Sinais ( Re-postagem) escrita por Crica


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Ninguém mandou vocês ficarem pedindo pra eu resgatar coisas do limbo. Dá nisso...

Boa leitura e espero que aproveitem.



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Classificação: para maiores de 13 anos (e a letra que corresponda, tá?)

Categoria/gênero: 5ª temporada( logo no comecinho), aventura, drama, sobrenatural- Talvez até um Universo Alternativo, visto que na época, eu não sabia o rumo que os roteiristas dariam à história.

Avisos: Momentos de violência significativa, sofrimento a baldes, linguagem imprópria e possíveis spoilers. Dean's Pov em alguns trechos.

Beta: Por minha conta e risco.

Disclaimer: Nenhum dos personagens de Supernatural me pertence e blá, blá, blá...Obra de ficção sem fins lucrativos, etc e tal

Resumo: Dean sentia falta da vida quando muito, ou quase tudo se resumia a hambúrgueres, cervejas e alguns tiros. Mas agora era muito diferente.

N/A: Mais uma viagem total da minha mente não muito normal. Esse texto estava concluído e engavetado. Nem sei o motivo pelo qual o estou divulgando agora, mas espero que possam, de alguma maneira, aproveitar a leitura. Comentários são sempre bem-vindos e críticas construtivas também. Ninguém mandou vocês dizerem para eu resgatar coisas do limbo. Tá vendo? Dá nisso.

 


 

HAMBURGUERES, CERVEJAS E ALGUNS TIROS.

Capítulo 1

'Estamos juntos outras vez. Finalmente.

E dessa vez, parece que é de verdade, como há muito tempo não estávamos. Temos,mais uma vez, sincronia e cumplicidade. Nos comunicamos novamente com um olhar, esse tipo de coisa que só quando há absoluta confiança, se pode ter.

Então por que existe dentro de mim essa sensação de que algo está errado?

Por que dentro do meu peito tem esse buraco, essa dor que não sei de onde vem e insiste em me machucar? Talvez eu até saiba. É. Acho que sei. Se fosse nomear essa maldita coisa que me dá voltas no estômago apesar de estarmos bem, seria culpa. Até na culpa somos parceiros, eu e Sam. O que um começa outro termina.

Nenhum de nós pediu por toda essa merda que se abateu sobre nossas cabeças e, certamente, apesar de não sermos os exemplares mais corretos da humanidade, não merecíamos isso. Não mesmo. Nem de longe.

Estou muito assustado. E Sam também, mas nenhum de nós vai desistir ou ficar de quatro para aqueles idiotas. Não pretendemos facilitar as coisas para eles, nem que tenhamos que morrer. Aliás, morrer será o menor de nossos problemas, eu acho. Apesar de Cas ter me tirado do Inferno, minha vaga ainda está reservada lá. Não vai ser moleza quando tudo isso acabar. Os caras vão estar putos comigo e não vão poupar esforços pra compensar a frustração. Mas sabe o que é pior?É saber que Sam também terá seu passaporte carimbado. Meu irmão também não vai escapar e isso me dói mais do que qualquer coisa. Ele terá que acertar as contas pelas escolhas que fez e eu não posso fazer nada a respeito.

Estou mesmo ficando velho... Desde quando me pego em reminiscências dentro do meu carro enquanto espero que Sam traga o almoço?

Merda...

Essa coisa toda está me afetando de verdade. Esse tudo ou nada é uma grande porcaria e a gente é que vai se dar mal no final. Sempre. Nós sempre saímos perdendo de alguma forma. Eu estou cansado de perder e de ser tratado como a bola da vez, mas Sammy tem razão. Se é para sermos ferrados, vamos tratar de provocar um estrago de verdade no outro time.

Onde diabos se enfiou aquele garoto com a minha comida? Na certa está parado diante de alguma banca de jornais fuçando mais um caso estarrecedor que nos leve à pistas de onde encontrar Lúcifer. Não sei como ele consegue. Às vezes o cara me assusta com essa sua capacidade de focar numa coisa e não desligar. Ele é obcecado como o pai e nunca vai desistir. Eu já vi até onde essa determinação dele pode chegar e não gostei nada. Por isso preciso manter os olhos nele. Não, não se trata de desconfiança. Já passamos dessa fase, mas de algo dentro de mim que não me deixa desligar o 'modo vigilância'.'

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_ O que está fazendo? – Dean sequer percebeu seu irmão entrar no automóvel.

_Puta merda, cara! – saltou no banco _ Quer me matar, me mete logo uma bala na cabeça, mas não faz isso! Parece uma assombração!

_ Que bicho te mordeu, Dean? – entregou o saco de papel e o copo descartável ao outro _ Estava aí divagando, no mundo da lua e nem me viu chegar.

_ Divagando? – torceu o cenho e encarou o caçula _ Divagando? Eu? – voltou o olhar para o pacote e abriu-o _ Eu não divago, garoto. Isso é coisa de fresco. Só estava pensando numas coisas.

_ Ah, certo... – Sam segurou o riso _ Perdido em pensamentos. Sei... Isso não é divagar. Está bem. Não vou discutir.

_ Ótimo – abocanhou o cheeseburguer que acabara de abrir _ Porque eu estou morto de fome e você demorou uma vida pra comprar um maldito sanduíche – Provou o café _ E demorou tanto que essa porcaria está fria.

_ Sinto muito – provou do seu copo e conferiu que o irmão tinha motivos para reclamar _ Esse café está uma droga mesmo. Quer que eu volte lá e traga outro?

_ Não, esquece - tampou o copo novamente, depositando-o sobre o painel do carro _ Por que diabos demorou tanto? Onde se meteu?

_ Havia um noticiário na TV e me distraí – mordeu seu lanche e limpou o canto da boca com um guardanapo de papel _ Me desculpe.

_ E o que havia de tão espetacular na droga da TV pra você deixar o meu café esfriar, posso saber?

_ O Apocalipse – deu outra mordida no pão.

_ Novidade...

_ Talvez devêssemos ir a Tuckson. Há sinais por lá, Dean. Muitos.- recebeu do mais velho aquele seu típico olhar questionador, seguido de um suspiro que significava rendição, Sam sabia.

_ Já que não vou conseguir um café decente nesse fim de mundo, acho que podemos rodar umas milhas e conferir essas suas suspeitas não é, maninho? – terminou o sanduíche, amassando a embalagem e atirando-a no banco de trás.

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'Eu sabia... Sabia que tinha coisa atrás daquela demora toda. E, só pra variar, cá estou eu dirigindo há horas em direção à pistas que podem nos levar a lugar nenhum. Detesto isso. Detesto correr às cegas por aí. Detesto essa sensação de impotência que tem tomado conta de mim ultimamente.'

_Merda...

_ Está falando sozinho agora? – Sam ergueu os olhos questionadores.

_O que? Não? – Não era para o rapaz ter ouvido. Essa sua mania de xingar sem pensar sempre acabava denunciando seus pensamentos _ Eu não disse nada.

_ Sei, só estava divagando.

_ Dá um tempo, Sammy – amarrou a cara e encarou a estrada na sua típica expressão de assunto encerrado _ Eu estou cansado, tá?

_ Okay, okay. – ergueu as mãos em sinal de rendição _ Não está mais aqui quem falou – Fechou a tampa do laptop e encarou o mais velho novamente _ Se está assim tão cansado, deveríamos parar num motel para você dormir um pouco antes que acabe apagando na direção.

_ Eu não vou dormir na direção, Sam, não sou tão idiota.

_ Não estou dizendo que seja, mas estamos na estrada há muito tempo e não paramos ainda – apertou as têmporas com as pontas dos dedos e franziu a testa _ E estou ficando com uma dor de cabeça daquelas.

_ Se você faz questão, podemos procurar um lugar e pernoitar.

Sam sabia muito bem que notas tocar para fazer seu irmão cantar no tom em que desejasse. Sabia perfeitamente que por ele, Dean, não parariam tão cedo, mas por Sam, Dean buscaria refúgio para se alimentarem decentemente e descansarem. Uma pequena encenação. Uma mentira inocente que lhes renderia um prato de comida, um bom banho quente e algumas horas de sono.

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_ Bela porcaria. – Dean entrou no quarto do motel, reclamando.

_ Igual a maioria dos outros em que estivemos antes – completou o caçula, atirando a mochila sobre uma das camas vazias.

_ Exatamente – largou sua mochila no chão, ao pé da cama, ajeitou a pistola no cós da calça e verificou a carteira no bolso _ Vou buscar algo para comermos e não demoro.

_ Certo – o mais moço concordou, deixando-se cair em cima da cama próxima.

_ As aspirinas estão no bolso da frente – Dean avisou, antes de girar a maçaneta da porta.

_ O que? – Sam havia esquecido totalmente de seu subterfúgio.

_ O vidro de aspirinas - apontou _ Na mochila, cabeçudo. No bolso da frente.

_ Oh, certo – rapidamente ergueu-se e buscou a sacola, puxando-a em sua direção _ Vou tomar, não se preocupe.

_ Eu acho bom mesmo – já com meio corpo para fora do quarto _ Não estou a fim de ouvir seus resmungos a noite inteira.

_ Vá se ferrar – Samuel respondeu mal para manter seu teatro.

Dean nunca havia reclamado, em tempo algum, de qualquer maneira que fosse dos poucos momentos em que esteve doente a ponto de incomodá-lo. Muito pelo contrário. Passava o dia ou a noite ao seu lado, vigilante, desde que era capaz de se lembrar. Tanto tempo que mal poderia precisar quanto. Esse era o modo de seu irmão mais velho dizer que estava preocupado. De dizer que o amava.

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'Porcaria de lanchonete de beira de estrada. Saco... Olha só a droga desse cardápio. Deve ter mais germes aqui do que na lixeira da esquina. Sam tem razão de reclamar. Quem pode, em sã consciência, comer algo feito num buraco como esse? – largou o panfleto plastificado sobrea mesa encardida e levantou-se, saindo _ Deve haver um lugar nessa parada onde se possa comprar comida decente, ou pelo menos limpa.'

Durante uns bons minutos, Dean rodou pelas ruas próximas atrás de um local que pudesse chamar de restaurante, sem ter ânsias de vômito. Bares. Bares por todos os lados com gente entrando e saindo no meio da noite. Letreiros luminosos em neon que piscavam anunciando estabelecimentos suspeitos.

'Aha! Ali. Aquele ali parece ter uma boa cara. Cantina da Nona. Nome sugestivo. Uma massa viria bem a calhar. Meu estômago está me matando ' virou a direção, atravessando a pista e estacionou ao lado do prédio quadrado de janelas grandes e encortinadas.

'Um... O cheiro é bom...' Ajeitou-se na primeira cadeira vazia que achou e buscou o cardápio, preso à parede.

_ Posso ajudá-lo, meu jovem? – ergueu os olhos e sorriu para o garçom já idoso que lhe sorria de volta.

_ O que o senhor sugere?

_ Temos um excelente espaguete esta noite – Os olhos verdes do rapaz brilharam de satisfação _ Ao sugo ou prefere outro molho?

_ Surpeenda-me! – seu sorriso se ampliou com a imagem do prato que se formava em sua mente _ E são dois, está bem? Para viagem, por favor.

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Não demorou muito para que Dean estivesse novamente atrás do volante do Impala, a caminho do motel onde deixara Sam. O aroma da refeição invadia seus sentidos, aguçando a fome. Não tivesse demorado tanto em busca de um lugar decente, teria comido seu jantar lá mesmo, na cantina, mas pensou que Sam também estaria com fome e a tal da dor de cabeça bem poderia ser efeito do estômago vazio. Pisou no acelerador e rapidamente estava de volta ao seu destino.

_ Ei, Sammy! O rango está na mesa! – entrou, batendo a porta atrás de si, com um empurrão _ Sai logo desse banheiro e vem comer, cara! – Reparou que Sam não estava na cama, onde o havia deixado _ Você não vai acreditar _ começou a desembrulhar as embalagens sobre a mesa _ Achei uma cantina italiana há uns dois quilômetros ao norte e, cara, isso está cheirando muito bem – sentou-se e começou a devorar a pasta _ Anda logo, vai esfriar!

Não sei o que você tanto toma banho e vive se lavando. Você nem transa mais, cara! Vai comer o macarrão gelado por essa sua estúpida mania de limpeza. Está ficando neurótico.

_ Sam? – os olhos de Dean repararam na ponta da bota ao lado da cama. Limpou a boca com o guardanapo de papel e levantou-se, assustado. A comida parou no meio do caminho com a visão de seu irmão estendido no chão _ Sam!

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CONTINUA...

 


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Notas finais do capítulo

O texto está completo. Só falta revisar os últimos capítulos, mas só vou postar se vocês quiserem ler. Então, deixem-me saber, ok?
Beijocas