagem apenas deu um sorriso singelo, quase angelical.
"Tire suas próprias conclusões, tchau Near, até algum dia"
- L!L! - Near gritou desesperado, mas a imagem macabra já havia sumido, junto com a ventania.

Ainda atordoado com o que acabara de ver, Near caminhou eufórico pelo escritório, observando videos das câmeras de segurança checando que ninguém estaria o observando.
- Eu acho que ele somente quis se referir pra que eu ficasse mais alerta, no caso, tomasse mais cuidado ao dormir e deixar o caderno assim tão a mostra - Near pensou abanando a cabeça.
O caderno que estava lendo estava caído aberto no chão, sem perceber ele o deixara cair no meio da confusão, deixando cair também algumas anotações em folhas soltas, ele então as arrumou dentro do caderno, dentre elas havia uma que chamou sua atenção.
- Uma foto de Misa Amane? - disse Near avaliando a foto do cartão de Misa, do qual Matsuda usava como propaganda na época em que era um falso agente.
Curioso, Near abriu a página onde estava a foto, a lendo com curiosidade.

Segunda-feira, 9 de Outubro de 2006.
Os suspeitos iniciais já foram soltos após os 50 dias de detenção, e acabamos de capturar Higuchi Kyosuke, e novamente nossas suspeitas estão voltadas a Misa Amane, mas não é isso que está me intrigando, não é isso que esta tirando meu sono e nem isso que me fez escrever em meu diário á essas horas da madrugada, o que me perturba foi o que aconteceu, algo que eu nunca imaginei ser capaz de fazer, uma fraqueza que eu nunca seria capaz de cometer e acabei cometendo...


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