Os dias tinham corrido tumultuados, eu tinha olhado os últimos detalhes da formatura, e os acordos do projeto que eu lançaria. Meu pai tinha topado, só faltava o conselho aprovar e os superiores dos estados. Mais de qualquer modo Washington já teria esse acordo, os outros estados dependeria da decisão dos superiores, mas acho que se meu pai já está de acordo eles não vão se opor. 

Acordei cedo, me arrumei. Quando desci, meus pais estavam na sala, sorrindo. Já orgulhosos.

-Bom dia minha querida! –Minha mãe me abraçou.

-Bom dia, mamãe! –Sorri.

-Grande dia, hein? –Papai falou orgulhoso. –Minha garotinha, na faculdade ano que vem!

-Nossa garotinha, é tão esperta! Hoje assinaram o acordo, veja só querido. Como ela se preocupa com o país. –Mamãe falou se sentando, cheia de orgulho.

-Acordo? Não, não! Será lei! –Ele me abraçou de novo.

-Com isso, eles vão até querer me eleger para o terceiro mandato. Mais ainda do que queriam antes. –Ele falou satisfeito, minha mãe sorriu. E eu, bem, eu tentei sorri também. O terceiro mandato não era uma coisa que eu queria, mas se fizesse bem a eles tudo bem, para mim. Mas quatro anos dava para suportar. Ou talvez não.

(...)

-Nervosa querida? –Meu pai perguntou, enquanto eu segurava o braço dele, para a entrada.

E eu achava aquilo uma injustiça. Eu ia ser a primeira da fila. Só porque entraria com o presidente!

-O que me deixa nervosa, é as câmeras. –Sorri. E os flashes dispararam.

Chegou então o momento, entramos pelo meio, sorrindo. Meu pai acenando. E caramba, é para ele fazer o papel de PAI não de PRESIDENTE. As pessoas ficaram de pé e aplaudiram. E as diretoras sorriam muito. Isso era o que? Não é comício isso! É minha formatura. O foco são os alunos, não meu pai! Era difícil andar sem tropicar, com aquele tanto de flashes. E ainda mais quando eu ouvia: “Ela hoje vai dar um discurso, no centro da cidade em Washington. Uma nova lei! E muito boa. Essa menina é demais!”

Por fim chegamos ao palco. Meu pai saiu pela direita, ficando perto da minha mãe, e eu fiquei sentada nas cadeiras da frente. E meus colegas de turma logo apareceram, em ordem alfabética. E eu que começava o nome por S tinha sido a primeira. Que injustiça! Nancy apareceu com o pai. Tentei ver a mãe dela mais não vi.

E depois de todos entrarem começou a cerimônia. O ministro que foi o paraninfo da cerimônia começou a falar. E por ai foi. O orador da turma foi um garoto estudioso e bem filosófico. Falou muito bem. A diretora queria que eu fosse à oradora, mas pedi a ela para escolher outro. Senão só ia dar a minha família na formatura né. Atenção só para nós.

A entrega dos diplomas foi muito bem feita. Sorrimos para as fotos, e depois da cerimônia tiramos fotos da turma. As que com certeza estariam nos jornais do dia seguinte.

Fui até Nancy, a qual estava calada, e não tão feliz como devia estar.

-Ei Nancy. Tudo bem?

-Sim Sophia e você? –Ela falou indiferente.

-Estou bem. Só nervosa com o discurso, e a implantação da lei.

-Boa sorte.

-Obrigado. –Sorri sem graça. –E sua mãe?

-O que tem ela?

-Ela veio?

-Ela ia vim. Só que passou mal. Teve um enjôo, em cima da hora. –Ela fez careta.

-Então aquela noticia...

-É. Ela está grávida. –Me interrompeu ela, falando meio triste.

-Que legal! –Falei feliz, sem lembrar que ela não era de acordo.

-É sim! –Ela tentou se entusiasmar.

-Quer vim com a gente para Washington? –Perguntei entusiasmada, mudando de assunto.

-Vocês vão que horas?

-Só vou passar em casa, trocar de roupa.

-Vou sim. Distrai é bom.

-Que bom que vai! Até me ajuda a distrai também. Estou ansiosa.

-Relaxe, vai dar tudo certo!

-Vamos lá para casa, você se arruma lá, e já saímos de lá.

-E eu vejo meu amor! –Ela riu.

-É. Derick está louco de saudade! Todo dia pergunta por você.