POV BELLA

- Beleza, agora eu falo. – Alguém disse na sala, e todos ficaram em silencio. – Edward pode sair da frente da humana, que eu não vou fazer nada.

Edward pareceu relaxar um pouco, mas ainda ficou na minha frente, tive que me afastar um pouco dele para tentar ver quem estava falando.

Ele era lindo. Uma beleza incomparável.

Era mais ou menos da mesma altura de Edward. E parecia ter uns 20 anos. O cabelo meio que jogado de qualquer jeito era de um loiro escuro lindo, combinando com seu rosto angelical, que saia um pouco despercebido por causa do sorriso debochado que caia sobre seus lábios. Quem o visse com certeza não se deixaria levar pelo rostinho de bebê, pois aquele sorriso indicava problemas, e mostrava que de anjo só mesmo o rosto ele tinha. Seus olhos eram vermelhos. Um vermelho intenso. E sua pele pálida assim como a dos Cullen. Seu corpo era um pouco mais forte do que o de Edward, mas não chegava ao de Emmett.

Enfim ele era perfeito. E suas roupas combinavam perfeitamente com ele. Uma calça jeans escura, All Star branco, uma camiseta branca, e uma chapéu xadrez. 

Só quando Esme falou que sai do transe que a beleza dele me causou.

- Isso mesmo, vamos deixar Dimitre falar.

Então era esse o nome dele, Dimitre.

- Não quero escutar nada que ele tenha para falar, vamos Bella. – Disse pegando minha mão e tentando me arrastar dali.

- Edward!  - Carlisle disse com raiva. – Sente-se ai. Não quero saber se você quer ou não escuta-lo, você faz parte dessa família, e essa família não guarda rancor.

- Edward... – Tentei falar com ele. Impedi-lo de começar uma briga.

- Não se preocupa Bella, esta tudo bem. – Disse me levando ate o sofá, me fazendo sentar ao lado de Alice.

Ela passou a mão pelo meu braço, e quando olhei no seu rosto com feições de fada, ela sorriu, um sorriso tão lindo que na mesma hora me transmitiu segurança. Era como se ela mostrasse que eu era parte da família, e que ninguém ali deixaria nada de mal acontecer a mim.

Eu precisava desse sorriso. Por que eu não estava me sentindo segura ali. Não só porque Dimitre era um vampiro, e sabe se lá o que estava fazendo aqui. Mas por que toda vez que direcionava meu olhar para ele, não só ficava hipnotizada com sua beleza extraordinária, mas também sentia um aperto no coração, e um arrepio pelo corpo, dizendo que aquele garoto era má ideia. E tinha a sensação que eu deveria ficar longe.

Edward se sentou do meu lado segurando minha mão. Todos pareceram relaxar, menos Edward.

Jasper se sentou no braço do sofá ao lado de Alice. Emmett e Rose se sentaram no outro sofá.

Dimitre soltou um suspiro e começou a falar.

- Eu sei que devo desculpas a vocês, fiz coisas que não devia, e acabei prejudicando a todos. Não quero o perdão de vocês, muito menos que sejamos amiguinhos. – Disse isso olhando em especial para Edward. – Só quero dizer, que estou arrependido. E tudo que quero é um lugar para ficar, por um tempo. Não vou causar problemas. Não quero causar problema algum a ninguém...

- Mas se você ficar aqui, ele vai aparecer. E eu sei que ele é seu irmão mais você sabe, ele não pode ficar aqui, ele sim é o maior causador de todos os problemas. - Disse jasper se referindo a alguém.

- Eu sei, mas prometo que ele não vai aparecer. Como disse não quero causar problemas. Meu irmão vai ficar longe.

Todos ficaram em silencio, e tudo que eu conseguia pensar, era no que ele poderia ter causado, as quais problemas eles se referiam. Por que Edward odiava tanto ele.

- Bom sabe que por mim e por Esme não vejo problema algum em você ficar um tempo com a gente. E quero que antes de vocês mostrarem as suas opiniões. Vocês pensem no que tento ensinar para vocês, sabem que não são mais nenhuma criança, e que vocês tem que tomar decisões maduras, não baseadas em rancor, ou algo assim. – Carlisle disse olhando para cada um.

- Por mim ele pode ficar desde que o irmão dele não apareça. – disse Emmett serio, algo que era um tanto raro. E rose apenas concordou.

- Por mim também. – Disse Jasper concordando.

- Não sei se é uma boa ideia ele ficar aqui, depois de tantos problemas que ele causou. Mas ele diz estar arrependido, e acho que pode ficar desde que não cause confusões. – Alice disse, mas acho que o fundo ela só estava concordando por respeito à Carlisle. Já que ela e Edward eram os que pareciam estar menos contentes com a chegada dele.

Depois de um tempo em silencio, olho para Edward me perguntando se ele não vai expressar sua opinião assim como todos.

- Edward? – Carlisle pergunta.

- Tanto faz. Por mim ele ficava o mais longe possível. – Disse Edward dando de ombros. Esme suspira vendo a indignação de Edward. E pude ver em seus olhos que ela não queria que Edward ficasse chateado. Ela queria o melhor para ele. Como uma mãe.

- Bom Dimitre, acho que você pode ficar por um tempo conosco.

Olho para Dimitre e o arrepio corre meu corpo de novo. Então Edward se levanta de uma vez.

- E agora? Temos que aperta a mão dele, como uma família. Acho que vou ficar te devendo meu aperto de mão. Vou te levar pra casa Bella.

Sai batendo a porta da casa.

- Falo com você depois Alice.

- Te ligo mais tarde Bella. – Ela diz sorrindo. E me da um beijo estalado na bochecha.

- Bella querida, diga que mandei lembranças a Renne e que temos que marcar outro jantar. – Diz Esme passando a mão pelo meu ombro e me levando ate a porta.

Quando passo por Dimitre a sensação de angustia cresce ainda mais. E me arrepio ao ver aquele sorriso debochado e malicioso sendo direcionado a mim.

Apenas aceno para Esme e vou em direção ao volvo.

 Edward já estava dentro do volvo. As mãos no volante rígidas.

- Edward, melhor não irmos agora. – Digo assim que entro no carro.

- Quero sair daqui.

Liga o carro e começa a dirigir a toda velocidade.

Milhares de perguntas ficam rondando minha mente, mas não achava uma boa hora para perguntar alguma coisa para Edward.

Mas eu precisava saber quem era ele, o que ele já fez para Edward. Precisava saber tudo. E não só por curiosidade, mas porque eu sentia algo estranho perto dele.

Edward parou em frente minha casa. E ficou lá parado. Não disse nada, só continuou olhando para frente.

- Edward. – Só quando o chamo ele me olha. – Quer conversar.

Ele continua calado.

- Vem. Vamos entrar.

- Seus pais estão em casa, pode ir que eu entro pela janela.

- Vou te esperar. – Digo meio pensativa, e se ele não voltasse, do jeito que ele estava, era capaz de fazer alguma besteira. – Não demora.

- Esta bem.

Saio do carro e entro em casa. Renné esta na sala, sozinha. Vou ate lá e me sento no outro sofá.

- Onde esta meu pai?

- Esta lá em cima tomando banho.

- Esme mandou lembranças. Disse que quer marcar outro jantar.

- A tenho que ligar para ela, para marcar. Esme é tão simpática e adorável. – Dou um sorriso meio desanimado.

- Mãe vou subir, e dormir, estou cansada. Boa noite.

- Tudo bem, vai lá. Boa noite filha.

Suba as escadas correndo e assim que chego no meu quarto, pego minhas coisas e vou tomar um banho. Acabo relaxando um pouco, mas não paro de pensar em Edward. Por isso saio logo do banho, e assim que entro no quarto, o vejo sentado em minha cama, encostado na cabeceira. Vesti só uma camiseta e me sentei ao lado dele.

Ele ainda estava pensativo.

- Edward! – Chamei sua atenção. Ele olhou pra mim. – Vamos conversar?

- Sobre o que? – Perguntou dando de ombros. Me sentei a sua frente e peguei suas mãos entre as minhas.

- Quem é Dimitre? – Ele desviou o olhar por um tempo, como se estivesse se lembrando.

- Antes de me transformar. Carlisle tinha um amigo. Ele não era como Carlisle. Preferia se alimentar de sangue humano. Ele ate tentou ajuda-lo, mas não conseguiu. Mesmo assim os dois continuarão amigos, um respeitando a vontade do outro.

“Depois de um tempo, matando muita gente, ele estava sozinho e triste. Então ele encontrou uma humana e gostou dela.”

“Ela acabou ficando gravida dele. E deu a luz a Dimitre e Ian. Só que ela era muito fraca, uma humana, e acabou morrendo. A mãe mal havia morrido, e os bebês estavam chupando o seu sangue, se alimentaram da própria mãe, ate a ultima gota.”

“E o pai deles os criaram sempre se alimentando de sangue humano. Eles cresceram ate os 21 anos depois disso pararam de envelhecer, assim como eu.”

“Depois que Carlisle me transformou eu os conheci. Mas não conseguimos ser amigos. Eles são muito diferentes de mim. E eu não consigo ser como Carlisle.”

“Então depois de um tempo, o pai deles se meteu em uma briga com alguns vampiros muito fortes, e esses vampiros o mataram. Os garotos tiveram que se virar sozinho. Carlisle quis ajudar, mas eles não quiseram. Principalmente Ian, ele meio que manda em Dimitre. Ele faz tudo o que Ian quer.”

“Então os dois de anos em anos voltavam e ficavam com a gente por um tempo. Mas sempre causavam confusão. Faziam as pessoas desconfiarem de nós. Não se importavam com nada. Matavam a todos. E sempre quem saia prejudicados éramos nós, que tínhamos que nos mudar, deixando para trás uma cidade destruída. E varias famílias tristes.”

“Mas eles sempre voltavam. Isso aconteceu por inúmeras vezes. Eles já não matavam somente para matar a cede. Eles matavam por maldade.”

"E na ultima vez que nos vimos Ian matou uma amiga de Alice. Sabe como Alice é, ela é meio solitária. E ela era a única amiga de Alice, ele a matou na nossa casa. E Alice ficou furiosa. Eles foram embora dizendo que não voltariam mais. Mas agora ele apareceu. E se ele ousar fazer alguma coisa... – Parou no meio da frase fechando as mãos em punhos, muito irritado.”.

- Edward calma. Ele não vai fazer nada. Ele prometeu. – Falei tentando o convencer, mas não sei se deu muito certo, já que nem mesmo eu estava convencida disso.

- Você não entende as coisas não podem dar errado dessa vez. Por que eu tenho você, e não posso te perder. Você é tudo o que eu tenho, eu tenho medo de te perder.

Ele parecia muito angustiado e o ver assim só machucava meu coração, eu não queria que ele ficasse assim. Eu o amava, o queria bem. Mas não sabia o que fazer, a verdade é que eu também tenho muito medo de perdê-lo.

Subi em seu colo colando uma perna de cada lado. E segurei seu rosto entre minhas mãos.

- Você não vai me perder. Ou você acha que vai se livrar de mim assim tão fácil. – Disse tentando passar todo o meu amor por ele.

- Eu não quero me livrar de você – Disse dessa vez sorrindo, pegando na minha cintura e me virando na cama, ficando por cima de mim. – Eu te amo. – E foi me beijando com calma.

Tocando meu rosto ao mesmo tempo em que o beijo ficava mais intenso. Segurei seus cabelos fazendo pequenos nós.

- Eu te amo mais – Consegui pronunciar entre os beijos.

- Disso eu duvido, mas não vamos discutir. – Disse com aquele sorriso torto que me fazia ficar sem folego.

Depois me deu um selinho demorado e desceu aos beijos pelo meu pescoço, passando o nariz por uma trilha já planejada me causando arrepios.

Passei as mãos por suas costas e fui descendo para a barra da sua camiseta, e comecei a puxa-la para cima.

- Bella, melhor não. – Disse se afastando.

- Porque não? – Disse confusa.

- Não, aqui não. – Se afastou mais ainda. Me levantei e sentei na cama frustrada.

- Você faz de proposito. – Disse emburrada.

- Faço o que?

- Me provoca. – Fiz beicinho. Ele se aproximou me beijando, desfazendo meu bico.

- Assim eu não resisto. – Falou passando os braços pela minha cintura me puxando para mais perto, ate meu corpo ficar colado ao dele.

- Então no resista.

Ele tomou meus lábios com ânsia e desejo. Me deitando na cama logo em seguida.  

...

- No que você esta pensando? – Edward me perguntou passando as mãos pelos meus cabelos.

Nós estávamos deitados em minha cama, e na verdade eu ainda não tinha conseguido parar de pensar no que tinha acontecido há pouco tempo.

Senti minhas bochechas ficando vermelhas.

- Nada. – Disse mesmo sabendo que ele iria insistir.

- Você não tem ideia do quanto isso me mata. – Ele disse soltando meus cabelos.

- O que?

- Não saber o que você pensa.

- Eu só estava pensando no que aconteceu. – Desisti contando, sabendo que minha bochecha deveria estar muito mais vermelha agora.

Ele apenas sorriu.

...

No domingo Edward não quis me levar na sua casa. E eu sabia o motivo, por causa de Dimitre. Ele não me levaria lá tão cedo. Eu o entendia, também tinha medo dele. Mas ficarmos na minha casa não era nada divertido. Ficamos o dia inteiro na sala. Com minha mãe e meu pai nos rondando. Vendo cada passo que dávamos.

Eu realmente só esperava que a chegada de Dimitre não trouxesse serias consequências para as nossas vidas

...