- O que foi Dean? – perguntou Sam.- Nada Sam, vá dormir. – retrucou rispidamente Dean- Não posso dormir sabendo que você está tão perturbado. Fala, o que é? – insistiu Sam.- Sam, esse é meu último mês. – disse Dean com uma aparência triste.Sam permaneceu calado olhando para Dean. Tinha se esquecido que esse era o último mês de vida de Dean. Era também muito atordoante saber que seu irmão estaria morto no final do mês.- Vá dormir Dean, pare de pensar nisso. Também não me agrada saber disso. – disse Sam num tom de voz triste.- Não posso dormir, não consigo. Vou lá fora, preciso ter um tempo sozinho.  – disse Dean saindo do quarto do hotel de cabeça baixa.Ao sair do quarto do hotel, se deparou com uma linda mulher, com cabelos negros e olhos assustadoramente azuis, em um vestido branco deixando a brisa bater em seu rosto e balançar seus cabelos.- Excuse-me, miss? – Ele se aproximou.- Huh? – Ela virou-se para ele, com um sorriso tímido.Uma sensação extremamente nova tomou conta de Dean, algo que ele jamais havia sentindo antes, como se aquele momento tivesse um significado especial, algo que não pudesse ser explicado.- E-eh... – Dean falou com voz sumida.- Já parou para pensar em tudo o que está a sua volta? – Ela perguntou com um olhar preciso.- E como...- Já parou para pensar que antes que percebamos o tempo tira de nós tudo o que já foi importante um dia e que todos os nossos sonhos são perturbados pelas piores sensações?- O que quer dizer?- Huh. – Ela olhou para ele e deu um sorriso de canto. – Qual o seu nome?- Dean Winchester.- Claire Wyatt. – disse Claire olhando profundamente nos lindos olhos de Dean. – Você é um homem de sorte.- Oh, sério? – disse Dean dando uma risada sarcástica. – Belo suéter.- Obrigada. Veremos-nos mais vezes, Dean. – Ela respondeu como se estivesse segura do que poderia acontecer.Dean voltou para o quarto, com um olhar confuso.- Dude... Estou com fome. Vou ver se acho algum lugar aberto. Quer algo? – perguntou Dean.- Não, obrigado. – Sam respondeu sério.- Qual é o problema, Sammy?- Nada, ok? – Levantou-se em seguida e seguiu em direção a varanda. – Estou subindo pelas paredes, vou tomar um ar.Dean saiu em seguida para ver se a lanchonete do hotel estava aberta. Sam estava de olhos fechados, pensativo, na tentativa de encontrar alguma resposta para tudo o que está acontecendo a sua volta. Então, voltaram todas as perguntas que tomavam conta de seus temores na infância. Foi interrompido quando sua atenção foi voltada para uma voz doce que acabara de chamar seu nome.- Sam Winchester. – Ela se aproximou.- Quem é você? – assustou-se Sam.- Mais dia, menos dia, nós nos veríamos. Pode chamar de Claire.- Não quero conversar. – Tirou a água benta de seu bolso.- Sam, eu não sou um demônio, longe disso. – Retrucou Claire olhando para a paisagem que via da sacada do hotel.- Então, quem é você, e o que quer?- Eu sou o Anjo da Guarda de vocês. – disse Claire olhando profundamente nos olhos confusos de Sam.- Pff! – Sam respondeu com uma boa gargalhada.- Do que ri?- De todas as coisas que eu cheguei a pensar que iriam me aparecer, a última, era um “Anjo da Guarda”! Não pensa que me engana!- Eu estou falando a verdade. Estou aqui para proteger vocês. Eu estou com vocês desde o seu nascimento. Estive ao seu lado em todas suas caçadas, passos, cada segundo, eu sempre estive ao lado de vocês, em cada momento de suas vidas.Um silêncio constrangedor tomou conta da varanda naquele momento, o único som era o do vento que batia nas vidraças com força.- Você quer dizer que... – Sam foi interrompido.- Já são tantas as coisas que dão reviravoltas na cabeça do Dean, não o deixe mais confuso com isso. Só queria que você visse que não está sozinho.- Pare. Você quer que eu seja manipulado como um peixe num anzol e acredite em tudo o que você disse?- Sam, eu sou a única pessoa capaz de salvar seu irmão. É a única coisa que você precisa saber agora e só você. Tenho que ir.- Espere!Com um sorriso gentil ela apenas passou a brilhar, e em questão de segundos já não estava na frente de Sam. Sam não entendeu aquele ‘só você’ que Claire havia lhe dito. Porque Dean não poderia saber? Sam ficara tão intrigado com aquela estranha conversa com a moça, que decidiu nem tocar no assunto com seu irmão. Ficou parado na varanda olhando para o nada e todas aquelas perguntas que tinha em mente, parecia que lhe deixara mais confuso ainda.- Sam? – chamou Dean pondo sua mão no ombro do irmão. – Está tudo bem?- Ahn? Sim, claro! – disse Sam. – Vamos dormir. No dia seguinte, os dois pegaram na estrada. Ambos permaneciam calados até que de repente uma multidão de, pelo menos, 20 pessoas estavam paradas no meio da estrada. Dean parou bruscamente e os dois saíram do carro.- Hey, lamento ter de informar, mas... Vocês estão estorvando a passagem. – Disse Dean, com tom irônico.Ninguém respondeu.- Com licença, precisamos passar! – continuou Sam.Nada aconteceu.- Dean. – disse Sam numa voz um pouco assustada. – Acho que estão possuídos.- Você acha? – perguntou Dean, enquanto dava uma olhadela de canto para eles.Logo depois, todos saíram correndo em direção a eles, com uma fome para atacá-los. Apesar de estarem teoricamente prontos, sabiam que para vencer 20 demônios ao mesmo tempo precisaria muito mais do que um plano.- Parem todos! – gritou uma mulher em uma voz que estremeceu a todos.Claire começou um exorcismo em latim que era diferente da que Sam fazia. Na mesma hora, uma fumaça negra saiu da garganta das pessoas e todas caíram desacordadas no chão. Sam e Dean permaneceram imóveis, sem reação. Não estavam acreditando no que viram: um exorcismo rápido e prático. Inédito.

- Tudo bem, quem é você? – perguntou Dean assustado, mas Claire já havia desaparecido.