Underneath The Moonlight escrita por Mercy_Dawn


Capítulo 9
Inexplicável


Notas iniciais do capítulo

Tá, mudei de idéia. Meu capítulo favorito até agora é esse. Vejam se concordam comigo.



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Senti braços forte e peludos sacundindo-me enquanto a minha consciência voltava lentamente.

- Moça, moça! - gritava um homem, eu não reconheci a voz. Não era Cristopher que falava comigo, mas mesmo assim era um inglês britânico.

Experimentei abrir os olhos.

Um homem atarracado de olhos pequenos e verdes e cabelos e barba laranjas eximanava-me com seus olhinhos curiosos. Ele estava uniformizado e atrás dele, pude ver mais dois homens. Um era alto e moreno os olhos no mesmo tom do cabelo, com o mesmo uniforme do homem atarracado. O outro olhava para todos os lados menos para mim. Ele tinha cachos de um castanho avermelhado e pelo que pude ver de relance ele tinha os mesmos olhos negros do homem que estava ao seu lado, também usava uniforme.

Eu levantei-me devagar e consegui sentar-me, o homem atarracado deu um suspiro de alívio.

- Desculpe, - disse ele na mesma hora - eu não queria entrar deste jeito em sua casa, mas a porta já estava aberta e eu a vi deitada inconsciente perto da escada.

Eu fiz um sinal para que ele parasse com as desculpas.

- Vocês são do caminhão de mudanças? - disse para o homem atarracado.

- Somos - disse o homem alto, dando um passo para entrar em minha casa.

Eu acenti com a cabeça.

- Podemos começar a trazer as coisas? - disse o homem atarracado.

Eu acenti de novo.

O homem atarracado e o alto saíram de minha casa, o homem de cabelos cacheados já estava abrindo a porta do caminhão. Eu levantei-me e subi até meu quarto, poderia chover a qualquer momento e janela estava aberta.

Subi os degraus devagar, temendo ficar sozinha de novo. Eu andei em direção ao meu quarto, mas quando vi que não tinha nada lá, dei um suspiro de alívio e fechei a janela. Ao sair eu olhei para meu armário, ele estava com as portas abertas, as roupas em seu devido lugar e minha mala estava vazia. O bilhete de meu avô ainda estava em meu bolso, mas um novo papel estava em cima das gavetas. Eu peguei o papel dobrado.

Desci as escadas correndo e vi o homem atarracado e o alto entrarem carregando uma enorme caixa que eu lembrava-me de ser minha mesa de jantar. Eu indiquei o lugar aonde eles deveriam deixá-la.

Com o restante das caixas foi a mesma coisa. Eu sentei-me ao pé da escada e ignorei os olhares preocupados do homem atarracado, eu queria poder ler aquele novo bilhete. Eu fiquei balançando ele na maior parte do tempo, pensado se leria ou não.

O homem de cabelos cacheados pigarreou quando eles precisavam passar pela escada com a minha cama, saí de onde estava e o fitei até onde eu pude, ele ignorou-me. Eu continuei em pé, pois logo depois eles pegaram a cama de minha mãe.

Minha mãe não tinha chegado quando os três homens terminaram.

- Obrigada.

- É o nosso trabalho garota - disse o homem de cachos.

Tentei sorrir para ele, mas ele voltou a ignorar-me.

Dei uma gorjeta de uns quinze euros para cada um, o homem atarracado e o alto sorriram para mim. O homem de cachos fez uma careta.

Eles passaram pela porta logo depois disso. E foi quando eu vi o estado da minha sala de estar, tinha caixas por todos os lugares. Eu fui até a caixa que dizia "Coisas do banheiro" e eu a abri.

Lá estavam o meu xampu, minha toalha, meu sabonete e meu ropão de banho. Peguei tudo que precisa e fui tentar o novo chuveiro lá em cima.

 

Não demorei muito no banho, eu não fazia idéia de que horas eram e isso deixava-me inquieta. Saí do banho segurando o meus jeanse minha camiseta, vestia apenas o ropão de banho, a toalha estava enrolada sobre a minha cabeça, e fui direto ao meu quarto.

As luzes estavam apagadas e já estava escuro, apertei o interruptor e eu vi Cristopher deitado em minha cama.

Ele levantou-se assim que viu-me e caminhou em minha direção.

- Olá de novo - disse ele naquela voz de trovão.

Eu fiquei congelada aonde estava.

- O que você está fazendo aqui? - eu disse numa voz que era muito histérica até para mim.

- Passando para dar-te um "olá", não posso? - a expressão que ele fez foi de confusão.

Ele afastou-se de mim e sentou-se na beirada da minha cama, percebi que ela já estava com minha roupa de cama e meus livros estavam nas prateleiras, meu laptop estava em cima da minha escrivanhia com o modem já instalado. Eu pisquei sentindo-me tonta.

- Quanto tempo eu fiquei no banho? - eu perguntei mais para mim mesma.

- Acho que uns trinta minutos, foi o bastante para eu arrumar seu quarto.

Cristopher sorriu para mim e fitava-me nos olhos.

- Por que você está aqui? - disse com raiva. - Era para você estar morto! - gritei.

Cristopher sorriu para mim e deu um pulo de minha cama e caminhou em minha direção, eu dei alguns passinhos para trás, com medo, e ele não interrompeu-se. Senti minhas costas encostando na porta de meu armário e senti Cristopher na minha frente com um sorriso sem mostrar os dentes.

O corpo dele moldou-se ao meu. Ele pegou meu rosto com sua mão esquerda e passou o polegar pelos meus lábios. Seu toque era frio.

- Eu não consegui descansar em paz, então vim até aqui para torturá-la. O que pode ser mais divertido que isto? - eu não fazia idéia do que ele estava falando, sua voz era divertida enquanto ele continuava a falar.

- É brincadeira Annie, estou aqui para dar-lhe um aviso.

Fiquei quieta e prestei atenção. Olhando para ele diretamente nos olhos.

- Eu estou para cuidar de você e de Helena, não quero complicar a sua vida e você certamente não complicará a minha - seus olhos pararam em meus lábios. - Quero que você finja que eu morri naquele acidente de avião, finja que, quando eu estiver por perto, você não está me vendo. Serei cuidadoso e sua mãe não irá ver-me, mas você certamente verá.

- Por que? - eu disse mais corajosamente do que imaginava, ignorando seus olhos em meus lábios.

- Porque eu gosto de você - ele sorriu malignamente ainda olhando os meus lábios.

- Por que você não morreu no acidente de avião? Por que você desapareceu do avião?

Seus olhos deixaram os meus lábios e passaram para os meus olhos. As perguntas apareciam rápido demais em minha mente e eu queria livrar-me delas o mais rápido possível.

- Eu não morri no acidente porque eu, simplesmente, não estava no avião. E quanto ao meu desaparecimento, foi preciso. Vocês estavam seguras.

- E o fato de você ter falado igual ao meu pai pouco antes de...

Ele não deixou-me terminar a pergunta, seus lábios estavam nos meus, eles eram frios. Aliás, ele era inteiramente frio. Era fácil perder-me ali, seus braços deixaram meu rosto e passaram para a minha cintura, sua pele era fria até por trás das calças pretas de moletom que ele usava, eu as sentia em minha panturrilha.

Ouvi a porta sendo aberta lá embaixo.

- Annie! - gritou minha mãe.

De repente não sentia Cristopher mais perto de mim. Ele tinha sumido.

Tirei o misterioso bilhete do bolso de minha calça jeans, será que eu deveria lê-lo? Será que eu queria lê-lo? Será que era de Cristopher?

- Já estou indo - gritei de volta.

Sim, eu queria ler aquele bilhete. E se estava em cima das minhas gavetas, era para mim. Eu deveria ler. Se era de Cristopher eu já não sabia.

 

 

 

 


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Notas finais do capítulo

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