You Are Not Sorry escrita por Neline


Capítulo 2
Sendo feliz .


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!

Enjoy ;*



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Seu pescoço doía. Foi a primeira coisa que ela percebeu ao abrir os olhos. Estava sentada no chão do banheiro e sua cabeça estava escorada na pia. Lembrou da noite anterior e suspirou sem animo, enquanto se levantava e se olhava no espelho. Depois de tanto tempo, ela concluiu que já esteve pior. Seus olhos inchados denunciavam o choro, mas não havia nenhuma marca em seu rosto então, estava bem. Ouviu a porta se abrir fortemente e se encolheu. É o Chuck, ela pensou. Ou Sophie querendo me castigar.

- Blair? Blair, você está ai? - Sorriu ao reconhecer a voz de Nate, seu eterno anjo, enquanto abria a porta do banheiro. Ele estava com um grande sorriso no rosto. Maior do que o normal.

- Nate! - Exclamou indo abraça-lo e sorrindo ternamente para ele enquanto ele fazia o mesmo.

- Você dormiu no... banheiro? - Ele perguntou arqueando significantemente uma sobrancelha enquanto ela bufava.

- Longa história. - Blair olhou nos olhos dele.

- Eu ainda mato aquele idiota do Chuck. E eu estou falando sério. - Ele estava sério. Nate nunca gostou que fizessem mal a sua pequena, mas aquele homem sempre passava dos limites. Nunca trocará mais do que 3 palavras com ele, mas não gostava de ninguém que fizesse a Blair sofreu. - Isso vai acabar. - Ele afirmou.

- Não mate ele, não quero ver você atrás das grades. Além do mais, sangue daquele tipo de gente finge a roupa e não sai nunca mais. - Blair advertiu, sem contar o verdadeiro motivo da sua aflição.

- Esqueça isso. Tenho alguém para lhe apresentar. - Nate disse enquanto uma linda mulher loira de olhos azuis magníficos entrava no quarto. - Blair, essa é Serena, minha esposa. Serena, essa é Blair, minha irmãzinha. - Blair sempre imaginou como seria seu encontro com a esposa de Nate. Talvez Serena pulasse no seu pescoço ou lhe olhasse com nojo. Talvez ela falasse palavras duras ou ficaria em silêncio e Blair coraria. Afinal, ela dormiu com o marido dela durantes anos, e mesmo que tivesse a permissão dela, sempre achou aquele fato estranho. Mas era bem diferente do que ela tinha imaginado. Se sentia calma e quando olhava aqueles grandes olhos azuis piscando docemente, ficava feliz.

- Oi! Eu ouço falar tanto de você. - Serena a abraçou. Ela não tinha ressentimentos. Não podia transar com seu marido durante o tratamento do câncer de mama e sabia que ele não ficaria sem aquilo. Então autorizava, embora com o coração nas mãos que ele viesse ao bordel. Nate contava muitas coisas sobre Blair. Serena não se sentia enciumada, apenas curiosa. Mas agora olhando para a mulher, concluia que era exatamente da maneira que seu marido a descreverá. 

- Posso dizer o mesmo. - Blair falou enquanto recebia o abraço um tanto surpresa.

- Temos uma novidade para você. - Nate falou e Serena assentiu, colocando a mão sobre o ventre. - Você sabe que tem uma criança a caminho... - Blair assentiu. - E eu não poderei mais vir aqui, Blair. - Os olhos da garota começaram a umidecer. Ela sabia que Serena estava curada e Nate não poderia mais vê-la. Ela tinha se preparado para aquele momento por anos, mas era tão mais doloroso agora. - É por isso que eu vou te levar embora daqui. - Blair não acreditou no que ouvia. Olhou para Serena, procurando alguma confirmação, e ela estava com um grande sorriso acolhedor no rosto. 

- Ah. Meu. Deus. Eu não acredito! Nunca mais ter que ver a sapa velha da Sophie... Deus! É um sonho! - Ela pulou em cima do Nate, o abraçando novamente.

- Você pode ficar na nossa casa por um tempo. Vamos te ajudar arrumar um trabalho e te dar a oportunidade de fazer o 2° grau. - Blair se lembrou dos seus tempos vagos no bordel, estudando e levando escondido os cadernos para a escola.

- Eu tenho o 2° grau completo. Fiz ele aqui, na maioria do tempo e fugia de vez enquando. - Deu de ombros. 

- Então você fará uma faculdade. - Os olhos de Blair brilharam. Fazer faculdade de moda sempre foi seu sonho. Deixar de usar essas roupas vulgares e entrar de vez no mundo da Chanel e Audrey Hepburn. 

- Eu não sei como agradecer. -  Chuck. Foi a única coisa que passou por sua cabeça. Ela não podia ficar sem vê-lo. Mas deveria. Ele era um homem sujo e sem escrúpulos. E ela... ela teria uma vida nova e apagaria tudo que lhe causou dor. E Chuck estaria nessa lista.

 

*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*~~*

 

Duas semanas depois...

 

Blair Waldorf 

 

Paraíso. Eu estava vivendo um sonho de infâmia. O meu único sonho de infância: Ser feliz. Na época parecia tão dificil e agora estava sendo tão fácil. Eu fugi do bordel a exatas duas semanas e estava me divertindo muito! Nate conseguiu uma vaga para mim na faculdade então estou estudando de noite, o que é ótimo. De tarde fico sozinha na casa deles, o que não é tão ruim. Uma televisão e um caderno que eu possa rascunhar vestidos e eu estou bem. A campainha tocou e eu praguejei baixo enquanto desligava a televisão.

- Já vou! - Caminhei até a porta lentamente e ouvi a campainha tocando novamente. -  Já vou! - Gritei um pouco mais alto enquanto destranacava a porta e abria ela. Ok, acho que vou desmaiar. Espere. Acho que já estou desmaiada.

- Então você realmente está aqui. - Chuck falou entre dentes. Tudo bem, eu acho que ainda estou de pé.

- Não, hologramas abrem portas agora. - Eu disse, sarcastica enquanto ele me olhava. Pareciam que seus olhos pulariam da órbita a qualquer momento. - E fecham elas também. Assim.  - Eu falei empurrando a porta com força para fechala. Mas algo a impediu. O pé do Chuck ficou no vão da porta e ele a empurrou, com o dobro da minha força.

- Você vem comigo. - Ele disse enquanto pegava meu braço e me puxava para fora.

- Me solta! Além de idiota ficou maluco? - Eu pedi, quase me livrando da mão dele. Ele percebeu que não me seguraria por muito tempo e me jogou sobre seu ombro como se eu fosse um saco de cimento: com extrema facilidade. Comecei a me debater e socar as costas dele. Não adiantou. Ele abriu a porta e me jogou no banco do carro sem muita delicadeza, enquanto entrava do lado do motorista.

 

O caminho foi silencioso. Eu olhava para as mãos dele. Seus dedos circuavam o volante com tanta força que imaginei que o volante quebraria. As vezes, meu olhar ia para seus olhos. Deus, devo admitir que senti falta desses olhos. Eles estavam brandos agora. A estrada não estava muito movimentada, e eu sentia como se estivessimos andando à 300 km por hora. Ele fazia o caminho do bordel. Eu sabia que mais cedo ou mais tarde, isso aconteceria. Eu ficava com os olhos vidrados na janela, observando as luzes coloridas que piscavam.

— O que foi? — ele perguntou ao percebeu meu olhar distante.
— Um parque de diversões. — murmurei abrindo um sorriso infantil e apontando com a cabeça para as luzes.
— Você já foi em um? — ele perguntou dobrando uma rua. Eu notei que ele fez uma curva, mas não me importei muito, pois as lembranças voltavam a minha memória.
— Não exatamente. Uma vez minha mãe sumiu por duas semanas. Eu tinha doze anos e era responsável pelas minha irmã. Ela estava com fome e eu precisava procurar por comida, o parque estava na cidade e eu fui até lá... Mas não tinha dinheiro para andar nos brinquedos. - Pensei na minha irmã novamente. Onde ela estaria? Será que minha mãe teria a vendido também? Chuck ficou olhando para o volante. Acho que ele não sabia o que dizer. Eu não quis ser melodramática. Só... não havia como tornar minha história menos dramática.
— Você não está... — murmurei confusa ao ver que nos aproximavamos do parque. — Não acredito! Não acredito! — exclamei enquanto quicava como uma bola no carro. Chuck apenas riu. Fazia tempo que eu não me sentia daquela maneira. Eu estava... Feliz. — Não acredito. — sussurrei exalando um suspiro.

Ele desceu do carro fazendo a volta e abrindo a porta para que eu descesse. Assim que atravessamos o portão, não consegui não me surpreender. Era mais lindo do que o último parque eu eu estiverá. Era lindo, todas aquelas luzes, os sons, as crianças, os brinquedos...
— Que cor? — Chuck perguntou e eu percebi que poderia me perder tranquilamente naquele lugar.

Olhei para frente vendo que estavamos em frente a um carrinho de algodão doce. Durante toda a minha infância vi crianças comendo aquele tipo de coisa e apenas passava vontade. Era como um sonho virando realidade vinte anos depois.

- Hmm... O rosa. — disse mordendo o lábio inferior contendo um largo sorriso.
- Obrigado. — Chhuck agradeceu ao homem após pagar e saíram andando pelo lugar enquanto eu me deliciava com o algodão doce derretendo na minha boca. — Está bom? — ele perguntou e eu assenti — Em qual você vai querer andar primeiro?
- Você vai andar comigo? — Certo, certo, talvez eu tivesse um pouco de medo de andar en todas aquelas coisas
- Desde que você não me peça para ir ao carrossel. — respondeu dando de ombros. Dei um tapa leve no seu braço e gargalhei.

- Não, você passa do limite de altura. - Falei ainda rindo. Olhei em volta e meu olhar parou em uma barraquinha. Um garoto que não deveria ter mais de dezesseis anos tentava acertar uma bola na cesta para ganhar um ursinho para a namorada. Ela parecia alegre. Não consegui não me imaginar naquela situação.

— Viu algo que te interesse? — ele perguntou referindo-se aos prêmios da barraquinha.
— Hã? Não... Não. — Tentei soar firme, mas acho que aquilo soou tão firme quanto gelatina.
— Ah, qual é? Vamos, eu ainda devo saber acertar a bola dentro da cesta. — ele disse caminhando em direção à barraquinha. Quase não o segui, mas se ficasse ali, sozinha, provavelmente acabaria perdida, então o segui.
Chhuck pagou ás três chances que tinha e piscou para mim antes de errar uma bola.
— Mais duas chances. — a moça da barraca disse entregando-lhe mais uma bola.
— O que você quer? — Ele depiu brincando com a bola enquanto eu olhava para os prêmios da barraca.
— O elefante colorido. — Sempre quis ter um urso de pelúcia.
Chuck assentiu e jogou a segunda bola acertando em cheio. Mas faltava mais uma. Ele revirou os olhos.

- Você tinha mesmo que escolher o prêmio da pontuação mais alta? - Eu ri.

- Você não é o Sr. Eu Ainda Sei Acertar Uma Bola em Uma Cesta? - Ele também gargalhou, focalizando na cesta e acertando. A moça da barraca pegou meu urso e me entregou. Sorri para o Chuck enquanto começavamos a andar em direção aos outros brinquedos.

 

 

- Foi ótimo. - Ele falou, enquanto entravamos no carro.

- Você vai me levar de volta para o bordel, certo? - Ele desviou os olhos da estrada por um momento, sorrindo, mas não me falou nada.

O resto do caminho foi silêncioso, Parecia que estávamos indo para o bordel, mas não. Fizemos um desvio, duas quadras antes. Era um prédio de alta classe, todo envidraçado.

- Vamos. - Ele falou, enquanto abria minha porta, e eu nem ao menos havia percebido que ele tinha saido do carro.

 

Subimos o elevador e paramos na cobertura. Era extraordinária. A coisa mais linda que eu já havia visto. Tinha uma vista maravilhosa para a cidade.

- Gostou? - Eu apenas sorri. - Pode ser seu novo lar... se você quiser. - Abri a boca para tentar falar algo, mas não emitia nenhum som. Chuck me interrompeu no momento que eu ia falar algo. - Escute, eu poderia me desculpar por várias coisas. Por ter estragado sua vida, por ter te tirado da sua familia por... por ter cruzado o seu caminho. Mas eu acho que nada foi tão errado comparado ao que eu fiz desde que te coloquei naquele carro. Eu me apaixonei por você. Que droga! Eu me apaixonei por esse seu jeito espontâneo e irônico e sexy. Eu não podia ter feito isso. E você... com razão tinha medo de mim. Mas eu queria você, não só isso, eu precisava de você e... merda. - Ele suspirou. - Eu cansei de lutar. Não dá mais. Por favor, não me deixe ficar sem você.


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Notas finais do capítulo

Amores! Esse foi o penúltimo capitulo! Espro que tenham gostado, de verdade.

Deixem reviews.

XOXO. Neli ;*