Blackwhite escrita por carol_teles


Capítulo 18
Voltando ao normal


Notas iniciais do capítulo

Oi pessoal! Você devem ter pensado que eu morri pelo tanto de tempo que eu passei sem postar ou entrar no Nyah. Bem, não morri e estou vivinha. Peço mil desculpas a todos aqueles que leram minha fic, aos que desistiram de ler por causa da demora e aqueles que pensaram em ler mas desistiriam ao ver que não posto faz tempo. Queria agradecer pelas mensagens de vocês, que me estimularam a voltar pra cá. Eu tive passando por muitos problemas esses últimos meses, tanto pessoais e familiares, como de escola e de criatividade. Mais uma vez, mil desculpas. Sei que vocês devem ta pensando que sou muito irresponsável por deixar de escrever assim, e realmente, é assim que eu me sinto. Mas não posso fazer nada quanto a isso, então so me resta postar e esperar que ainda exista alguém disposto a ler minhas fics. Isso mesmo, no plural. Hoje, estou oficialmente voltando a ativa e postando 1 capítulo de todas as minhas fics. Considerem como um pedido de desculpas e um desejo de que todos tenham um carnaval maravilhoso.
Infelizmente, eu entrei no 3º ano do Ensino Médio e como vocês devem saber, a vida é dureza. Só tenho tempo de escrever nos finais de semana e é muito pouco tempo, pois tenho que estudar também. Então, eu não sei quando vou postar de novo.
Bom, espero que consiga atrair os meus velhos leitores de volta e conseguir novos. Obrigada pela consideração e por não terem desistido de mim.
Beijos e aproveitem!



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…:Amu POV:…

- Amu… Para com isso.

- Hã? – olho para a Utau, que me olhava com o mesmo olhar. O olhar de tristeza e preocupação.

- Para de se culpar sobre o Ikuto. Não é culpa sua se ele é um idiota.

- é mesmo, Amu! Se ele não gosta mais de você, é ele quem está perdendo!

- Mas eu…

- Amu, a culpa não é sua. Nunca foi. Se vocês terminaram, então era para ser assim. Vai ver, ele simplesmente não era o cara certo para você.

- …aposta. – murmuro, lembrando da razão de toda a minha tristeza. Não estou triste por ele ter terminado comigo. Okay, eu estava antes. Muito triste. Ele é… era muito especial para mim. Conseguia me entender melhor do que ninguém, assim como o Kyou. Eu pensei que seria ele quem finalmente me faria feliz. Mas então ele disse que era tudo uma aposta. Que só queria me levar para a cama. E não, não é isso que me entristece. Mas sim porque eu não fui boa o bastante para fazer ele se apaixonar de verdade por mim. Porque não consegui fazer ele gostar de mim. Eu sei que não sou tão bonita assim, nem tão talentosa. Sei que há muitas garotas melhores do que eu por ai. Mas eu pensei que… eu tinha conseguido alguém que gostasse de mim. Que realmente se importasse comigo e que não sentisse apenas pena de mim. Mas parece que me enganei.

- …okay? – olho para a Utau, sem entender. Ela tinha falado alguma coisa? – Amu… você não escutou nada do que eu disse, não é?

- D-desculpa.

- Olha, não adianta nada ficar ai pelos cantos, chorando. Se ele não gosta de você, pronto. Deixa isso para lá. Seja forte e supere isso. Mostra para ele quem a Amu é de verdade. Mostra para o meu irmão que você não precisa dele para viver. Minha melhor amiga faria isso. E sei que, dentro de todo esse sofrimento no seu coração, ela ainda está ai. A Amu forte, corajosa, engraçada e gentil que eu conheço.

- É isso ai, Amu! – Rima sorri para mim – Eu, a Utau e até mesmo os garotos estamos do seu lado! Se você cair no meio do caminho, nós vamos te ajudar a levantar! Somos melhores amigas!

- Rima… - sinto meus olhos se encherem de lágrimas e sorrio – Obrigada.

~Uma semana depois~

…:Normal Pov:…

- Vai! Vai! – um garoto de cabelos castanhos grita, correndo atrás dos amigos.

- Por ali, Ikuto-nii-san! – Tadase grita, acompanhando Kukkai pelo lado esquerdo.

- Por que ele está fugindo?! – Nagihiko grita, correndo atrás do vulto preto, que se esgueirava pelos becos de Tokyo como um gato andarilho. Era como se ele soubesse exatamente onde estava cada coisa na cidade e cada pessoa.

- Calem a boca! – Ikuto grita, virando no beco e batendo em algumas caixas, se desequilibrando. Mas ele não cai. Simplesmente recupera o equilíbrio e continua correndo atrás de seu alvo. BlackWhite.

- Porcaria! – Kukkai resmunga, pulando algumas latas e dobrando a direita, saindo em uma rua que, a luz do dia, era altamente movimentada, mas agora, a uma da manhã, não tinha uma pessoa andando. Apenas os quatro e ele.

- Tadase! Vá por ali! Kukkai, Vá com ele! – Nagihiko avisa os dois, que dobram a esquerda, entendendo o plano.

Alguns minutos depois, BlackWhite estava encurralado. Kukkai e Tadase de um lado e Ikuto e Nagihiko do outro. O misterioso lutador não parecia nem um pouco preocupado, apenas olhava de um lado para o outro, esperando.

- Finalmente. – Ikuto quebra o silêncio – Finalmente peguei você. Depois de fugir tanto de mim, finalmente peguei você. Covarde.

Bw virou o rosto mascarado para Ikuto, encarando-o fixamente. Então ele apontou para si e fez um sinal de não. Apontou para Ikuto e balou a cabeça afirmativamente, como se chamando-o de covarde.

- Eu sou covarde? – Ikuto riu, aproximando-se dele – Não sou eu quem fujo de qualquer garotinho que me desafia para uma luta. Você não é um lutador. Não merece o título de Rei. É só um idiota querendo bancar o poderoso.

Aconteceu em alguns segundos. Num momento Ikuto estava insultando-o e no outro estava no chão, com BW em cima de si, sua mascara a centímetros de seu rosto.

- O covarde aqui é você, Ikuto. – ele escutou a voz abafada e olhou surpreso para a pessoa em cima de si. Como ele sabia seu nome?

De repente, BW pulou para o lado, evitando o chute de Nagihiko, que viera para proteger Ikuto.

- Você está bem? – ele pergunta, mas sem tirar os olhos de BW.

- Ótimo. Vamos acabar logo com isso. – Ikuto se levanta, olhando com fogo nos olhos para BW – Hoje é o dia em que o Rei morre.

…:Rima POV:…

- E então, Amu? Como foi seu encontro com o Kazuma-kun? – sorrio para ela, e incrivelmente ela sorri de volta. Parece que a Amu que conhecemos está voltando. Aos poucos, mas está voltando.

- Foi incrível! Ele me levou para um jardim super bonito e nós conversamos durante a noite inteira. Só…

- O que? – Utau e eu nos olhamos, preocupadas. Será que eles também tinham brigado?

- Eu meio que lembrei do Ikuto e acabei chorando. Mas ele foi gentil comigo, me abraçou e me confortou. Eu me sinto bem melhor depois de ter falado com o Kazuma-kun.

- Hmm… Talvez você já está apaixonada por ele! – brinco, rindo ao ver o rosto vermelho dela.

- Cl-claro que não! Kazuma-kun é só o meu melhor amigo!

- Mas ele gosta de você, Amu. Você devia dar uma chance a ele. Quem sabe dessa vez não funciona.

- Rima-chan… - escuto uma voz gentil e me viro, sorrindo.

- Nagihiko! – me levanto, pronta para abraçar ele, mas me assusto ao ver Tadase e Kukkai atrás dele. Não me assustei por eles estarem ali, mas pelo estado da cara deles.

- Kukkai?! O que houve?! – Utau se levanta, correndo para ele e tocando seu rosto, que tinha alguns ferimentos. Olho para a Amu, que estava cuidando do Tadase, seu rosto completamente concentrado nele.

- Nós meio que levamos uma surra ontem. – Kukkai admite, sorrindo sem graça.

- Uma surra? De quem? Vocês nunca perderam antes! – digo, olhando para o Nagihiko, que simplesmente sorri.

- BW.

- Sinto muito. – olho para a Amu, que olhava para os três com preocupação e tristeza.

- Está tudo bem, Amu-chan. Não é como se fosse culpa sua.

- Ele… O I-Ikuto está bem? – ela pergunta bem baixinho, mas todos nós escutamos.

- Estou ótimo. – me viro ao escutar a voz arrogante do idiota que quebrou o coração da Amu e arregalo os olhos ao ver o estado dele. Caramba, eles levaram uma surra mesmo! Olha pro estado dele. Boca cortada, curativo na testa, no braço e pelo jeito que ele ta em pé, deve ta machucado para caramba na barriga ou no peito dele.

- I-ikuto! – Amu dá alguns passos para frente, mas para, recolhendo sua mão de volta para perto de seu corpo. Nossa, ela deve estar se sentindo horrível ao ver ele assim e não poder nem mesmo falar direito com ele.

- Vamos logo. Eles estão esperando. – ele fala, ignorando a Amu completamente.

- Vejo você mais tarde, okay, rima-chan? Passo na sua casa de noite. – Nagihiko me da um beijo rápido e sorrio. Vou cuidar dele de noite.

- Okay.

- Tchau Amu-chan, Utau-chan. – eles se despedem e quando já estão saindo da sala, Amu corre, segurando a mão de quem eu menos esperava.

- Você não deveria lutar com alguém mais forte que você, Ikuto. – ela fala, seu rosto completamente sério.

- Não é da sua conta com quem eu luto.

- Não, não é. Mas se lutar, vai perder. Algumas vezes, fugir não é ser covarde, mas estar simplesmente pensando no seu ou no bem dos outros.

Por que ela está dizendo isso para ele? É bem feito para ele depois do que fez com a Amu.

- Você sempre irá perder se lutar sozinho, Ikuto.

Ela soltou o braço dele e voltou para sua cadeira, ignorando os olhares de todo mundo, inclusive os do Ikuto, que pareciam mais intensos do que deveriam. Será que… Não, não é possível. Devo estar imaginando coisas.

Observo eles desaparecerem pelo corredor e volto a me sentar, olhando para a Amu e pensando no que aconteceria se o que imaginei fosse mesmo verdade.

…:Nagihiko POV:…

- Ela estava bem preocupada com você. – digo, olhando para ele, mas sou ignorado. Bem, não é como seu eu estivesse esperando uma resposta mesmo.

- Ikuto-nii-san, mesmo que você não goste mais da Amu-chan, não deveria ser tão… maldoso com ela. Ela ainda gosta muito de você.

- Isso é o que você acha. – ele diz, e por um momento vejo o Ikuto ciumento que só existiu quando estava com a Amu-chan.

- O que? Você acha que ela já ta gostando de outra pessoa?

- Eu escutei a Utau falando sobre um tal de Kazuma antes de ontem. Vai ver é ele. – Kukkai diz e eu me contenho para não sorrir ao ver o rosto inexpressivo do Ikuto ficar por alguns milésimos de segundos com alguma expressão.

- Qual o problema de vocês? – ele se vira, nos olhando com raiva.

- Nenhum. O problema é com você. – digo e todos concordam, fazendo ele virar a cara e resmungar alguma coisa.

- Ah, é mesmo, esse corte ai na sua boca… Não foi do Bw não. – Kukkai diz, olhando para o Ikuto com curiosidade – Quem te deu esse murro?

- Ah… Foi o Kei-san. – Tadase responde no lugar dele, um pouco hesitante – Ele descobriu sobre a Amu-chan.

- Ah… Ele deve estar com muita raiva. Meio surpreendente ele ainda estar do nosso lado.

- Parem de falar sobre inutilidades e vamos logo. – vejo o Ikuto subir na moto, fazendo várias garotas suspirarem e gritarem por amor. Eu realmente acho isso muito ridículo. Nunca ficaria com uma garota que age assim só por ver alguém bonito.

- Vamos a guerra. – Kukkai da a partida na moto, sorrindo e nós sorrimos também. Se tínhamos algo em comum, era isso: gostar de se meter em confusão.

…:Amu POV:…

- Estou dizendo, Kazuma-kun, que estou bem! Mesmo! – repito pela milionésima vez para o telefone.

- Tem certeza? Se quiser que eu vá para ai…

- Você nem mesmo sabe onde estou! – rio.

- Posso descobrir em segundos. – ele fala como se estivéssemos atuando um filme de espionagem e eu rio mais ainda. É divertido falar com ele.

- Eu já estou indo para casa. Não se preocupe.

- Eh… Então você não quer me ver?

- O-o que?! N-não! Não é isso! Kazuma-kun, eu realmente gostaria de ver você agora, mas eu realmente estou cans… - paro de andar. O som de passos também para. Olho para trás, mas não vejo ninguém. Será que comecei a ficar doida?

- Amu-chan? Amu-chan!

- Hã?

- Você está bem? Parou de falar de repente. Aconteceu alguma coisa?

- Me desculpe, eu ligo para você depois!

- O q… - desligo a ligação, colocando o celular na bolsa e atravessando a rua.

 Está atrás de mim. Tenho certeza. Posso escutar os passos. Mas por que teria alguém me seguindo? Será que é algum fã maluco? Aruto-san disse que isso talvez acontecesse… Mas eu realmente não pensei que fosse acontecer.

- Oi, Hin… - me viro de uma vez, me preparando para lutar se fosse preciso.

- Kukkai! Você me assustou! – coloco a mão no peito, tentando me acalmar.

- Desculpa. Ei, ta tudo bem? Você parece meio…

- Ta tudo bem. Devia ser só a minha imaginação. – sorrio, resolvendo deixar para lá.

- O que?

- Achei que tinha alguém me seguindo, mas quando eu olhava para trás não tinha ninguém. – me assusto ao ver o rosto dele ficar de repente ansioso.

- Vamos, eu deixo você em casa. Minha moto ta bem ali. – ele segura minha mão e eu sorrio.

- Não precisa, é bem ali.

- Insisto. Utau me mataria se soubesse que deixei você andar sozinha na rua de noite.

- Bem, já que é para salvar você… - ele sorri e eu rio.

…:Anônimo POV:…

- E então? – olho para ele. Tenho muito respeito e admiração por ele, e é exatamente por isso que aceitei fazer isso.

- Está em casa. Souma-san a levou.

- Você a viu entrar em casa?

- N-não, mas…

- Eu disse a você para seguir ela! Ser a sombra dela.

- S-sinto muito, aniki. – olho para baixo, desapontado comigo mesmo.

- Esqueça. Amanhã, não saia de perto dela até ter certeza de que ela não vai mais sair de casa.

- A-aniki?

- S-sim?

- P-por que me mandou segui-la? – me assusto com o olhar intenso que ele me dá e recuo. Nunca vi esse lado dele.

- Ela é uma presa muito atraente. Não posso deixa-la andando por ai sozinha.

- O-oh. Ela é importante na guerra?

- De certa forma, sim. – ele se vira e eu relaxo – Pode ir. Não esqueça do que eu disse.

- Sim, Aniki. – faço um sinal de respeito e saio da sala.

Não sei porque, mas acho isso muito estranho. Se ela é uma presa, por que o aniki não a captura logo de uma vez? E por que ela é tão importante?

…:Kukkai POV:…

- Estou dizendo! Parecia que ela tinha visto um psicopata assassino!

- Vai ver era só um fã, afinal, Souma-kun, ela é muito famosa. – olho para o Tadase, furioso.

- Estou dizendo que não era isso! Tem alguém seguindo a Hinamori!

- E você veio me dizer isso porque… - olho para o Ikuto, me irritando mais ainda com essa cara dele de ‘to nem ai’.

- Ela era sua namorada! É impossível alguém parar de gostar de alguém em um dia!

- E se eu nuca gostei dela?

- Então você é mais tapado que uma porta. – retruco, cruzando os braços.

- Espere. Vamos voltar o assunto.  – Nagihiko diz, sentado na minha frente - Se a Amu-chan está sendo seguida… Não tem como. Para que alguém iria segui-la se não fosse um fã?

- Ele está certo. – Ikuto diz e eu me controlo para não dar um murro nele.

- Mas espere. Ela quem nos falou sobre a droga. Então, é bem possível que alguém tenha descoberto isso e agora queira saber o que ela sabe. – ainda bem que tem alguém inteligente aqui!

- Pensando por esse lado, Fujisaki-kun está certo. Talvez devêssemos avisar a ela ou protege-la de alguma forma. Lulu-chan ainda está furiosa comigo por causa de você, Ikuto-nii-san, não quero deixar ela ainda mais brava por a Amu-chan ter se machucado por nossa culpa.

- Não me importo com o que fazem, desde que não atrapalhe os planos.

- Você é um idiota. – resmungo, mas fico feliz por ele ter meio que aceitado a ideia do Tadase.

…:Aruto POV:…

- Amu-chan, vamos! Você tem uma sessão de fotos!

- Ah, okay!  Tchau, Kazuma-kun. – vejo ela sorrindo para o protagonista do drama, abraçando-o e correndo até mim. Ela não notou, já que estava de costas para mim, mas o rosto dele ficou vermelho. Ele gosta dela. E não sei se isso é bom ou não para ela. Por enquanto, acho melhor ela não se envolver com ninguém. Ainda está muito triste com o que aconteceu com meu filho.

- Você está bem? – pergunto, preocupado.

- Estou bem! – ela sorri para mim – Já passou um mês, Aruto-san, acho que estou melhor.

- Amu-chan, amor não é algo tão simples. Minha mulher morreu a anos e eu ainda a amo como no dia em que a vi pela última vez.

Observo ela abaixar a cabeça e vejo uma sombra de tristeza passando por seus olhos. Sorrio, passando a mão em seus cabelos. Sei muito bem como ela está se sentindo.

- Não sei se isso vai fazer você se sentir melhor, mas eu briguei com ele por você.

- O que?! – ela me olha, chocada, então ri – Não posso acreditar!

- Pois é. Ainda tentei botá-lo de castigo.

- Deu certo? – ela ergue uma sobrancelha, obviamente já sabendo a resposta.

- Não. – sorrio e ela ri.

- Não precisa se preocupar comigo, Aruto-san. Estou bem. Ah, tem uma coisa que eu queria perguntar…

- Claro. O que é?

- O I-ik… ele ainda está trabalhando com você?

- Surpreendentemente, sim.

- Mesmo?! – olho para ele, surpresa.

- Também fiquei surpreso. – sorrio e ficamos em silêncio por alguns minutos. Imagino se ela está relembrando os seus momentos com ele.

- Sabe Aruto-san, é nesses momentos em que eu duvido do que ele me disse.

- Como assim?

- Ele terminou comigo dizendo que nunca gostou de mim e que era tudo por causa de uma aposta, mas… se ele não gostava de mim, por que trabalhar para você? Quero dizer, ele fez isso para poder me ajudar a ficar mais tempo com ele, mas se não gostava de mim, por que fez isso? Trabalhar para alguém que odeia.

- Sabe Amu-chan, se tem algo que eu aprendi por ser pai dele, é que ele é imprevisível.

- Hmm… - ela suspira – Por que é tão difícil esquecer quem amamos, Aruto-san? Deveria ser igual um computador, só apertar delete e pronto.

- Assim não teria graça, não acha?

- Prefiro sem graça e sem dor.

- Mas Amu-chan, por que esquecer?

- Para eu não ficar triste para sempre!

- E para isso você deve esquecer até mesmo os momentos felizes que passou com ele?

- Eh?

- É muito fácil amar alguém, Amu-chan, mas é bastante difícil esquecer.

- Eu sei! – ela bufa, cruzando os braços e eu sorrio. Ela é tão fofa quanto minha mulher – Você não está fazendo sentindo, Aruto-san!

- Estou dizendo que não precisa você esquecer sobre esse amor para ser feliz novamente, Amu-chan. Guarde todas as memórias preciosas que fizeram juntos, e simplesmente vá procurar por um novo amor que a faça mais feliz do que esse. Não sou vidente, mas algumas pessoas demoram bastante para encontrar a pessoa certa. Enquanto isso, você não pode simplesmente se deixar abater por causa de um deles. Lute e mostre a si mesma que o amor faz parte de você, mas não você dele.

- Isso é confuso.

- Não se preocupe, com o tempo vai entender.

- Argh, sabe que odeio quando tenta dar uma de filosofo, não é?

- Sei. – sorrio ao ver a expressão frustrada dela – Não se preocupe, você vai conseguir. – abraço-a gentilmente e sinto ela corresponder.

- Obrigada, Aruto-san.

- Sempre estarei aqui por você, Amu-chan.

- Obrigada.

…:Utau POV:…

- Aqui, Amu. – entrego a ela um pedacinho de papel com o número de telefone que ela pediu.

- O que é isso? – Rima me pergunta, curiosa.

- O número do hospital e o enderenço.

- Hospital? Você está doente, Amu?

- Não. – ela sorri – Obrigada, Utau.

- De nada. Mas por que você precisa disso?

- É o meu Adeus.

- Hã?

- Está tudo bem se você não entendeu. – ela sorri misteriosamente, então se vira para mim – Vamos, conta tudo.

- Contar? O que?

- Ah, qual é Utau, eu sei que o Kukkai te chamou para sair.

- O q-que? – sinto minhas bochechas esquentarem e abaixo o rosto, envergonhada  - Como sabe?

- Fui eu quem disse a ele para fazer isso. – ela sorriu, como se fosse a coisa mais obvia do mundo.

- Gostei, Amu. – Rima sorri – E ai, Utau? Como foi?

- Divertido, eu acho. – falo, lembrando do que ele e eu tínhamos feito na noite passada.

- Você acha?

- É que… ele fica me desfiando para as coisas e eu acabo aceitando. Quando eu percebi já era tarde para caramba.

- Desafiando? – Amu ergue uma sobrancelha para mim, sem entender e a Rima ri.

- Ela e o Kukkai são competitivos. Ela diz que faz algo e ele diz que faz melhor. Ai ele vão discutir e depois competir para saber quem ganha. É sempre assim quando estão juntos.

Fico mais vermelha ainda ao ouvir a Amu rindo. Não tem nada de errado com querer ganhar.

- Bem, ao menos você se divertiu.

- Sim… - sorrio, então me lembro do que ele disse – A proposito, Amu, o Kukkai me disse que você… meio que estava achando que estava sendo seguida por alguém…

- Fofoqueiro! – ela exclama, me olhando como se a culpa fosse minha.

- Seguida? – Rima olha para a Amu, preocupada – É algum tipo de fã doido?

- Não sei. Só tive a impressão. Nem mesmo sei se tinha mesmo alguém me seguindo. – cerro meus olhos. É só impressão ou ela acabou de desviar os olhos? Ela sempre faz isso quando está mentindo.

- Espere! Foi o seguidor que machucou você?! – Rima se levanta de uma vez, apontando para a perna dela.

- O que? Não, eu cai. Além disso, acabei de dizer que não sei mesmo se tinha alguém atrás de mim.

- Você caiu? – olho para ela, sem acreditar. Ela ri embaraçada.

- Foi.

- Você é mesmo sem jeito. – Rima sorri e ela ri.

- Você está livre hoje, Amu? Vamos tomar um sorvete! – pergunto. Faz tempo que não saímos juntas.

- Desculpa, hoje não dá. Tenho que resolver uns assuntos. – ela sorri – Mas amanhã eu posso!

- Ótimo! Amanhã, então!

- Utau? – ela me olha com aqueles olhinhos de filhotinho.

- O que?

- Posso levar o Kazuma-kun?

- Então você quer levar seu novo namorado, hm?

- N-não! Ele não é meu namorado!

- Mas você quer que ele seja! – Rima e eu dizemos a mesmo tempo, rindo dela.

- Eu não! – ela grita, vermelha e nós rimos mais ainda. Finalmente ela está de volta ao normal.

~Alguns dias depois~

…:Ikuto POV:…

- Você está bem, cara? – olho para o Nagihiko, sem expressão.

- Ótimo. – respondo, sem me importar se ele acha se estou mentindo ou não. Todos eles tem estado assim. Achando que estou mentindo sobre qualquer coisa relacionada a Amu. E isso enche o saco.

- Eu falei com a Utau ontem e ela disse que aquele cara, que faz dramas… Como é mesmo o nome dele…?

- Kazuma. – respondo friamente.

- Isso! Ela disse que ele gostava da Amu-chan. E que talvez ela também gostasse dele. – sorrio sarcasticamente.

- Para alguém que vocês diziam me amar, ela superou bem rápido.

- Cara, já faz mais de um mês desde que você fez a maior burrada da sua vida.

- Ele está certo, nii-san. Deveria ficar feliz por ela.

- Não tem nada a ver comigo. – olho para a janela, me surpreendendo ao ver um grupo enorme de homens na entrada do colégio. – Ei, o que é aquilo?

- O que? O que? – o curioso do Kukkai é o primeiro a olhar pela janela. Levanto uma sobrancelha ao ver o queixo dele caindo.

- Aquilo com certeza não é nada bom. – Nagihiko diz, pensativo.

- Aquele não é o Akira-kun? – Tadase pergunta e eu olho melhor, vendo só a cabeça loira dele na frente de todos os outros. Espere, aquela é…

- Amu! – me levanto rapidamente, ignorando os outros e corro para fora da sala, descendo as escadas e saindo no pátio do colégio, vendo logo a minha frente o idiota do Akira, seus homens e a Amu na frente dele. Obviamente, todo mundo do colégio está a alguns metros de distância, só observando e esperando pela próxima fofoca.

Quando eles me veem, as garotas gritam e os garotos me olham com admiração. Eu ando calmamente até ficar a alguns metros atrás da Amu, dando tempo o suficiente para os outros me alcançarem.

- …dai! – escuto ela falar.

- Garota, você é muito ousada. Não sabe quem sou? – Akira sorri, provavelmente pensando em como ela era bonita.

- Sei. Você é o idiota que está bloqueando a saída do colégio. – ela cruza os braços, lançando um olhar irritado a ele.

- Akira. – me pronuncio, fazendo ele me olhar e os homens atrás dele entrarem em posição  de defesa.

- Ora, Tsukiyomi, finalmente. Estava me perguntando se tinha vindo mesmo para a escola. Achei que gostasse de brincar de estudante.

- O que está fazendo aqui? – Kukkai pergunta, olhando entre ele e a Amu.

- O que acha? Vim propor um acordo. Se bem que acabei ganhando uma bela distração enquanto esperava por você, Tsukiyomi.

- Amu-chan, venha aqui. – Tadase chama e ela finalmente nos olha. Seus olhos duram mais tempo em mim e eu simplesmente a encaro de volta.

- Você. Resolva isso.

- hã? – olho para ela, sem entender.

- A culpa é sua que ele está aqui, então tira logo ele do meio da saída. Tem gente aqui que tem que trabalhar.

- Como a culpa é minha? – respondo automaticamente, sem perceber que eu e ela estávamos discutindo como velhos amigos. Ou namorados.

- Ele disse…

- Meu nome é Akira. – o idiota fala, sorrindo para ela e eu fecho meus punhos, a raiva começando a me consumir.

- Eu disse que queria saber? Olha, garoto, eu tive um péssimo dia ontem. E hoje não foi um dos melhores. Então, será que dar para sair da minha frente? – ela o olha, com aquele olhar raivoso dela.

- Tenho algo melhor. Você vem até aqui e eu te dou uma carona. Quem sabe não vamos para um lugar mais privado? – ele sorri maliciosamente, passando um dos braços pelo ombro dela e de repente, estava no chão.

- Não me toque. – ela fala calmamente, um de seus pés no peito dele, prendendo-o ao chão – Conheço o seu tipo, Akira-chan. É o tipo que acha que o mundo gira ao seu redor. Já lidei com muitos de você, e acredite, você não é nada mais do que uma garotinho com medo de enfrentar o mundo e que se esconde debaixo da asa do papai. – ela se ajeita, passando a mão nos cabelos e sorrindo – Agora, se me dá licença. – ela se vira, dando as costas a ele e a mim e então passando pelos homens dos Dragões do Sul, que abriram caminho como se estivessem hipnotizados por ela.

Sorrio. Essa garota com certeza é algo.


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Notas finais do capítulo

Mereço reviews?