Meu Anjo Vampiro escrita por Lice Lutz


Capítulo 18
Capítulo 16 - Desesperadamente só


Notas iniciais do capítulo

Desejo a todos uma ótima leitura!



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Por Isabella Swan

Passara-se três dias desde o nosso ultimo encontro - há dois eu estava em casa. A sua ausência aumentava, na medida em que os ponteiros do relógio seguiam a sua lenta caminhada. Sua partida deixara danos irreparáveis - naquela altura, eu estava quase que convicta que ele havia, de fato, me abandonado novamente. O buraco em meu peito tomara novas dimensões infinitas. Um novo tipo de dor me corroia por dentro: era a dor da rejeição. Do desamparo.


Seu cheiro já não era tão vivido. Sua voz esvaia-se com o passar das horas. O seu reflexo continuara gravado em mim, como uma tatuagem permanente. Mas a pele protetora que nos envolvia, diminuía a cada fração de segundo passado, milímetro por milímetro, começando pelas extremidades, deixando meu peito por ultimo. E eu sabia que quando esta proteção se esvaísse completamente, o ar começaria a ficar rarefeito. O pulsar do meu coração tornar-se-ia mais lento. Uma ultima punhalada de dor seria sentida, e o meu coração pararia de bater. Seria o nosso fim.


Fechei meus olhos com força. Pensar em sua ausência me fazia quase tanto mal quanto senti-la. Maneei a cabeça suavemente, roçando-a no travesseiro. Uma fresta de esperança ainda permanecia teimosamente em meu intimo. Edward não pode ter me abandonado, dizia para mim mesma, quase como um mantra.


Todos os fatores apontavam para o fim. Todos os caminhos levavam para um destino, no qual Edward e eu não estávamos juntos. Como se pode viver sem sua alma? Como é possível sobreviver carregando diariamente um milhão de facadas continuas no peito? Essas eram as perguntas que soavam em meus pensamentos, salvando-me do silêncio.


– Eu preciso de você. - sussurrei para o vazio do meu quarto.


Frestas de luz violeta entravam por minha janela, indicando que o fim de outro dia se aproximava. Mais um dia sem ele. Sem um tremor, um suave arrepio, ou sua doce voz me confortando. Nada. Nenhum sinal de sua existência. Ele finalmente cumprira a promessa que fizera, quando partira pela primeira vez. Mas o que ele não sabia, era que não importava o quão longe estávamos um do outro, ou o que ele fizesse para apagar a sua existência, eu jamais o esqueceria. Seu nome estava cravado em meu coração, escrito pelas mãos do amor. Não haveria espaço para marcar outro nome ali. Eu pertencia unicamente e exclusivamente a ele. O tempo, a dor, as lágrimas perdidas, nada poderia mudá-lo.


Uma batida seca na porta obrigara-me a me recompor o mesmo instante. Com o tratamento - incluindo remédios e consultas com psiquiatras - eu devia apresentar melhoras. Charlie merecia isso.


– Entre - disse, escondendo o embargo da voz.


Assim como pedi, Jake entrara em meu quarto. Um sorriso imenso espalhara-se por seu rosto. O conforto de seu sorriso iluminador durara pouco. Logo, a conhecida carranca de Sam, o substituíra. Suas mãos estavam trêmulas, mesmo ele querendo esconder o impulso.


– Você estava chorando Bells? - sua pergunta saíra mais como uma afirmação. - Outra vez... - sussurrara, puxando-me para um abraço.


Apenas assenti, e me afoguei naquele abraço extremamente quente - e que eu tanto necessitava. Eu podia sentir seu coração acelerar ainda mais, enquanto ele afagava carinhosamente meu cabelo. Por um milésimo de segundo, permiti-me sorrir. Jacob estava ali, comigo.


Ele e Alice fizeram um trato, no qual Jacob podia me visitar duas horas por dia. Não importava o horário, com tanto que ele ligasse para ela, antes de vir para minha casa. Jake não ficara satisfeito, achara que era muito pouco tempo, mas no fim acabara conformando-se, dizendo que era melhor do que nada. Alice, dizia que aquelas duas horas eram as piores de seu dia: ela não podia ver o futuro de lobisomens, e consequentemente o meu. E ela jurara que arrancaria a cabeça de Jacob, se eu fizesse algo enquanto ele estivesse comigo. Jake prometera, então, que não me deixaria sozinha uma fração de segundo sequer - essa era a parte do trato, a qual ele cumpria com maior satisfação.


Ficamos alguns minutos em silêncio - tempo o suficiente, para que a escuridão tomasse conta do céu, impedindo as estrelas de aparecerem. Os únicos sons audíveis eram os da nossa respiração e o batimento de nossos corações.
Jake me abraçara forte. Seu carinho por mim, estava presente cada uma de suas palavras sussurradas, em cada caricia em minha face, em cada olhar. Até que ele se afastara gentilmente. Sua voz soprara as palavras, com cuidado.


– Bells, seu pai marcou outra consulta para você amanhã. - tentei protestar, mas ele me impedira - Faça isso por ele. - abri a boca, e novamente ele me interrompera - Por mim, se não for o suficiente.


Esperei por um momento suas palavras serem processadas por minha mente. Eu estava tentando. Talvez não verdadeiramente, mas de qualquer forma, minhas consultas deixavam Charlie um pouco mais tranquilo.


– Você sabe que não vai adiantar nada. Não são remédios que eu preciso, ou alguém pra conversar. - pausei, a ultima frase estava presa em minha garganta - Eu preciso dele. - disse num sussurro mudo.


Jake afastara-se bruscamente de mim. O tremor antes concentrado apenas em suas mãos, passara para seu corpo. De repente, ele virara em minha direção. Não gritara, porém a feracidade em sua voz era cortante.


– Por que você só quer o que não pode ter Bella? Você nunca deveria ter se aproximado daquele monstro. Nunca. Olhe para você. Olhe ao seu redor. Ele te destruiu. Te abandonou. E você ainda chora por ele - pausara, fechando os olhos na tentativa de conter os tremores - Edward Cullen morreu, Bella. E jamais voltará para você. - ele dissera, seus olhos queimavam os meus.


A ardência provocada pelas lágrimas em meus olhos, tornara difícil a tarefa de enxergar, obstruindo também a minha audição. As palavras de Jacob foram duras. Cruéis. Eu ainda tentava absorver sua voz feroz, seu olhar repleto de ódio. Aquele não era o Jake que eu conhecia e amava. Era outro. Frio e furioso. A raiva envenenara cada uma de suas veias. 


Obriguei-me a lembrar do reflexo perfeito de Edward. Sua exatidão era inacreditável. Fora real. Eu tinha certeza disso.


– Não. - disse com a voz baixa - Não! Edward não me abandonou. Ele não pode fazer isso... Não vai fazer. - aquela altura, eu já gritava - Você não sabe o que diz. Você está mentindo. Nunca mais repita essas palavras.


As lágrimas já escorriam por meu rosto, num fluxo infindável. Um segundo ausente de sons se passara. Num átimo, Jacob estava ao meu lado, segurando-me pelos ombros.

– Até quando você vai se enganar, Bella? Até quando você vai se permitir morrer? - ele gritara, chaqüalhando-me.


Seu corpo tremia freneticamente. Ele se transformaria a qualquer momento. Seus olhos estavam tão ou mais negros como uma noite sem estrelas e lua. Uma noite repleta dos sentimentos mais obscuros. Ódio. Raiva. Vingança. E pela primeira vez, desde que nos conhecemos, eu estava com medo.


– Pare de se iludir. Acorde! Edward te abandonou. Ele não irá voltar. - pausara, encarando meu olhar assustado, e gritara por fim - NUNCA!


As ondas de seu grito ecoavam pelo quarto. Nunca. Era tempo de mais. Eu não sobreviveria a isso. Encarei Jake. Minhas lágrimas entravam em contato com sua pele, evaporando em seguida. Ele rugiu, seu corpo tremia tanto quanto uma britadeira. Jake me jogara na cama, como uma roupa velha. E partira, pulando a janela. Sem sequer olhar para trás.


Eu não tinha forças para me mover. Jake nunca havia me tratado assim antes. Suas palavras foram dilacerantes. O vazio em meu peito ardia. Lágrimas eram produzidas, na tentativa de apagar o fogo mortífero em minha alma.


O peso de um corpo vazio e a ponto de decomposição, caíra sobre mim, trazendo um cansaço devastador. Chorei até que as lágrimas expulsassem toda a esperança que havia em mim. E adormeci, com as cruéis palavras de Jacob, como trilha sonora de uma noite sem sonhos.


Eu estava só. Desesperadamente sozinha.


[...]


Quantos pores-do-sol eu já havia assistido desde o nosso ultimo encontro?


Cinco. A lentidão com que o céu mudava de cores, era tanta, que cada dia equivalia há um ano para mim. Um ano sufocante. Repleto de solidão.


Jacob não voltara depois de nossa discussão. Não ligara para mim. Charlie havia ficado preocupado com sua partida repentina. Tentara falar com ele, mas dissera que não o encontrara na reserva. Ele estava magoado com a minha atitude. E provavelmente, já se juntara ao time dos que me achavam maluca.


Mais uma vez a solidão me cercava, encurralando-me contra a parede limitadora da vida. Edward havia partido, me iludira com o seu retorno. Mas se fora novamente, levando mais do que minha alma, levando a minha vida com ele. Eu era apenas um corpo imprestável que respirava. E só. Eu não tinha sentimentos, sequer poderia voltar a sorrir algum dia. Eu não tinha alma, e há muito, meu coração fora queimado, transformando-se em cinzas que o vento levara.


E dessa vez, Jake me deixara. Desistira de mim. Tornando mais impossível ainda, a sobrevivência do meu corpo. Um organismo, por simples que seja a sua formação celular, não pode viver sem a luz do solar. Eu não podia continuar a existir sem o meu Sol.


Edward matara minha alma. Jake terminara o seu trabalho, partindo, levando consigo o que restara, o meu corpo. Pergunto-me, como ainda posso sentir meu coração bater. Como ele pudera ser tão teimoso, ao ponto de continuar batendo? Quanto tempo ele ainda resistiria? Não muito. Horas. Era essa a resposta que eu desejava ouvir.


Respirei fundo, tentando afastar as lágrimas que nublavam a minha visão. Pensar em Jacob doía. Pensar no desaparecimento de Edward matava o pouco que restara.


Ele havia me abandonado. Àquela altura, eu tinha certeza absoluta. Cinco dias. É tempo demais de vida, para alguém que não quer viver. É tempo demais para um corpo abandonado.


Cinco dias. Sem um único sinal de sua existência. Era inútil continuar numa busca desenfreada de ar e força para viver. Eu precisava dele. E nada mais. Só assim seria possível existir.


Olhei o céu através da janela do meu quarto. O céu estava azul escuro, quase preto. Sem uma estrela sequer. A Lua reluzia só na imensidão escura, abandonada pelas suas antes fiéis companheiras. Elas haviam desistido dela. Assim como haviam desistido de mim.


Por favor, ouçam: Need - Hana Pestle (e prestem MUITA atenção na letra, tem tudo a ver com o que a Bella sente nesse momento)


Tentei puxar ar para meus pulmões - o choro constante dificultava a passagem do oxigênio. Eu ofegava. Nunca a consciência de sua partida, fora tão forte, quanto naquela noite azul sem estrelas. Nunca a sensação de abandono gritara tanto por mim.


Eu sabia o quanto precisava de Edward para minha sobrevivência. Qualquer toque, som, lembrança, imagem, fariam a diferença. Eu só precisava sentir que ele estava ali. Era como se estivesse escrito no céu límpido, em letras de neon: Desista, você não pode viver sem ele


"Eu não tenho bastante certeza de como respirar

Sem você aqui

Eu não tenho bastante certeza se eu estou preparada

pra dizer adeus

Para tudo que fomos"


Talvez, nem a imensidão atmosférica seria suficiente para demonstar o quanto eu precisava dele. O quanto eu sentia a sua falta. O quanto era desesperador passar cada segundo sem ele.


Lágrimas caiam descontroladamente por minha face - cheguei a conclusão, que elas nunca teriam fim. Eu ofegava ainda mais. É dificil respirar, quando o ar parece queimar cada centimetro por onde passa, lembrando, incansável, o quanto o meu corpo estava oco; o quanto a dor consumira de mim.


"Esteja comigo

Fique comigo

Apenas por agora

Deixe o tempo decidir quando

eu não precisarei de você"


Meus joelhos tremiam, instavéis. Sedi à sua fraqueza, deslizando meu corpo pela parede que sustentava a janela. O desespero, a dor do abandono, e uma esperança incompreensivél, apossaram-se de mim.


"Minha mão procura por sua mão

Em um quarto escuro

Eu não encontro você

Me ajude

Você está procurando por mim?"


– Edward! - chamei-o. - Por favor...Edward!


Ignorando a tremedeira que dificultava minha locomoção, puz-me de pé. Percorri os poucos metros do meu quarto, cambaleante.


– Edward! - chamei-lhe, um pouco mais alto. - Edward!


"Posso sentir nunca mais

Minta para mim, estou caindo

Não posso derrubar você

Me diga que não preciso de você"


Soluços preenchiam o eco do silêncio entre meus gritos. Ele tinha de estar ali. Ele não poderia...


– Edward! - dessa vez, gritei. - Você esta aqui?


Aguardei, numa expectativa masoquista, que sua voz me respondesse. Inutilmente. Foram palavras perdidas, que trouxeram uma resposta letal.


Não, ele não estava. Eu sabia da resposta, seria sempre a mesma. Então por que insistia em perguntar? Por que essa esperança idiota e torturante não sumia?


"Minha mão procura por sua mão

Em um quarto escuro

Eu não encontro você

Me ajude

Você está procurando por mim?"


Num ato de pura insanidade, minhas mãos tateavam o quarto, na tola esperança de que a qualquer momento ele se materializasse ao mais singelo dos toques. Se eu o visse apenas mais uma vez, por mais curto que fosse o momento... Confirmaria, de uma vez por todas, que ele fora real. Que seus olhos enigmaticos, duma cor unica, pertenceram a mim, algum dia. Que um dia - que parecia ser décadas atras - seus lábios gelidos, possuiram os meus, deixando-me inebriada.


– Por favor... - implorei.


"Coloque isso dentro do meu cérebro pra mim

Me diga como eu devo me sentir

Aonde tudo irá

E como eu serei sem você do meu lado"


Continuei por minha busca inutil, até chegar ao ponto de partida - a janela. Olhei para o céu mais uma vez. E se ele aparecesse voando? Ele se tornou um anjo. Podia voar. Não podia? Eu desejava, com todas as minhas forças, que sim. Seria mais fácil dele voltar...


– Edward! - gritei mais uma vez - Você não... Não pode me...deixar - ao final da frase, minha voz não passava de um murmurio baixo.


"Minha mão procura por sua mão

Em um quarto escuro

Eu não encontro você

Me ajude

Você está procurando por mim?"


O choque doloroso que seu nome provocara, obrigara-me a deitar no chão. A pressão do abandono, do fim das esperanças era tanta, que tive de encolher-me em posição fetal. Abracei meus joelhos, na tentativa de impedir que meus pedaços se perdessem - era tarde demais. Eu estava aos pedaços, sem a minima chance de concerto.


"Minha mão procura por sua mão

Em um quarto escuro

Eu não encontro você

Me ajude

Você está procurando por mim?"


Num ultimo surto de esperança, minha mão taterara o ar invisivel, na tola crença, de que ele iria se materializar. Fechei meus olhos, completamente destroçada. E esperei - implorando para a morte - que aqueles fossem os ultimos segundos de minha existência. Que a dor se tornasse fisica, consumindo de uma vez por todas o meu corpo, até que eu desaparecesse completamente. Enfim tudo acabaria.


– Bella... - uma voz reconfortante me chamara - Bella?


Forcei meus ouvidos a identificar a voz. Eu a conhecia, só não era de quem eu realmente queria ouvir. Mas ele estava ali. O meu Sol, em plena meia noite. Seria o começo de um eclipse.


– Me desculpe... - ele sussurara - Eu não devia ter dito aquilo e...


Ele se interrompera, olhando para mim. Minha expressão não devia ser a das melhores, afinal, eu não fazia idéia quanto tempo passara deitada, nem se havia dormido. A consciencia e a inconsciencia, não diferiam para mim. O vazio era sempre o mesmo, a dor não dimuia - nunca diminuiria.


– Bella, o que aconteceu? - Jake perguntara, numa voz baixa; a preocupação nitida em sua voz. - Dava para ouvir os seus gritos lá da rua...


Respirei fundo, sem impedir que as lágrimas embaçassem a minha visão. Jacob me olharara, seus olhos denunciavam o seu martirio interno. Desviei o rosto, forçando a voz a sair.


– Eu estava...procurando por ele... - o ritmo do choro aumentara, dificultando ainda mais a saida das palavras - Mas ele não... - um soluço cortara-me - Ele não pode ter... Não... Eu preciso dele.


Jacob me olhava. A conhecida carranca de Sam, misturara-se com o medo em seus olhos. Ele temia por mim. Suas mãos tremiam, controladas, acariciando suavemente o meu cabelo. Ele respirou fundo, por um segundo, pude jurar que tivera um surto mais intenso de tremedeira, que fora rapidamente controlado.


– Você realmente acredita nisso, não é? - ele disse, num tom sôfrego - Que ele está aqui...


Não tive coragem o suficiente para olhar em seus olhos. Apenas me aninhei mais em seu abraço quante.

– Eu o vi. Eu tenho certeza disso, Jake. Eu não estou louca...


Ficamos em silêncio por um breve minuto. Ele continuava tentando me acalmar, na medida em que os soluços aumentavam.


– Ele está aqui agora?


Aquela pergunta fora o tiro final, acertando certeiramente na parte mais funda do meu intimo. Aquela a qual eu jamais quiz tomar conhecimento; jamais sentir, o que estava guardado ali. Haveria um limite para a dor? Haveria uma palavra que descrevesse o quanto a dor, misturada ao desespero do abandono, poderia ser letal?


Meus soluços aumentaram ainda mais. A tremedeira em minhas mãos, passara para todas as partes do corpo. Num movimento rápido, puz-me de pé - ficar deitada, só acelararia o meu processo de fragmentação.


Por mais que tudo indicasse que ele não estava ali, eu não poderia me dar por vencida. Eu precisava - e me agarrava com todas as minhas forças à isso - acreditar que ele não havia me abandonado. Pelo menos, não definitivamente.
Ele voltaria. Algum dia, quiza dali algum anos, ele ficaria comigo. Eu me agarraria a isso com unhas e dentes. E a partir do momento em que a ultima fresta de esperança evaporasse, o meu coração pararia de bater, definitivamente.


– Edward? - chamei. - Você pode me ouvir? - perguntei para o vento, fitando o vazio.


Jacob assistia a cena, em choque. Não me supreenderia nem um poco, se ele ligasse para um manicomio vir me buscar. Ele poderia fazer isso, a hora que quizesse, contanto que eu visse Edward primeiro.


– Edward! - gritei, atravessando o quarto em passadas desiquilibradas. - Por favor... Apenas me dê um sinal.


Estanquei, exatamente no meio do quarto, esperando qualquer coisa. Um vento subtamente frio, ou até um objeto se levantando sozinho.


Nada.


– Edward...Edward! - sussurei seu nome, caindo de joelhos outra vez.


Jacob finalmente se mexera, aproximando-se de mim, abraçando-me pela cintura.


– Bella, ele não está aqui... - Jake dissera, a voz calma e cautelosa.


– Ele... - eu tentei interrompe-lo, mas não consegui continuar a frase.


– Desista, Bella. Eu sinto muito...mesmo.


Não, não, não, não, não! Eu não podia pensar desistir. Será que ele não podia compreender? Se eu desistisse, ele estaria no meu enterro, no dia seguinte. Fiquei algum tempo em silêncio, imovel em seu aperto forte. Suas ultimas frases, ainda ecoavam em minha mente, dificeis de serem aceitas por meu cerébro. 'Desista. Ele não está aqui. Eu sinto muito...'


– Não! - um silvo baixo escapara por minha boca. - Edward! Edward! - gritei-lhe.


Eu me balançava no abraço de Jacob, que a qualquer movimento meu, tornava-se ainda mais forte. Jake não dissera nenhuma palavra.


– Edward! Não, por favor! Edward! Apareça... eu, eu preciso de você. - eu gritava desesperada, sem me importar com a hora, ou com quem pudesse me ouvir.


– Bella, Bella! - a voz de Charlie surgira. - Se acalme!


– Apareça! Por favor... - gritava, chorava e me contorcia, tudo ao mesmo tempo.
Desespero. Loucura. Palavras que poderiam descrever perfeitamente a cena, depende do ponto de vista.


Charlie estava na minha frente, sua expressão apavorada.


– Tome isso, querida. Por favor.


Aos poucos, fui parando de me mexer, até ficar completamente imovel - eu não podia sequer sentir o movimento de meu peito, subindo e descendo, enquanto respirava. Jake ainda me segurava, e me ajudou a tomar os comprimidos - quatro no total, um deles, tranquilizante de tarja preta.


Jake me deitara na cama. Seus olhos distantes, penalizados. Ele nada disse. Afinal, existiam palavras para reconfortar alguém, num estado tão...terminal? Fitei o céu, atravez da janela novamente. O efeito tranquilizador dos remédios, começava a me atingir.


Eu não desistiria. Edward e eu nos encontrariamos. Para mim, já não importava o que eu teria de fazer para torna-lo real. Eu precisava senti-lo, apenas mais uma vez. Depois disso, nada mais importaria. Quanto tempo eu viveria, ou o que teria de enfrentar. Iria até o inferno; enfrentaria mil demonios, se isso o trouxesse para mim.


'Se eu tiver que correr perigos para vê-lo, então é isso que buscarei'.*

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* Trecho retirado do filme Lua Nova.





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Notas finais do capítulo

Hey monstrinhos!
Primeiro de tudo, desculpa pela demora. Essa é a terceira vez que eu tento postar aqui, mas por motivos de não entendimento entre eu e este site, dava erro bem na hora que eu clicava enviar.
Anyway.
E ai, o que estão achando da Bella? Já estão ligando pro SAMU ir buscá-la? Querem enforcar o Jake por gritar com ela?
Bem, o Edward prefere algo mais como arrancar a cabeça dele, mas isso vcs vão ficar sabendo no próximo capítulo! (rezem para que eu consiga postá-lo rapidamente! 'HAHAHAA)
Beijos e mordidas NHAN! ;*