You Are Not Sorry escrita por Neline


Capítulo 1
Sua culpa .


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem. O inicio é mais drama, mas o próximo melhora, ok?

Enjoy



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Ela se olhou novamente no espelho. Aquele tipo de roupa vulgar a trazia lembranças da sua infância, por incrível que pareça. Blair nunca se lembrou de ser uma garota normal. Uma criança normal. Sua mãe fora um viciada. Ela vendia qualquer coisa por algumas gramas de cocaína. Até a própria filha. Resolveu afastar as memórias da mente quando a porta se abriu, e a velha mulher, que para ela era apenas uma reencarnação do diabo, abriu a porta.

- O Archibald está lá em baixo. E para variar, ele quer você. - Os lábios da garota se contorceram levemente. Via Nate como um tipo de anjo da guarda. Ele cuidava dela desde o primeiro dia que fora trazida para aquele bordel, aos dezesseis anos. Ele era apenas dois anos mais velho do que ela. 

 

"Mais uma resposta infeliz e mais açoitadas. Era assim que Blair vivia nas sua primeira semana naquele lugar triste para ela, mas totalmente luxuoso. Nunca aceitou ser domada. E por isso recebia o castigo mais medieval imaginavel: chicotadas. Estava deitada de bruços, assim como recebeu seu castigo, pois já havia percebido que qualquer tentativa de se mexer apenas aumentaria a dor, quando a porta se abriu. Não se importou com a dor, apenas se virou assustada e se encolheu, enquanto um lindo homem de cabelos dourados adentrada o quarto.

- O que aconteceu? - Ele falou se aproximando da cama, assustado, provavelmente por perceber que a pele da garota estava em carne viva.

- Por favor, vá embora... eu... eu já recebi o castigo. Não me machuque. - Ela falou, tropeçando nas palavras.

- Quantos anos você tem? - Ele ignorou os apelos da garota, procurando algo em um armário.

- Dezesseis. - Ele maneou a cabeça negativamente enquanto pegava uma pequena caixa de madeira e abria pegava um spray, se aproximando dela.

- Não se preocupe, eu vou te ajudar. - Ela se soltou e aceitou o jato de spray nas suas costas.

Ele pagou por ela todas as noites, apenas para sentar ao seu lado e assistir televisão, até que ela estivesse pronta. Tiveram um contato intimo apenas um ano depois. Ele não deixou ninguém tocar nela até que ela estivesse pronta, e quando ela estava preparada, ele foi o primeiro. E cuidava dela até hoje, mesmo sendo casado."

 

Sorriu ao lembrar de como ele cuidará dela, mesmo com todos os problemas que ele tinha. Ela desceu as escadas do lugar com calma, avistando o lindo homem do outro lado do salão, no bar. Ela se sentia uma idiota por acreditar que um dia ele a tiraria daquele lugar. Ele a amava, mas não como amava sua esposa, Serena.

- Achei que tinha desistido de me visitar. - Ela falou piscando os grande olhos castanhos docemnte.

- Nem que eu quisesse. - Ele sorriu para ela.

 

Os únicos momentos em que Blair não queria cortar os pulsos eram durante as conversas agradáveis com Nate. Ou quando ele chegava. Blair se torturava mentalmente por gostar tanto da presença daquele homem que roubou suas chances de ter uma vida. Aquele homem que trouxe-a para aquele lugar. Lembrava do dia em que ele a comprará...

 

"Ela saiu do quarto e ficou escutando a conversa, e espiando o movimento pelo pequeno buraco na parede esperando não ser descoberta. Um homem alto, com cabelos escuros e olhos castanhos estava no canto do apartamento imundo que ela morava. Ele se mantinha afastado e se recusar-a a sentar. 

- Ela está vindo? - Ele perguntou, olhando toda a nojeira com desdém.

- Ela deve estar terminando de se arrumar. - Eleonor, sua mãe, falou levantando-se. - Podemos cuidar do preço da mercadoria enquanto isso. - Ela falou com uma ponta de alegria.

- Quero ver ela primeiro. - Ele se aproximou da mulher. Tudo nele contratava com o lugar: desde os sapatos perfeitamente engrachado até o terno Hugo Boss impecavelmente passado.

- O seu colega já esteve aqui e aprovou! - A mulher gritou e ele percebeu que ela deveria estar sob efeito de drogas. Ele já conviveu com várias pessoas desse tipo, fazia parte do seu trabalho. A mãe de Blair virou e percebeu a menina, indo e puxando-a com uma delicadeza surpreendente para a sala. - Essa é a Blair. Blair, esse é o Chuck, ele veio nos ajudar. - A mãe falou com esperança na voz. Quase convincente se ela não conhecesse a mãe que tinha.

- Ele veio te ajudar mamãe. Ou melhor, ele veio ajudar você e destruir sua vida com mais drogas. - A garota vocerifou, percebendo que a mãe apertou o pulso e o homem conteve um sorriso.

- Como pode perceber, ela fala demais. - O homem tirou um maço de notas do bolso e entregou para a mulher, que empurrou a menina. Chuck a segurou delicadamente pela cintura a dirigindo até o porsche preto. O caminho foi silencioso. Ela sabia para onde estava indo, já ouvira história de garotas que foram compradas. Chuck apenas analisava a pele  livre de manchas ou espinhas, as curvas delineadas e o rosto de bonece de porcelana. Ela faria sucesso, ele sabia disso."

 

Depois de algum tempo de conversa, os dois resolveram subir, mas foram interrompidos pela velha macabra.

- Ele chagou e quer te ver. - Blair bufou olhando para ela, irônica.

- Eu não vou. Já tenho cliente para hoje. - Falou se aproximando do Nate.

- É só alguns minutos, não vai tomar nem meia hora. - A velha Sophie nunca deixaria Blair perder o dinheiro. Archibald pagava muito bem.

 

Blair Waldorf

 

Subi as escadas com um pouco de receio. Chuck não aparecia a mais de um mês e meio, o que era algo anormal. Nunca vi ele passar tanto tempo fora nesses 7 anos que passei presa nesse lugar asqueroso. Entrei no meu quarto e ele estava mexendo nas minhas coisas. Quando a porta abriu ele se virou, com o costumeiro meio sorriso e colocou a mão no bolso. Senti vontade de arrancar seus olhos.

- Demorou à aparecer. - Eu falei sentando na cama.

- Tive alguns problemas... - Ele revirou os cabelos com a mão se aproximando.

- Não. Apenas encontrou um novo bordel com mulheres que ainda não comeu. Não precisa mentir para mim. - Ele suspirou pesadamente.

- É, talvez você tenha razão. - Ele sentou ao meu lado.

- Eu sempre tenho razão. Era só isso? Eu tenho um cliente para atender. - Me levantei, mas ele se colocou na minha frente.

- O Archibald? Não gosto daquele cara... - Ele me puxou.

- Pois é ele que me mantem viva. - Eu tirei as mãos dele da minha cintura.

- Volte aqui garota... - Ele falou me puxando e me jogando na cama, enquanto abria a camisa sem nenhuma delicadeza, fazendo os botões saltarem da costura. - Hoje você é minha. - Ele retirou minha blusa sem o menor cuidado e me beijou com ferocidade. Mas eu já estava acostumada com isso.

 

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Acordei me cobrindo com um lençol e olhei para o lado, vendo que estava vazio. Típico.  Suspirei enquanto ouvia a gritaria do lado de fora. Escontei o ouvido na porta.

 

Quer que eu pague pela noite? Eu pago, apenas pare de gritar, seu hálito está horrível. — escutei Chuck falar calmamente. Sua voz estava relaxada.
Escute Bass, Nate Archibald é um dos nossos melhores clientes, senão o melhor! Ele paga uma fortuna para ter a Balir sempre que vem aqui. E ontem à noite, depois que ela “sumiu” ele foi embora... Você vai repor o dinheiro que ele não deixou? Vai? Claro que não. Você fica aí cheio de gracinhas para cima de mim a cada vez que aparece, pegando minhas garotas e saindo de fininho sem pagar e... - Ele a interrompeu, e sua voz não estava mais tão calma assim.
Eu não trabalho para você. Eu te faço um favor muito grande há anos que é trazê-las para cá. Sem mim você não teria nem metade dessas garotas... Sem mim Nate Archibald não frequentaria este lugar, já que fui eu quem trouxe sua mina de ouro para cá. Então acho melhor você me deixar comer quantas dessas garotas eu quiser e ficar bem quietinha ou eu mesmo trato de colocá-la em seu lugar, e você sabe que eu tenho poder o bastante para isso. - As palavras dele me arrepiaram.

- Ela vai ter que pagar pela sua ousadia. - Suspirei sabendo o que viria.

- Faça o que quiser, eu tenho que ir embora. - Meu coração se comprimiu lentamente. Maldito, desgraçado.

 

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Eu já estava deitada de bruços a algum tempo. Depois de aguentar os gritos e as chicotadas de Sophie eu simplesmente não sentia vontade de levantar. Ela podia ser uma monstra, mas ao menos não me abrigava a trabalhar  depois de me "castigar".

- Blair eu... O que houve? - Eu ouvi a voz do Nate e não senti vontade de me virar.

- Adivinhe? - Eu falei em tom irônico.

- Espere. - Ele disse enquanto pegava o kit de primeiros socorros que ele trouxera a pouco tempo, e começou a fazer o que sempre fazia, passando spray em uma toalha e a colocando nas minhas costas. Arfei sentindo uma pequena ardência. Um pequeno soluço escapou dos meus lábios. Eu estava chorando, mas não pela dor. Conforme eu cresci e perdi aos poucos a inocencia, eu pensei que essa sensação de ter sido usada passaria. Mas não passou.

- Está doendo? - Ele perguntou enquanto tirava a toalha das minhas costas.

- Não. - Gargalhei sarcasticamente. - Preciso parar de fazer drama. -  Sequei as lágrima com a mão. Ele me beijou. um beijo tão intenso que fez com que eu esquecesse dos meus ferimentos, aparentemente, como ele, que me deitou e colocou seu corpo sobre o meu, fazendo me arfar significantemente. Ele se afastou e me olhou, um pouco receoso.

- Quer que eu durma aqui hoje? - Suspirei pesadamente.

- Algo me diz que você quer me falar algo. - Ele sorriu.

- Serena está grávida. - Não consegui conter o suspiro. Serena sempre teve vários problemas, um deles fazia com que ela tivesse receio de transar com o Nate, o câncer de mama. Era por isso que ele vinha aqui, sempre com o consentimento dela. Eles lutaram 2 anos para ter um filho, fico realmente feliz que eles tenham conseguido.

- Você deveria ficar com ela. - Foi a vez dele suspirar.

- Ficará bem? - Sorri.

- Depois desses curativos que você me fez sim. - Ele me deu um leve beijo e saiu do quarto. Não importa o que já houvesse acontecido entre nós, sempre veria ele como um tipo de irmão mais velho.

 

Fiquei assistindo televisão. Nate tinha me enrolado em ataduras e não sentia mais dor. A porta se abriu e eu sorri ao pensar que fosse Nate, e que ele tivesse mudado de idéia e decidido passar a noite aqui, mas o sorriso se foi ao ver Chuck entrando pela porta.

- Que ataduras são essas? - Nenhum oi. Nenhum como vai.

- Adivinhe Einstein. - Não olhei para ele. Senti ele sentando na cama.

- Ela te bateu. - Olhei para ele com um sorriso ciníco.

- O que você esperava? Você já sabia que isso ia acontecer. - Eu queria sair dali. Correr para fora, mas não conseguia.

- Pare de agir como se a culpa fosse minha. Você escolheu ficar comigo, eu não te obriguei. - Ele se aproximou de mim.

- NÃO CHEGUE PERTO DE MIM! - Ele se afastou de imediato. -  É tudo culpa sua. Foi você que me tirou da minha casa e me trouxe para cá. - EWu continuei a gritar.

- Como se te tirar daquele inferno que vivia com sua mãe fosse tão ruim assim. - Ele devolveu.

- Eu preferia passar por todos aquele inferno com a minha mãe do que com gente suja como você e a Sophie! - Ele ficou parado, como se eu tivesse fincado uma faca em suas costas.

- Está doendo? - Ele apontou para minha costas com a cabeça.

- Por que você age como se te importasse? Por que as vezes você me trata como uma vadia e as vezes me trata como se eu fosse a garotinha de língua afiada e cheia de medos que você comprou de uma viciada? Você acabou com todas as minhas oportunidades Chuck. - Eu olhei para ele. Minha voz estava calma, mas eu não ia manter ela assim por muito tempo. - Você acabou com a minha vida! - Eu gritei.

- Eu me importo com você. Sempre me importei, se eu pudesse ter evitado eu... - Ele falou acariciando minha bochecha.

- Você poderia ter evitado. - O silêncio se fez durante alguns minutos.

- Eu sinto muito. - Mordi o lábio inferior e olhei para ele.

Você não sente muito. - Ignorei a dor e caminhei até o banheiro, me trancando lá dentro.

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!


Reviews, reviews, reviews *--*
XOXO. Neli ;*



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