Percy POV’s

Eu tinha que anotar no meu caderno de bolso para me lembrar de nunca mais morrer esmagado, a dor era excruciante e a morte era lenta.

Quando finalmente minha forma espectral chegou ao Elísio (ser o queridinho do Hades tinha suas vantagens, tipo nunca ir parar nos campos de punições) resolvi arranjar um jeito de materializar meu corpo no mundo inferior, pois se eu revivesse na montanha, morreria de novo esmagado.

Fui deslizando pelos caminhos floridos da Elísio, até que eu topei (ou atravessei?) alguém que disse:

- Olhe por onde anda! – disse uma voz que eu reconheci com um arrepio.

- Clarisse? – eu disse apertando a vista, pois era difícil olhar para um espectro.

- Percy? – ela disse como se tentasse me reconhecer – O que faz aqui?

- Eu morri – eu disse com simplicidade, mas de repente uma idéia me iluminou – Você pode me fazer um favor?

- Depende – ela disse num murmuro.

- Ache a alma de Luke Castellan e a de Charles Beckendorf, e me encontre aqui daqui a pouco – eu pedi, enquanto traçava um plano mental.

- Para que? – ela perguntou com o cenho franzido, até seu rosto abrir um largo sorriso, acho que até uma filha de Ares pode deduzir minhas ações.

- Para armar uma traquinagem que vai fazer todo o nosso mundo se lembrar que eu existo e em meus plenos poderes – eu disse piscando para ela.

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Annabeth POV’s

Apesar dos pesares, tivemos que acatar o pedido do Percy, e como ele havia sugerido, a abertura aberta porHíperion era um jeito mais rápido de subir montanha acima, e apesar de sentir pena de deixar o Percy em um estado tão deplorável, mas não pude deixar de me sentir bem quando finalmente saímos daquela montanha, longe da umidade, dos fungos e dos morcegos.

Usando o celular, chamamos o serviço de resgate, e depois de inventarmos uma historia qualquer sobre expedição de acampamento que deu errado, conseguimos uma carona aérea para fora daquele lugar.

Dessemos na área urbana mais próxima, e por falta de boas opções, nos arriscamos a pegar um avião para Long Island, já que os jatos militares não estavam disponíveis no momento, é o modo mais rápido de viajar.

Pelo visto os Titãs haviam chamado de volta para a base todos os seus monstros, pois tivemos uma viajem anormalmente tranqüila, e um desembarca igualmente calmo, Quando descemos em Long Island, resolvemos mandar uma mensagem para o acampamento, para pedir que Argos viesse nos buscar, era melhor não abusarmos da sorte.

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Percy POV’s

Eu deslizava silenciosamente pelos Campos Asfodélos, tentando conter minha animação.

Apesar de que fazer aquilo me trazia uma nostalgia bem desagradável, me fazia recordar o tempo em que eu era uma criança boba e apaixonada, mas valia a pena pela diversão.

Saltei os muros do Erebo, e caminhei até encontrar o rio Cócito, onde no meio dele ficava a residência de Tânatos, a personificação da morte.

Aquele rio tinha uma forte correnteza, mas tinha um vau para se atravessar e não era letal como o Stix, mas era deprimente atravessa-lo, pois enquanto se caminhava você podia ouvir as lamentações das pessoas quando morreram.

A residência de Tânatos era uma enorme construção de mármore, que se assemelhava a um castelo medieval em miniatura, com pequena torrinhas.

Escalei com muitíssima facilidade a parede do “castelinho”, com alguns pulos eu alcancei a torre mais alta ( que ficava a uns 4 metros do chão) e consegui entrar pela janela aberta.

A cena que eu encontrei lá dentro era idêntica a que eu havia encontrado a 3000 anos atrás: Tânatos dormia tranquilamente em seu leito, sua enorme foice de ferro estava apoiada próxima a cabeceira.

Aquele era o momento mais critico e excitante (no bom sentido), estendi minha mão lentamente, agarrei o cabo da foice e a levantei lentamente, e saia pela janela, dando uma cambalhota que modéstia a parte invejaria um acrobata profissional, quando aterrisei no chão de novo, me preparei para usar a técnica milenar de correr pra caralho. 

O motivo era que Tânatos era uma criatura estranha: Ele dormia varias vezes por dia, mas por curtos períodos de tempo.

Passei voando pelos portões do Elíseo, e não demorei para encontrar Clarisse, que pelo visto tinha cumprido o pedido que eu havia feito para ela.

- Olá Percy – saudou Luke, por sorte ele não havia ficado ressentido por eu não ter impedido a morte dele.

- Olá para os dois – eu disse antes que qualquer um pudesse dizer qualquer coisa – Vamos pular as perguntas recíprocas, eu só tenho uma pergunta: Estão satisfeitos com a morte?

- Bem...

- To falando no sentido literal – eu disse apressado olhando para os lados – Eu estou a fim de aprontar um pouco, então eu afanei a foice de Tânatos e pretendo ressuscitar os primeiros idiotas que aceitarem!

- E tão simples assim? – perguntou Luke desconfiado.

- Enganar a morte é fácil – eu disse me golpeando com a foice, imediatamente meu corpo se rematerializou – Você só precisa ter coragem suficiente ou ser estúpido o suficiente.

- Você é qual dos dois? – perguntou Clarisse acidamente.

- Eu sinceramente não sei, mas e então, topam?

- É claro – disseram os três em uníssono.

Atravessei os espectros com a foice, e logo as formas espectrais começaram a se tornar substanciais, quando um som semelhante a um trovão sacudiu o submundo.

- Fudeu – eu observei – Sigam para o leste em linha reta, lá tem uma saída que leva a New Jersey, voltem para acampamento, mas cheguem de maneira sutil, ou vai rolar uma serie de ataques cardíacos de susto.

Eles ainda pareciam perplexos demais com aquilo, o que era muitíssimo engraçado, três pessoas pálidas, vestindo mantos negros, e com expressões levemente obtusas, mas consegui controlar o riso quando vi alguns ghouls de segurança se aproximando.

- Vão! – eu disse agitando os barcos, então eles “acordaram” e começaram a correr, Charles e Luke apertaram a minha mão em agradecimento, e para a minha mega surpresa, Clarisse me deu um abraço antes de sair correndo também.

Ser abraçado por uma filha de Ares recém ressuscitada é sem duvida a coisa mais bizarra que existe no mundo, então eu ainda estava meio confuso quando os ghouls de segurança me cercam.

- Calma, caras – eu disse embaindo a foice – Sem violência, eu conheço o caminho.

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Thalia POV’s

Ficamos algum tempo esperando no aeroporto, mas assim que Argos chegou, se dirigiu imediatamente a nós, eu suponho que tantos olhos eram úteis para encontrar alguém em um ambiente cheio.

- Olá Argos – eu disse o cumprimentando, ele respondeu com uma aceno de cabeça, o que não era surpresa, já que ele nunca falava nada – Já podemos ir?

Ele assentiu e fez sinal para nós o seguirmos, o acompanhamos até o estacionamento do aeroporto, e lá estava parada a van do acampamento, mas quando abrimos a porta da van tivemos a surpresa de ver que Quíron estava lá ( usando sua cadeira de rodas mágica).

- Quíron? – disse Annabeth entrando na van, e entrei logo depois dela – O que você está fazendo aqui?

- “Oi, como você está” seria o melhor jeito de cumprimentar alguém – ele disse sorrindo – Mas... deixando isso para lá e respondendo sua pergunta, eu vim para saber sobre a missão de vocês, é claro.

- Essa missão foi das perigas – ela comentou se encostando melhor no banco – Mas no modo geral foi interessante...

Então a Annie começou a narrar nossa missão de modo bem completo, eu apenas fiquei ouvindo e fazendo comentários marcantes e necessários para deixar a historia completa, Quíron ouviu tudo em silencio, e só quando ela terminou que ele perguntou:

- E onde está o Percy?

- Caramba, você gosta tão pouco do garoto que só agora percebeu que ele não está presente – eu perguntei rindo.

- Não tenho nada pessoal contra ele – disse pensativo – Simplesmente desaprovo os conceitos dele sobre... Tudo.

Era um bom ponto de vista.

- Bom... na última vez que o vimos ele estava enterrado vivo em uma montanha.

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Percy POV’s

Os ghouls “policiais” me conduziram para a fortaleza de Hades, então eu pude respirar aliviado, meu tio Hades nunca ficava zangado comigo, dizia que eu parecia muito com ele (era um pensamento bem estranho).

Entrei na sala do trono e lá estava ele: Sentado em seu trono de ossos, me encarava com um olhar zombeteiro e um sorriso torto, eu ia começar a falar quando ele disse:

- Tânatos está furioso com você – ele disse com um riso – Ser enganado duas vezes...

- Ele é descuidado – eu disse enquanto andava pela sala, as paredes era decoradas com armas históricas.

 - Posso saber o motivo dessa vez? Se você disser que gostava dos caras, eu juro que você larga de ser meu sobrinho favorito!

- HaHA – eu disse com ironia e peguei uma escopeta na parede – Digamos que eu estou meio esquecido, preciso de uma reputação melhor, ou pior, interprete como quiser.

- Como assim?

- A ultima vez que eu fiz algo que todos julgam impossível, em vez de atrair fama e alguma gloria para mim, só inspirei pena e compaixão nos outros, e algumas piadas sobre cornos - eu disse lhe lençando um olhar fulminante antes que ele começasse a rir.

- E você acha que revivendo alguns semideuses vai ajudar a sua fama? – ele perguntou zombando.

- Se prestar mais atenção na historia, veria que eu fiz isso pela simples futilidade de querer ser lembrado, isso vai fazer os outros lembrar que eu sou um bad boy não o garoto bonzinho que salva o traseiro dos Olimpianos.

- Um bom plano – ele concordou – Mas acho que roubar a mulher do meu irmão do Raio pode ser mais instantâneo.

- Não me de idéias – eu ralhei – Agora finja que está me dando uma bronca, assim Tânatos fica contente, depois disso tenho muito o que fazer, e VOCÊ vai me ajudar.

- E o que seria isso, sabe minha agenda está tão lotada... – ele disse com um sorriso irônico.

- Vai me fornecer um exercito, acho que vou dar uma mãozinha para o meu pai...