Nossa Felicidade. Nossas Escolhas escrita por Samara Cullen


Capítulo 25
20. Jasper e Alexandre Parte II




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__ A mesma coisa que aconteceu na sua mão - Jasper respondeu numa voz baixa. – Repetido mil vezes. - Ele sorriu um pouco amargamente e esfregou seu braço. - O nosso veneno é a única coisa que deixa cicatriz.

 

__ Por quê? - eu respirei horrorizada, me sentindo rude, mas me sentindo incapaz de desviar os olhos da sua pele subitamente castigada.

 

__ Eu não tive a mesma... criação que os meus irmãos adotivos aqui. O meu começo foi uma coisa inteiramente diferente. - A voz dele estava dura quando ele terminou.

 

Eu abri uma brecha pra ele, intimidada.

 

__ Antes que eu te conte a minha história - Jasper disse. - Você precisa entender que existem lugares no nosso mundo, Bella, onde o tempo de vida daqueles que não envelhecem é medida em semanas, e não em séculos.

 

Os outros já tinham ouvido isso antes. Carlisle e Emmett viraram sua atenção para a TV de novo. Alice havia se movido um pouco pra se sentar aos pés de Esme. Mas Edward estava tão absolvido quando eu; eu podia sentir os olhos dele no meu rosto, lendo cada mudança de emoção. Aron prestava atenção e cada palavra de Jasper.

 

__ Pra entender realmente o porque, você tem que olhar pro mundo por uma perspectiva diferente. Você tem que imaginar o jeito como ele parece para os poderosos, os gananciosos... os perpetuamente sedentos. Entenda, existem lugares no mundo que são mais desejáveis pra nós do que outros. Lugares onde nós podemos ter menos restrições, e ainda evitar a detecção. Imagine, por exemplo, um mapa do hemifério oeste. Imagine cada vida humana como um pequeno ponto vermelho. Quanto mais vermelho, mas facilmente nós, bem, aqueles que vivem desse jeito, podem se alimentar sem atrair atenção.

 

Eu estremeci com a imagem na minha cabeça, com a palavra alimentar. Mas Jasper não estava preocupado em me assustar, ele não era super protetor como Edward era. Ele continuou sem uma pausa.

 

__ Não que os grupos ao sul liguem muito se os humanos vão notar ou não. São os Volturi que mantêm um olho nisso. Eles são os únicos que os grupos do sul temem. Tirando os lobisomens, o bando de meu pai é aliado de muitos outros, vigiam o Sul. Mas se não fossem os Volturi, o resto de nós seria rapidamente exposto. O trabalho de meu pai e controlar os grupos de vampiro.

 

Eu fiz uma careta pelo jeito que ele pronunciou o nome - com respeito, quase gratidão. A idéia dos Volturi como os mocinhos de qualquer maneira era difícil de aceitar. Pai quando ele falava do pai, era com orgulho e muito mais respeito. Olhei para Lunion.

E ele começou.

 

            __ Dês da época de meu tataravô, meu povo cuida do Sul. Mas em algum momento as coisas foram piorando, meu povo começou a se unir com outras tribos de lobisomens, e no século 18 ate o 20 a única coisa que importava era a sobrevivência de nosso povo. Jasper – Chamou para ele continuar.

 

__ O Norte é, em comparação, muito civilizado. A maioria de nós daqui são nômades que gostam do dia tanto quanto da noite, que permitem que os humanos interajam conosco sem levantar suspeitas, anonimato é muito importante pra todos nós. É um mundo diferente no Sul. Os imortais de lá só saem à noite. Eles passam o dia planejando seu próximo passo, antecipando seu inimigo. Como houve guerra no Sul, guerra constante por séculos, sem nenhum momento de trégua. Os grupos de lá mal reparam na existência dos humanos, a não ser como soldados que notam um rebanho de vacas no lado de uma pista, comida pra pegar. Eles só se escondem do conhecimento do rebanho por causa do Volturi. E agora do bando de meu pai.

 

__ Mas pelo quê eles estão lutando? - eu perguntei.

 

Jasper sorriu.

 

__ Lembra do mapa com os pontos vermelhos?

 

Ele esperou, então eu balancei a cabeça.

 

__ Eles lutam pelo controle do maior número de pontos vermelhos. Veja, se ocorresse que uma pessoa, se ele fosse o único vampiro, digamos no Novo México, então, ele poderia se alimentar toda noite, duas vezes, três vezes, e ninguém nunca repararia. Ele planeja as formas certas pra se livrar da competição. Outros tiveram a mesma idéia. Alguns apareceram com táticas mais efetivas do que outros. Mas a tática mais efetiva foi inventada por um vampiro bastante jovem chamado Benito. Da primeira vez que qualquer um ouviu falar nele, ele tinha vindo de algum lugar à norte de Dallas e massacrou dois grupos pequenos que dividiam uma área perto de Houston. Duas noites depois, ele pegou um clã muito mais forte de aliados que controlava Monterrey no norte no México. De novo, ele venceu.

 

__ Como foi que ele venceu? - eu perguntei com curiosidade cautelosa.

 

__ Benito havia criado um exército de vampiros recém nascidos. Ele foi o primeiro a pensar nisso, e, no começo, ele era impossível de parar. Vampiros jovens são muito voláteis, selvagens, e quase impossíveis de controlar. É possível ser razoável com um recém-nascido, ensiná-lo a se controlar, mas dez, quinze juntos são um pesadelo. Eles vão se virar um contra o outro com tanta facilidade como se fosse um inimigo para o qual você aponta. Benito teve que ficar fazendo mais à medida que eles se destruíam, e os grupos que ele derrotava matavam metade de sua força antes de perderem a luta. Veja, apesar dos recém-nascidos serem perigosos, eles ainda são possíveis de derrotar se você souber o que está fazendo. Eles são incrivelmente poderosos fisicamente, pelo primeiro ano ou coisa assim, e se eles forem permitidos a usar a força pra aguentar, eles podem derrotar um vampiro mais velho com facilidade. Mas eles são escravos de seus instintos, e por isso são previsíveis. Geralmente, eles não tem nenhuma habilidade com luta, apenas músculos e ferocidade. E nesse caso, maior número. Os vampiros ao Sul do México se deram conta do que estava vindo pra eles, e fizeram a única coisa que podiam pra enfrentar Benito. Eles mesmos fizeram exércitos... E o inferno correu solto, e eu estou falando da forma mais literal que você possa imaginar. Nós imortais temos as nossas histórias também, e essa guerra em particular nunca será esquecida. É claro, também não era uma época muito boa pra se ser humano no México.

 

Eu estremeci. Aron no meu colo nem pescava, de tamanha era sua atenção em Jasper. Ele ate sorria.

 

__ Quando a contagem dos corpos tomou proporções epidêmicas, de fato, as suas histórias culpam as doenças pela baixa na população, os Volturi finalmente interviram. A guarda inteira veio junta e acabou com todos os recém-nascidos na metade de cima da América do Norte. Benito estava escondido em Puebla, construindo seu exército o mais rápido que podia pra poder tomar o seu prêmio, a Cidade do México. Os Volturi começaram com ele, e depois passaram pro resto. Qualquer um que fossem encontrado com vampiros recém-nascidos era executados imediatamente, e, já que todos estavam tentando se proteger de Benito, México ficou esvaziada de vampiros por algum tempo. Os Volturi ficaram limpando a casa por quase um ano. Esse é outro capítulo da nossa história que será sempre lembrado, apesar de que houveram poucas testemunhas restantes pra falar de como foi. Eu falei com uma pessoa que uma vez tinha, à distância, observado o que aconteceu quando eles visitaram Culiancán.

 

Jasper estremeceu. Eu me dei conta de que eu nunca havia visto ele com medo ou aterrorizado antes. Essa era a primeira vez.

 

__ Isso foi o suficiente pra que a febre de conquista não se espalhasse pelo Sul. O resto do mundo ficou são. Nos devemos aos Volturi pelo nosso estilo de vida atual. Mas quando os Volturi voltaram para a Itália, os sobreviventes foram rápidos pra apostar em suas posses ao Sul. Não demorou muito tempo pra que os grupos começassem a disputar novamente. Havia muito sangue ruim, se você perdoa a expressão. Vinganças por todo lado. A idéia dos recém-nascidos já estava

lá, e alguns não foram capazes de resistir. Porém, os Volturi ainda não haviam sido esquecidos, e os grupos do sul foram mais cuidadosos dessa vez. Os recém-nascidos eram escolhidos entre os humanos com mais cuidado, e eram mais treinados. Eles eram usados circunspectamente, e os humanos continuaram, em grande parte, sem saber de nada. Os criadores deles não deram aos Volturi nenhum motivo pra voltar. As guerras foram reassumidas, mas em uma escala menor. De vez em quando, se alguém ia muito longe, especulações começavam a aparecer nos jornais dos humanos, e os Volturi voltavam pra limpar a cidade. Mas eles deixavam os outros, os mais cuidadosos, continuarem...

 

Jasper estava olhando para o espaço.

 

__ Foi assim que você foi transformado. - A minha realização foi um sussurro.

 

__ Sim - ele concordou. - Quando eu era humano, eu viví em Houston, Texas. Eu estava quase com dezessete anos quando eu me juntei ao Exército Confederado em 1861, em casa e no bando eu era só o filho de Lunion o único de seus filho que não puxou o sangue de lobo queria provar que eu era mais que eles falavam. Claro que meu pai não gostou nada dessa historia e meus irmãos mais velhos também. Eu menti pra os recrutadores e disse que tinha vinte anos. Eu era alto o suficiente pra escapar com a mentira. A minha carreira militar foi curta, mas muito promissora. As pessoas sempre... gostaram de mim, escutaram o que eu tinha a dizer. O meu pai dizia que era carisma. – Disse enquanto olhava para o pai.

 

__ Mesmo não sendo um lobisomens Jasper sempre teve idéias ótimas. E sempre me convencia a fazer o que ele dizia, e dava certo. Dizia a ele que se ele se transformasse eu o nomearia meu beta.

 

Jasper riu.

 

__ É claro, agora eu sei que provavelmente era algo mais. Mas, qualquer que fosse a razão, eu fui rapidamente promovido entre as patentes, acima de homens mais velhos, mais experientes. O Exército Confederado era novo e estava começando a se organizar, então, isso também promoveu oportunidades. Na primeira batalha em Galveston, bem, foi mais um desfarce, na verdade, eu era o Major mais novo do Texas, sem que sequer soubessem minha verdadeira idade. Eu fiquei com a responsabilidade de evacuar as mulheres e as crianças da cidade quando os barcos do morteiro Union atracaram no porto. Eu levei um dia pra prepará-los, e então eu parti com o primeiro grupo de civis pra carrega-los até Houston. Eu me lembro daquela noite muito claramente. Nós chegamos à cidade quando já estava escuro. Eu só fiquei por tempo suficiente pra ter certeza se o grupo inteiro estava seguramente situado. Assim que isso foi feito, eu peguei um cavalo novo pra mim, e voltei pra Galveston. Não havia tempo pra descansar. A apenas um metro fora da cidade, eu encontrei três mulheres a pé. Eu pensei que elas estavam perdidas e desmontei imediatamente pra oferecê-las meu auxílio. Mas, quando eu conseguí ver o rosto delas na luz difusa da lua, eu fiquei silenciosamente fascinado. Elas eram, sem dúvida, as três mulheres mais bonitas que eu já havia visto. Elas tinham uma pele tão pálida, que eu me lembro de ficar maravilhado. Mesmo a garota pequena de cabelos pretos, de quem as feições eram claramente mexicanas, pareciam porcelana à luz da lua. Elas pareciam jovens, todas elas, ainda jovens o suficiente pra serem chamadas de garotas. Eu sabia que elas não eram membros perdidos do nosso grupo. Eu teria me lembrado de vez aquelas três. ‘Ele está sem voz' disse a garota mais alta com uma voz adorável, delicada, era como uma brisa de vento. Ela tinha bastante cabelo, e a pele dela era branca como neve. A outra era mais loira e mesmo assim, sua pele era igualmente branca. O rosto dela era como o de um anjo. Ela inclinou na minha direção com os olhos meio fechados e inalou profundamente. ‘Mmm' ela suspirou. 'Adorável'. A menor, uma morena pequena, colocou a mão no braço da outra e falou rapidamente. A voz dela estava muito suave e musical pra ser ríspida, mas isso parecia ser o que ela pretendia. ‘Se concentre, Nettie', ela disse. Eu sempre tive uma boa sensação de como as pessoas se relacionam umas com as outras, e ficou claro imediatamente que a morena estava no comando das outras. Se elas fossem militares, eu diria que ela se sobressaía às outras. ‘Ele parece ser certo, jovem, forte, um oficial...' a morena pausou, e eu tentei falar sem sucesso. 'E tem mais

alguma coisa... vocês estão sentindo?' ela perguntou às outras duas. 'Ele é... coagente'. ‘Oh, sim' Nettie concordou rapidamente, se inclinando na minha direção de novo. ‘Paciência', a morena avisou ela. 'Eu quero ficar com esse'. Nettie fez uma careta, ela pareceu aborrecida. ‘É melhor você fazer isso, Maria', a loira mais alta falou de novo. 'Se ele é importante pra você. Eu os mato duas vezes mais do que os crio'. 'Sim, eu vou fazer isso', Maria concordou. 'Eu realmente gosto desse. Leve Nettie pra longe, tá? Eu não quero ter que proteger as minhas costas enquanto estou tentando me concentrar'. O meu cabelo estava arrepiando na minha nuca, apesar não se eu não entender o significado de nada do que aquelas lindas criaturas estavam falando. Os meus instintos me diziam que eu estava em perigo, que aquele anjo estava falando sério quando falou em matar, mas meu julgamento dominou os meus instintos. Eu nunca fui ensinado a temer mulheres, e sim a protegê-las. ‘Vamos caçar', Nettie concordou entusiasticamente, pegando a mão da garota alta.

Elas foram embora, elas eram tão graciosas! e saíram em direção à cidade. Elas pareciam prestes a levantar vôo, de tão rápidas que eram, seus vestidos brancos esvoaçavam atrás delas como se fossem asas. Eu pisquei pasmificado, e elas foram embora. Eu me virei pra encarar Maria, que estava me olhando com curiosidade. Eu nunca havia sido supersticioso em minha vida. Até aquele segundo, eu nunca havia acreditado em fantasmas e nessas bobagens. De repente, eu não tinha certeza. ‘Qual é o seu nome, soldado?' Maria me perguntou. ‘Major Jasper Withlock, madame', eu

gaguejei, incapaz de ser mal educado com a mulher, mesmo se ela fosse um fantasma. ‘Eu realmente espero que você sobreviva, Jasper'. Ela disse com uma voz gentil. 'Eu tenho um bom sentimento sobre você.' Ela deu um passo mais pra perto, e inclinou a cabeça como se ela fosse me beijar. Eu fiquei congelado no lugar, apesar dos meus instintos estarem gritando pra que eu corresse.

 

Jasper pausou, seu rosto estava pensativo.

 

__ Alguns dias depois - ele finalmente disse, e eu não pude ter certeza se ele havia editado a história pro meu bem ou porque ele estava respondendo à tensão que até eu podia sentir exalando de Edward. Coloquei minha mão na mão de Edward e sorri para ele.

 

__ Estou bem – Disse simplesmente. Ele sorriu para mim e beijou minha testa – Continue Jasper.

 

Aron estava irritado por terem parado a historia.

 

__ Eu fui apresentado à minha nova vida. Os nomes delas eram Maria, Nettie, e Lucy. Elas não estavam juntas ha muito tempo, Maria havia encontrado as outras duas, todas as três eram sobreviventes de batalhas recentemente perdidas. A parceria delas era de conveniência. Maria queria vingança, e ela queria seus territórios de volta. As outras duas estavam ansiosas pra aumentar suas... terras de rebanho, eu acho que você pode dizer. Elas estavam criando um outro exército, e iam ser mais cuidadosas com isso do que o normal. Foi idéia de Maria. – O pai de Jasper rosnou - Ela queria um exército superior, então ela escolhia humanos específicos que tivessem potencial. Aí ela nos deu muito mais atenção, muito mais treinamento do que outra pessoa tinha se incomodado em fazer. Ela nos ensinou a lutar, e nos ensinou a ser invisíveis para os humanos. Quando nós fazíamos direito, nós éramos recompensados...

 

Ele parou, editando de novo.

 

__ No entanto, ela estava com pressa. Maria sabia que a força massiva dos recém-nascidos ia diminuindo no período de um ano, e ela queria agir enquanto éramos fortes. Haviam seis de nós quando eu me juntei ao bando de Maria. Ela fez mais quatro no período de uma noite. Nós éramos todos homens, Maria queria soldados, e isso fez com que fosse um pouco mais difícil não brigarmos entre nós mesmos. Eu lutei minhas primeiras batalhas contra os meus próprios camaradas no exército. Eu era mais rápido que os outros, melhor no combate. Maria estava satisfeita comigo, apesar de ter que continuar repondo aqueles que eu destruía. Eu era recompensado com frequência, e isso me deixava mais forte. Maria era uma boa juíza de caráter. Ela decidiu me colocar no comando dos outros, como se eu estivesse sendo promovido. Isso servia perfeitamente com a minha natureza. As brigas diminuiram dramaticamente, e o nosso número aumentou até que éramos cerca de vinte. Esse era um número considerável levando em consideração os tempos cuidadosos em que vivíamos. A minha habilidade, ainda que indefinida, de controlar a atmosfera emocional ao meu redor era vitalmente efetiva. Em breve nós começamos a trabalhar juntos de uma forma que os vampiros recém-nascidos jamais haviam cooperado antes.

Até Maria, Nettie, e Lucy eram capazes de trabalhar juntas com mais facilidade. Maria ficou muito apegada a mim, ela começou a depender de mim. E, de algumas formas, eu adorava o chão em que ela pisava. Eu não fazia idéia de que outra vida era possível. Maria nos disse que esse era o jeito como as coisas eram, e nós acreditamos. Ela pediu que eu dissesse a ela quando os meus irmãos e ela estivéssemos prontos pra lutar, e eu estava ansioso pra me provar. Eu havia juntado um exército de vinte e três no final, vinte e três vampiros inacreditavelmente fortes, organizados e habilidosos como nenhum outro antes. Maria estava estasiada. Nós nos movemos em direção à Monterrey, sua antiga casa, e ela no soltou em cima de seus inimigos. Naquela hora eles só tinham nove recém-nascidos, e um par de vampiros mais velhos controlando eles. Nós os derrotamos mais facilmente do que Maria podia acreditar, perdendo apenas quatro no processo.

Eu estava na ponta da margem de vitória. E nós éramos todos bem treinados. Nós fizemos isso sem atrair atenção. Naquele primeiro ano, ela estendeu seu controle pra controlar a maior parte do Texas e do norte do México. Então os outros vieram do Sul pra enfrentar ela.

 

Ele passou dois dedos nas fracas marcas das cicatrizes no braço dele.

 

            __ Maria era um cobra. Não a um lobo do Sul que não a conheça. Ela sabia que Jasper era meu filho, e sabia que eu não faria nada que arriscasse sua vida, não importa o que ele era e sim quem era, Jasper ainda era meu filho. Nem Maria poderia mudar isso.

 

Jasper continuou.

 

__ A luta foi intensa. Muitos começaram a se preocupar que os Volturi fossem voltar. Dos vinte e três originais, eu fui o único a sobreviver nos primeiros oito meses. Nós tanto perdemos quanto vencemos. Eventualmente Nettie e Lucy se viraram contra Maria - mas essa nós vencemos. Maria e eu fomos capazes de segurar Monterrey. As coisas se acalmaram um pouco, apesar das guerras continuarem. A idéia de conquista estava morrendo; agora a maioria era por vingança e por terras. Muitos deles haviam perdido seus parceiros, e isso é uma coisa que a nossa espécie não perdoa. Maria e eu sempre mantínhamos cerca de doze recém-nascidos prontos. Eles significavam pouco pra nós, eles eram moeda de troca, eram descartáveis. Quando eles não eram mais úteis, nós mesmos nos livrávamos deles. A minha vida continuou o mesmo padrão violento e o ano se passou. Eu já estava de saco cheio de tudo muito antes das coisas mudarem... Décadas depois, eu desenvolvi uma amizade com um recém-nascido que continuou sendo útil e sobreviveu aos seus três primeiros anos, apesar das chances. O nome dele era Peter. Eu gostava de Peter; ele era... civilizado, eu acho que essa é a palavra correta. Ele não gostava de lutar, apesar de ser bom nisso. Ele foi encarregado de lidar com os recém-nascidos, ser babá deles, pode-se dizer. Era um trabalho de tempo integral. E aí era hora de fazer uma limpeza de novo. Os recém-nascidos iam perdendo a força; eles precisavam ser repostos. Era pra Peter me ajudar com isso. Nós cuidávamos deles individualmente, entende, um por um... Era sempre uma noite muito longa.

Dessa vez, ele tentou me convencer de que alguns tinham potencial, mas Maria havia me dado instruções pra me livrar deles. Eu disse não a ele. Nós estavamos quase na metade, e eu podia sentir que isso estava exigindo uma grande carga de Peter. Eu estava decidindo se eu devia ou não mandá-lo embora e acabar com tudo sozinho enquanto eu chamava a próxima vítima. Pra minha surpresa, ele ficou com raiva de repente, furioso. Eu suportei o que quer que fosse que o humor dele queria dizer, ele era um bom lutador, mas não era páreo pra mim. O recém-nascido que eu havia chamado era uma fêmea, que havia acabado de completar um ano. O nome dela era Charlotte. Os sentimentos dele mudaram quando ela apareceu; eles o traíram. Ele gritou pra que ela corresse, e ele mesmo correu atrás dela. Eu podia ter perseguido eles, mas não persegui. Eu senti... aversão a destruí-lo. Maria ficou irritada comigo por isso. Cinco anos depois, Peter voltou pra me ver. Ele escolheu um bom dia pra aparecer. Ela estava confusa com o meu humor já deteriorado. Ela nunca sentia uma depressão momentânea, e eu me perguntei porque eu era diferente. Eu comecei a notar a diferença nas emoções dela quando ela estava perto de mim – as vezes ela ficava com medo... e com malícia. Eu estava me preparando pra distruir a minha única aliada, a semente da minha existência, quando Peter retornou. Peter me contou sobre sua nova vida com Charlotte, me contou sobre opções que eu nunca sonhei que tivesse. Em cinco anos, eles nunca tiveram uma briga, apesar deles haverem conhecido muitos outros no norte. Outros que podiam co-existir sem viverem em um caos constante. Em uma conversa, ele convenceu. Eu estava pronto pra ir embora, e um pouco aliviado por não ter que matar Maria. Eu fui companheiro dela por tantos anos quantos Carlisle e Edward estiveram juntos, e mesmo assim, o laço entre nós nem de perto era tão forte quanto o deles. Quando você vive para a luta, para o sangue, os relacionamentos que você forma são tenazes e facilmente quebrados. Eu fui embora sem olhar pra trás. Eu viajei com Peter e Charlotte por alguns anos, tento uma sensação desse mundo novo, mas pacífico. Mas a depressão não foi embora. Eu não entendia o que havia de errado comigo, até que Peter começou a reparar que eu sempre ficava pior depois de caçar. Eu pensei nisso. Em tantos anos de matança e carnagem, eu havia perdido praticamente toda a minha humanidade. Eu era inegavelmente um pesadelo, um monstro do tipo mais odiavel. Toda vez que eu encontrava outra vítima humana, eu sentia uma leve pontada de semelhança com aquela outra vida. Observando os olhos delas se abrirem impressionados com a minha beleza, eu me lembrava de Maria e as outras em minha cabeça, o que elas haviam parecido pra mim na última noite em que eu fui Jasper

Withlock. Era mais forte pra mim, essa memória emprestada, do que era para os outros, porque eu podia sentir tudo o que a minha presa estava sentindo. E eu vivia as emoções deles enquanto os estava matando. Você já experimentou a forma como eu consigo manipular as emoções ao meu redor, Bella, mas eu me pergunto se você se já imaginou o quanto as emoções de uma sala me afetam. Eu vivo todos os dias em uma variação de emoções. Pelo primeiro século de minha vida, eu vivi num mundo de vingança  sangrenta. Ódio era o meu companheiro constante. Isso se acalmou um pouco quando eu deixei Maria, mas eu ainda sentia o horror e o medo da minha presa. Isso começou a ser demais. A depressão ficou pior, e eu me afastei de Peter e Charlotte.

Mesmo civilizados como eles eram, eles não sentiam a mesma aversão que eu começava a sentir.

Eles só queriam paz das lutas. Eu estava cansado de matar, matar qualquer um, até meros humanos. E mesmo assim eu tinha que continuar matando. Que escolha eu tinha? Eu tentei matar com menos frequência, mas aí eu ficava com muita sede e desistia. Depois de um século de gratificação instantânea, eu achava a auto-disciplina... desafiadora. Eu ainda não havia aperfeiçoado isso.

 

Jasper estava perdido na história, assim como eu. Eu fiquei surpresa quando sua expressão desolada se suavizou em um sorriso pacífico.

 

__ Eu estava na Philadélfia. Houve uma tempestade, e eu havia saído durante o dia, coisa com a qual eu ainda não estava completamente confortável. Eu sabia que ficar de pé na chuva ia chamar a atenção, então eu entrei numa lanchonete meio vazia. Os meus olhos estavam escuros o suficiente pra ninguém reparar neles, apesar disso significar que eu estava com sede, e isso me preocupou um pouco. Ela estava lá, me esperando, naturalmente. - Ele gargalhou uma vez. – Ela pulou do banco alto no balcão assim que eu entrei e veio andando diretamente em minha direção.

Isso me chocou. Eu não tinha certeza se ela queria atacar. Essa é a única interpretação de comportamento dela que o meu passado tem a oferecer. Mas ela estava sorrindo. E as emoções que emanavam dela eram uma coisa que eu nunca havia sentido antes. 'Você me deixou esperando por muito tempo', ela disse.

 

Eu não tinha me dado conta de que Alice tinha vindo ficar de pé atrás de mim novamente.

 

__ E você abaixou a cabeça, como um bom cavalheiro do Sul, e disse 'Eu lamento, madame'

 

Alice riu com a memória. Jasper sorriu pra ela.

 

__ Você levantou a mão, e eu a peguei sem me dar conta do que estava fazendo. Pela primeira vez em um século, eu senti esperança.

 

Jasper pegou as mãos de Alice enquanto falava.

Alice deu um sorriso largo.

 

__ Eu estava aliviada. Eu pensei que você não fosse aparecer nunca. Eles sorriram um pro outro por algum tempo, e aí Jasper olhou de volta pra mim, ainda com a expressão suave.

 

            __ Também ficamos muito felizes – Disse Lunion – Alice tinha trazido meu filho de volta, e dado uma nova esperança a ele. Recebi Alice de braços abertos naquele dia.

 

            __ E nós gostamos muito de Jasper, ele deixa Alice feliz, e isso nos deixa feliz – Disse Klaus.

 

            __ Por muito tempo eu vi a chegada de Jasper e sempre me perguntava porque a Alice esperava tanto, agora eu entendo. – Falou Stefan sorrindo.

 

            __ Sempre foi raro ver Jasper sorrir, mas com Alice ele faz naturalmente – Disse o irmão de Jasper Arturu.

 

            __ Mesmo que ela não bata muito bem da cabeça – Falou Faizel.

 

Alice mostrou a língua para ele.

 

            __ Nunca escolheria alguém melhor que ela para o Jasper. – Disse Kira

 

Ambas as família estavam felizes por eles terem se encontrado. E ambas se respeitavam.

 

__ Alice me disse que tinha visto sobre Carlisle e a família dele. Eu mal podia acreditar que uma experiência assim fosse possível. Mas Alice me fez otimista. Então nós fomos encontrá-los.

 

            __ Queria que Jasper e Alice ficassem em casa, mas eu sabia que eles tinham o próprio caminho a trilhar. – Comentou Lunion.

 

__ E matar eles de susto também - Edward disse, revirando os olhos pra Jasper antes de se virar pra mim e explicar. - Emmett e eu estávamos fora caçando. Jasper aparece, coberto de marcas de batalhas, acompanhando essa estranha pequena - ele cutucou Alice de brincadeira - que se refere a todo mundo pelo nome, sabe tudo sobre eles, e quer saber em que quarto ela vai ficar.

 

Alice e Jasper riram em harmonia, soprano e baixo.

 

__ Quando eu voltei pra casa, todas as minhas coisas estavam na garagem – Edward continuou. – Quase tive um ataque no dia

 

Alice levantou os ombros.

 

__ O seu quarto tinha a melhor vista.

 

Agora todos eles riram juntos. Mas todos pararam de rir quando ouviram um riso novo. Um riso gostoso de bebê. Olhei pra Aron que ria gostoso em meu colo.

 

            __ Ele entende? –Perguntei para Edward.

 

            __ Mas que do que você imagina, ele assimila cada palavra, cada frase. Ele estava adorando ler a mente de Jasper.

 

            __ Ler mente? – Perguntei

 

            __ Ah, Bella desculpe amor, eu ia de contar hoje antes dessa historia todo começar... Aron lê mentes.

 

            __ Ótimo mais um leitor de mentes na família, nem vai dar para fazer brincadeira com ele, jogar cartas nem pensar também. – Disse Emmett empurrado.

 

            __ Serio? – Perguntei ignorando Emmett.

 

            __ Sim, ele pode falar atrás dos pensamentos também, descobri ontem... Mas a sabe que a vezes que a mente dele fica em silencio como a sua, isso é tão frustrante.

 

Eu ri.

 

            __ Pelo menos isso ele puxou te mim... Gostei da sua historia Jasper... Essa é uma história legal - eu disse.

 

Três pares de olhos questionaram a minha sanidade.

 

__ Eu estou falando da última parte - eu me defendi. - O final feliz com Alice.

 

__ Alice fez toda a diferença - Jasper concordou. - Esse é um clima que eu gosto.

 

            __ Lunion, você disse que os séculos 18 a 20 foram ruins e agora?

 

            __ As coisas estão sobre controle. Depois que os Vonturi fizeram a limpeza eu e meu bando estamos conseguindo manter uma paz relativamente boa – Disse simplesmente.

 

            __ Acho que é a sua vez Alexandre. – Disse Jasper.

 

Ele olhou para Leah e se levantou do sofá.

Alexandre desabotoou sua camisa de linho preto que ele usava, achei aquilo muito estranho. Edward e os outros nada falaram. Quando ele terminou de tirar eu percebi o que ele queria que eu visse. Era cicatrizes parecidas com a de Jasper, mas muito piores, eram dentes garras, mas haviam duas que eu diria que eram as piores uma em seu ombro que ia ate a linha de suas costas e outra em seu braço que ia ate o fim de seu abdômen.

 

            __ Pensei que tive ido a primeira guerra?

 

            __ E fui, minha historia não é diferente de Jasper só um pouco mais sangrenta.


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Notas finais do capítulo

Desculpem nao ter postado no sinal de semana, o Nyah nao estava entranhdo"
O proximo é a historia de Alexandre
Espero que gostem. E comentem^~
Se de postarei amanha se nao posto na quarta sem falta

Bjao gente +