Vivimi escrita por Igorsambora


Capítulo 5
Histórias de Familia


Notas iniciais do capítulo

Já é hora de esclarecer os motivos de Bella Swan ter se unido à alcatéia.

Espero que gostem.


Matilha Unida é Matilha Forte!



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POV Billy

Estávamos a beira da fogueira para mais uma reunião do conselho. Jacob foi me buscar no fim da tarde na casa do velho Quil. Quando chegamos na praia os meninos estavam terminando de acender a fogueira e Jared saía no carro de Sam. Ao passar por nós perguntei:

- Não vai ficar pra reunião? É a primeira vez de Bella e vamos contar uma nova estória. – foi quase agora no fim da tarde que o vovô Ateara me confirmou uma história muito pouco falada na tribo. Estava feliz de ter lembrado dela.

Sue já estava no seu lugar de honra junto com o velho Quil acho que ela estava tão animada quanto eu, já que ela foi essencial pra que tivéssemos resolvido tudo. Após me colocar ao lado deles ficamos papeando e estava um clima feliz. Era bom ter momentos assim em plena guerra.

POV Sam

Billy me dera um recado que estava tudo certo quanto a posição de Bella na tribo. Mas não me esclareceu o motivo. Não que eu me espantasse com isso, afinal Billy era largamente conhecido por dar como resposta um novo quebra-cabeça.

Tinha pedido a Jared que separasse algumas bebidas no gelo para fazermos uma confraternização ao fim da reunião. Leah estava sentada ao lado de Embry, Seth e Quil que não paravam de fazer piadas com o ex-namorado de Bella e como ela poderia ser selvagem com ele agora. Kim e Emily estavam aqui ao meu lado e conversavam animadas sobre os últimos acontecimentos. Já estava pra perguntar deles quando chegam Jacob e Bella de braços dados. O moleque só faltava flutuar de tão feliz e acho que nem Paul conseguiria tirar aquele sorriso da cara dele.

Depois de chegado os últimos integrantes Billy pediu a palavra.

- No inicio, os quileutes eram um pequeno povo...

... e contou as estórias dos espíritos guerreiros, de Taha Aki e como nos tornamos os guerreiros-lobos. Tambem falou sobre os frios e Isabella prestou muita atenção nessa parte, acho que ela tomou consciência do perigo que correra nas mãos dos Cullens. Ela gostava da lenda da terceira esposa. Dizia que era a chance de todos se fazerem uteis. Não pude evitar sorrir quando lembrei da nossa conversa antes do almoço. Billy deu destaque a narrativa do tratado de Ephraim Black e alertou para o quão perto os frios estavam de quebrá-lo.

Se Edward considerasse mesmo Bella como sua parceira era possível que viesse buscando vingança. Toda a matilha se sentiu ameaçada pelo alerta. Espantou-me o fato de Bella também ostentar uma cara de luta. Pra mim tornava claro que ela já tinha escolhido o lado onde lutaria.

POV Sue

Eu pedi a palavra pra finalmente contar o motivo dessa reunião.

- Essa estória que eu vou contar agora foi testemunhada por muitos antigos aqui na tribo como o Senhor Ateara e confirmada com os anciões do Povo Makah.

- É um velho costume Quileute o fato de a mulher ser dona de seu amor e escolher o seu parceiro. Mesmo a magia do imprinting pode ser negada se não for da vontade da escolhida dividir sua vida com o lobo. – todas as mulheres sorriram e Quil abaixou a cabeça com medo do que lhe possa acontecer.

“Há alguns anos atrás, nessa mesma tribo vivia uma linda índia chamada Agnes. E naquela época nós tínhamos guardas florestais em La Push. Então Agnes se encantou pelo novo Guarda da reserva, George e o escolheu pra ser seu esposo entregando-se de corpo e alma pra ele. Todo o fim de semana George ia pra casa dos pais em Por Angeles e voltava pra passar a semana com sua esposa na reserva.”

“Mas ele sofria intensa pressão da família pra largar seu emprego na reserva e arranjar um bom casamento branco. George partiu numa Sexta e nunca mais pisou em nossas terras.”

“Após algumas luas, Agnes deu a luz ao fruto do amor entre ela e o Guarda. Então ela resolveu procurá-lo e descobriu que ele assumira o posto de xerife de Forks e que tinha se casado com uma bela jovem da cidade de nome Helen. Não podendo retornar a sua casa com tamanha vergonha, Agnes confia seu único tesouro a branca simpática que lhe promete cuidar do menino tal qual fosse dela.”

“Os parentes de Agnes ficam sabendo de sua desgraça e resolvem lavar a honra de sua princesa e tomar seu herdeiro dos brancos. Esperaram durante um dia e meio o retorno do xerife e seqüestraram-no dando sua carne de comer aos ursos da montanha. Nunca ouve enterro de George, mas ao chegar à casa de Helen encontram Agnes à porta e ela atravessou o próprio coração com um punhal por não suportar o assassinato de seu grande amor. Deixou um último pedido pra que seu filho ficasse com a branca e fosse criado conforme os costumes de seu faleciso esposo.”

“Por seus crimes os parentes de Agnes foram banidos da tribo e seus nomes retirados dos registros de La Push. Alguns foram morar com seus parentes Makahs.”

“Helen e o filho de Agnes sempre vinham a first beach e enraizaram muitas amizades entre os nossos. Há pouco tempo um membro da família de Agnes voltou a morar em La Push. Ela foi autorizada a voltar por causa da magia dos lobos. O bebê de Agnes até hoje visita a reserva e ele seguiu os passos de seu pai se tornando o Xerife Swan. Aqui costumamos chamá-lo pelo nome que Helen lhe deu: Charlie. E os Young finalmente voltaram a fazer parte de nossa guerreira nação.”

- Com isso pagamos nossa dívida com os ancestrais de Emily e não restam dúvidas sobre a pertença de Bella a nossa tribo.

POV Bella

- Eu to passada com essa história toda! – Emily me abraçava. – ninguém nunca falou nada disso na minha família. Só que a gente tinha uma ligação com os Quileutes, mas eu achei que fosse o nosso parentesco com os Clearwater.

- Eu nunca ia imaginar que o meu pai fosse um quileute. Se bem que ele não sai daqui da reserva né? – realmente tudo fez sentido depois da história toda contada. – Nós somos primas? – disse pra Emily ao largarmos o abraço.

- Provavelmente. Posso confirmar isso com minha avó Makah quando for buscar Claire essa semana. – ela estava animada com a idéia.

O clima estava relaxado e com a saída dos conselheiros da tribo a tendência era de ficar ainda mais leve. Estavamos todos trocando abraços e era divertido ver os meninos num clima mais descontraído. Jared trouxe algumas cervejas, mas ninguém deixou Jake e Seth beberem porque estariam na ronda logo. Kim fugia do frio se esquentando em Jared e Sam e Emily estavam numa conversa ao pé do ouvido. Era de se invejar gente imprinted. Leah veio se sentar ao meu lado.

- Com inveja dos casais maravilha? – sempre irônica, mas hoje eu a senti mais relaxada.

- Acho que toda mulher desejaria um amor pra toda vida. Você merece sua parcela disso também. – Disse Embry chegando e se sentando conosco.

- Cadê o Quil? Era pra ele estar aqui fazendo piadas. Sem ele ou o Paul pra implicar fica muito romântico isso aqui. – Seth reclamava, mas seu sorriso entregava sua felicidade.

- Sai pra lá fedelho. Ele tava morto quando chegou aqui. Pegou meu carro e foi levar meu pai e Sue pra casa. Quando eu voltar da ronda passo lá e pego o Rabbit de volta. – Jake chutou areia no Seth e sentou perto de mim. Meu coração disparou como uma locomotiva. Tenho certeza que todos ouviram. –calma Bella, vou buscar uma bebida pra te acalmar. – Ele falou baixinho no meu ouvido e eu senti ondas de calor descer e subirem pela minha espinha me arrepiando toda.

Não ia ser fácil ficar perto do Jake assim. Ele estava disposto a não facilitar a minha vida e mesmo eu não tenho certeza se quero ter vida fácil. Mas me sinto meio que usando ele. Toda vez que me sinto vazia corro pros seus braços e ele me cura. Eu preciso ser melhor que isso. O Jake merece que eu seja melhor que isso pra ele.

- Bella, já pode voltar pra sua casa hoje. Se você estiver se sentindo controlada talvez na sexta seja um bom dia pra voltar à escola. Amanhã você tem ronda comigo meio dia. Vou estar na casa da Emy. Não se atrase. – Sam disse como fosse a coisa mais normal do universo.

Ficamos ali na fogueira até perto de meia noite e eu resolvi ir embora quando deu a hora do Jake render o Paul na floresta. Foi difícil despedir-me de todos, mas agora não poderia ficar muito tempo longe de lá. Eu fazia parte daquele chão e o vento cantava a minha volta.

Quando eu cheguei em casa, encontrei meu pai no sofá da sala meio cochilando com um jogo de baseball.

- Sua filha volta pra casa e nem ganha abraço? – disse pra ele que abriu um enorme sorriso cheio de pés de galinha.

- Eu estava com saudades Bells. A comida daqui não presta sem você. – ele me apertou forte e eu pude sentir o quanto ele sentiu minha ausência. Como eu poderia largá-lo pra ficar com Edward? Eu estava mesmo cega de paixão. – Ângela Weber trouxe a matéria que você perdeu. Quando vai estar boa o bastante pra escola? – ele falou tentando parecer sério.

- Sam disse que se eu conseguir me controlar, sexta eu posso voltar. –eu falei enquanto subia pro meu quarto, afinal não queria responder um interrogatório de Charlie. – estava com saudades de você pai. – ele sorriu da cozinha e eu entrei no quarto.

Eu precisava descansar bastante pra minha primeira ronda com Sam. Quero fazer tudo certo amanhã pra ninguém poder falar nada de mim.

Ainda estava com esses pensamentos quando desabei na cama e acordei com o despertador gritando ás dez da manhã. Eu ainda tinha que deixar algo comestível pra Charlie antes de encontrar Sam e sabe-se Deus quando acabaria o meu turno.

Comecei a preparar a carne enquanto devorava uma dúzia e meia de panquecas com uma caixa de suco de laranja. Se não fosse meu metabolismo de loba, logo eu estaria parecendo um planeta.

Deixei a carne assando e fui tomar um banho relaxante. Podia sentir aquela compulsão crescendo dentro de mim, mas concentrei-me em respirar pra me manter calma enquanto terminava um arroz branco e cozinhava alguns vegetais pra deixar pra Charlie. Fiz um bilhete explicando que estaria em La Push, vesti um vestido leve que trouxe de Phoenix e voei pro meu Chevy. Tinha certeza que se fosse correndo chegaria mais rápido, mas tomei essa lentidão como oportunidade de me manter controlada. Se eu quisesse voltar pra escola logo, teria que aprender a segurar a onda. Cheguei à casa de Emily e Sam já me esperava na porta de bermuda e sem camisa. Ele deu o comando e fomos pra floresta onde amarrei minha roupa na perna e libertei minha contraparte animal.

Era tão bom correr novamente. Sam foi dando os comandos e primeiro fechamos o perímetro de La push e depois demos uma volta até Hoquian, onde fica a reserva Makah e esbarramos com um rastro fresco. Podia sentir o cheiro doce do bebedor e a ferrugem do sangue. Ele estava perto e podia ter atacado alguém. Disparei atrás do cheiro enquanto Sam vinha por outro caminho pra onde eu estava. Senti reforços chegando e Ele estava tentando cercar a fera. Vi pela mente dele quando ele pulou em cima do Frio, era um menino, talvez mais novo que Seth. Sam arrancou-lhe um bom pedaço. Ele tentou fugir, mas eu fui correndo em paralelo a ele com meu cheiro a favor do vento. Ele nem viu de onde eu vim quando levei embora uma de suas pernas. O sabor era horrível. Como morder sabão de roupa gelado. Cuspi o pedaço dele ao meu lado e armei outro ataque. Ele ficou olhando pra mim e eu marcava cada tentativa de fuga dele. De repente Jared apareceu e tomou-lhe a cabeça. Ele tinha feito a ronda anterior sozinho.

“Faça ele em pedaços, Jared. Bella, Estabeleça um pequeno perímetro pra termos certeza que ele não está sozinho”

Sam tinha certeza que era um só, mas não queria que eu o visse nu quando colocou fogo no seu corpo espalhando aquele cheiro ocre e pútrido que saía da pira onde ele estava. Ele guardou o membro que eu arranquei pra mim e me deu a honra de jogar no fogo. Foi uma sensação indescritível dar fim ao vampiro. Não me senti melindrada em nenhum momento. E isso não me assustou. Era como se eu tivesse nascido pra isso.

No caminho de volta Sam me disse que o sanguessuga fora descuidado. Dificilmente, eles se deixam abater tão facilmente. Mas elogiou minha determinação e disse que eu deveria ter atacado outras vezes depois que lhe arranquei a perna.

Depois disso a ronda passou rapidamente e logo Embry e Leah vieram nos render.

“Onde está o Quil?” – perguntou Sam e pude ver que era o horário dele.

“Eu troquei com ele hoje. Ele foi ver a Claire em Hoquiam e vai vir pra render a gente.” – Leah respondeu.

Sam mostrou aos dois sobre o rastro que encontramos e recomendou cuidado redobrado.

“Se ele tiver amigos, chamem a todos.” – deu a última ordem e foi voltando.

“Boa sorte” – desejei aos dois.

“Tomara que a gente ache outro hoje.” – Leah quase pulava de excitação.

“Tomara que sejam bons. Faz semanas que nada acontece por aqui.”- Embry reclamava.

Também me despedi e voltei pra casa da Emily. Demorei um pouco mais do que o normal pra voltar à forma humana, mas vesti minha roupa e cheguei na hora em que Emy servia os bolinhos.

- Deixe uns pra minha prima, Paul!  – ela ralhava com os meninos como fossemos seus filhos.

- Você parece minha mãe Emy! – Sam disse rindo e abraçando-a por trás.

- Repita esse comentário, Sr Uley, e vai ganhar uma passagem pro sofá – ela sussurrou, mas todos nós escutamos e Jake já estava roxo tentando segurar o riso. Pulou a janela pro jardim e mal conseguia respirar de tanto gargalhar.

Eu comi alguns bolinhos, mas ainda estava faminta.

- Quer ajuda na cozinha, prima? – foi impossível não acompanhar o sorriso que ela abriu pra mim. – Me deixa bater essa massa. Usar um pouco dessa força de loba pra facilitar um bocado o trabalho.

Sovei todos os pães num instante e Jake pediu pra conversar comigo a sós enquanto assavam.

- Claro. – eu não entendia porque eu ficava tão nervosa assim. Ele sempre foi meu amigo antes de eu ser uma loba. Isso não mudou entre nós, mas estava evitando qualquer momento a sós porque eu ficava levemente descontrolada perto dele.

Ele me levou até atrás da casa, de onde dava pra ver a praia.

- Acho que aqui está bom. – ele pegou na minha mão e ficou olhando a lua refletida nas ondas. Era uma paisagem paradisíaca e eu não veria muito disso em outro lugar.

- Jake... – chamei-lhe a realidade, pois ele parecia estar tão sonhador quanto eu. – você queria me dizer algo? – podia sentir o cheiro do pão fresco cozinhando no forno.

- Bella. – agora ele apertou levemente meus dedos e olhou em meus olhos. – O Embry convidou a Leah pra assistir um filme em Port Angeles amanhã. Eu estava pensando... – ele fez uma pausa e com meus olhos potentes pude vê-lo corando. Meu coração perdeu um compasso só com a constatação. – se talvez você não me fizesse companhia junto com eles.

- Não sei se estou pronta pra um encontro. – O Jake merecia alguém que estivesse inteira. Não me aproveitaria novamente dele. Só que aquela cara de cachorro que caiu da mudança dele me partiu a decisão – Podemos ir como amigos dessa vez? – ele sorriu de uma forma tão linda e me abraçou forte. Eu não responderia nem meu nome se perguntasse. Quando ele me soltou o cheiro dele ainda me entorpecia e eu me sentia fraca. Se ele insistisse em qualquer loucura eu toparia.

- Podemos ir assim dessa vez – ele frisou bem o fim da frase e me deu um sorriso sardônico que me deixou sem ar. Ele estava decidido a me ganhar e eu já sinto que não resistirei muito.


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Notas finais do capítulo

Esse é o capitulo mais ousado que eu escrevi até agora. Talvez por ter uma história que se desvia do cânon de twilight, mais do que nunca é impressindivel que vocês me relatem suas impressões. Obrigado por todo carinho e confiança de vocês.

Obrigado especial a vava pela indicação.

Dedico esse capitulo todos os reviews que são o conbústivel e o feedback que eu tenho pra continuar traçando os caminhos da fic.