Divirta-se.

Narrado por Yago.

Finalmente chegara o sábado. Eu estava realmente ansioso hoje, minha meta era ficar com a Elisa. Só que essa meta eu pretendia continuar. Não só hoje. Estava querendo ter algo produtivo com ela. Esperava só Tamires aparecer, ela ficou de se arrumar aqui em casa. Desde o acontecimento com o Michel ela não apareceu por aqui. Mas sabia que ele fazia ligações para ela. Campainha tocou. Corri.

- Rápido vamos! – eu falava rápido vendo-a na porta e peguei-a pelas mãos.

- Olá. – Michel piscou quando nos passávamos pelo corredor. Ela apenas soltou um beijo no ar.

- Mongolóides. – bufei.

- Ei, loirinho ta nervoso? – disse sentando na minha cama.

- Claro. Hoje eu com certeza ficarei com ela. - Eu sorri.

- Boa sorte. – ela me sorriu.

Tomei meu banho, escolhi minha roupa com a ajuda da Tamires. Vestir uma bermuda jeans, Sapato branco da Quix e uma blusa com listras horizontais, preta e branca, com mangas até o punho. Empurrei-as até meu cotovelo. Sai do banheiro.

- Acho que você recebeu uma mensagem. – falou ela passando delineador nos olhos.

Fui olhar. Mensagem da Elisa.

“Mil desculpas, não vai dar para eu ir. Depois explico para você. Divirta-se.”

- Ela não vai mais Tamis. – falei com a minha voz falha. – Eu também não irei.

- Tem certeza Yago? – ela suspirou. – Você precisa ir. É uma festa do seu amigo, aliás, você não tem nada com ela. Vocês não nasceram grudados.

- Acho que você tem razão.

- Aliás, estou pronta.

Ela estava com um short colado, um salto alto e uma blusa vermelha, que combinava com sua pele. De salto bem alto. Maquiagem perfeita e um cabelo meio ondulado.

- Está linda Tamires. – sorrir de canto

- Acho que está aprendendo! – ela sorriu para mim.

Yan estava nos levando. Fui na frente. Ficou Michel e Tamires estavam no banco de trás. Michel estava sussurrando coisas ao seu ouvido, ela correspondia. Yan olhava com reprovação pelo retrovisor do carro. Na festa os dois saíram de mãos dadas e foram dançar juntos.

- O que você acha sobre isso? – Yan perguntou pra mim ao sair do carro.

- Ela que sabe o que faz da vida dela. – Bufei.

Ele apenas me olhou e entrou na festa. Procurou amigos. Eu entrei aos poucos. A festa já tinha começado há um tempo. Podia perceber já algumas pessoas bêbadas. Fui para o bar improvisado que Guilherme mandou fazer. Sentei e pedi para o garçom me fazer a sua especialidade. Ele me fez um que eu não soube distinguir. Tomei aos poucos e observei as pessoas que estavam ali. Higo estava com quatro meninas dançando até o chão ou algo parecido com isso. Caio estava dando em cima de Melissa que corava frequentemente. Yan estava agarrando Edine. Guilherme não estava por lá. Alisson e Mabel conversavam em um canto reservado. Voltei a dar atenção ao meu drink. Vi uma garota sentando ao meu lado. Não a conhecia.

- O mesmo que ele. – ela sorriu pra mim.

Arqueei uma sobrancelha.

- O que faz um rapaz do seu porte, está aqui sozinho? – ela falava devagar.

- Mulher. – tomei um gole.

- Sabe o que pode te ajudar? – ela se aproximava maldosamente.

- O que? – percebia seu interesse. Sorri de canto.

- Outra mulher. – Ela brincou com o meu cabelo.

- E o que essa outra mulher, pode fazer por mim? – sussurrei em seu ouvido, dando uma mordida de leve.

- Tudo que você quiser.

Ela me deu um selinho, como um pedido de entrada. Deixei-a fazer o que quisesse comigo. Arrastei-a para dançar.

Acho que estava ficando alterado depois de várias doses de bebidas diferentes, não sabia ao certo o tanto que eu tinha bebido. Com certeza muito. Nem quantas meninas eu já tinha pegado. Estava com uma menina desconhecida naquele momento em que eu a vi. Estava me observando de longe. Fui a sua direção deixando a outra garota sozinha.

- Não chegue perto. – falou ela sem deixar suas lágrimas escapar.

- Elisa, você veio? – eu sorria.

- Ainda não sei por que eu vim.

- Ver-me.

- Você é tão idiota ao ponto de perceber do que está fazendo? – Ela sussurrava, não queria chamar atenção.

- Não, deixa de ser besta garota. Vamos dançar. – peguei em seu punho.

- Idiota. Por um momento eu pensei em você. Como – ela procurou palavras. – como gente.

- Quem mandou você não vim? – soltei seu braço.

- É melhor eu conversar com você, quando estiver sóbrio.

Ela deu as costas e saiu. Não fui atrás dela. A garota que eu estava ficando tinha chegado até a mim. Não sei o que aconteceu. Eu não liguei. Continuei o que estava fazendo.

Do resto da noite só me lembro eu deitando na minha cama.