Nossa Felicidade. Nossas Escolhas escrita por Samara Cullen


Capítulo 10
8. Dando uma fugida part III




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__ Você estava só sendo teimosa porque estava com raiva de mim, ou você estava realmente falando sério? - ele sussurrou.

__ Sobre o que? - eu sussurrei de volta, apesar de eu ter certeza de que sabia sobre o que ele estava falando.

Ele me encarou.

__ Você sabe. Quando você disse que não era da minha conta... se, se ele te mordesse. - Ele enrijeceu visivelmente no final.

__ Jake - a minha garganta parecia inchada. Eu não consegui terminar.

Ele fechou os olhos e respirou fundo.

__ Você estava falando sério?

Ele estava tremendo bem de leve. Os olhos dele ficaram fechados.

__ Sim - eu sussurrei.

Jacob inalou, devagar e profundo.

__ Eu acho que sabia disso.

Eu olhei para o rosto dele, esperando que seus olhos se abrissem.

__ Você sabe o que isso vai significar? - ele perguntou de repente. - Você entende isso, não entende? O que vai acontecer se eles quebrarem o acordo?

__ Nós vamos embora primeiro - eu disse com uma voz pequena.

Os olhos dele se abriram, as profundidades pretas estavam cheias de raiva e de dor.

__ Não havia um limite geográfico para o acordo, Bella. Os nossos avôs só concordaram em manter a paz porque os Cullen juraram que eles eram diferentes, que os humanos não estariam em perigo por causa deles. Eles prometeram que nunca iam matar ou transformar alguém de novo. Se eles derem pra trás com a sua palavra, o acordo não tem valor, e eles não serão diferentes dos outros vampiros. Uma vez que isso está estabelecido, quando nós os acharmos...

__ Mas, Jake, você já não quebrou o acordo - eu perguntei, me segurando á palha. - Não era parte do acordo que vocês não poderiam contar ás pessoas sobre os vampiros? E você me contou. Então o acordo não pode ser debatido, de alguma forma?

Jake não gostou do lembrete; a dor dos olhos dele endureceu até se transformar em animosidade.

__ É, eu quebrei o acordo, antes, quando eu não acreditava em nada disso. E eu tenho certeza de que eles estão informados disso - ele olhou amargamente para a minha testa, sem encontrar o meu olhar envergonhado. - Mas não é como se isso os desse uma colher de chá. Não há um castigo para uma falta. Eles só têm uma opção de se opor ao que eu fiz. A mesma opção que nós teremos se eles quebrarem o acordo: atacar. Começar a guerra.

Ele fez com que isso soasse inevitável. Eu tremi.

__ Jake, as coisas não têm que ser assim.

Os dentes dele se apertaram.

__ É assim que é.

O silêncio depois da declaração dele pareceu muito alto.

__ Você nunca vai me perdoar, Jacob? - eu sussurrei. Assim que eu disse as palavras, eu desejei não ter dito. Eu não queria ouvir a resposta dele.

__ Você não será mais Bella - ele me disse. - A minha amiga não vai existir. Não haverá ninguém pra perdoar.

__ Isso soa como um não. - Eu sussurrei.

Nós encaramos um ao outro por um momento sem fim.

__ Isso é adeus, então, Jake?

Ele piscou rapidamente, a expressão penetrante dele derretendo com a surpresa.

__ Porque? Nós ainda temos alguns anos. Nós não podemos ser amigos até que não haja mais tempo?

__ Anos? Não, Jake, não anos. - Eu balancei a minha cabeça e rí uma vez sem humor. – O tempo de Aron nascer e desamamentá-lo... Diria que no maximo um ano.

Eu não estava esperando a reação dele.

De repente ele estava de pé, e houve um alto pop quando a lata de refrigerante estouro na mão dele. Voou refrigerante pra todo lado, me molhando, como se ele estivesse saindo de uma mangueira.

__ Jake! - eu comecei a reclamar, mas eu fiquei em silêncio quando eu percebi que o corpo inteiro dele estava tremendo de raiva. Ele me encarou selvagemente, um rosnado nascendo no peito dele.

Eu congelei no lugar, chocada demais pra lembrar de como me mexer.

A tremedeira passava por ele, ficando mais rápida, até que pareceu que ele estava vibrando. O corpo dele parecia um vulto...

E aí Jacob apertou os dentes, e os rosnados pararam. Ele apertou a mão com força de concentrando; a tremedeira parou até que apenas as mãos dele estavam tremendo.

__ Um ano! - Jacob disse num tom vazio.

Eu não consegui responder; eu ainda estava congelada. Ele abriu os olhos. Eles estavam além da fúria agora.

__ Ele vai te transformar em uma sugadora de sangue suja em apenas um ano! - Jacob assobiou por entre os dentes.

Pasma demais pra me importar com o insulto nas palavras dele, eu só balancei a cabeça, muda. O rosto dele ficou verde por baixo da pele ruiva.

__ É claro, Jake - eu sussurrei, depois de um longo minuto de silêncio. - Ele tem dezessete, Jacob. E eu estou mais próxima dos dezenove a cada dia. Além do mais, qual é a necessidade de esperar? Ele é tudo o que eu quero. O que mais eu posso fazer? Se não fosse o fato de estar grávida seria depois da formatura - Essa pergunta era pra ser retórica.

As palavras dele saíram como se fossem um chicote.

__ Qualquer coisa. Qualquer outra coisa. Era melhor que você estivesse morta. Eu preferiria se você estivesse.

Eu dei um passo pra trás como se ele tivesse me batido. A dor foi pior do que se ele tivesse batido. Aron parecia que tinha dado um pulo em meu ventre. E aí, enquanto a dor passou por mim, a minha própria raiva se fez em chamas.

__ Talvez você tenha sorte - eu disse, vazia, ficando de pé. - Talvez eu bata em um caminhão no meu caminho de volta.

Eu peguei a minha moto e a arrastei para a chuva. Ele não se moveu quando eu passei por ele. Assim que eu cheguei no pequeno caminho lamacento, e me inclinei e dei partida na moto. O pneu traseiro espirrou uma fonte de lama em direção à garagem, e eu esperei que sujasse ele.

Eu fiquei absolutamente encharcada enquanto corria pela estrada na direção à casa do

Cullen. O vento parecia estar congelando a chuva no meu corpo, e os meus dentes estavam batendo antes que eu estivesse a meio caminho de lá. A única coisa que eu me preocupava era meu filho, nunca me perdoaria se algo acontece com ele.

Motos eram impráticas demais para Washington. Eu ia vender a coisa estúpida quando tivesse a primeira oportunidade. Eu levei a moto até a garagem cavernosa dos Cullen e não me surpreendi ao encontrar Alice e Rosalie esperando por mim, encostada levemente no capô do seu Porsche. Alice alisou a pintura amarela brilhante.

__ Eu nem tive a chance de dirigi-lo. - Ela suspirou.

\t\t  __ Alice! – Repreendeu Rosalie

__ Tudo bem Rosalie... Desculpe Alice - Eu cuspi por entre os dentes.

__ Você parece estar precisando de um banho quente – Disse Rosalie me entregando uma toalha, Alice se colocava levemente de pé.

__ É. – Concordei enquanto passava a toalha pelo rosto.

__ Esme já esta com a banheira pronta... E esta fazendo uma sopa para você.

Apenas concordei.

Alice olhou para Rosalie, elas olhavam cuidadosamente para a minha expressão.

__ Você quer falar sobre isso? – Perguntou Alice.

__ Não.

Ela assentiu com a cabeça, mas os olhos dela ainda estavam inquietos de curiosidade.

__ Você quer ir à Olympia essa noite?

__ Na verdade não. Eu não posso ir pra casa?

Ela fez uma careta.

__ Deixa pra lá, Alice - eu disse. - Eu fico, se isso facilita as coisas pra você.

__ Obrigada - ela suspirou aliviada.

Fiquei um tempo na banheira, tentava esquecer o que acontecera. Depois que sai do banho, Esme me levou o jantar realmente estava faminta, comi uns três pratos com rodelas de pão e de sobremesa um pudim de leite condensado. Depois fui dormir, me dobrando no sofá de novo.

Rosalie ainda me fez uma ultima visita para ver se estava tudo bem comigo. Acho que agora estávamos nos dando bem. Agradeci pela preocupação e disse que só queria dormir.


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