Na manhã seguinte acordei aconchegada ao Jasper. Abri os olhos e percebi que ele ainda se encontrava a dormir. Mexi-me cuidadosamente para não o acordar e levantei-me da cama, indo até à casa de banho. Tomei um banho rápido e depois fui-me vestir. Quando voltei para o pé da cama, o Jasper já estava acordado mas ainda deitado.

- Bom dia. – Disse baixando-me para lhe dar um beijo.

- Bom dia. – Respondeu ele, correspondendo ao meu beijo. – Foste tomar banho sem mim! – Resmungou ele.

- Estavas a dormir tão bem, não te quis acordar, Jazz. – Respondi, dando-lhe um beijo rápido nos lábios.

- Eu não me importaria, só queria tomar banho contigo. – Disse ele, acabando por me puxar para cima de si. Aconcheguei-me no corpo dele e descansei a minha cabeça no vão do seu pescoço. – Amo-te tanto, Lice. – Disse ele ternamente, enquanto me beijava carinhosamente a testa.

- Também te amo muito, Jazz. – Respondo suspirando e fechando os olhos. O colo dele era tão aconchegante que eu bem poderia voltar a adormecer ali. Ficámos um pouco ali em silêncio, até que ele me coloca ao seu lado na cama e levanta-se.

- Vou tomar um banho rápido para irmos comer, sim? – Perguntou ele indo em direção à casa de banho

- Está bem. – Respondi. Fiquei deitada na cama, à espera dele. Como disse, o banho foi rápido e em menos de vinte minutos já estava pronto para descermos para tomarmos o nosso pequeno-almoço. Comemos entre risadas e caricias. Estar com o Jasper desta maneira, sempre me alegrava e fazia ver-me o quanto eu o amava. Depois do pequeno-almoço, fomos até ao quarto, arrumar as poucas coisas que tínhamos trazido e saímos do hotel. Não iriamos já para casa, íamos passear um pouco e almoçar fora e só depois de almoço é que voltaríamos. Fomos até um jardim próximo e passamos lá a manhã a namorar, sentados na relva.

- Jasper, estive a pensar nestes dias. – Comentei enquanto me encontrava recostadas no peito dele.

- A pensar em quê? – Perguntou ele curioso.

- Bem, sabes que eu queria abrir uma loja, para vender as minhas roupas, não é? – Ele afirmou com a cabeça para a minha pergunta. – No outro dia falei com a Cynthia e ela disse-me que se encontrava desempregada. Ela trabalhava para o nosso pai e desde que eles discutiram que ela não trabalha mais para ele. Como ela tem um curso de administração e gestão, pensei em pedir-lhe ajuda para abrir a minha loja. O que achas? – Perguntei olhando nos olhos dele.

- Acho bem, se é isso que queres, vou-te apoiar. Será bom trabalharem juntas, acabarão por se aproximar mais. – Respondeu ele.

- No outro dia, soube que a loja que é ao lado da loja da Rose fechou e que estão a vender o espaço para abrir uma nova loja. Não é muito grande, mas não preciso de nada de muito grande por agora e assim ficava perto da Rose, para ela me poder ajudar um pouco, visto que ela percebe mais disto do que eu. – Comentei.

- Por mim tudo bem. Quando quiseres vamos ver o espaço para comprar, o que achas? De certeza que vais querer fazer algumas reformulações, certo? – Perguntou ele.

- Sim, falei com a Rose e ela incentivou-me a abrir uma loja de roupa para crianças. É o que eu mais gosto de desenhar e acho que pode dar certo. – Disse.

- Vai dar tudo certo, porque és imensamente talentosa, Alice. Vais ver que assim que abrires o negócio, ele vai começar a crescer exponencialmente. Eu acredito nisso.

- Espero que sim, sei que ao início possa ser difícil, mas eu não vou desistir, é o meu sonho! – Disse. Ele apenas me abraçou fortemente e eu voltei a recostar-me sobre o seu peito. Ficámos ali mais um pouco e depois fomos à procura de um sítio para almoçarmos. Ao fim de um bocado, encontrámos um pequeno restaurante e decidimos comer ali. Escolhemos o que queríamos no menu e depois ficámos à espera que viessem trazer a nossa comida.

- Como será que estão as nossas princesinhas e o Will? – Perguntei meio preocupada. Há muito tempo que não passava tanto tempo longe deles, principalmente do Will. Desde que ele nasceu que não passei a noite sem ele.

- Estão bem, Alice, não te preocupes. A tua mãe e a tua irmã estão com eles. – Respondeu o Jasper.

- Eu sei, mas é que faz tanto tempo que eu não passo tanto tempo longe deles. Custa um bocadinho. – Admiti sorrindo fraco. – O Will nunca passou a noite sem nós, Jasper. – Comentei.

- Algum dia, ele teria que passar Alice. Ele já está grandinho e já compreende as coisas. Ele está bem e daqui nada também já vamos voltar para eles. Não fiques assim agora, está bem?

- Está bem, Jasper. – Respondi.

- Mãe-galinha! – Brincou ele rindo um pouco. Tentei parecer séria, mas acabei por rir também. De seguida, veio a nossa comida e comemos numa conversa agradável. Estar com o Jasper era sempre bom. Depois de comermos a sobremesa e pagarmos a conta, fomos até ao carro e seguimos para casa. Apanhámos um pouco de trânsito mas dentro de pouco tempo chegámos. Saí do carro meio apressada e andei diretamente para a porta de entrada. O Jasper ficou para trás para tirar a mala do carro. Assim, que abri a porta apareceu-me o Will à frente.

- Mamã! – Gritou ele. – Estava com muitas saudades tuas! – Choramingou. Peguei-o ao colo e abracei-o fortemente. Também estava com saudades dele. – Já não vais mais embora? – Perguntou ele com o rosto pousado no meu ombro.

- Não, por agora não. Agora, vou ficar com o meu “reguilas”. – Disse fazendo-lhe cócegas na barriga. Ouvi a risada gostosa dele e sorri imediatamente. Senti o Jasper atrás de mim.

- Olá, papá! – Disse o Will ainda aconchegado a mim.

- Olá Will, tudo bem? – Perguntou o Jasper beijando a testa dele.

- Sim, só com saudades da mamã. – Respondeu ele sorrindo. O Jasper riu um pouco.

- Onde estão todos? – Perguntei.

- Na sala. – Respondeu o Will.

- E o que fazias aqui sozinho? – Perguntei curiosa.

- Estava à tua espera. – Ri-me um pouco e segui com ele ao colo até à sala. A minha mãe e as minhas princesinhas estavam as três no sofá a ver um filme na televisão. Estavam tão compenetradas que ainda não tinham dado pela nossa chegada.

- Olá mãe, olá princesinhas! – Disse da porta da sala.

- Mamã! – Exclamaram as duas ao mesmo tempo. Vieram as duas a correr e abraçaram a minha cintura.

- Olá, minhas lindas. – Disse beijando a testa de cada uma. – Tudo bem? Não chatearam muito a vossa avó? – Perguntei.

- Não. – Responderam as duas.

- O papá? – Perguntou a Liv.

- Estou aqui. – Respondeu ele entrando na sala. Elas foram as duas ter com ele e eu fui ter com a minha mãe. Sentei-me ao lado dela e aconcheguei melhor o Will no meu colo.

- Como é que eles se portaram? – Perguntei para a minha mãe.

- Lindamente. Não deram trabalho nenhum. – Respondeu a minha mãe sorrindo.

- A Cynthia? – Questionei, estranhando ela não estar na sala com a minha mãe.

- Recebeu um telefonema e saiu daqui a correr. Disse que me explicava tudo depois, mas até agora ainda não disse nada. Saiu ainda antes do almoço. Estou preocupada. – Disse a minha mãe.

- Vais ver que não é nada. – Tranquilizei-a.

A minha mãe ficou mais um pouco mas depois decidiu ir para casa. Também já se estava a fazer um pouco tarde e eu ainda tinha que dar banho ao Will e fazer o jantar. Para não falar que a Amber e a Liv também tinham que tomar banho, visto que tinham escola amanhã. Mal a minha mãe saiu de casa, dei um banho rápido ao Will e depois vesti-lhe um pijama quentinho. Chamei a Amber para vir tomar banho e depois desta acabar, chamei a Liv que como sempre demorou um pouco mais no banho. Assim, que ficaram todos prontos, deixei-os com o Jasper e fui fazer o jantar. Decidi fazer algo rápido, visto que não estava com grande paciência para cozinhar. Jantámos de seguida e depois de eles ficarem a ver um pouco de televisão, fui deitá-los. Amanhã, a Liv e a Amber tinham que acordar cedo. Estava a ver televisão com o Jasper quando a campainha tocou. Achei estranho, estarem a tocar a esta hora mas fui atender rápido para não correr o risco de tocarem outra vez e acordarem as crianças. Quando abri a porta, deparei-me com a Cynthia. Ela estava preocupada e chorava um pouco.

- Cynthia, o que foi? – Perguntei preocupada, puxando-a para dentro de casa. Fomos rapidamente até à sala e sentámo-nos no sofá.

- Alice, preciso de te pedir algo, sei que vai ser difícil para ti mas eu preciso de pedir sim? – Perguntou ela, assustando-me um pouco.

- Claro, Cynthia. Tentarei fazer os possíveis para te ajudar.

- Mesmo que isso, envolva doar parte do teu fígado para o pai? – Perguntou nervosa e torcendo um pouco as mãos.