Nossa Felicidade. Nossas Escolhas escrita por Samara Cullen


Capítulo 9
8. Dando uma fugida part II




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__ Será que você pode parar de tentar adivinhar por favor? Você está errada. Emily não se importa com essa parte, é só que, bem, é um pouco cedo.

__ O que você quer dizer com cedo?

Jacob me olhou com os olhos apertados.

__ Tente não fazer julgamentos, tudo bem?

Eu balancei a cabeça cautelosamente.

__ Claire tem dois anos - Jacob me disse.

A chuva começou a cair. Eu pisquei furiosamente enquanto as gotas caíam no meu rosto. Jacob esperou em silêncio. Ele não estava usando casaco, como sempre; a chuva deixou uma trilha de pontos escuros na camisa preta dele, e encharcou o seu cabelo que estava pingando. O rosto dele estava sem expressão enquanto ele observava o meu.

__ Quil... teve um impressão... com uma garota de dois anos de idade? - eu finalmente fui capaz de perguntar.

__ Isso acontece - Jacob levantou os ombros. Ele abaixou pra pegar outra pedra e a fez sair voando através da baía. - Ou pelo menos isso é o que as histórias dizem.

__ Mas ela é um bebê - eu protestei.

Ele olhou pra mim com um divertimento negro.

__ Quil não vai envelhecer - ele me lembrou, com um pouco de ácido em seu tom. - Ele só vai ter que ser paciente por algumas décadas.

__ Eu... não sei o que dizer.

Eu estava fazendo o meu melhor pra não ser crítica, mas, na verdade, eu estava horrorizada. Até agora, nada sobre os lobisomens haviam me incomodado desde o dia que eu descobri que não eram eles que estavam cometendo os assassinatos como eu havia suspeitado.

__ Você está fazendo julgamentos - ele acusou. - Eu posso ver no seu rosto.

__ Me desculpe - eu murmurei. - Mas isso soa muito esquisito.

__ Não é bem assim, você entendeu tudo errado - Jacob defendeu o amigo, repentinamente veemente. - Eu ví como é, pelos olhos dele. Não ha absolutamente nada romântico nisso, não pra Quil, não por enquanto. - Ele respirou fundo, frustrado.

__ É difícil descrever. Não é como se fosse amor à primeira vista, na verdade. É mais como... ação da gravidade. Quando você vê ela, de repente não é mais a terra que está te segurando aqui. Ela te segura. E nada importa mais do que ela. E você faria qualquer coisa por ela, seria qualquer coisa por ela... Você se torna qualquer coisa que ela precisa que você seja, seja o protetor dela, ou um amante, ou um amigo, ou um irmão. Quil será o melhor irmão mais velho e o mais gentil que alguém já teve. Não existe um bebê que seja mais bem cuidado do que aquela garotinha será. E depois, quando ela for mais velha e precisar de um irmão, ele será mais compreensivo, confiável e presente do que qualquer pessoa que ela conheça. E depois, quando ela for adulta, eles serão tão felizes quanto Emily e Sam. Como Alexandre e Leah.

__ Claire não tem uma escolha aqui?

__ É claro. Mas porque ela não escolheria ele, afinal? Ele será o par perfeito pra ela. Como se ele tivesse sido inventado só pra ela.

Nós caminhamos em silêncio por um momento, até que eu parei pra atirar uma pedra no oceano. Ela caiu na praia ha muitos metros antes da água. Jacob riu.

__ Nós não podemos ser todos sinistramente fortes - eu murmurei.

Ele suspirou.

__ Quando você acha que isso vai acontecer com você? - eu perguntei rapidamente.

A resposta dele foi vazia e imediata.

__ Nunca.

__ Isso não é uma coisa que você pode controlar, é?

Ele ficou em silêncio por alguns minutos. Inconscientemente, nós dois caminhamos mais devagar, quase sem nos mover.

__ Não deve ser - ele admitiu. - Mas você tem que ver ela, aquela que supostamente foi feita pra você.

__ E você acha que só porque você não a viu ainda, que ela não está por aí? - eu perguntei ceticamente. - Jacob, você não viu muito do mundo, menos que eu, até.

__ Não, eu não vi - ele disse em uma voz baixa. Ele olhou para os meus olhos com olhos repentinamente penetrantes. - Mas eu nunca vou ver mais ninguém, Bella. Eu só vejo você. Mesmo quando eu fecho os meus olhos e tento pensar em outra coisa. Pergunte a Quil e Embry. Isso deixa os eles loucos.

Eu deixei os meus olhos caírem para as pedras.

Nós não estávamos caminhando mais. O único som vinha das ondas se batendo nas costas de rochas. Eu não consegui ouvir a chuva acabar com o seu ronco.

__ Talvez seja melhor eu ir pra casa - eu sussurrei.

__ Não! - ele protestou, surpreso com essa conclusão.

Eu olhei pra ele e os seus olhos estavam ansiosos agora.

__ Você tem o dia inteiro de folga, não tem? O sugador de sangue não vai estar em casa ainda.

Eu encarei ele.

__ Sem intenção de ofender - ele disse rapidamente.

__ Sim, eu tenho o dia todo. Mas, Jake... - Ele levantou as mãos.

__ Perdão - ele se desculpou. - Eu não vou ser mais assim. Eu vou ser Jacob.

Eu suspirei.

__ Mas isso é o que você está pensando...

__ Não se preocupe comigo - ele insistiu, sorrindo com alegria proposital, brilhante demais. - Eu sei o que eu estou fazendo. É só me dizer se eu estiver aborrecendo você.

__ Eu não sei...

__ Vamos, Bella. Vamos voltar pra casa e pegar as nossas motos. Você tem que andar na moto regularmente pra não perder o costume.

__ Eu realmente não acho que eu tenho permissão... Alem do mais esqueceu que estou grávida?

__ Ah Bella, o pequeno não vai sentir nada, ele deve ser mais forte do que você pensa... E de quem você precisa pedir permissão? De Charlie ou do sugador?

__ De ambos.

Jacob sorriu o meu sorriso, e de repente ele era o Jacob do qual eu mais tinha saudade, ensolarado e cálido. Eu não pude deixar de rir de volta. A chuva diminuiu, se transformou em um chuvisco.

__ Eu não vou contar pra ninguém - ele prometeu.

__ Exceto a todos os seus amigos.

Ele balançou a cabeça sobriamente e ergueu a mão direita.

__ Eu prometo que não vou pensar nisso. Eu sorri.

__ Se eu me machucar, foi porque eu tropecei.

__ O que você disser.

Nós andamos nas nossas motos nas estradas de La Push até que a chuva as deixou com muita lama e Jacob insistiu que ia desmaiar se não comesse nada rápido a verdade é que eu estava com você também, Aron já dera sinais desse fato. Acho que ele também se divertiu com as motos, ele se comportou bem.

Billy me saudou facilmente quando nós chegamos na casa, como se a minha aparição repentina não significasse nada mais complicado do que eu querendo passar um dia com o meu amigo. Depois que nós comemos os sanduíches que Jacob fez – comi uns sete antes de saímos para a garagem e eu o ajudei a limpar as motos. Eu não tinha estado aqui há meses - desde que Edward havia retornado - mas não havia nenhuma sensação de importância nisso. Era só uma outra tarde na garagem.

__ Isso é legal - eu comentei quando ele tirou os refrigerantes quentes do saco de papel da mercearia. - Eu senti falta desse lugar.

Ele sorriu, olhando para as telhas de plástico juntas acima das nossas cabeça.

__ É. Eu posso entender isso. Todo o esplendor do Taj Mahal, sem a inconveniência das despesas de uma viagem à Índia.

__ Ao pequeno Taj Mahal de Washington - eu brindei, levantando a minha lata.

Ele tocou a sua lata na minha.

__ Você se lembra do último Dia dos Namorados? Eu acho que aquela foi a última vez que você esteve aqui - a última vez em que as coisas estavam... normais, eu quero dizer.

Eu rí.

__ É claro que eu me lembro. Eu troquei uma vida de servidão por uma caixinha em formato de coração. Isso não é uma coisa que eu ache provável esquecer.

Ele riu comigo.

__ É isso aí. Hmm, servidão. Eu vou ter que pensar em alguma coisa boa. - Aí

ele suspirou. - Parece que já fazem anos. Uma outra era. Uma era mais feliz.

Eu não podia concordar com ele. Essa era a minha era feliz agora. Mas eu fiquei surpresa por me dar de quantas coisas eu sentia falta das minhas próprias eras negras. Eu olhei para a abertura na floresta cheia de musgos. A chuva estava mais forte de novo, mas estava quente na pequena garagem, sentada perto de Jacob. Ele era tão bom quanto uma lareira.

Os dedos dele alisaram a minha mão. - As coisas realmente mudaram.

__ É - Eu disse, e aí eu me inclinei e dei um tapinha no pneu de trás da minha moto. – Charlie costumava gostar de mim. Eu espero que Billy não o conte nada sobre hoje... - eu mordí o meu lábio.

__ Ele não vai. Ele não fica esquentado com as coisas do jeito que Charlie fica. Ei, eu nunca me desculpei oficialmente por aquele lance estúpido com as motos. Eu realmente sinto muito por ter te dedurado pro Charlie. Eu queria não ter feito isso.

Eu revirei os meus olhos.

__ Eu também.

__ Eu realmente, realmente sinto muito.

Ele olhou pra mim esperançosamente, seu cabelo preto molhado, emaranhado, estava em todo canto no rosto implorativo dele.

__ Oh, tá legal! Você está perdoado.

__ Obrigado, Bells! Charlie disse para Billy que já escolheu o nome do bebê.

__ É sim... Aron... Aron Antony Swan Cullen

Ele riu.

            __ Nome grande... Antony é homenagem para o avô dele?

            __ É sim, achei justo já que Aron terá o “Cullen”.

            __ Hum.

O rosto dele sombreou.

__ Sabe aquele dia, quando eu levei as motos... Eu estava esperando te perguntar uma coisa - ele disse lentamente. - Mas também... não queria.

Eu fiquei muito imóvel - uma reação ao estresse. Esse era um hábito que eu havia pego de Edward.


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