Com a faculdade a minha vida passou a ser um pouco alucinante. Em casa, durante o dia, eu tinha de tomar conta da Liv e do Will e conciliar isso com os meus estudos. Eu estava a estudar a matéria que não tinha dado, todos os professores disseram que era importante, então eu estudava a matéria de dia e se tivesse duvidas, perguntava-lhes à noite. Como saía muito tarde da faculdade, mal via o Jasper durante o dia e isso entristecia-me. Durante este mês não foram as poucas vezes que eu pensei em desistir, mas o Jasper sempre estava lá nesses momentos e convencia-me sempre a continuar. Eu sei que o Jasper estava a sofrer tanto como eu, mas eu também sabia que ele queria ver-me a realizar um sonho. Ao fim de semana, ele ajudava-me a estudar e claro que tínhamos um tempo só para nós, visto que durante a semana, isso era impossível. Mas tirando todos estes senãos, eu estava a adorar o curso. Definitivamente, era aquilo que eu amava e que queria seguir. Eu adorava cada disciplina. Também já tinha conhecido algumas pessoas que estudavam comigo, mas não poderia dizer que tínhamos feito realmente amizade, falávamos de vez em quando. Eu estava mesmo a adorar estar na faculdade.
Nesta manhã, eu tinha acordado com o despertador do Jasper. Claro que eu estava cheia de sono, mas aproveitar para estar um pouco com ele. Era sempre bom. Não poderíamos estar muito tempo, visto que o Jasper tinha que ir para o trabalho e a Amber para a escola, mas deu para matar um pouco das saudades que tinha de ficar com ele.
- Vê se a Amber está melhor. Ontem, há noite quando eu cheguei, ela tossia um pouco. – Avisei-o. O tempo estava a ficar frio e húmido. – E não te esqueças de lhe mandar um fato de treino, ela vai ter desporto, hoje.
- Está bem, eu não me esqueço. – Disse ele acariciando a minha bochecha. – Agora, volta a dormir, estás exausta. – Disse ele. Eu apenas sorri e fechei os olhos, voltando a adormecer. Voltei a acordar, algum tempo depois, com o telefone a tocar. Levantei-me calmamente e fui atende-lo. Era a Esme. Ela queria perguntar se podia vir cá a casa. O Ray e a Amy estavam a pedir para vir brincar com a Liv. Claro que eu deixei. Adorava ver os meus sobrinhos, para não falar que poderia estudar um pouco mais sossegada, com a Esme aqui. Ela disse que estaria a vir, então fui-me vestir e de seguida acordar a Liv, que ainda dormia. Assim que ela ouviu que os primos vinham cá a casa, levantou-se logo. Vesti-lhe uma roupa confortável para ela andar a brincar. A seguir de ir ver como estava o Will, que ainda dormia, fui tomar o pequeno-almoço com a Liv que por sinal estava esfomeada. Eles acabaram por chegar, interrompendo o nosso pequeno-almoço.
- Bom dia! – Disse abrindo a porta.
- Bom dia, tia Alice! – Disseram o Ray e a Amy ao mesmo tempo. Dei um beijo na bochecha de cada um e depois disse que podiam ir ter com a Liv que ainda estava na cozinha a comer. Eles saíram a correr, ficando apenas eu e a Esme que tinha um Peter adormecido ao colo.
- Ele está tão grande. – Comentei. E estava cada vez mais bonito. Os olhos estavam num castanho muito vivo, o sorriso era simplesmente maravilhoso. A Esme apenas sorriu para mim e meteu-o no berço que estava na sala, para ele poder dormir mais descansado.
- O Will? – Perguntou já preocupada. A Esme era mesmo uma avó-galinha, se esse termo se aplicar a avós. Ela andava sempre preocupada com os netos e fazia de tudo por eles.
- Ainda está a dormir, mas deve estar mesmo a acordar. Está quase na hora de ele comer. – Informei-a. Ela apenas sorriu.
- Como estão as aulas? – Perguntou ela. A Esme era outra das pessoas que me apoiava incondicionalmente e que me ajudava muito.
- Vão bem. – Respondi. – A Esme não se importa de tomar um bocado conta deles, para eu ir estudar um pouco? – Perguntei meio envergonhada.
- Claro que não, querida! – Respondeu ela prontamente. – Vai lá estudar e não te preocupes, eu fico de olho neles. Se o Will acordar eu vou lá, deve haver biberão no frigorífico, não é?
- Sim, há. – Respondi. – Obrigada, Esme. – Agradeci. De seguida, fui acabar de comer e quando acabei, peguei nos livros e fui estudar. Embrenhei-me completamente nos livros e estudei imenso, já estava quase a par da matéria actual e isso deixava-me feliz. Estava quase a acompanhar a matéria. Assim que ia passar para o outro livro, o telefone começou a tocar, como a Esme estava lá fora com os netos, mesmo com o Will e com o Peter que já estavam acordados, levantei-me da cadeira e fui atender o telefone.
- Estou, sim? – Perguntei para a pessoa que me ligava.
- Bom dia, fala da escola primária de Portland. Estou a falar com a encarregada de educação da Amber Rose Brandon Cullen? – Perguntaram do outro lado.
- Sim, fala a mãe da Amber. – Respondi intrigada. O que seria que queriam? Nunca me tinham ligado da escola, quando queriam contactar os pais, mandavam um recado pelos alunos e a Amber mostrava-me sempre esses recados. – O que se passa? – Perguntei.
- A Amber vai a caminho do hospital. – O quê? Hospital? – Pelo que os paramédicos disseram, teve uma crise de asma grave. - Uma crise de asma? Mas ela tem estado tão bem! E ela tinha os medicamentos com ela. Ela sabia como reconhecer uma crise de asma e ela sabia que quando sentisse falta de ar para falar com um adulto para lhe dar os medicamentos. Ela sabia disso tudo. – Sr. Alice?
- Sim, estou aqui. Mas a Amber tinha os medicamentos com ela. – Comentei. Ouvi a pessoa que falava comigo a suspirar, como se eu tivesse mencionado algo que não devia. – E a professora sabe que a Amber é asmática e que tem os medicamentos com ela.
- Sim, o problema é que a Amber estava a ter a aula de desporto com outro professor. Claro que nós avisámos que a Amber tem asma, para ele ficar atento, e ele disse que ia. Mas não foi isso que aconteceu. A Amber começou com uma ligeira falta de ar e foi dizer ao professor, mas ele não ligou. Pensou que a Amber só não queria fazer a aula. Claro que era  um começo de uma crise e que só piorou com o continuo exercício físico, até que a Amber tinha muitas dificuldades em respirar e parou de fazer a actividade. Nesse momento a professora dela entrou no ginásio para ir buscar os alunos e viu a Amber apercebendo-se logo do que se estava a passar. A Sr. Golder ainda lhe administrou o medicamente mas não teve efeito nenhum. Chamou de seguida os paramédicos e a Amber foi para o hospital. – Explicou a pessoa do outro lado. – Claro que como directora desta escola, já mandei despedir o professor. Nós avisámos de todos os estudantes que precisavam de atenção especial e a Amber era um desses estudantes e o que ele fez, foi negligenciar. Não queremos professores assim, na nossa escola. – Disse ela. Eu ainda estava em choque, mas quando percebi realmente o que se estava a passar, queria desligar o telemóvel na cara da directora e correr para o hospital. A Amber estava no hospital, sozinha. – Sei que agora, está com pressa para ir para o hospital, por isso, propunha que falássemos depois. – Falou a directora compreensiva.
- Desculpe, mas quero ir ter com a minha filha. – Desculpei-me.
- Eu compreendo. Falemos depois.
- Está combinado. Muito obrigada directora. – Falei desligando o telemóvel. Coloquei o telefone em cima do móvel e corri lá para fora para falar com a Esme. Esta estava sentada numa manta que se encontrava na relva com o pequeno Peter e com o Will. Os meus sobrinhos e a Liv estavam a brincar no parque que tínhamos cá em casa. – Esme. – Chamei-a aflita, indo até ela. Ela percebeu o meu estado e olhou-me intrigada. – A Amber está no hospital. Preciso de ir para lá. Importa-se de ficar com eles? – Perguntei.
- No hospital? O que aconteceu? – Perguntou já extremamente preocupada, tal como eu estava.
- Crise de asma, grave. – Respondi, abreviando a história toda. O mais importante, agora, era eu ir para o hospital, para estar com ela.
- Claro, Alice. Vai, eu fico com eles, não te preocupes. – Olhei para ela preocupada. Custava-me deixá-la com dois bebés e mais três crianças. Era complicado de cuidar de todos ao mesmo tempo. – A Rose deve estar a chegar também. Ela só ia trabalhar de manhã. – Informou-me ela. Fiquei um pouco mais aliviada. Sorri nervosamente e despedi-me dela à pressa. Calcei-me, peguei na minha bolsa e meti-me dentro do carro para ir para o hospital. Dirigi o mais rápido que poderia e assim que estacionei o carro em frente ao hospital, subi para a ala pediátrica, onde a Amber deveria estar. Fui até à recepção e perguntei por ela.
- O médico já vem informá-la sobre o estado da Amber. Aguarde na sala de espera, se faz favor. – Disse a senhora que se encontrava na recepção. Sentei-me nervosamente numa das cadeiras e decidi ligar ao Jasper. Ele não deveria saber, ainda. As minhas mãos tremiam, por isso demorou um pouco até que conseguisse marcar o número correctamente. Assim que consegui, carreguei no botão de chamada. Ele atendeu prontamente.
- Alice! – Disse ele alegremente. – Que boa surpresa! – Disse ele. Se ele soubesse que a surpresa não era assim tão boa.
- Jasper. – Disse nervosamente. Ele percebeu automaticamente que algo se tinha passado.
- O que se passou? – Perguntou agora mais sério.
- A Amber está no hospital. – Disse. – Teve uma crise de asma, grave. – Notava-se o tom de nervosismo na minha voz. Ela falhava de vez em quando e era muito baixa. – Já estou no hospital, mas o médico ainda não veio falar comigo. – Expliquei-lhe.
- Alice, fica calma. Ela está a ser bem tratada. – Falou ele. – Estou a ir para aí, agora!
- Está bem. – Respondi. Nesse mesmo momento, vi o médico a vir na minha direcção. – Jasper, o médico vem aí, vou desligar. Até já. – Disse.
- Até já. – Desliguei o telemóvel e levantei-me para falar com o médico. De seguida, a pediatra da Amber apareceu também. Ela sorriu levemente para mim e pôs-se ao lado do outro médico.
- Doutores, como está a Amber? – Perguntou nervosamente.