Sabem algo que eu descobri? Quando mais você quer que tenha um baita dum congestionamento, ele insiste em não existir. Ainda mais no interior. Fala sério! Será que não dava pra eles agirem que nem em capital e decidir sair todo mundo junto na mesma hora pra criar pelo menos um mini congestionamento?

Desci do ônibus e sai me arrastando pelas ruas e virando as esquinas como se tivesse horas e mais horas sobrando para chegar ao colégio, o que não era um fato.

Quando virei a terceira esquina, odiei o fundador do colégio por construí-lo tão próximo ao ponto de ônibus fazendo com que eu chegasse mais rápido do que gostaria á sessão de tortura que teria de aturar hoje por vários motivos:

1°: É uma completa humilhação me verem vestida que nem uma prostituta.

2°: A Sharon está querendo me matar.

3°: Eu não quero sequer olhar para a maldita cara do Jack.

4°: Eu odeio escola.

São poucos, mas suficientes. E nem pensem em dizer que eu estou sendo dramática demais, pois não estou. Vocês não têm idéia de como é tenso entrar num território perigoso comandado pelo inimigo (Sharon e seu clã) correndo o risco de ser apunhalada pelas costas á qualquer instante.

Pisei no chão do colégio um pouco indecisa olhando de um lado a outro, que nem naqueles filmes de espião sabe? Me senti a Cameron Diaz em As Panteras Detonando. Ta, eu sei. Momento hiper barango, mas enfim, ninguém é perfeito.

Após constatar que estava tudo bem, caminhei tranquilamente, mas ainda atenta, em direção ao meu escaninho para pegar meus cadernos e livros das aulas de hoje. Acreditam? Hoje eu estava com vontade de assistir a aula e prestar a atenção no que diziam os loucos denominados professores. Deve ser a droga do Jack que ainda está impregnada em mim e está me deixando perturbada, porque só assim para que eu queria assistir alguma aula, ainda mais com o horário escroto de hoje:

07:15 – 08:05 Matemática

08:05 – 08:55 História

08:55 – 09:45 História

09:45 – 10:50 Intervalo

10:50 – 11:50 Matemática

11:50 – 12:20 Biologia

Só de olhar aquilo me dava vontade de pular o muro do colégio e passar todos os horários vagando pelas ruas, ainda mais quando pisei na sala de matemática e encontrei com meu inferno particular sentado no meu lugar de costume e olhando-me de certo modo surpreso e fixando seus olhos em minhas pernas para logo dar um largo sorriso terrivelmente irritante.

Se não estivéssemos tão longe e se o Frankinstain não estivesse na sala, ele ia se ver comigo.

Olhei para os lados em busca de algum lugar longe daquele maníaco, mas, para cada lado que eu olhava, encontrava um tipo que conseguia ser duas ou mais vezes pior que Jack, então, após respirar fundo e fechar a cara, fui em direção á carteira onde se encontrava Jack enquanto bufava.

-Isso tudo é pra mim amor? –ele disse frisando a palavra final chamando a atenção dos alunos e do professor, fazendo-me corar e querer que o chão se abrisse naquele mesmo instante e me sugasse e jamais de devolvesse. Porque ele tinha de ser tão irritante?

-Amor uma pinóia. E vão cuidar das suas vidas, imbecis! –disse num tom um pouco mais alto fazendo com que os outros se assustassem e voltassem a fazer o que faziam antes. Menos mal, não queria sair batendo em todo mundo logo no dia em que eu tinha decidido ser uma garota aplicada.

-Quanta raiva nesse seu coraçãozinho. –Jack disse irritando-me mais do que já estava. Meu rosto ficou vermelho, não de vergonha, e sim de raiva. Jack que se cuidasse no intervalo, porque senão... Ai ai.