Sophia - a Filha do Presidente escrita por Camila_santos


Capítulo 15
Típico Político.




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-Pai olha... –Comecei a falar, sem saber direito o que falar. –Vocês querem me manter longe de tudo e de todos.

-Queremos você segura Sophia! –Interrompeu.

-Mas pai, talvez seja melhor eu respirar, caminhar um pouco sozinha. Mas eu não digo SOZINHA longe da...

-É isso garota, é isso que queremos. –Ele me interrompeu, bem quando ia engatar o assunto. –Acho que você consegue ser mais madura do que eu imaginava. Que bom! Que alivio enorme. –Ele relaxou na cadeira.

-Pai você disse madura? Madura para o que? –Fingi de boba. É claro que eu sabia o que ele ia dizer.

-Olha Sophia, vamos aproveitar que estamos nessa conversa e deixe-me lhe explicar. –Ele olhou tenso para o relógio de parede, depois suspirou.

-Pai, desligue o celular, por favor. Senão não é hoje que o senhor fala.

-Não Sophia! Não posso, se alguém importante me ligar. –Ele falou indiferente.

-Poxa pai. Nem para conversar algo sério com sua filha você larga esse bendito celular. –Falei magoada. Ele vencido pegou o celular e desligou.

-Desligue o seu também Sophia! –Ordenou.

-Pai, ninguém vai me ligar! –Retruquei.

-E aquele seu namoradinho?

-Não mude de assunto Sr. E quanto ao MATIAS, ele está lá e eu cá.

-Separaram?

-Acho que nem estivemos juntos, não dessa vez.

-Ótimo. –Ele sorriu aliviado, e me beijou a testa. –Isso mesmo filha.

-Pai, você é possessivo. –Brinquei. –Mas não enrole.

-Como eu dizia...

-Seja objetivo! Não fale como político! –Pedi.

-Ok. O negocio é o seguinte então, eu pedi a Lucy, que vá embora. –Ele falou rápido. Meu coração gelou. Por mais que eu soubesse de tudo isso, era difícil ouvir dele. É como se eu achasse que aquilo não ia acontecer. Mas estava acontecendo. Ele me olhava ansioso esperando que eu gritasse, berrasse, ou sei lá concordasse. Mas preferi deixar para ele o meu silêncio.

-Sophia? Não vai falar nada?

Eu não disse nada outra vez. Estado de choque. Estou passada, transtornada, confusa.  Sei de tudo, mas não quero enxergar. E agora eu deveria estar impondo o que eu quero. Mas não tenho forças.

-Sophia? Está parecendo uma múmia! –Ele brincou. –Fale menina!

-Quer que eu fale o que? –O máximo que consegui dizer.

-O que está pensando.

-Quer que eu te agrade, ou seja, sincera? –Falei triste. Não chora Sophia, não chora! Não pareça uma garotinha de cinco anos.

-Quero a sinceridade!

-Pai. –Falei segurando o choro. Tenho que falar tudo, deixar engasgado vai ser pior.

-Fala Sophia.

-Você está tirando minha mãe de mim. Pela segunda vez.

-Segunda vez? –Perguntou confuso.

-A primeira foi, quando Ashley (minha mãe biológica) teve que ser sua SECRETARIA. Eu posso contar os dias que eu e minha mãe estivemos juntas, o dia todo.

-Mas Sophia nós sempre estamos com você!

-Ae? Sempre? O dia que estão comigo, é com uns quatro celulares que não param de tocar. E umas três reuniões por dia. E sabe quando eu tenho atenção mesmo, é quando eu faço algo errado. Como agora. Mas eu não faço as coisas erradas pra chamar atenção não. Mas é que, o que vocês consideram errado, para mim é ser viva! Porque se eu agisse conforme vocês querem, estaria morta. –As lágrimas caíram do meu rosto. E eu gritei para mim mesma “Sua sensível, sua chorona”.

-Sophia... –Ele falou engasgado. Mas com certeza ele não vai chorar, ele nunca chora perto de nós. Está lá sempre com aquela pose de forte. –Só estou fazendo isso porque está na hora de você caminhar sozinha, sem mimos. –Ele nunca reconhece os erros né, sempre colocando a culpa nos outros. TIPICO POLITICO.

-Não é Lucy que não me deixa caminhar! E sim a proteção do presidente! Sua companhia (os seguranças) e a bendita mídia. Lucy é aquela que me ajuda a superar tudo isso. E até isso você está querendo tirar de mim.

-Você é muito mimada isso sim. –Ele levantou da cadeira, bravo. Passou a mão nos olhos, será que estava chorando?

-E o Sr. Não sabe reconhecer quando está errado!

-Chega Sophia! Vá dormir. –Gritou.                                                                                            

-Seria preferível se eu tivesse sido falsa em relação ao que eu pensava.

-Vá dormir e me deixe só. –Ele falou enquanto ia ao bar e colocava nervoso um drink.

 

Sai calada. Pelo menos disse tudo que estava engasgado.

 

(...)

 

-Senhorita Baker? Está tudo bem? –A professora de Matemática, me cutucou. Caramba será que eu estou assim com a cara tão ruim?

-Estou bem Sr. Clarence. –Menti.

-Você está com uma cara Sophia! Está de dar pena. –Ela falou preocupada. Odeio que tenham pena de mim. Mas fazer o que?

-Professora posso me retirar por um instante? –Pedi.

-Claro Sophia! Fique o tempo que precisar.                       

 

Eu estava ainda pior do que ontem, sai da sala e fui para o jardim. Sentei em um banco, que não fosse ariscado ser flagrada por paparazzi, é o que eu menos preciso hoje. (Drama).

Liguei meu ipod para distrair, comecei a ouvir Hanson.

 

-Sophia? –Será que não tenho paz? Tirei o fone e me virei. Era um menino que eu nunca tinha visto.

-Você está bem? –Ele falava receoso.

-Estou sim. –Falei triste, mas forcei um sorriso.

-Você é muito linda sabia?

-Obrigado. –Falei sem graça.Quase respondi você que é. Porque sem exagero nenhum, ele é muito lindo. –Você é novato aqui?

-Não. Eu estudo aqui há anos. Nunca me viu? –Perguntou sem jeito.

-Com sinceridade não. –Falei. E como eu nunca percebi esse cara aqui? Como? Ai! Eu preciso reparar mais em volta! Oh se preciso!

-Desculpe vim-te incomodar viu! Mas vi quando saiu da sala, e fiquei preocupado!

-Ae você viu? Ficou preocupado? –Perguntei curiosa. Porque ele ficaria preocupado comigo?

-Você deve estar pensando por que fiquei preocupado com você, não é? –Ele sorriu torto.

-Como sabe? Adivinhou na mosca! –Eu sorri.

-Pela sua cara de “Hãn”! –Ele sorriu de novo, um sorriso amigo e com sinceridade eu goste dele.

-Esqueci de perguntar. Como se chama?

-Hilbert.

 

Ele ficou sentado comigo conversando, e me fez rir e muito. Eu amei tudo aquilo, porque assim eu acabei com aquele meu DRAMA, esqueci os assuntos problemáticos da família. Eu precisava de distração e ele era uma ótima distração para mim.

Depois de muito tempo, ele voltou à sala dele e eu a minha. E combinamos que assim que acabasse o que restava da aula, ele ia até minha sala, pra combinarmos de nos ver.

Era incrível como em tão pouco tempo, eu gostava tanto dele.

 

Confesso que meu dia ficou bem melhor, e eu contei literalmente os minutos de estar com ele.

 

-Búuu! –Ele me deu um sustinho. Enquanto eu olhava para um lado oposto ao que ele vinha.

-Oi de novo Hilbert!

-Vai para casa? –Ele perguntou.

-Vou sim. Meu motorista deve estar esperando.

-Você não vinha sempre com um segurança? Onde ele anda?

-Ah! Eu consegui convencer meu pai, de me deixar sem ele. –Respondi enquanto caminhávamos, para a saída.

-Deve ser complicado ter a sua vida!

-Você não sabe o quanto! –Estavamos aproximando do portão, quando bateu uns reflexos em meu rosto.

-Sophia, os fotógrafos! –Alertou Hilbert.

-É, eu sei. Talvez isso explique a complicação da minha vida! Agora vem me segue! –Eu o puxei.

 

Puxei ele, e começamos a correr para uma rua oposta, os fotógrafos corriam atrás de nós, por fim entramos em uma lojinha de conveniência e eles sumiram.

 

-O-o-oi. –Gaguejou quando me viu a mulher baixinha, provavelmente dona da loja.

-Olá. –Respondi tranqüila. Depois de todo susto.

-P-p-osso ajudar?

-Já está ajudando, obrigado! Sabe, tem um tanto de fotógrafos.

-É mesmo? –Ela arregalou os olhos, só falta ela querer aparecer para as fotos.

-Vem aqui, e fique até eles saírem, aqui não é seguro. –Ela disse amiga! Bem, não tenho escolha né.


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Notas finais do capítulo

Gente está tão ruim assim?
Se estiver pode criticar viu? (ajuda e muito a melhorar)
E por favor dê sugestões tambem...