POV BELLA

Não percebi em que momento dormi, mas acordei com alguém me chamando. Abri os olhos para novamente não ver nada, isso já estava me deixando agoniada, não poder ver nada.

- Bella, acorda.

- Hum... – Falei ainda sonolenta, tentei me mexer mas o meu corpo todo latejou, fiquei muito tempo na mesma posição, queria poder andar um pouco.

- Lembra que eu te falei que consegui um jeito para você sair daqui?

- Claro que me lembro. – Despertei na mesma hora, eu finalmente sairia dali.

- Tem que ser agora.

- Eles não nos descobrir?

- Não, a maioria dos vampiros saíram, só tem alguns, vamos conseguir sair.

- Então me solta.

- Tudo bem eu vou te soltar, mas você tem que prometer que não vai tirar a venda.

- Por que não?

- Tem que ser desse jeito, por que se não eu não vou poder te tirar daqui. Me promete que você não vai tirar a venda?

- Tudo bem, eu prometo. – Ele pegou minha pernas e retirou as correntes, senti um alivio tão grande, era muito bom não estar mais presa. Depois ele veio para as minha mãos e as soltou. Balancei um pouco as mãos tentando tirar o formigamento. A próxima coisa que eu queria fazer era tirar a venda, mas eu havia prometido, então só esperei que ele me dissesse o que fazer.

- Não faça barulho.

Ele passou as mãos por debaixo de minhas pernas e a outra pelas minhas costas, me levantou rápido, meu corpo se chocou com o dele. Passei meus braços pelo seu pescoço, sua pele era fria, dura e forte, assim como a de Edward, foi como se eu estivesse sendo carregada por ele.

Sem poder me conter afundei o rosto em seu pescoço e inalei o seu perfume. Mas não era o mesmo de Edward, não era ruim, só não era o mesmo. Não tirei o rosto dali, era confortável, me sentia bem em seus braços.

- Já pode falar agora.

- Estamos longe?

- Sim.

- Posso tirar a venda?

- Não. Entenda, se você souber quem eu sou, vai ser muito perigoso, não para você, mas para mim, eu posso morrer, então faça esse favor, você não me quer morto não é.

Pensei por um minuto, ele estava salvando a minha vida, se não fosse ele eu poderia estar morta agora, eu teria que fazer esse favor para ele, e era ate bem mais que isso, eu gostava dele, não queria que nada acontecesse a ele. Mesmo sem conhece-lo eu gostava dele.

- Por que esta fazendo isso?

- Isso o que?

- Me ajudando.

- Alguém já te disse que tem um cheiro delicioso? – Perguntou mudando de assunto.

- Acho que Edward já disse isso. Não vai responder a minha pergunta? – Soltou um suspiro e respondeu.

- Não sei, só quero te ajudar.

- Você gosta de mim? – A pergunta saiu por vontade própria.

- Não é nada contra você, só que eu não gosto de ninguém.

- Por que não? – Ele pareceu pensar um pouco.

- Por que eu só me preocupo comigo mesmo. Não sou bom, já matei muita gente. Eu sou mal, não se deixe enganar pelas as aparências.

- Sei que você é bom.

- Tudo bem, se você gosta de ser enganada, o azar é seu.

Ficamos em silencio mais uns minutos.

- Esta chegando? Quero ver Edward.

- Ainda não, esta um pouco longe. Você gosta mesmo dele?

- Eu o amo.

- Essa historia não vai dar certo, você é uma humana, ele é um vampiro. Um dia você vai morrer e ele não.

- Ele vai me transformar.

- Ele já te disse isso?

- Não, mas sei que vai. Ele me ama, quer passar toda a eternidade comigo.

- Como pode ter certeza que ele te ama?

- O que você quer dizer com isso?

- Talvez ele não te ame, vampiros são frios, ele é um vampiro, ele tem vontade de arrancar esse seu lindo pescoço.

- Não fale assim de novo, você não o conhece, nunca mais fale de Edward assim, ele me ama. – Falei brava, ele não podia questionar o nosso amor. Só quem poderia falar se me ama ou não, era Edward.

- Me desculpe. – Disse parecendo realmente culpado. – Eu não queria te irritar. Acho que como nunca senti algo assim, não tenho como entender. – Fiquei um pouco triste, eu gostava muito dele, queria que ele pudesse ficar.

- Eu só não entendo por que Edward não conseguiu me encontrar.

- Edward esta tentando te encontrar, mas nunca vai conseguir, alguns dos vampiros que estão com a gente são muito fortes, um tem o poder de cobrir rastros, ninguém pode sentir o nosso cheiro, nem o seu, e a garota vidente não pode ver nada sobre nos, é como se não existíssemos. Foi por isso que conseguimos te pegar, Edward não sentiu nada.

- Por que você esta com eles?

- Falta de opção.

- Você pode ficar com a gente.

- Eles me matariam.

- Não eu não vou deixar eles te matarem.

- Não estou falando dos Cullens, estou falando dos vampiros com quem eu estou.

Queria ter uma solução, queria ter como ajuda-lo, depois de tudo que ele esta fazendo para me salvar. Mas não sabia o que fazer.

- Então não fica com a gente, só não fica com eles, vai embora para algum lugar.

- E o que você acha que eu vou fazer depois de te deixar a salvo? Eu não vou poder voltar, eles vão saber que fui eu que a ajudei.

Passamos mais um tempo calados. Ate que ele falou.

- Já estamos chegando, quando eu te soltar, você vai poder tirar a venda, estará perto da casa, vai ver a praia, segue por ela. Não dê muitos detalhes sobre o que eu te falei. É melhor eles não saberem muito.

- Eu nunca mais vou te ver? – Disse triste.

- Tecnicamente você nunca me viu.

- Tudo bem, então eu nunca mais vou poder falar com você?

- Quem sabe? Talvez a gente ainda se esbarre um dia. – Ele me deu um beijo singelo e um pouco demorado na testa. – Se cuida garota.

Então ele me largou, fiquei um minuto estática, imaginado se ela já havia ido, não queria que ele fosse. Então tirei a venda e meus olhos arderam, a claridade do sol do fim de tarde veio muito forte, não consegui identificar nada, só conseguia ver algumas formas, pisquei varias vezes ate a minha visão ficar nítida.

Vi arvores, muitas arvores, então em um lado vi a praia, segui u pouco lenta ate ela, minhas pernas ainda não me obedeciam direito, ainda estavam doloridas, e como se estivessem anestesiadas.

Quando cheguei ate a praia olhei para os lado, de um lado vi só mais extensões de areia e mar, do outro vi a casa e dela eu vi ele saindo.

Edward, esqueci a dor de minhas pernas e corri ao seu encontro, mas não tive que ir longe, ele logo já estava ali, me abraçando

...