- Hm... Espera. Você sabe onde é o hospital mais próximo? – sim, eu perguntei isso.

-Err... Claro! Por quê?

-AH, ufa! Não queria ficar sangrando na rua depois que cair! Mas agora tranqüilo. Vamos!

Ele deu risada.

Isso pra mim era um bom sinal.

Eu estava nervosa! JURA? É, acho que já dava pra saber...

Não tive boas experiências com meninos... E ficar sozinha com o Arthur parecia algo bom e ruim ao mesmo tempo.

Todo o tempo, quando me dava conta, estava imaginando como seria. E ao mesmo tempo, tentando não imaginar... Odeio quando minhas expectativas são altas e o resultado baixo.

-Porque está quieta Alex? Aconteceu alguma coisa?

-Não... Só estou nervosa. Nunca fui boa de esportes.

O que será que o Arthur pensaria se soubesse que eu me sinto... hm... ASSIM com ele.

-Vem...

Ele pegou minha mão. GELEI!

Respira Alex! Não fica vermelha Alex! Não demonstra Alex!

Arthur parou. Olhou em minha direção preocupado.

-Se quiser podemos deixar pra outro dia. Você deve estar cansada depois de tantas boladas na educação física.

Ele deu uma risada leve, tentou disfarçar.

-Foi tão péssimo assim?

-Alex, foram seis boladas... NA CARA! Como você consegue?

-Quer aprender é?

As risadas foram me acalmando aos poucos.

-Acho que atraio bolas.
Ele deu risada.

-EEEI, para com malícia. Eu... Hm... Minha pele gosta de cicatrizes, é isso!

Cada vez mais risadas.

-Ok. Vamos ver quantas cicatrizes sua pele arranca de um skate?

Respirei fundo, coloquei o skate no chão e sorri.

-Isso mesmo! Vamos lá. A primeira coisa é simples: Você tem que ficar em cima do skate.

AHA, simples pra uma pessoa normal. Pra mim é basicamente um sacrifício.

-Er... Assim?

Coloquei um pé só.

-Os dois pés Alex!

Ele dava risada o tempo todo, preciso me ver no espelho, devo estar usando um nariz de palhaço!

Coloquei os dois pés sobre o skate e , POR INCRÍVEL QUE PAREÇA, não caí.

Ele ficou parado, sob meus pés. Não era tão frágil quanto parecia.

-Já andou de patinete Alex?

-Hm... Sim.

-Ótimo. O skate é basicamente a mesma coisa. SÓ QUE, são duas rodas na frente, duas atrás. É como um micro carro. Ou só a parte de baixo de um micro carro.

-AH, legal. Eu gosto de carros. Mas o skate não parece com carros. Carros são seguros!

Risadas.

-Então... O pé da frente não pode ficar tão na frente. Se não, a parte de trás do skate levanta, e você beija o chão. – ai meu Deus ele piscou! – E o outro pé fica mais atrás. Só que, não com tanta força. Porque é com ele que você vai dar o impulso!

-Impulso?

-Assim olha:

Ele subiu no skate. Bateu o pé direito no chão e levantou bem rápido. Seu corpo foi levado pra frente.

-Entendeu?

-Aham.

-Então tenta!

Tirei confiança dos olhos de Arthur... BURRA!

Devia ter ficado parada.

Dei o impulso e o skate foi. Perdi o equilibrou, e me vi caindo no chão. MAS, os braços de Arthur me seguraram.

SIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIM!

Um segurou meu pulso e o outro minha cintura. Seu rosto pertinho do meu. Ele sorriu e fiquei encantada!

-Ok. Vamos tentar de um jeito mais fácil! Coloque os dois pés no skate, e fique de frente pra mim.

Fiz isso, não tão rápido, com medo de cair.

Arthur segurou minhas mãos e foi andando, devagar, e meio que puxando o skate.

Depois de um tempo, parou. Me olhou nos olhos e disse:

-Vire seu corpo pra frente. Cuidado!

Fiz o que ele disse, meio que hipnotizada. Será que todas as garotas ficam assim perto dos garotos bonitos?

Porque, é claro, eu só achava o Arthur bonito.

Arthur pegou minhas mãos de novo, e quase não consegui disfarçar meu nervosismo.

-Vamos, devagar.

Ele fez de novo. Foi puxando o skate, devagarzinho, enquanto segurava minhas mãos.

-Dê impulso!

Olhei pra ele com medo.

-Calma! Estou aqui! – ele piscou. – Não vou te deixar cair!

Dei impulso e me desequilibrei. Mas consegui ficar no skate.

-OPA! – ele me disse sorrindo. Me segurou, mesmo não sendo necessário.

Por um instante ele ficou me olhando nos olhos, senti algo realmente diferente, mas ele desviou o olhar.

-Eu disse. Sou péssima. Melhor irmos a pé mesmo!

-EI! Espera... É super normal... Você está indo bem Alex!

-Só está dizendo isso pra me acalmar!

Ele me puxou pra perto dele, me olhou no fundo dos olhos e sorriu.

-Acho que está funcionando... – ele piscou. – Vamos, tente de novo.

Ele me ofereceu a mão, mas não peguei.

Dei impulso sozinha no skate, e consegui! Fui andando, e percebi que ele vinha perto de mim, me acompanhando.

Dei impulso novamente, e de novo... Queria ir mais rápido, mas algo me impediu.

Os braços de Arthur me seguraram antes que eu caísse totalmente no chão.

-Se machucou? – ele parecia preocupado.

-Não... O que houve?

-Pedras. Elas sempre nos atrapalham... Por isso temos que ficar de olho!

-Hm...

Tentei me levantar, estava meio tonta.

Arthur me segurou, parecia preocupado.

-Droga! – Arthur parecia preocupado. – Vamos pra sua casa!

O que aconteceu?

Virei a cabeça rapidamente, para ver o que ele tanto olhava.

Não havia ninguém na rua.

-O que houve?

-Sua cabeça. Está sangrando! – Arthur me olhava preocupado.

Agora, EU estava preocupada.